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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 28 de janeiro de 2017

4º DOMINGO DO TEMPO COMUM

A felicidade do Reino de Deus é profunda e verdadeira!
Resultado de imagem para as bem aventurançasNo quarto capítulo do seu evangelho, Mateus diz que Jesus percorria a Galileia e ensinava nas sinagogas. No início do quinto capítulo, proposto para nossa meditação neste domingo, apresenta-nos um resumo da mensagem que ele anunciava.  Numa rápida introdução, Mateus diz que “vendo as multidões, Jesus subiu à montanha e sentou-se.” A pregação de Jesus não brota da necessidade de ensinar verdades abstratas ou condenar erros morais, mas da contemplação compassiva do rosto de um povo cansado e abatido que o procura como última esperança.
Mateus diz que Jesus ensina sentado. E o faz não porque esteja cansado, mas porque assume a postura de um mestre que deseja propor um caminho de sabedoria. Ele senta no chão, e não numa cátedra! Seu objetivo é ajudar o grupo que se forma ao seu redor a ajustar o olhar e compreender em que consiste o sentido da vida, ou como é possível alcançar a felicidade que todos procuram. O movimento de subir a montanha é mais existencial e espiritual que geográfico: é um percurso ético, um caminho de amadurecimento humano e espiritual.
Jesus propõe a quem deseja segui-lo um caminho que leva a uma felicidade tão profunda quanto subversiva. Enquanto ensina, seu rosto é sério e, ao mesmo tempo, alegre: sério porque anuncia o que há de mais fundamental na vida humana; alegre porque está falando da felicidade que todos procuram, de um novo modo de avaliar e conduzir a vida. E não é fora de propósito imaginar que tanto os discípulos quanto o povo em geral arregalam os olhos, surpreendidos pelo ensino inusitado que brota do coração e dos lábios daquele jovem galileu que de repente desponta como mestre.
De fato, a expressão que Jesus usa repetidamente tem pouco a ver com um contentamento superficial ou com o sentimento de bem-estar. ‘Beatos,’ ‘bem-aventurados’ ou ‘felizes’ são expressões ligadas a uma alegria tão profunda quanto contagiante, uma alegria que brota da experiência da plena realização de todas as necessidades e sonhos que fazem alguém viver. Jesus não fala de emoções, sentimentos ou qualidades morais individuais, mas do favor e da benevolência gratuita, libertadora e generosa de Deus para com seus filhos e filhas, essa experiência de tocar com as mãos os próprios desejos e sonhos.
Não pode passar despercebido o caráter inusitado e subversivo da felicidade suscitada pela chegada do Reino de Deus e pregada por Jesus. Ele nos ensina e quer nos fazer crer que a felicidade verdadeira pertence às pessoas pobres e arrasadas, tanto física como espiritualmente; às pessoas que lamentam a força destrutiva dos poderes imperiais; àquelas que não recorrem à violência reativa, mas também não renunciam à esperança; às criaturas que não se deixam embebedar pelas migalhas de bem-estar oferecidas a poucos pelos dominadores de plantão.
E Jesus não termina aqui a lista dos grupos de pessoas que recebem como presente a felicidade que todos procuram. Beatas e felizes são também as pessoas que centram sua vida no atendimento das necessidades dos fracos, que não têm duas caras ou duas palavras, que semeiam fartura de vida e de pão nas brechas de um poder que promove a rapina, que são menosprezadas ou perseguidas por causa deste jeito livre e subversivo de viver. Convenhamos: não é bem esse o conteúdo e os traços concretos da felicidade que a maioria das pessoas estão buscando...
É essa boa notícia tão concreta quanto surpreendente que Paulo tem presente ao escrever à comunidade de Corinto. Relendo a história do povo judeu e do evento Jesus Cristo, o apostolo de Tarso insiste que, na sua relação com a humanidade, Deus não leva em conta o conhecimento, o poder e a nobreza. Ele escolhe o que costumamos considerar loucura, fraqueza e desprestígio para envergonhar os sábios, abalar os fortes e confundir quem pensa ser tudo. Assim, naquilo que é, faz e ensina, Jesus é para nós justiça, sabedoria santificação e libertação que vem de Deus.
Jesus de Nazaré, mestre feliz e venturoso peregrino em nossas humanas estradas! Inspirados no teu sermão e na vida e nas palavras de Gandhi, cujo aniversario de martírio recordamos amanhã, te pedimos: Ajuda-nos a dizer a verdade diante dos fortes e a não mentir para obter o aplauso dos fracos. Não deixes que nos embriaguemos com o êxito ou nos desesperemos com o fracasso. Faze-nos compreender que a tolerância é sinal de força, e que o desejo de vingança é sinal de debilidade. Mas ajuda-nos também a não deixar o dinheiro matar nossa fome de felicidade e o poder embaralhar nossa razão, o êxito matar a humildade, e a humildade obscurecer a nossa dignidade. Assim seja! Amém!

Itacir Brassiani msf

sábado, 21 de janeiro de 2017

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM

O jugo e o fardo que pesam sobre o povo estão com os dias contados!
Resultado de imagem para anuncio do reino de deusAquele que foi anunciado como o Cordeiro de Deus vem ao encontro dos últimos da sociedade e estabelece entre eles sua morada. A partir de um mundo periférico e envolto em trevas, Jesus de Nazaré anuncia viabiliza uma novidade que muda radicalmente o mundo: o Reino de Deus está tomando força. Para acolher e levar adiante este sonho indomável, ele chama homens e mulheres de boa vontade, aos quais pede unicamente que abram os olhos e a mente à novidade em curso e tenham a coragem de superar as divisões e competições mesquinhas, distanciar-se da surrada e desumana indiferença e romper os compromissos com os velhos e às vezes dourados sistemas de dominação.
Jesus começa sua missão depois que lhe chega a notícia da prisão de João Batista, seu parente profeta. Ele traz ainda muito viva a recente experiência do encontro com este profeta radical à beira do rio Jordão, a consciência de ser filho amado e servo dedicado (cf. Mt 3,13-17), assim como a prova das tentações, uma antecipação do confronto duro e exigente que marcaria toda sua missão (cf. Mt 4,1-11). 
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Jesus deixa sua pequena e querida Nazaré e se muda para para Cafarnaum, às margens do mar, sempre na região da Galiléia.  Mas esta mudança de endereço não tem nada de fortuito!
No passado, a região de Zebulon e Neftali assistira a uma violenta deportação dos seus filhos. Para Jesus, é lá que se reacende a luz da esperança e ressurge um canto de alegria. Ele escolhe esta região guiado pelo Espírito de Deus. Não muda de Nazaré para cidades maiores e famosas como Tiberíades (importante cidade portuária) ou Séforis (destacado centro cultural). Como cidadão judeu num território controlado por Roma, Jesus decide continuar morando na margem, junto à população empobrecida, longe daqueles que colaboram com o império e ao lado daqueles que lhe resistem.
Resultado de imagem para anuncio do reino de deusCom a presença de Jesus, a noite da opressão que envolve os povos se transfirgura em noite da libertação, a periferia se converte em centro de renovação, a canga e a vara que encarnam a dominação viram lenha de fogueira. Gritos e cantos de alegria substituem o clamor de um povo submergido nas sombras da morte. A razão de tal mudança? Tudo brota do alegre e jubiloso anúncio de Jesus: “Convertei-vos, pois o Reino dos Céus está próximo!” A novidade alegre é que o tempo de espera se esgotou! Jesus é o enviado de Deus para desatar o pesado fardo do pecado, jogado às costas do povo!
Mas Jesus não se limita a anunciar a proximidade do Reino de Deus. Ele faz questão de demonstrar sua presença e seu dinamismo mediante ações claramente libertadoras. Segundo o evangelista, Jesus “percorria toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, anunciando a Boa Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo.” Ele restaura a integridade física dos doentes, possibilita a reinserção social dos excluídos, derrota as forças que oprimem o povo e cura um mundo radicalmente enfermo. Com Jesus e em torno dele começa uma nova história.
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Mas sem envolvimento pessoal na ação não há liberdade que seja digna desse nome. Por isso, além de anunciar e demonstrar a irrupção dos áureos tempos sonhados, Jesus age chamando discípulos e associando-os à sua missão. Em torno dele, as pessoas chamadas formam uma espécie de comunidade alternativa, centrada na vivência, no anúncio e no serviço ao Reino de Deus, cujo conteúdo é a libertação radical do ser humano. O chamado de Jesus é uma espécie de contestação da pretensa imutabilidade da ordem dominante e uma demonstração da fecundidade da força que vem de Deus.
Os primeiros membros desta comunidade alternativa são duas duplas de irmãos, todos galileus marginais que se ocupavam da pesca. O evangelista ressalta a resposta positiva, imediata e incondicional do quarteto ao chamado de Jesus. A decisão de seguir Jesus comporta sempre, além da total confiança nele, um custo social e econômico considerável, expresso pelo abandono da atividade social. Por isso, Pedro, André e os filhos de Zebedeu deixam o barco e o pai, rompem com os valores da família patriarcal e com a sustentação do império romano e lançam as bases de uma família nova e alternativa.
Resultado de imagem para anuncio do reino de deusDeus querido, pai e mãe de uma humanidade ferida e sedenta de vida. Teu Filho iniciou sua missão na periferia, e continua chamando homens e mulheres pouco influentes mas muito sonhadores. Faz ressoar em nossos ouvidos, e nos ouvidos de muitos, o convite que ele não cessa de fazer. Dá-nos liberdade e generosidade para lançarmos as sementes de uma nova humanidade, prefigurada em famílias abertas e inclusivas e em comunidades solidárias e totalmente empenhadas em frutificar em boas obras, ou seja, na tarefa de conduzir todas as pessoas e povos à tua única e querida família. Assim seja!  Amém!

Itacir Brassiani msf

DIA DE SANTA INÊS

Ainda não preparada para o sofrimento e já madura para a vitória!
Resultado de imagem para santa inesCelebramos o natalício de uma virgem: imitemos sua integridade; é o natalício de uma mártir: ofereçamos sacrifícios. É o aniversário de Santa Inês. Conta-se que sofreu o martírio com a idade de doze anos. Quanto mais detestável foi a crueldade que não poupou sequer tão tenra idade, tanto maior é a força da fé que até naquela idade encontrou testemunho.
Haveria naquele corpo tão pequeno lugar para uma ferida? Mas aquela que quase não tinha tamanho para receber o golpe da espada, teve força para vencer a espada. E isto numa idade em que as meninas não suportam sequer ver o rosto zangado dos pais e choram como se uma picada de alfinete fosse uma ferida!
Mas ela permaneceu impávida entre as mãos ensanguentadas dos carrascos, imóvel perante o arrastar estridente dos pesados grilhões. Oferece o corpo à espada do soldado enfurecido, sem saber o que é a morte, mas pronta para ela. Levada à força até os altares dos ídolos, estende as mãos para Cristo no meio do fogo, e nestas chamas sacrílegas mostra o troféu do Senhor vitorioso. Finalmente, tendo que introduzir o pescoço e ambas as mãos nas algemas de fero, nenhum elo era suficientemente apertado para segurar membros tão pequeninos.
Resultado de imagem para santa inesNovo gênero de martírio? Ainda não preparada para o sofrimento e já madura para a vitória! Mal sabia lutar e facilmente triunfa! Dá uma lição de firmeza apesar de tão pouca idade! Uma recém-casada não se apresaria para o leito nupcial com aquela alegria com que esta virgem correu para o lugar do suplício, levando a cabeça enfeitada não de belas tranças mas de Cristo, e coroada não de flores mas de virtudes.
Todos choram, menos ela. Muitos se admiram de vê-la entregar tão generosamente a vida que ainda não começara a gozar, como se já tivesse vivido plenamente. Todos ficam espantados que já se levante como testemunha de Deus quem, por causa da idade, não podia ainda dar testemunho de si. Afinal, aquela que não mereceria crédito se testemunhasse a respeito de um homem, conseguiu que lhe dessem crédito ao testemunhar acerca de Deus. Pois o que está acima da natureza, pode fazê-lo o Autor da natureza.
Resultado de imagem para santa inesQuantas ameaças não terá feito o carrasco para incutir-lhe terror! Quantas seduções para persuadi-la! Quantas propostas para casar com algum deles! Mas sua resposta foi esta: “É uma injúria ao Esposo esperar por outro que me agrade. Aquele que primeiro me escolheu para si, esse é que me receberá. Por que demoras, carrasco? Pereça este corpo que pode ser amado por quem não quero!” Ficou de pé, rezou, inclinou a cabeça.


Terias podido ver o carrasco perturbar-se, como se fosse ele o condenado, tremer a mão que desfecharia o golpe, e empalidecerem os rostos temerosos do perigo alheio, enquanto a menina não temia o próprio perigo. Tendes, pois, numa única vítima um duplo martírio: o da castidade e o da fé. Inês permaneceu virgem e alcançou o martírio.

Do Tratado sobre as Virgens, de Santo Ambrósio, bispo
Fonte Liturgia das horas