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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sexta-feira, 16 de março de 2012

O Jejum no Carmelo Descalço

Tempo da Quaresma: ocasião de partilharmos com nossos leitores um artigo a cerca do jejum, praça a Deus lhes seja util, e os ajude a viver a penitencia que a Igreja prescreve para este tempo.

No número 50 do Cap. II das nossas Constituições lemos que “ As Carmelitas Descalças observarão as prescrições da Igreja a cerca dos dias penitenciais e da observância do jejum e abstinência. Em conformidade com o espírito de penitencia e austeridade próprio do Carmelo, guardar-se-á o jejum prescrito pela Regra, desde a Exaltação da Santa Cruz até o Domingo da Ressurreição do Senhor; excetuam-se os domingos, as solenidades, os três dias depois do Natal do Senhor e outras festas principais (...)”


É verdade que assusta a nossa sociedade cômoda e a seus critérios a penitencia que supõe a vida de uma clausura, atrás das grades de ferro...

Porém, nada disso constitui a essência e o coração da vida carmelitana. Tudo isso se deve a um tempo.

Frente às penitencias exteriores, que castigavam o corpo, Santa Teresa propõe a mortificação interior, que domina as paixões, os instintos, as tentações, a negligencia e o temperamento.

Para que as Monjas tenham uma verdadeira vida de oração, e para que a comunidade seja fraterna, é muito necessário que cada uma das religiosas mortifique seus gostos e preferências: só dominando nossos sentidos e nossa vontade poderemos fazer oração com fruto e constância. E para que a comunidade seja de irmãs que se querem, é preciso que cada uma domine o egoísmo, seu afã de protagonismo, seus desejos. A característica da comunidade Teresina é a mortificação interior.

Qualquer mortificação interior, que contribua para criar virtudes no cristão, está acima das penitencias.

Por isso, Teresa nos diz na carta de 12 de Dezembro de 1576: Sou amiga de apertar nas virtudes, mas não no rigor. Para a santa de Ávila, o rigor se há de verter em ser virtuoso, não em penitencias externas, na maior das vezes inútil e que causa dano.

O Espírito Santo suscita a criatividade no que respeita à abstenção dos alimentos, mostrando um horizonte muito amplo. Como a medicina adverte que devemos cuidar do corpo e não agredi-lo, o jejum é evitar o supérfluo em todos os sentidos, em vista do equilíbrio.

Alguns exemplos: Renunciar aos próprios gostos. Dar valor aos conselhos das pessoas, saber ouvir. Deixar o outro falar, concluir o assunto. Ler um livro até o fim, ser austero consigo mesmo, renunciar a olhar algum filme, renunciar também a algo que cria dependência . Jejuar a ganância, o querer saber tudo, ver tudo. Ser honesto no trabalho, responsável nos pequenos detalhes. Jejuar a língua abstendo-se de falar dos outros, e não só falar, mas também pensar. Evitar discussões. Jejuar o orgulho, a inveja, o ciúme, o deter-se demais nos elogios a uma só pessoa esquecendo dos demais. Jejuar tendo consciência dos próprios limites físicos, intelectuais, discursivos, mas também daquilo que me determina a ser mais eu. Jejuar daquilo que desconcentra da presença de Deus, daquilo que não leva à conversão pessoal.

Jejum da pontualidade no coro, da dispersão, o jejum do que não me permite preparar bem o Ofício Divino, de querer ser superior aos outros no conhecimento e no saber. E acima de tudo estar atento para escutar qual a vontade de Deus.

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