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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

QUARTA FEIRA DE CINZAS


Reconciliados por Deus, cuidemos da família das criaturas!
A tempo quaresmal se abre como um tempo de concentração da atenção e das energias na busca do essencial, como um convite a voltar a Deus com integridade de mente e coração, a vencer a tendência à fragmentação e à indiferença, a verter todas as energias para o único objetivo realmente decisivo: acolher a reconciliação que o próprio Deus nos oferece; refazer as relações fraternas e avançar na construção de uma sociedade justa; e, neste ano, refazer e reforçar nossos vínculos com o bioma no qual vivemos e do qual fazemos parte e nossa luta pela preservação de todos os biomas brasileiros.
Escrevendo aos cristãos de Corinto, Paulo sublinha que o próprio Deus toma a iniciativa de refazer a aliança e consertar a ruptura que provocamos com a sua vontade: em Jesus Cristo, ele reconciliou definitivamente consigo o mundo inteiro e cada um de nós. É deste dom incondicional, desta amizade reatada por livre, generosa e soberana iniciativa dele, que brota para nós a exigência de reconciliação com o Pai, com os irmãos e irmãs e com a família das criaturas da qual fazemos parte. E isso não é algo secundário, mas uma tarefa essencial. É coisa para hoje, para agora!
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A tradição das comunidades cristãs privilegiou três ações para expressar a mudança de direção e a convergência das forças que a Quaresma nos propõe: a esmola, a oração e o jejum. Mas, em relação a estas práticas de piedade, presentes em todas as religiões, Jesus pede atenção e autocrítica, pois nem mesmo elas estão livres da falsificação e do faz-de-conta. Por mais piedosos que pareçam, estes gestos podem ser motivados apenas pela busca de aprovação, de estima e de reconhecimento e, então, nos afastam da lógica de Deus, pois ele aprecia aqueles que o mundo não vê, aquilo que fica escondido...
Em relação à esmola, Jesus não a descarta, mas também não se entusiasma ingenuamente. De fato, ele interroga sobre a motivação e a disposição com as quais costumamos praticá-la. “Não mande tocar trombeta na frente... Que a sua mão esquerda não saiba o que a sua direita faz.” O sentido autêntico da esmola é a solidariedade e a partilha daquilo que temos com as pessoas mais necessitadas que nós. Mais que dar daquilo que sobra ou não nos faz falta, trata-se de partilhar aquilo que é fruto da terra e do trabalho da humanidade e, por isso, pertence a todos e não pode ser privatizado.

Para a maioria das religiões, a oração é uma expressão de fé e de comunhão com a divindade. Não faltam pregadores e movimentos que insistem na necessidade de rezar muito, de multiplicar terços, ladainhas, missas e promessas. Mas Jesus insiste mais na qualidade e na motivação que na quantidade da oração!  Para ele, a oração é abertura radical a Deus e à sua vontade; superação dos estreitos limites dos nossos gostos, preferências e necessidades; diálogo íntimo e amigo com Aquele que quer nosso bem e que não descansa enquanto todos os seus filhos e filhas não tenham vida em abundância.
Em relação ao jejum, hoje ele está na moda, e recebe o simpático nome de dieta... Em geral, quem a pratica está muito preocupado consigo mesmo – com a saúde ou com a aparência – e pouco interessado na compaixão e a partilha. No tempo de Jesus, muitas pessoas usavam o jejum, que era originalmente um sinal de arrependimento e de mudança, para impressionar os outros e aumentar a influência e o poder sobre eles. Como cristãos, precisamos resgatar hoje o sentido pedagógico do jejum: fazer experiência da própria vulnerabilidade e participar solidariamente das necessidades dos nossos irmãos e irmãs.
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Na espiritualidade quaresmal, o jejum, a esmola e a oração estão a serviço do fortalecimento pessoal e comunitário para combater todas as formas de mal, da conversão ao tesouro inegociável do reino de Deus, da renovação da vida em todas as suas expressões. E isso se mostra cotidianamente na abertura humilde e reverente a Deus, na consciência da nossa interdependência em relação aos nossos irmãos e irmãs, na luta permanente para superar a surdez, a indiferença frente às dores e dramas que muitos deles vivem e à criminosa depredação perpetrada contra nossos ricos e frágeis biomas. “O mundo desfigurado é sinal de que a aliança foi rompida e Deus foi esquecido” (CF 2017, n° 237).
Deus, nosso Pai e Senhor, nós Te louvamos e bendizemos por Tua infinita bondade. Criaste o universo com sabedoria e o entregaste em nossas frágeis mãos para que dele cuidemos com carinho e amor. Ajuda-nos a ser responsáveis e zelosos pela Casa Comum. Cresça, em nosso imenso Brasil, o desejo e o empenho de cuidar mais e mais da vida das pessoas e da beleza e riqueza da criação, alimentando o sonho do novo céu e da nova terra que prometeste. E faz que experimentemos a liberdade que vem da participação na cruz e na ressurreição de Jesus, da vida transformada em dom. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf      

sábado, 25 de fevereiro de 2017

8º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Será que não valemos muito mais que as flores e os pássaros?
Resultado de imagem para 8 domingo do tempo comumSomos pessoas do nosso tempo. Andamos ocupados com muitas coisas. O problema não é simplesmente a ocupação, mas a pré-ocupação com a sobrevivência e bem-estar individuais. Preocupação é aquilo que monopoliza nossos interesses, que toma a nossa atenção e invade nossos sentimentos antecipadamente, produzindo ansiedade, insegurança, medo; é uma espécie de obsessão que sequestra o coração e a mente. Preocupam-nos a segurança, o que os outros pensam de nós, que eles passem à nossa frente, as provisões para o futuro, e tanta coisa mais... Nem o clima de carnaval nos livra disso...
A palavra ‘preocupação’ aparece cinco vezes no evangelho deste domingo! Jesus questiona clara e fortemente nossa excessiva preocupação com a comida, a bebida e a segurança, como se o mundo girasse em torno de nós mesmos e nossos medos e necessidades. Mas reagimos a ele educadamente, dizendo que comida não cai do céu, que bebida não costuma vir com a chuva, que Deus ajuda quem cedo madruga... Em nome do necessário bom senso e da superação da passividade, cresce o número daqueles que guardam o Evangelho na gaveta das lembranças da primeira comunhão e decidem a vida sem ele.
Mas não podemos esquecer que, ao lado das pessoas e grupos que pensam que o dinheiro e a segurança são indispensáveis à felicidade, cresce uma multidão que carece do mínimo para viver.  E Jesus nos lembra que estas questões fundamentais são sociais, e não podem ser resolvidas privadamente, numa luta predatória na qual os mais fortes e astutos derrotam e desfrutam tranquilamente dos mais fracos. Por isso, afirma de forma lapidar: “Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro!” Nossa preocupação primeira deve ser com a carência de comida e de bem-estar dos outros, e não conosco mesmos!

Sem ceder à evasão e à ingenuidade, Jesus questiona a carência produzida pelas políticas sociais restritivas, que flexibilizam os poucos direitos trabalhistas, reforçam a segurança jurídica dos empresários (como vem fazendo o governo federal!) e submetem os pobres à ‘ditadura da sobrevivência’. “A vida não vale mais que a comida? O corpo não vale mais que a roupa?” No centro de tudo deve estar a vida de cada pessoa e suas necessidades. Comida, bebida, casa, saúde e todos os bens econômicos e culturais estão a serviço da vida e da dignidade da pessoa, e não podem substituí-la.
Jesus desafia as pessoas que têm bens em abundância e encoraja aquelas que têm pouco ou nada. Ele nos convida a contemplar os passarinhos e as flores e aprender as lições que nos ensinam: eles não conhecem a preocupação nem a ansiedade, mas não lhes falta alimento nem beleza. Deus provê a cada criatura aquilo que ela necessita! “Será que vocês não valem mais que os pássaros? Deus fará muito mais por vocês!” Grandes preocupações nada podem acrescentar à nossa vida. Ocupar-se com o bem-estar dos outros – com o Reino de Deus, vida para todos – pode melhorar a vida deles, e a nossa!
É verdade que a certeza de que a nossa vida está nas mãos de Deus não nos dispensa de tomar iniciativas, de agir e projetar com prudência. Mas tudo começa e tem sua base na convergência dos nossos interesses e preocupações no Reino de Deus, não dividindo com nada e ninguém essa entrega. Isso significa seguir Jesus Cristo, fazer-se discípulo dele, reproduzir na própria vida sua pró-existência, perder a vida para que todos tenham vida, assumir a causa dos pobres, desvalidos e oprimidos... Enfim, importar-se com os outros como a mãe se importa com o sofrimento dos seus filhos.

Jesus insiste na inutilidade da preocupação obsessiva com as próprias necessidades, mas está longe de aceitar ou propor a indiferença diante das necessidades primárias dos outros. Nada mais contrário ao seu ensino e à sua prática! A busca do Reino de Deus é exatamente o empenho pessoal em prol de um mundo justo e fraterno, que assegure a todas as pessoas a satisfação das suas humanas necessidades e direitos. Para os cristãos, a necessidade material dos irmãos é um desafio espiritual. Paulo nos lembra que somos servidores e administradores dos dons que Deus concede à humanidade e a ela se destinam.
Voltamos nosso olhar a ti, Deus pai e mãe, e nas Tuas mãos depositamos nossas necessidades, anseios e preocupações. Queremos servir somente a Ti, e a nenhum outro senhor! Ajuda-nos a buscar o Teu Reino acima e antes de tudo, e ensina-nos a lição dos pássaros do céu e dos lírios do campo. Livra-nos da preocupação obsessiva com nossas próprias necessidades, e não permitas que sejamos seduzidos pelo reino de mammon, o terrível e sanguinário senhor e defensor da riqueza de poucos. E que as necessidades dos nossos irmãos sejam a única preocupação a tirar nosso sono e nossa tranquilidade... Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

sábado, 18 de fevereiro de 2017

7º DOMINGO DO TEMPO COMUM

 Jesus nos apresenta um caminho inusitado mas seguro para de felicidade, de plena realização das aspirações humanas mais profundas, para a santidade. Trata-se de buscar a perfeição ou o jeito de ser do próprio Deus – somos criados segundo ‘sua espécie’! – evitando a tentação de construir uma ideia de Deus à nossa imagem e semelhança, delimitada e desenhada pelos nossos medos e interesses. Embora este caminho nos pareça um pouco estranho e dissonante, o próprio Jesus o viveu em primeira pessoa, demonstrando que é um projeto necessário e viável.
No evangelho desse domingo, Jesus responde à pergunta sobre como reagir frente às situações de violência e seus agentes. Ele conhece bem a lei judaica que, para limitar uma violência reativa e desproporcional à violência sofrida, propõe não passar do “olho por olho” e do “dente por dente”. Por mais estranho que nos pareça, a lei de talião representa um avanço em relação à lei que facultava a reação violenta e desproporcional do mais forte e ferido sobre os mais fracos. Jesus aponta os limites deste preceito: pagar com a mesma moeda não erradica a violência que ofende, machuca e mata.
Jesus ensina e pede para não reagirmos com violência à ação dos violentos. Mas ele vai mais além, ilustrando e concretizando sua proposta de não-violência ativa em três situações: o tapa no rosto, ato de humilhação considerado um direito dos superiores; o processo de penhora da roupa de um pobre endividado, visto como direito dos credores; a obrigação de acompanhar a marcha dos soldados a serviço do império, carregando às costas as armas que se voltavam contra o próprio povo. Mas, atenção! A proposta de Jesus não tem nada a ver com submissão e passividade!
Resultado de imagem para 7 domingo do tempo comumOferecer a outra face significa permanecer senhor de si e desafiar a legitimidade de um sistema projetado para humilhar. Dar o manto a quem penhora a túnica (desnudar-se publicamente!) significa revelar a humanidade que a todos irmana e denunciar a avareza violenta e espoliadora dos credores. Caminhar o dobro do percurso que o soldado servil determinou significa não aceitar o jogo do império, questionar a hierarquia, tomar a iniciativa e decidir a ação. Por isso, parece claro que a proposta de Jesus tem como meta eliminar o círculo vicioso que liga as ações e reações violentas.
O fato o é que sempre classificamos as pessoas e dividimos o mundo em amigos e inimigos. Amamos e respeitamos os que estão próximos e alimentamos suspeitas ou somos indiferentes em relação aos estranhos. O conceito próximo abrange uma certa diversidade de gênero, riqueza, parentesco e etnia, e a imagem do inimigo não se limita aos adversários nacionais ou aos membros de outras religiões, mas se estende a todos os oponentes pessoais. É aqui que entra o mandamento de Jesus: nosso amor não pode se restringir aos iguais, aos próximos, mas deve chegar aos estranhos e distantes, até aos inimigos.
Talvez hoje situemos entre os inimigos (reais ou potenciais) as pessoas e grupos que ameaçam nosso bem-estar e nossos privilégios ou questionam nossa supremacia em termos de competência, gênero, religião, cultura, etc. Pedindo que amemos nossos inimigos e até rezemos por aqueles que nos perseguem, Jesus está sublinhando que condição social, a etnia, o gênero e a religião não podem ser limites que restringem o dinamismo do nosso amor. O amor entre os iguais pode ser egoísmo! Rezar por quem nos persegue significa clamar pelo fim da opressão e das estruturas que as sustentam! Amar o inimigo significa ir além do que ele é hoje e amar aquilo que ele pode ser: irmão e parceiro!
Resultado de imagem para 7 domingo do tempo comumJesus resume sua proposta ética e espiritual numa frase: “Sejam perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.” A perfeição do Pai faz com que a chuva beneficie tanto os justos como os injustos e o sol ilumine tanto os bons quanto os maus. Ser perfeito como o Pai celeste significa não impor condições nem ter reservas, ser inteiro e verdadeiro em tudo e com todos, pois, como nos lembra Paulo, todos – nós, os outros, a comunidade eclesial e a comunidade humana! – somos santuários de Deus e templos do Espírito Santo. Que ninguém ponha sua gloria no próprio grupo, etnia, gênero, igreja, religião!
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Jesus, mestre e servidor da liberdade, de todas as liberdades: ajuda tua Igreja a vencer o medo da liberdade e da verdade que viveste e ofereceste a todos. Faz que nossas comunidades sejam laboratórios nos quais as pessoas de boa vontade se exercitem no respeito e na promoção da dignidade de todos os teus filhos e filhas, inclusive no amor aos inimigos. E dá-nos a sábia loucura que espanta os doutores mas seduz as pessoas que não sacrificaram sua humanidade no altar do egoísmo predatório. Queremos ser filhos do teu e nosso Pai, generosos e perfeitos na misericórdia e na compaixão solidaria! Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

VOCAÇÕES PARA A COMUNIDADE

No dia 12 nossa comunidade se alegrou com a entrada para experiência de Elisandra Pereira da Silva que deseja descobrir a vontade de Deus para ela no seguimento de Jesus como Carmelita. São três meses de convivência com as irmãs na clausura participando de todos os atos comunitários e aprendendo os valores do Carmelo pela instrução e convivência.
Na porta da clausura a Madre e as irmãs acolherem com um abraço e em procissão cantamos "Me chamaste para caminhar na vida contigo, decidi para sempre seguir-te não voltar a trás.."
Partilhamos umas fotos deste momento bonito da comunidade e da Elisandra que não faltou emoção.






















sábado, 11 de fevereiro de 2017

6º DOMINGO DO TEMPO COMUM

A Justiça do Reino de Deus é mais que cumprimento de leis!
A pedagogia libertadora de Jesus desvela o sentido profundo e as implicâncias concretas das Escrituras na nossa vida cotidiana. Jesus nos propõe uma justiça mais séria e mais humana que aquela ensinada e praticada pelos escribas e fariseus. “Não penseis que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento.” Diante de João Batista, Jesus já antecipara sua visão da lei e dos costumes: “Devemos cumprir toda a justiça!” (3,16). Paulo chama isso de “misteriosa sabedoria de Deus, sabedoria escondida”, sabedoria que nenhum dos poderosos deste mundo conheceu...
No evangelho deste domingo, Jesus propõe duas ênfases na leitura e na interpretação das Escrituras Sagradas. A primeira é a vinculação das Escrituras ao sonho de Deus, ao seu projeto de vida abundante para todos, com clara prioridade aos que são tratados como ‘últimos’ na escala social. Quando este vínculo é rompido ou enfraquecido, as Escrituras podem produzir o contrário daquilo que Deus quer transmitir: justificação do poder dos poderosos; ocultamento das relações de opressão; aumento do fardo que penaliza os mais fracos da sociedade; afirmação orgulhosa dos crentes diante do próprio Deus.

A segunda ênfase proposta por Jesus é a estreita ligação entre escutar, ensinar e praticar as Escrituras. Para Jesus, estava claro que os escribas e fariseus tinham se apropriado da compreensão das Escrituras mas não estavam dispostos a fazer a passagem da compreensão intelectual à ação responsável. E esta continua sendo a grande tentação que ronda os teólogos e dirigentes religiosos. A advertência de Jesus Cristo é clara e inequívoca: “Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus.”  E, dito isso, Jesus passa a alguns exemplos concretos.
Um primeiro exemplo da radicalização da Lei e da concretização das bem-aventuranças há pouco proclamadas solenemente está no campo das tensões nas relações interpessoais. Esta questão era já contemplada pelo mandamento “Não matarás!” Mas, para Jesus, o conteúdo desta lei não se resume em evitar o homicídio. O projeto de Deus é muito mais amplo, e passa pela pacificação das relações e pela superação das posturas raivosas e da linguagem eivada de desprezo, preconceito e violência, como aquela usada recentemente nas redes sócias em relação à enfermidade e morte da esposa do Lula...
Uma segunda área de demonstração é a liturgia. Jesus critica o culto que ignora as rupturas nas relações humanas e não impulsiona à reconciliação. Para ele, a vida concreta é mais importante que os ritos religiosos, e a percepção das tensões e rupturas relacionais tem primazia sobre a ortodoxia. “Deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão.” E que ninguém se engane, sentindo-se justificado por não ter matado ninguém ou postergando para um futuro indefinido a reconciliação. É preciso fazer isso antes de chegar ao tribunal do incerto fim da vida...
Jesus prossegue com duas novas exemplificações da ética do Reino, agora no âmbito das relações homem-mulher. O primeiro exemplo focaliza a questão do adultério, e afirma que a lei tem a função de educar para uma relação que não seja possessiva. “Quem olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério...” Jesus sabe que o dinamismo que sustenta comportamentos sexuais descontrolados é sutil: passa do olhar viciado e interesseiro, que não reconhece a dignidade da pessoa, à mão que se apossa e manipula. Jesus insiste que é preciso cortar o mal pela raiz...
Ainda nesse âmbito da relação de gênero, Jesus reprova a dominação masculina sobre a mulher, mesmo quando vem sancionada pela cultura e pela lei. Dizer que a lei permite ou que é costume não desculpa nem justifica. Este é o horizonte da proposta de Jesus no caso do divórcio. A permissão legal do divórcio legitimava o descompromisso do marido com a ex-companheira e garantia ele o direito de maltratá-la e execrá-la publicamente, mas a ética do Reino de Deus restringe o poder ilimitado e violento dos homens. E Jesus prossegue, com exemplos no âmbito da comunicação, sublinhando que a sinceridade deve estar acima de tudo, que é melhor uma amarga verdade que uma doce mentira ou falsidade...
Resultado de imagem para história de nossa senhora de lourdesJesus Cristo, mestre na formação de uma nova mentalidade e na construção de um mundo mais humano: ensina-nos a colocar as leis e tradições no seu devido lugar, e a não transformá-las em instrumentos de dominação ou descompromisso. Guia as tuas igrejas a uma justiça maior que o cinismo e a ostentação herdadas do farisaísmo. Que teu ensino e teu exemplo desenvolvam em nós relações pacificadoras, igualitárias e solidárias. E que teu Espírito suscite em nossas comunidades cristãs a criatividade livre e a liberdade fiel, sendas que levam à uma justiça radical e humanizadora. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

NOSSA SENHORA DE LOURDES

Resultado de imagem para história de nossa senhora de lourdesFoi no ano de 1858 que a Virgem Santíssima apareceu, nas cercanias de Lourdes, França, na gruta Massabielle, a uma jovem chamada Santa Marie-Bernard Soubirous ou Santa Bernadete. Essa santa deixou por escrito um testemunho que entrou para o ofício das leituras do dia de hoje.

“Certo dia, fui com duas meninas às margens do Rio Gave buscar lenha. Ouvi um barulho, voltei-me para o prado, mas não vi movimento nas árvores. Levantei a cabeça e olhei para a gruta. Vi, então, uma senhora vestida de branco; tinha um vestido alvo com uma faixa azul celeste na cintura e uma rosa de ouro em cada pé, da cor do rosário que trazia com ela. Somente na terceira vez, a Senhora me falou e perguntou-me se eu queria voltar ali durante quinze dias. Durante quinze dias lá voltei e a Senhora apareceu-me todos os dias, com exceção de uma segunda e uma sexta-feira. Repetiu-me, vária vezes, que dissesse aos sacerdotes para construir, ali, uma capela. Ela mandava que fosse à fonte para lavar-me e que rezasse pela conversão dos pecadores. Muitas e muitas vezes perguntei-lhe quem era, mas ela apenas sorria com bondade. Finalmente, com braços e olhos erguidos para o céu, disse-me que era a Imaculada Conceição”.
Resultado de imagem para história de nossa senhora de lourdesMaria, a intercessora, modelo da Igreja, imaculada, concebida sem pecado, e, em virtude dos méritos de Cristo Jesus, Nossa Senhora, nessa aparição, pediu o essencial para a nossa felicidade: a conversão para os pecadores. Ela pediu que rezássemos pela conversão deles com oração, conversão, penitência.
Isso aconteceu após 4 anos da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição. Deus quis e Sua Providência Santíssima também demonstrou, dessa forma, a infalibilidade da Igreja. Que chancela do céu essa aparição da Virgem Maria em Lourdes. E os sinais, os milagres que aconteceram e continuam a acontecer naquele local.
Lá, onde as multidões afluem, o clero e vários Papas lá estiveram. Agora, temos a graça de ter o Papa Francisco para nos alertar sobre este chamado.


Nossa Senhora de Lourdes, rogai por nós!
Fonte santo do dia canção nova