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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Comentando a Regra do Carmo

PERSEGUIÇÃO


A expressão perseguição vem de Timóteo 2, capítulo 3,12. Jesus também foi perseguido e disse a seus discípulos que eles também seriam perseguidos. “Quem assume viver conforme Jesus viveu, não só será tentado, mas também perseguido. Paulo descreve as perseguições (2 Tim 3,12). A perseguição é uma consequência natural do Evangelho. Contra ele o lado mau se organiza e o persegue”.

Na História da Igreja a perseguição quase sempre esteve presente, sobretudo quando era preciso exercer a profecia, anunciando o Evangelho e denunciando as injustiças presentes na sociedade. A perseguição quase sempre termina com o martírio de quem se pôs a denunciar. Em sociedades hostis ao Evangelho, a fidelidade a ele era suficiente para ser martirizado. Podemos perguntar: “As carmelitas também foram perseguidas e martirizadas?” Sim. No céu temos muitas santas que foram fiéis ao seu estilo de vida e ao Evangelho e foram martirizadas. Na França temos uma comunidade toda, com exceção de uma, que foram martirizadas na perseguição direta da vida religiosa, Beata Teresa e companheiras. Na Espanha também temos mártires.

Quem é fiel ao Evangelho sempre é perseguido, porque o Evangelho incomoda a quem busca unicamente seus próprios interesses, isto é, está em busca de ter, do poder e do prazer, os grandes ídolos de sempre; e isto em deterioramento da dignidade humana. Deus não aceita o sacrifício de vidas humanas para o acúmulo de bens de uns poucos. A sociedade precisa ser evangelizada. Quanto mais próxima do Evangelho é uma sociedade mais humana e includente ela é. Ainda hoje, sobretudo na América Latina, os cristãos são perseguidos e mortos das mais diversas formas, pelo assassinato, pelo trabalho escravo, pelo trabalho de menores, pelo desemprego, pela fome, pelo exclusão de povos dos seus direitos, pela tortura de ser-lhes negado o direito a pronunciar suas palavras altamente justas e proféticas.

Como uma carmelita é perseguida hoje? Como ela vive este aspecto da Regra? Às vezes a perseguição pode se tornar interna se não formos fiéis ao Evangelho, ao nosso carisma, à fidelidade criativa e alguma irmã se vê impelida por Deus a exercer também entre as irmãs a profecia. É muito difícil viver e conviver com uma realidade assim, mas como no Carmelo se busca sempre estar em sintonia com o Evangelho, a realidade é amenizada e conduz à conversão e reconciliação. A comunidade também é vista com olhos suspeitosos se apoia projetos novos em vista do desenvolvimento de um mundo mais humano, justo, includente e feliz para todos.

Ir. Rejane Maria

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O Amor em detalhes nos detalhes da vida

Já ouvimos muitas vezes que são as pequenas coisas que fazem toda a diferença, e que para manifestar o Amor não faz falta esperar grandes ocasiões. A mesma S. Teresinha, nossa “santinha das rosas”, hoje é tão popular no mundo, até em círculos não cristãos, por ter feito de sua curta e fecunda vida um hino de Amor com melodias simples.

O Amor jamais passará porque o Amor em si mesmo não é complicado, somos nós que o complicamos com nossos excessos, faltas e desvios.
Urge-nos, agora, resgatar-lhe o sentido e o valor, numa sociedade de pessoas boas, porém cada vez mais movidas pelo egoísmo que as (nos) intoxica; o egoísmo que é raiz de todos os males. O Amor é o único remédio capaz de desintoxicar-nos.
Confundido com genitalidade e emoções momentâneas que se traduzem mais com gestos de possesividade que de generosidade . Já não se fala de amor como perdão, doação, liberdade, renuncia...
O Amor é tão belo! Quem está enamorado é capaz de realizar proezas! Não obstante, nossos corações se confundem observando a confusão de corações que nasceram para o amor, mas vivem sem amar de verdade.
É ele que está no início, no trajeto e no fim da Vida Consagrada a Deus e ao próximo , de toda vida a dois no matrimónio e logo perpetuado nos filhos.
É o Amor quem dá força e coragem para renunciar a si mesmo, tomar a própria Cruz e dar a vida por quem se ama.
Uma flor sobre a mesa, uma palavra delicada em vez do estouro, um pedido de desculpas depois do erro, um pouco mais do próprio tempo para servir aos outros, são gestos que vão mantendo acesa a chama que quando se apaga leva à desistência e ao divorcio, e quando bem alimentada vence as águas torrenciais que jamais poderão apagá-la.
Pode-se falar muito do amor, com tudo não são as palavras que o revelam melhor e sim o silêncio...
Aquele que ama não vive isento das lágrimas e das cruzes (quem não se convence disto dê uma olhadinha no Horto e na Cruz).
Mas só quem já se sentiu amado e é capaz de amar compreende o significado da liberdade, e aprende que amar, longe de possuir, prender, querer para si, é deixar voar...
“Deus é Amor”, todos podemos amar porque o Pai entregou o seu Filho para demonstrar-nos o seu amor. Todos temos a faculdade de amar porque Ele vive em nós.

Ir. Milagros

Comentando a Regra do Carmo

OS MOTIVOS DA LUTA


Os motivos da luta que a Regra apresenta são três:

1. A vida na terra é uma tentação;

2. A vida em Cristo traz perseguição;

3. Cerco e assalto sofrido a partir do diabo que é como um leão.

Tentação, perseguição, assalto (devorar)! Para resistir a tudo isto, é preciso lutar.

TENTAÇÃO


"A morte nos espreita de muitas maneiras,
 sobretudo hoje na América Latina”.



A vida sobre a terra é uma tentação. Na Bíblia vemos como Jó foi tentado (Jó 7,1ss). Jesus também foi tentado no deserto durante 40 dias e 40 noites, mas não caiu na tentação. “A vida humana é tentada e ameaçada de dentro e de fora a se desumanizar, a entrar por caminhos que levam a ‘não vida’. São muitos e variados os atentados contra a dignidade da vida. Ou seja, pelo fato de você ter vida sofre a tentação. A morte nos espreita de muitas maneiras, sobretudo hoje na América Latina”.

Somos tentados pelos projetos da pós-modernidade a nos afastar do Evangelho, seguindo seus grandes ídolos do ter, poder e prazer, e marginalizar os pequenos, pobres e indefesos. Uma sociedade cada vez mais individualista é um atentado contra o Evangelho que quer vida fraterna e partilhada, sobretudo o pão de cada dia. A pós-modernidade tem seus valores que precisam ser discernidos por quem é seguidor de Jesus, e não se deixar levar pelas tentações fascinantes apresentadas como caminho real para a felicidade. Somos então contrárias a pós-modernidade? Queremos fugir dela como os primeiros monges fugiam do mundo? Não! Pois ela está dentro de nós e quer vencer-nos com seu aspecto sedutor e tentador. Ser fiel e permanecer fiel ao Projeto de Jesus traz uma vida de tentações. As tentações são tão sutis que vem apresentando-se como algo bom. É preciso estar alerta para não cair na tentação.

Ir. Rejane Maria

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Comentando a Regra do Carmo

“Porque a vida do homem sobre a terra é uma contínua tentação (cf. Jó 7,1) e os que piamente querem viver em Cristo padecem perseguições (cf. 2Tm 3,12); e também porque o demônio, vosso adversário, como um leão rugindo, anda em continuado giro, buscando a quem devorar (cf. 1Pd 5,8), procurai com o maior cuidado vestir-vos das armas de Deus para poderdes resistir a seus assaltos(cf. Ef 6,11).


Cingi, pois, vossos corpos com o cinto da castidade (cf. Ef 6,14) e fortalecei vosso peito com pensamentos santos, pois está escrito: “A consideração santa te guardará” (cf. Pr 2,11 segundo os LXX). Deveis vestir a couraça da justiça (cf. Ef 6,14) para que, com todo vosso coração, com toda vossa alma e com toda vossa fortaleza, ameis ao Senhor vosso Deus (cf. Dt 6,5) e ao próximo como a vós mesmos (cf. Mt 19,19); 22,37.39).

Em todas as ocasiões haveis de armar-vos com o escudo da fé, com o qual possais rebater e extinguir os incendidos golpes do inimigo (cf. Ef 6,16), pois sem a fé é impossível agradar a Deus (cf. Hb 11,6). Ponde sobre vossas cabeças o capacete da salvação (cf. Ef 6,17) para que só do Salvador, que salva o seu povo de todos os pecados, espereis salvação (cf. Mt 1,21).

A espada, porém, do espírito, que é a palavra de Deus (cf. Ef 6,17), esteja sempre abundantemente (cf. Cl 3,16) em vossa boca e em vossos corações (cf. Rm 10,8), e tudo quanto fizerdes, fazei-o em nome do Senhor (cf. Cl 3,17; 1Cor 10,31) (Regra 16).

Os números 8 a 13 são o coração da Regra, os números 16 a 18 são o sangue da Regra. “Tratam de três assuntos importantes, atuais e muito difíceis”.

1. Encarar a vida como uma luta (16)

2. Procurar viver do próprio trabalho (17)

3. Lutar e trabalhar em silêncio (18)

Nestes três números “temos a confluência dos rios da tradição a passar pelo novo leito da vida dos mendicantes”. É nestes números que mais se usa a Bíblia: 40 vezes, num total de 72 citações (mais da metade) e também a tradição dos Padres.

O número 16 é o “resumo de uma longa tradição e é também uma colcha de retalhos de textos bíblicos. O mais importante é que, emprestando umas frases de São Paulo, coloca toda vida carmelitana em termos de luta, de combate sem trégua. Na origem da vida religiosa está exatamente a decisão de lutar contra o poder do mal, contra o satanás. Vamos ver de perto os vários aspectos. (Próxima semana)

Ir. Rejane Maria

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Comentando a Regra do Carmo

“Abster-vos-eis de comer carne, não sendo para remédio de enfermidade ou debilidade do corpo. Mas porque vos é necessário mendigar com mais freqüência, para que não sejais incômodos e pesados às pessoas que vos hospedarem, quando fizerdes jornada podereis, fora de vossas casas, comer coisas cozidas com carnes; e, navegando, ser-vos-á lícito, no mar, o uso da carne” (Regra 15).


A Regra é clara, mas é sempre benigna e compreensiva, pois fora de casa podiam comer carne para que as outras pessoas não sofressem por causa da opção do carmelita de não comer carne. Não comer carne inclui os mesmos objetivos do jejum, como o espírito de penitência, a liberdade da mente, o controle de si, não se deixar levar, identificação com o povo que quase nunca come carne, preocupação com a saúde.

A Regra pede a abstinência de carne como uma penitência. A carne e alimentos preparados com ela são apetitosos, abstendo-se dela é um sacrifício, uma penitência que deve reforçar nosso esforço de conversão a Deus. A Regra também pede que não se coma carne para identificar-se com os pobres. Carne era comida de gente rica e o peixe naquela época era barato, comida de pobre. Hoje já não é assim. E como vivemos a abstinência hoje? É verdade, a Regra foi mitigada e o comer carne devido as novas exigências da vida contemplativa, como o trabalho e a fiel observância do dia a dia da carmelita exigem comer carne pois, é um alimento que nos sustenta por mais tempo. Abster-se não significa unicamente de carne. Podemos e devemos nos abster-se de muitas outras coisas como outros alimentos e coisas supérfluas. É preciso manter acesso dentro de nós o espírito de abstinência e não se perturbar demasiadamente com a letra da Regra, mas com o seu espírito, pois a letra mata e o espírito vivifica.