English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified
By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 27 de fevereiro de 2016

3º DOMINGO DA QUARESMA


Image result for 3º DOMINGO DA QUARESMAIdeia principal: A figueira da nossa vida está dando frutos de penitência e conversão?
Síntese da mensagem: Continuamos no ano da Misericórdia. Sem dúvida alguma que todos os males que sofremos a nível pessoal, familiar, social, eclesial, mundial… devem-se aos nossos pecados. Não é que Deus está nos castigando. Mas os nossos pecados não ficam impunes. Pagamos as consequências dos nossos extravios. Por isso, urge dar frutos de conversão. Somente se nos arrependermos, obteremos a misericórdia de Deus (Evangelho) e Ele nos encherá de frutos de santidade. Quaresma é o tempo da experiência da misericórdia e da libertação de Deus (1 leitura). Quem crer que está firme, que tome cuidado para não cair (2 leitura).
Pontos da ideia principal:
Image result for 3º DOMINGO DA QUARESMAEm primeiro lugar, Cristo nesta Quaresma, e durante toda a nossa vida, chama-nos à conversão e a dar frutos de conversão. Só desse jeito chegaremos preparados para a Páscoa. Somos figueiras que Ela plantou no jardim do mundo. Deus nos dotou com a capacidade de fazer o bem, de cultivar a justiça e de manter umas relações sãs com os demais e com Deus mesmo. Mas como dono e Senhor dessas figueiras que somos nós, pode exigir de nós e pedir contas. A conversão leva consigo a renúncia ao pecado e ao estado de vida incompatível com o ensinamento de Cristo, e a volta sincera a Deus. Não bastaria o nosso simples propósito de mudar de vida, se não existir dor pelas faltas cometidas. A conversão não é só fazer penitência, no sentido de realizar umas obras de jejum e de esmola. A palavra grega para penitência é “metánoia”, que significa mudança de mentalidade. O que Deus nos pede nesta Quaresma é uma mudança num nível bastante mais profundo do que no nível das meras obras externas. Uma conversão, se for autêntica, “faz dano”, porque significa meter o “dedo na chaga” e corrigir as raízes dos nossos males. Se tiver que “operar”, temos que estar dispostos a pegar o bisturi e cortar o que for necessário, e não nos conformar com a aplicação de um pomada suave que não chega às raízes do nosso mal. E o que temos que cortar sem contemplações são as causas dos nossos pecados que ofendem a Deus e os nossos irmãos.

Image result for 3º DOMINGO DA QUARESMAEm segundo lugar, Cristo espera frutos concretos de conversão da nossa figueira (evangelho). Paulo na segunda leitura aos cristãos de Corinto jogou na cara deles que alguns dos israelitas que fizeram o caminho com Moisés pelo deserto não agradaram a Deus, nem foram fiéis à Aliança, deixando-se levar pelas tentações dos povos vizinhos. Procuraram outros deuses permissivos. Por isso não entraram na terra prometida. Para Paulo isso deveria servir para nós de escarmento. Não basta com pertencer ao povo de Deus, ou com dizer umas orações ou levar umas medalhas ou ir de peregrinação a um Santuário. Algo tem que mudar na nossa vida para que a nossa figueira pessoal dê os frutos que Deus espera. Temos que ser sinceros e entrar na nossa horta interior e matar todo bicho ou praga que estiver destruindo a nossa figueira: egoísmo, indiferenças, protestos, rebeldias interiores, maltrato ao próximo, infidelidade matrimonial ou sacerdotal, mentiras e trapaças. Se tiver que fumigar com adubo eficaz a horta, o que estamos esperando? Se tiver que regar com a oração, por que vamos dando mais tempo ao assunto? Se tiver que podar, peguemos as tesouras e cortemos sem contemplações. A paciência de Deus pode ter um limite: “corte essa figueira”.      

Image result for 3º DOMINGO DA QUARESMAFinalmente, quantos séculos faz que Deus vem pedindo frutos! Pensemos naquela Europa cristã, que recebeu a primeira semente da fé por boca dos mesmos apóstolos, regada com o sangue de inumeráveis mártires, protegida pelos santos pastores, civilizada pela multidão de monges, enriquecida com toda classe de dons. Beneficiária, ela também, de um amor de grande predileção da parte do Senhor. E o que encontra esse Dono? Alguns frutos bons, bendito seja Deus! Mas quanto fruto mau: ateísmo, agnosticismo, indiferentismo, relativismo, descenso da fé e fechamento de igrejas e mosteiros, avanço de outras religiões fanáticas e blasfemas, como disse o Papa Francisco, que em nome de Deus perpetram atentados desumanos. Onde estão as virtudes cristãs que fizeram possível a edificação das magnificas catedrais, a criação das escolas e das universidades, a construção de uma sociedade que tinha por lei o Evangelho, os tesouros da arte, as obras mestras da literatura cristã, o governo de príncipes santos: São Fernando III de Castilla, Santa Margarita da Escócia, São Vladimiro de Kiev, São Luís IX da França, Santa Matilde de Ringelheim, e tantos outros? Oremos pelos cristãos fiéis que na velha Europa, mãe da nossa cultura e da nossa fé, continuam combatendo o bom combate, e peçamos com eles ao dono do campo que conceda àquela bendita terra “um ano mais”, e a graça de que os seus corações se abram à penitência que dá frutos de vida eterna.

Image result for 3º DOMINGO DA QUARESMAPara refletir: Nosso Senhor Jesus Cristo é um Rei misericordioso que perdoará a quem confessar humildemente os seus pecados; não perdoará a quem se recusar a abandonar-se nas suas mãos bondosas. Abramos as nossas almas ao presente da sua misericórdia! Só assim poderemos dar frutos de conversão, de santidade e de vida eterna. Olhemos o nosso coração, quais frutos estamos dando a nível pessoal, a nível familiar, a nível laboral, a nível paroquial?
Image result for 3º DOMINGO DA QUARESMA
Para rezar: Senhor e Deus nosso, tende paciência de mim, pois quero dar fruto abundante para maior glória vossa. Não me maldigais, como maldissestes aquela figueira na que só encontrastes folhas (cf. Mt 21,19). Não quero que me tireis o vosso Reino, para entregá-lo a um povo que produza frutos que esperais (cf. Mt 21,43). Que seja consciente, Senhor, que o vosso Pai Deus será glorificado quando eu der muito fruto e mostre assim que sou o vosso discípulo (cf. Jo 15,8).

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

ALEGRIA DA CONVIVÊNCIA

Tivemos a grande alegria da visita e celebração ontem dia 22 com o Pe Loacir Luvison Missionário da Sagrada Família que trabalha na Bolívia, mais precisamente em Santa Cruz de la Cierra.
 Ele estando no Encontro dos Irmãos aqui em Santo Ângelo quis celebrar
 conosco os 40 anos em que fez seus votos na congregação.
 Parabéns querido amigo por este testemunho de fidelidade e de amor pela missão.
Também está conosco esta semana nosso irmão no Carmelo Fr. Everton que trabalha em Londrina na casa de formação Monte Carmelo e está nos transmitindo um pouco de sua sabedoria sobre São João da Cruz. Momentos de graça para a comunidade.









Neste dia 23 celebrou conosco nosso amigo Padre Hilário Dewes, que partilhou conosco sua caminhada sacerdotal e o trabalho que realiza junto as pessoas que sofrem e precisam de um apoio e ajuda espiritual. Obrigada Pe. Hilário por sua amizade e presença amiga.



















sábado, 20 de fevereiro de 2016

2º DOMINGO DA QUARESMA


Image result for 2º Domingo da quaresmaIdeia principal: Subamos a colina do Tabor.
Síntese da mensagem: Depois de ter lido e meditado no domingo passado a luta contra as tentações e o mal, hoje com a passagem da transfiguração temos assegurado que a vida cristã termina com a vitória e a glorificação, se lutarmos com e do lado de Cristo. Reflitamos na colina do Tabor. Sabemos que Ocidente repousa sobre três colinas: a Acrópoles, o Capitólio e o Gólgota. A Acrópoles está em Atenas e Atenas deu ao mundo o homem livre e pensador. O Capitólio está em Roma e Roma nos deu o homem do direito e do império. O Gólgota está em Jerusalém, que deu a síntese dos homens ateniense e romano: o homem livre, não “de” mas “para”, o mandamento, a Igreja ecumênica e os destinos eternos. Portanto, Ocidente descansa, culturalmente, sobre estas colinas: liberdade, direito e religião.
Image result for 2º Domingo da quaresma
Pontos da ideia principal: Em primeiro lugar, tem uma quarta colina, que se levanta do chão apenas uns 588 metros, mas gloriosa pela glória do Filho de Deus que brilho no seu topo, que transtorna o sentido e transfigura a visão de Atenas, de Roma e de Jerusalém. E essa colina é o Tabor. E um dia Jesus deixou no pé da montanha os apóstolos e, com Pedro, João e Tiago, subiu ao seu cume, no momento em que descia uma nuvem branca, redonda e luminosa, que a cobriu. Na nuvem vinha Deus e, com Ele, os homens de grande expoente na história de Israel, Moisés, legislador de Deus e libertador do seu povo Israel. E Elias, vidente de Israel e defensor da religião de Javé. Vinham para celebrar com Jesus, e nunca melhor dito, uma reunião de topo. Nesse topo Jesus autorizou por única vez, e que não serviu de precedente, que a divindade saísse pelos poros do corpo e o convertesse, pela luz da sua glória, em homem de alabastro luminoso na altura da colina e da noite. Falou então o seu Pai e fez a revelação mais transcendental da história: “Este é o meu Filho, o predileto, escutai-o”.

Image result for 2º Domingo da quaresmaEm segundo lugar, por que não subimos também nós nessa colina do Tabor? Atrevo-me a gritar desde aqui: “Homens e mulheres livres de Jesus Cristo, os que viveis instalados na montanha mágica do bem-estar material, os satisfeitos com a vossa transfiguração econômica, rejeitai, por favor, a saída de tom burguês de São Pedro e hoje comum a tantos: “Que bem se está aqui…!”. Pedro não sabia o que dizia, esse coitado. Olhai para baixo, onde vivem mal os desgraçados do vale e os proletariados da vida- que tanto nos recorda e nos recorda até à saciedade o Papa Francisco-: os que carecem das primárias e urgentes liberdades de um trabalho, um salário, um seguro, uma pensão, um prestígio, um saber, um futuro pessoal e familiar. Estas são as urgências de um filho da liberdade, de um filho de homem, de um filho de Deus. A estes, escutai-os!”.
Image result for 2º Domingo da quaresma
Finalmente, e continuo gritando desde o cume plano do Tabor, cuja glória muda totalmente a visão do Capitólio de Roma e o sentido do homem do direito imperial: “Homens e mulheres com os direitos humanos de Jesus Cristo, os que viveis instalados na montanha fastuosa do poder (político, religioso, econômico, social, cultural), satisfeitos com a vossa própria transfiguração social, rejeitai, por favor, a ideia classista de São Pedro: “Façamos aqui três chalés residenciais…”. Para quem? E para os outros, que? Pedro não sabia o que dizia. Olhem para baixo, onde pululam como formigueiro os párias das terras. Os explorados pelo ditador político, cultural, sindical, fiscal. Ou pelo negreiro das terras, Fazenda estatal, sindicato político, empresário ou trabalhador. Mais os marginalizados sem título de um prestígio na parede, sem um livro na cabeça nem no coração a esperança de um dia levantar a cabeça. A este, temos que escutar”. E se me permitirem, continuo gritando hoje assim: “Homens e mulheres de Jesus Cristo, os que viveis instalados na montanha mística dessa religiosidade, os satisfeitos da vossa transfiguração espiritual, rejeitai, por favor, o desproposito pietista de São Pedro: “Que bem…! Façamos três chalés residenciais”. A desfrutar da glória, não é mesmo? E dos outros, os que se afastaram de Deus, prescindiram da redenção, os de costas à Igreja, os matrimônios fracassados e em outras uniões, os jovens que não pisam a Igreja… que?”.

Image result for 2º Domingo da quaresmaPara refletir: Prefiro esse quietismo cômodo e egoísta de São Pedro, quando sei que só 1 de cada 4 ouviu falar de Cristo, e de 10, só 2 se aproximam da Igreja? Sou dos que beijam Deus na Igreja e fora dela o jogam na esquina, ou seja, deixam de lado o homem pobre, necessitado, agnóstico, indiferente ou de outra cultura? Não são estes os filhos prediletos de Deus, a carne de Cristo, como nos diz o Papa Francisco?

Para rezar: Senhor, dai-me forças para subir a colina do Tabor. Dai-me olhos para ver a vossa glória e formosura, e desde ali ver as necessidades dos meus irmãos. Dai-me coração para sentir a vossa beleza e me comover diante do meu irmão pobre, que vos representa. Dai-me ouvidos para escutar a voz do vosso Pai e a voz dos meus irmãos excluídos. Dai-me pés para descer dessa colina rapidamente e ir e buscar esses irmãos e levá-los a essa colina do Tabor para que também eles façam a experiência de Vós e do vosso amor. E transfigurem a sua dor em gozo.

1º DOMINGO DA QUARESMA


Image result for 1º Domingo da quaresmaA Quaresma do ano 2016 está demarcada no ano da misericórdia. Sabemos bem que Deus é misericórdia e demonstrou ao longo dos séculos. Mas também sabemos que a misericórdia pressupõe que nós nos reconheçamos pecadores, aproximemo-nos de Deus, peçamos-lhe perdão sinceramente e nos proponhamos à emenda de vida. Deus concede misericórdia generosamente e sem limites para quem está arrependido. Dependo de nós abrir o nosso coração a essa misericórdia de Deus mediante o coração contrito e humilhado, disposto para começar de novo e voltar ao caminho reto, deixando a vida e os caminhos de pecado.
Algumas observações para entender a Quaresma guiados pelo evangelho de São Lucas neste ciclo C.
As primeiras leituras nos apresentam os grandes momentos e acontecimentos da história da salvação, segundo o plano histórico de Deus, desde o principio até a chegada de Jesus.

As segundas leituras de São Paulo sempre dão esse tom moral, aplicando a mensagem da primeira leitura à vida de cada um de nós.
Image result for 1º Domingo da quaresma
Os evangelhos têm uma linha clássica: as tentações de Jesus, a transfiguração no monte (comum aos outros evangelhos no ciclo A e B). Os outros domingos têm um tom de conversão para demonstrar a grande misericórdia de Deus.

Comentário para este primeiro domingo da Quaresma.

Ideia principal: O deserto da Quaresma nos convida a centrar a nossa vida no essencial: na fé que devemos professar com a boca e com a vida (1 e 2 leituras). Fe que será provada pelo inimigo das nossas almas, o Demônio, que nos tentará nos três pontos mais fracos que todos carregamos como herança do pecado original: ter, poder e glória (evangelho).

Image result for 1º Domingo da quaresmaSíntese da mensagem: Ajudados pelos recursos pedagógicos da Quaresma- ambientação mais austera, cantos apropriados, o silêncio do aleluia e do Glória- e sobretudo pelas orações e leituras bíblicas, dispomo-nos para empreender, na companhia de Jesus, a sua “subida à Cruz”, para viver uma vez mais a Páscoa, a passagem a uma vida nova. Cristo quer nos comunicar um ano mais a sua vida nova com a oração e o sacrifício para sermos fortes diante das tentações diárias de Satanás no deserto da nossa vida, renovando a nossa fé no Senhor. Não podemos negociar com o maligno. Viver de outro jeito, ou seja, “de batismo, sou cristão e, de profissão, sou pagão” é uma incoerência e tentaríamos a Deus.
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, vamos ao deserto. O deserto reduz o homem ao essencial, despojando-o do supérfluo, a ficar só com as coisas fundamentais: água, comida, caminho apertado, roupa apropriada para se proteger do sol e do frio. E sobretudo com a fé. Fe nua dos seus apetites e desejos, da que fala o nosso místico “abulense”, São João da Cruz nas suas obras Noite Escura da Alma, o Cântico Espiritual e a Chama de amor Viva. A Quaresma que acaba de ser aberta com Cristo no deserto quer nos levar à substancia e ao miolo da existência cristã: a fé no nosso Deus por cima de tudo. Aqui no deserto da Quaresma, do mesmo modo que Moisés pedia ao povo “a profissão histórica de fé” ao oferecer as primícias diante do altar do Senhor (1 leitura), também a nós pede renovar a nossa fé. A profissão de fé não é uma lista de “verdades para crer” ou de “quefazeres para cumprir”, mas uma “história para recordar e pela qual dar graças”. Para o povo de Israel era o recordar das grandes maravilhas que Deus fez com ele para tirá-lo da escravidão do Egito; para nós, voltar a experimentar nesta Páscoa a autêntica liberdade trazida pela morte e ressurreição de Cristo, que nos desatou da escravidão do pecado e da morte eterna e nos fez partícipes da vida nova; vida de santidade e de graça, vida de liberdade e de plenitude. Não podemos ter saudades das “cebolas do Egito sedutor”, mas voltar a agradecer a liberdade dos filhos de Deus concedida no batismo.
Image result for 1º Domingo da quaresma
Em segundo lugar, durante o deserto da nossa vida devemos recordar as façanhas misericordiosas de Deus para renovar a nossa fé nesse Deus fiel. Fazer isto não é somente exercício de pensamento, mas uma viagem ao interior da trama às vezes escura e frágil da nossa própria história. Luzes e sombras. Santidade e pecado. Tempestade e bonança. Segurança e desconcerto. Dúvidas e certezas. Assim tem sido a nossa vida e a vida da humanidade. Essa fé em Deus misericordioso se alimenta na oração contemplativa, sim, mas depois tem que se derramar como perfume de caridade no nosso dia-a-dia: na nossa casa e na família, no trabalho e nas amizades, na rua e nas férias, pois “a fé sem obras é uma fé morta” (Tiago 2,14).

Portanto, na Quaresma, Deus também nos convida a revisar as nossas obras de caridade e de misericórdia, como nos recordou o Papa Francisco ao nos pedir trabalhar em cada mês do ano da misericórdia numa dessas obras de misericórdia, que têm o seu fundamento bíblico em (Isaias 58,6-7 e Hebreus 13,3): Dar de comer ao faminto, dar de beber ao sedento, dar hospedagem ao necessitado, vestir o nu, visitar o enfermo, socorrer os presos e enterrar os mortos (materiais). Ensinar o que não sabe, dar bom conselho ao que necessita, corrigir o que está no erro, perdoar as injúrias, consolar o que está triste, sofrer com paciência os defeitos alheios e pedir a Deus pelos vivos e pelos mortos (espirituais). Se Deus foi e é misericordioso com o seu povo (1 leitura) e conosco em Cristo Jesus (2 leitura), nós também temos que sê-lo com os nossos irmãos.

Finalmente, a narração das tentações de Jesus é para nós uma urgência e um aviso: durante o deserto da nossa vida a nossa fé será tentada. Cristo aqui, vencendo o maligno que quis distorcer a sua missão messiânica para convertê-la em missão temporal e triunfalista, chega para ser para nós o emblema luminoso da fé bíblica, isto é, da adesão plena e total a Deus e ao seu plano traçado no cosmos e na história: o plano da salvação através da pobreza, do desprendimento, do sofrimento e da cruz. Também nós seremos tentados por esses três lados fracos: ter, poder e glória. Então, o que fazer? Cristo nos ensina a vencer as tentações. Rejeitando as tentações do inimigo, ensinou-nos a sufocar a força do pecado. E os meios que usou foram: a oração com a Palavra de Deus que é espada de dois gumes (cf. Hb 4,12); sem oração, um homem é como um soldado sem água, comida e munição. Oração com a Bíblia entre as mãos. O jejum, para fortalecer o espírito e ter na linha e educar o nosso corpo que sempre tem as suas teimosias de sensualidade, materialismo e ambição. O jejum é um treinamento no conhecimento próprio; é uma arma chave para o autodomínio. Se não temos domínio sobre nossas próprias paixões, especialmente sobre a comida e o sexo, não podemos nos possuir a nós mesmos e colocar o interesse dos demais antes do que o nosso.
Image result for 1º Domingo da quaresma
Não esqueçamos a vigilância para estar alerta e nos dar conta por qual caminho da nossa vida quererá nos assaltar o inimigo de Deus e da nossa alma. O desprendimento das coisas nos fará muito bem para encher-nos de Deus; infelizmente, quanto mais vazio está o coração da pessoa, mais precisa de objetos para comprar, possuir e consumir. A humildade será arma eficaz contra o nosso orgulho; a proteção maior contra o egoísmo e autossuficiência é buscar a Deus humildemente na oração. Empunhemos também a arma do santo Rosário, que tanto odeia e teme o demônio, pois contemplar os mistérios de Cristo al lado de Maria deixa o demônio com uma raiva sem nome e se afastará de nós imediatamente. Santo Tomás diz: “Não agiu o Senhor na tentação usando do seu poder divino- de que nos teria aproveitado então o seu exemplo?- mas que, como homem, serviu-se dos auxílios que tem em comum conosco” (Comentário ao evangelho de São Lucas).

Para refletir: Como quero viver neste ano esta Quaresma? Quais tentações experimento durante o caminho pelo deserto da vida: sensualidade e luxuria, ambição e avareza, vaidade e soberba, preguiça e relaxamento? Quais são as armas que levo comigo para ganhar a batalha do inimigo: oração, jejum, sacrifícios, vigilância, o santo rosário, a cruz de Cristo?
Image result for 1º Domingo da quaresma
Para rezar: Neste ano da misericórdia vos peço, Senhor Jesus, que não abuse mais do vosso amor e ternura. Dai-me força para vencer o inimigo que quer ganhar a minha alma. Que ao vosso exemplo, não dialogue com o tentador, mas que o assalte com a vossa Palavra que é ao mesmo tempo, dardo e escudo, capacete e armadura. Senhor, que ore para não cair na tentação.

Comentário sobre a liturgia do Pe. Antônio Rivero, L.C., Doutor em Teologia Espiritual, professor e diretor espiritual no seminário diocesano Maria Mater Ecclesiae de São Paulo (Brasil)