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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PRIMEIRA MISSA DE PE. GIANNI MARCOS PITTOL


No dia 17 de janeiro de 2015 o recém ordenado Pe. Gianni Marcos Pittol celebrou sua primeira missa em nossa comunidade. 
Pe. Gianni foi ordenado presbítero em nossa Diocese pela imposição das mãos de nosso Bispo Diocesano D. Liro Vendelino Meurer, no dia 9 deste, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias, do município de Chiapeta.
O lema de sua ordenação é: "Eis que o Semeador saiu a semear!" (Mt 13,3).
O jovem padre foi acompanhado em seu tempo de formação pela oração de todas as irmãs a qual ele agradeceu várias vezes durante a celebração.
Desejamos ao mais novo padre ordenado de nossa diocese, que se coloque sempre nas mãos amorosas Daquele que um dia o chamou para colocar-se em seu seguimento e que não cessa de chamá-lo.
Pe. Gianni, o chamado que Jesus lhe faz é único e especial. Só você pode ouvi-Lo, só você pode responder-Lhe, só você pode comprometer-se com Ele, só você pode progredir nos caminhos misteriosos do Espírito, só você pode ser feliz neste chamado, portanto, grande parte de sua felicidade depende de você. As surpresas gozosas dependem Dele. Faça sua parte, faça uma nova História, faça o novo de Jesus e seu Evangelho acontecer. O povo de Deus espera por você.
PARABÉNS!
CONTE SEMPRE COM NOSSA ORAÇÃO, AMIZADE E FRATERNIDADE.
SEJA FELIZ!
























domingo, 11 de janeiro de 2015

SOLENIDADE DO BATISMO DE JESUS



NO BATISMO, RENASCEMOS EM DEUS PARA REINVENTAR O MUNDO.
Com a festa do batismo de Jesus concluímos o tempo festivo do Natal e começamos o tempo comum. Não esqueçamos, entretanto, que, da Epifania, celebrada no último domingo, ao batismo de Jesus, celebrado hoje, estamos dando um salto cronológico de 30 anos! O tempo da chamada ‘vida oculta’, que antecede o tempo da missão de Jesus, é o tempo em que o filho de Deus se encarna, se aproxima de nós, e assume a vida humana comum até às últimas consequências. Esses 30 anos não apenas preparam sua missão libertadora, mas já são a libertação em curso.
O evangelista registra que “naqueles dias (em que o povo da Judeia e de Jerusalém ia ao encontro de João e confessava seus pecados) Jesus chegou de Nazaré da Galileia”. Marcos não dá nenhuma outra informação sobre a origem de Jesus. Sabemos apenas que ele vinha de um lugar desconhecido e que, depois do encontro com João e do discernimento no deserto, voltaria para o lugar donde viera. Jesus não é apresentado mediante uma sólida genealogia e não pertence a uma linhagem relevante. Suas raízes se perdem na anônima Nazaré, e sua identidade se confunde com o povo suspeito da Galileia...
Chama a atenção que em Marcos dedica ao batismo de Jesus apenas três versículos do seu evangelho. O tempo no qual ocorre seu batismo não é propriamente especial frente ao batismo do povo humilde, que buscava João e confessava seus pecados. Foi exatamente “nesses dias” que Jesus “foi batizado por João no rio Jordão”. Não houve tempo nem lugar especial: aquele tempo e aquele lugar reunia os pecadores, e Jesus entrou na fila com eles. Ao redor, ninguém viu nada de especial no seu batismo, nem mesmo João Batista. Só Jesus “viu o céu se resgando”, o Espírito descendo “como pomba”...
E também é somente Jesus que ouve uma voz que vem do céu aberto: “Tu és meu filho amado; em ti encontro o meu agrado.” Aqueles que estavam com Jesus não viram nem ouviram nada! E Marcos não registra nenhuma reação de quem quer que seja. Nenhuma aclamação ou comentário... E então nos perguntamos: O que teria realmente acontecido, e o que o batismo teria significado para aquele jovem galileu? Não esqueçamos que, segundo o judaísmo ortodoxo, o batismo de João não somente não era necessário para a salvação, como também era também suspeito e objeto de crítica...
Antes de tudo, o batismo teve para Jesus o sentido que tinha para João. O batismo no rio Jordão representava o cancelamento dos débitos do povo com o judaísmo: quem era batizado na água se desobrigava frente aos valores e estruturas do sistema judaico, representado pelos sacerdotes e materializado no templo. Era um grito de liberdade e a proclamação de uma nova lealdade! Ao mesmo tempo, o batismo expressava o desejo de endireitar as estradas e preparar os caminhos para o encontro com Deus, a expectativa de que algo novo e transformador estava para acontecer.
É nesse horizonte de sentido que Jesus descobre que o céu está aberto, que Deus não dá as costas ao seu povo sofrido e fiel. Jesus experimenta a força recriadora de Deus em forma de pomba, e entende que ele, um jovem da pequena Nazaré e da suspeita Galileia, é o filho querido que muito agrada a Deus. Jesus se descobre filho ungido para se opor aos poderosos da terra (cf. Sl  2) e servo fiel para carregar os pecados do mundo e as dores dos oprimidos (cf. Is 42). O batismo apresenta Jesus crescendo na consciência de que uma nova criação está em curso, sustentada pelo amor e a ele orientada.
Na catequese que desenvolve na casa de Cornélio, um homem considerado pagão, Pedro ressalta sua repentina descoberta, que se torna arraigada convicção: Deus não faz distinção de pessoas, aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja sua religião. E Paulo fundamenta isso no percurso missionário que Jesus percorre após seu batismo: ungido pelo Espírito Santo, ele “andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele”. Essa é a boa notícia da paz anunciada inicialmente aos israelitas, extensiva ao mundo todo...
Jesus de Nazaré, peregrino de Deus no santuário das dores e sonhos humanos! Hoje, no dia em que lembramos teu batismo em meio aos pecadores e tua experiência de ser filho amado e servo fiel, te pedimos a graça de renovar e viver fielmente nosso próprio batismo. Não permitas que a nova pertença que este sacramento sinaliza nos separe ou nos coloque acima dos demais seres humanos. Faz com que, na força do teu Espírito, por onde quer que andemos, façamos o bem a todos, começando pelos últimos. Assim, contigo renasceremos em Deus e reinventaremos o mundo. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf 

MENSAGEMDE UM AMIGO NESTA PASSAGEM DO TEMPO LITÚRGICO DO NATAL PARA O TEMPO COMUM

Amigos e amigas colaboradores do Evangelho, gente especialmente querida!
Como sabemos, com a festa do batismo de Jesus concluiremos mais um ciclo litúrgico do Natal. Para Jesus, o batismo significou a ruptura com o sistema de coerção e punição representado pelo templo, que ensinava que o céu estava fechado à humanidade, especialmente os pecadores, que eram também os mais pobres, porque esta havia causado a ira de Deus. Jesus vê o céu aberto e ouve um anúncio jubiloso: Ele – e nele também toda e qualquer pessoa! – é filho querido do Pai, motivo de seu prazer, e não da sua ira! Entrando na fila com os pecadores – conosco! – ele nos convida a descobrir o verdadeiro rosto de Deus e a ele servir. Como o fez, segundo o evangelho de hoje, exercendo a compaixão transformadora em meio à fome da multidão. Fraternalmente, na alegria de caminhar com você na escuta, na encarnação, na comunhão e na missão, marcas do espírito de Nazaré, ITACIR BRASSIANI MSF.

SOLENIDADE DA EPIFANIA - MANIFESTAÇÃO DE DEUS A TODOS OS POVOS

DEUS E SEU REINO
NÃO SÃO PROPRIEDADE
EXCLUSIVA DOS CRISTÃOS!

Dentro do inspirador tempo litúrgico do Natal, hoje somos convidados a participar da festa da manifestação de Jesus Cristo como caminho de salvação acessível a todos os povos. Em Jesus, todos os povos e religiões são reconhecidos como legítimos herdeiros do Reino de Deus. Assim, Jesus Cristo não é propriedade dos católicos, nem dos cristãos. O Pe. Berthier ensina que este é o dia do aniversário do nosso chamado à fé. “Os magos foram fiéis ao apelo de Deus; sejamos fiéis ao chamado à vida cristã!” O encontro verdadeiro e profundo com Deus encarnado nos leva a mudar os rumos da caminhada...
Paulo nos fala de um mistério até então desconhecido e finalmente a ele revelado: que todos os povos e religiões participam da mesma herança do Reino de Deus e são membros do corpo de Cristo em igual dignidade com os judeus. Com isso, derruba todos os muros que hierarquizam e separam, mas também atrai a desconfiança e a raiva de muitos compatriotas. Em nome de Deus, Paulo nega toda espécie de privilégio ou superioridade baseado em princípios religiosos. Na raiz da nossa fé está esta alegre descoberta da igualdade, sem privilégios. Mas como é difícil assimilar este aspecto da nossa fé!
A antífona de entrada da missa proclama que o nosso rei chegou trazendo nas mãos o poder e a glória. Sim, nas suas mãos abertas e pedintes está a força que nos arranca do fechamento e da indiferença, que nos comove à compaixão e à solidariedade. A glória de Deus se manifesta quando suas criaturas acessam à vida abundante. No encontro com um Deus que se revela esvaziado do poder e da glória que lhe atribuímos, escutamos o apelo a dar as mãos e construir um mundo novo. Aproximemo-nos pois do estábulo de Belém para acolher e reconhecer o rei-servo que nos conduz ao melhor de nós mesmos...


Homens de outros pagos e diferentes crenças, os magos chegam a Jerusalém vindos do oriente, guiados por um sinal. Mateus nos diz que eles batem às portas dos chefes políticos e dos líderes religiosos comodamente instalados na capital e lhes pedem ajuda para decifrar os sinais e descobrir o caminho. Os escribas mostram que sabem, mas são incapazes de se mover. Herodes fica sabendo das coisas mas é assaltado pelo medo de perder o poder. Os magos aprendem e ensinam que Aquele que merece honra e reverência não costuma instalar-se nos palácios e morar nas capitais...
Por mais que o profeta a elogie, Belém está entre as cidades mais insignificantes de Judá. Somente a teimosia e a fé dos pobres e sonhadores utópicos podem levar a esperar algo de um lugar tão insignificante. Mas é em direção a Belém que os magos seguem, e é lá que encontrarão a alegria com feições de um menino, deitado numa manjedoura, sob o olhar cuidadoso de uma mãe e um pai. Como os magos, sábios estrangeiros e pagãos malvistos, somos chamados a redescobrir nossa fé original nos lugares distantes do poder e da ostentação.
Herodes aconselhara aos magos vindos do oriente que fossem a Belém em busca de informações, mas eles caminham levando presentes, e não cadernos de anotações... A estrela-sinal cumpre seu papel transitório, mas o sinal de que a humanidade tem um novo líder é o “menino deitado na manjedoura”. Os magos reconhecem a realeza de Jesus Menino e lhe oferecem ouro. Proclamam sua divindade oferecendo-lhe incenso. Mas prenunciam já sua humana morte oferecendo-lhe mirra. Mas eles não voltam a Herodes, e o mesmo fato que faz a alegria deles provoca o medo de Herodes...
Este é o núcleo da fé que professamos: um Deus que se sente bem assumindo a carne humana e que, por amor solidário, não recusa a cruz. Como é possível que tenhamos nos afastado tão perigosamente disso? Como entender que as igrejas tenham transformado a estrebaria em palácios, os sábios estrangeiros em reis que barram migrantes, os pastores em imperadores implacáveis? Como é possível que tenhamos descafeinado a fé cristã, reduzindo-a a uma espécie de analgésico para acalmar as dores de consciência, ou, pior ainda, em mecanismo de sustentação de poderes despóticos?
Dirigimo-nos a ti, Deus dos humilhados, Deus envolto em faixas, destino e refúgio de todos os que peregrinam nas estradas de um mundo desigual. Dá-nos palavras e sinais com força e luz para guiar nossos passos inseguros no rumo certo. Não permite que nos detenhamos nos palácios que, geralmente, escondem tramas e prisões. Ajuda-nos a reconhecer tua presença na Belém de todos os homens e mulheres, e a ver as diversas religiões como caminhos paritariamente dignos que conduzem ao encontro contigo no coração das tuas amadas criaturas. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

SOLENIDADE DE MARIA, MÃE DE DEUS

 
 
 
CONSTRUAMOS A PAZ COM CONFIANÇA, PACIÊNCIA E TENACIDADE.
Na celebração cristã do Novo Ano se entrelaçam três temas: o começo de um novo ano civil, a maternidade de Maria e a Jornada Mundial pela Paz. Mesmo atordoados pelos fogos e champanhes da noite de ontem, não esqueçamos que um ano novo, marcado pela Paz, não costuma chegar da noite para o dia. As novidades promissoras e duradouras são gestadas sempre muito pacientemente no ventre profundo da história e das pessoas de boa vontade, daquelas que acolhem os dons e convites que vêm dos desertos, das periferias e das fronteiras; são dons que desestabilizam e põem a caminho.
Paulo recorda aos cristãos de Gálatas e de todos os tempos que Deus nos enviou seu Filho quando o tempo se cumpriu e chegou à maturidade. Nascendo de Maria, o Filho de Deus desceu e se igualou às criaturas marcadas pelas limitações. Mas também nos resgatou do domínio escravizador das leis e instituições e nos deu a adoção filial e a liberdade. Desde então, vivemos na liberdade dos filhos e filhas, e o Espírito derramado em nossos corações nos pacificou e nos deu a possibilidade de clamar a Deus como os filhos se dirigem ao pai e à mãe. Não somos mais escravos, mas filhos e herdeiros!
Acolhido por nós e no meio de nós, Jesus de Nazaré pacifica o mundo estabelecendo relações novas, baseadas na justiça e na fraternidade. E ele cumpre a promessa de Deus e a esperança humana através de cada um de nós, dos homens e mulheres de boa vontade, dos líderes autênticos e das organizações que não se resignam à paz aparente, à paz baseada no equilíbrio de forças ou no terrorismo estatal. “Deus te abençoe e te guarde! Deus mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de ti! Deus mostre seu rosto e te dê a paz!” Falando assim, seremos princípios e príncipes da Paz.
Hoje contemplamos a chegada dos pastores à gruta Belém. Eles encontram Jesus no seio de uma família pobre e migrante. Ficam vivamente impressionados com o que veem, e comparam com tudo aquilo que tinham ouvido. E conseguem compreender este mistério de um Deus a quem não apraz a força dos cavalos ou dos tanques, dos cortejos de acólitos, das doutrinas  e dos códigos de direito... Deus se alegra com o despojamento solidário de quem se faz próximo e peregrino com os deslocados e sem-lugar e, por isso, como os pastores, volta louvando e glorificando a Deus por tudo o que vê e ouve.
Jesus recebe o nome proposto pelo mensageiro de Deus a Maria no anúncio-convite. Ele se chama boa notícia da salvação: Deus salva seu povo do pecado. Estamos livres do pagamento do débito que temos conosco mesmos e com os outros por não conseguirmos realizar a utopia que realmente sonhamos. Estamos livres da culpa de termos ficado aquém ou errado o alvo. Deus não fica esperando que cheguemos heroicamente a ele. Ele mesmo vem decididamente ao nosso encontro. Ele é nossa Paz! E é claro que, sendo perdoados e pacificados, tornamo-nos agentes do perdão e operadores da paz.
Todos suspiramos pela Paz, que é tão necessária quanto urgente. Uma paz que não venha apaziguar superficialmente as relações humanas, passando ao largo das relações desiguais que precisam ser mudadas. Gememos e sofremos por uma Paz geral e profunda, que às vezes parece atrasada e até impossível. Lutamos por esta Paz em todas as frentes, a ponto de quase perdermos a paz. Mas tenhamos sempre presente que esta Paz não está apenas no fim do caminho, na plena confraternização entre lobos e cordeiros, serpentes e crianças: ela está no caminho, na caminhada, nos caminhantes.
A paz que buscamos sem sossego está nas pessoas inconformadas que ousam mudar, começar de novo, e isso a cada dia. Está nos homens e mulheres que sabem ver nas sementes as flores e os frutos que virão depois, que encarnam nas relações cotidianas os sonhos e utopias que, literalmente, parecem não ter um lugar. E, para os cristãos, o fundamento desta Paz é a relação de Jesus Cristo: nascido de mulher e sob a Lei, Jesus conduz à liberdade todas as pessoas, começando pelos últimos, pelas pessoas que são colocadas à margem. Nele, todos estamos em paz com Deus!
Deus querido, Pai e Mãe! Iniciando este ano que desejamos que seja Novo, te pedimos: faz que sejamos construtores de Paz. Ensina-nos a contemplar e compreender o anseio de Paz e de comunhão que pulsa no coração do mundo. Dá-nos a alegria de celebrar inclusive os pequenos avanços, como o reestalecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos. Suscita em nós o canto que brota da nossa indestrutível dignidade de filhos e filhas. E dá-nos experimentar, como Maria e os pastores, a alegria de reconhecer a grandeza de Deus na pequenez e na fragilidade humana. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA

 
NA SAGRADA FAMÍLIA SE REVELA O DOM DE DEUS À HUMANIDADE.   
 
 
No dia em que festejamos a família de Jesus não podemos ceder à piedosa tentação de imaginar uma família idealizada e espiritualizada, alheia à realidade histórica e material. Do ponto de vista sociológico, a Sagrada Família é uma família judia absolutamente normal, tão normal que sequer despertou a atenção dos vizinhos e da sinagoga, a não ser depois do evento pascal de Jesus. Viveu os valores humanos e religiosos de uma família crente, frequentando a sinagoga, meditando a Palavra dos profetas, peregrinando ao Templo, celebrando a liturgia doméstica, esperando a vinda do Messias.
É isso que vemos no evangelho de hoje. Maria e José cumprem a lei que pede que, depois do parto, as mulheres vão ao templo para se purificar. E apresentam Jesus ao Templo e ao povo. A Sagrada Família percorre o caminho que a levou da marginalidade de Belém ao centro de Jerusalém e nada de especial se percebe enquanto cumpre as leis prescritas pela sua tradição religiosa. O momento alto e revelador está centrado no encontro com Simeão e Ana, idosos, piedosos e profetas. E aqui tudo chama a atenção para o significado do filho que Maria e José carregam nos braços.
Simeão toma nos braços aquela criatura vulnerável e, com seu olhar transparente e penetrante, é capaz de discernir na fragilidade a presença libertadora de Deus. E trata-se de uma salvação que desborda as fronteiras étnicas e religiosas de Israel. “Meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos, luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel”. Ana também “falava do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém”. Daqui brota o imperativo missionário de trabalhar para que todos os seres humanos sintam-se irmãos na única família do Pai.
Em Jerusalém, Maria e José experimentam um certo brilho e uma grande satisfação subjetiva. “Estavam maravilhados com o que diziam do menino”. Poucas coisas estavam claras, mas neles cresce a percepção de que o filho que lhes foi confiado é especial para todos os povos. Este entusiasmo, porém, logo é temperado pelas palavras misteriosas que Simeão dirige a Maria: “Eis que esse menino será causa de queda e elevação de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. Quanto a você, uma espada há de atravessar-lhe a alma. Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações.”
Unidos pelos laços de um amor profundamente humano e dentro do horizonte das tradições do seu povo, José e Maria avançam no escuro da fé. Como Abraão, se lançam na estrada da fé sem saber onde chegarão. Ousaram acreditar, e isso lhes foi creditado como justiça. Tiveram que se abrir sempre mais à novidade que Deus manifestava através do filho que lhes fora confiado. E os evangelhos fazem questão de sublinhar que Nazaré da Galileia é o lugar onde Jesus cresce, se fortalece e adquire sabedoria. José e Maria educam o filho longe do ambiente glorioso e sedutor do templo...
Para a Sagrada Família, morar em Nazaré significou assimilar a esperança cultivada pelo “resto de Israel”, pelo “broto das raízes de Jessé”. Significou também: não se afastar das raízes populares, do vínculo com os pobres; assumir resolutamente o caminho que leva à periferia, àqueles que estão longe; e privilegiar a encarnação no cotidiano que tece a vida normal de todas as pessoas. Jesus afunda raízes e absorve a seiva das esperanças do seu povo a partir da periferia social e religiosa. Eis aqui uma perspectiva que os missionários jamais devem abandonar!
A convicção de Paulo e da comunidade cristã é que o amor é o vínculo da perfeição da vida cristã, e também da família. É no amor que as esposas podem ser solícitas aos seus respectivos maridos, e estes deixam de ser grosseiros com elas. É o amor que abre possibilidades para que a obediência dos filhos aos pais não atente contra a liberdade e a dignidade de ninguém, e que os pais jamais intimidem os filhos, mas os animem a caminhar rumo à maturidade solidária. É assim que nos revestimos de sincera misericórdia, bondade, humildade e mansidão, e tornamo-nos suportes uns para os outros.
Sagrada Família de Nazaré, nós te acolhemos como ambiente e proposta de encarnação e de crescimento, como manifestação do dom de Deus e resposta humana e generosa a este dom, como busca comum da vontade de Deus, ambiente de hospitalidade e amor recíproco e de construção incansável da única família do Pai. Ajuda e inspira nossas famílias a serem pequenas tendas da tua Palavra viva, escolas da comunhão e solidariedade que ultrapassam os laços de sangue e de fé, espaços de perdão e reconciliação, ensaios fugazes mas verdadeiros do Reino de Deus, no qual espelhaste tua vida. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

NATAL - CELEBRAÇÃO DA VIGÍLIA


Jesus Cristo é a Paz de Deus para todas as criaturas.


 
Percorremos as quatro semanas vigiando, preparando, degustando e escutando. O dia chegou e estamos com o coração leve, acolhedor e generoso. Com os olhos limpos e os ouvidos abertos, estamos prontos a reconhecer e acolher a Presença de Deus que se manifesta do seu próprio jeito: na carne humana, nas estrebarias e periferias, no silêncio de um inocente que nos olha nos olhos e desperta em nós o que há de mais nobre: a capacidade de se enternecer e de cuidar; a generosidade de fazer-se dom e presente; o dinamismo que vence o fechamento em nós mesmos e na fugacidade do presente...

O nascimento de Jesus ocorre no mundo dos pobres, à margem dos poderes romanos e judaicos, na periferia daquele mundo que dizia garantir a paz recorrendo ao medo. Os decretos oficiais põem José e Maria outra vez na estrada: garantem a cobrança dos impostos mas não a tiram a Família de Nazaré de sua pobreza. Aquela humilde família percorre um caminho em direção às raízes das esperanças populares e messiânicas: a família e origem do pastor Davi. Em Belém, os proscritos pastores põem sua atenção nesta família de nela identificam a esperança que os encoraja e alegra.

Para os pastores, naquela estrebaria ignota há mais luz que no brilho de Jerusalém e na sabedoria da Lei. Os anjos, mensageiros de Deus, não estão presos ao Templo, mas junto àqueles que, estando longe de tudo, vigiam os rebanhos, inclusive à noite. E anunciam a boa noticia: o Salvador nasceu na “periferia do mundo”. Indicam o sinal de que isso aconteceu: um bebê deitado numa cocheira para animais, envolto em pobres panos. O sinal da “grande alegria para todo o povo” não são os anjos, nem a luz que os envolve, nem a música melodiosa que ressoa no céu; é a fragilidade de uma criança!

Para aqueles que creem, o nascimento de Jesus é mais que um acontecimento do passado. Não se resume também a uma revelação que aponta para uma dimensão “sobrenatural” da vida ou a  para um evento que tem sentido apenas para o coração. Com a ajuda do profeta Isaías, descobrimos que a encarnação do Filho de Deus refulge como luz para quem caminha na escuridão, como a alegria da colheita para os camponeses, como a vitória dos fracos sobre o medo e a violência. O Natal é a passagem da opressão à liberdade, do medo à confiança, da dependência à emancipação.

O romantismo e a beleza da música nos envolve e nos inspira: “Pobrezinho nasceu em Belém. Eis na lapa Jesus, nosso bem. Dá-nos paz, ó Jesus!” Pois é verdade que o natal é a festa da paz. Paz entre as nações. Paz entre as Igrejas. Paz nas comunidades. Paz entre nas famílias. Paz na relação entre os seres humanos e as demais criaturas. Paz entre o céu e a terra. Paz onde há guerra e paz onde falta confiança, no norte e no sul, no oriente e no ocidente. Os Papas nos lembram que a paz se chama desenvolvimento, e que o caminho para a paz é a superação da pobreza através da justiça.

Nossos povos originários também nos ensinam com sabedoria que a paz não se reduz ao equilíbrio de forças políticas ou a um sentimento interior. A paz se situa no coração da utopia ancestral de bem viver (sumak kawsay), que se realiza na convivência harmoniosa e equilibrada da pessoa com sua dimensão de interioridade e exterioridade, das pessoas entre si e das pessoas com a natureza como um todo. O bem ou o mal de uma espécie ou parte é sempre o bem ou o mal do conjunto todo. Infelizmente, dos centros de poder, mais cedo ou mais tarde, quase sempre nascem e se expandem crises, perseguições.
A paz que não tem fim passa também pela comunidade eclesial. Nela nos encontramos com pessoas diferentes, descobrimos que somos membros diversos num único corpo e escutamos a Palavra sempre vive e criadora de Deus. Uma Palavra que nos confirma como filhos e filhas que não perdem essa dignidade por motivo nenhum. Uma Palavra que nos ajuda a compreender sempre de novo que a divindade se esconde na humanidade e com ela se identifica, nos pobres que foram acostumados a calar e sofrer. O caminho da paz passa por Belém, pela estrebaria, pela manjedoura.
Deus Menino, vivo na nossa frágil carne, filantropo do gênero humano: viemos te procurar e te encontramos repousando sob o olhar humano e cuidadoso de um casal humilde e surpreso. Parece que te faltam tantas coisas, mas, pobre, nos ensinas a bem viver. Por isso, o que nos resta é apenas trocar presentes: tu nos dás a felicidade, a dignidade e a solidariedade que há muito perdemos nos corredores dos shopings, e nós te oferecemos a palha da nossa pequenez, a luz do nosso olhar e o calor que ainda resta nas nossas entranhas e no meio das pessoas que amamos. Acolhe nossos dons... Amém! Assim seja!

Itacir Brassiani msf

CELEBRAÇÃO DE AÇÃO DE GRAÇAS

Na tarde do dia 31 nos reunimos na Celebração da Eucaristia para agradecer o ano de 2014 e em especial agradecer a Palavra que se fez homem em Jesus de Nazaré e permanece conosco.
Que bom Amigo temos Nele, dizia Santa Teresa de Jesus.
 
 
 

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

PRESÉPIOS DO CARMELO

Estes são alguns dos presépios sob alguns ângulos criados pelas irmãs. Que eles nos lembrem o Deus que está entre nós, num Natal permanente.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

sábado, 3 de janeiro de 2015

CELEBRAÇÃO DO NATAL - MISSA DA MANHÃ

 
 
NO PRESÉPIO VEMOS A PALAVRA, A VIDA, A GRAÇA E A GLÓRIA! 

A festa da noite de ontem se prolongou madrugada adentro, e na manhã de hoje tudo está mais silencioso. Aproveitemos, pois, para compreender o sentido do Natal colocando entre parênteses os apelos e ofertas do mercado e pedindo ajuda aos primeiros cristãos. Por trás do hino do Evangelho segundo João e dos primeiros versículos da carta aos Hebreus está uma experiência concreta e uma profissão de fé amadurecida numa busca longa e intensa, em meio a conflitos e perseguições. O coração desta Boa Notícia é a manifestação da glória de Deus na vulnerabilidade da carne humana.
Tudo parte da gruta de Belém e nela se sustenta. Mas não menos viva é a memória da vida inteira de Jesus, seu anúncio e sua ação polêmica e libertadora, sua condenação e morte na cruz dos proscritos. João tem isso presente quando nos fala da Palavra que estava junto de Deus e que era Deus, que é a Luz que brilha e vence as trevas, que se faz Carne e vem habitar entre nós, que torna visível o Deus invisível. Na carta aos Hebreus, a comunidade cristã dá seu testemunho de que em Jesus, nascido na pobreza e perseguido pelos poderes políticos e religiosos, Deus nos falou de modo definitivo.
Os conceitos e imagens que aparecem no poema-resumo do evangelho de João são vários e complementares. Prestemos atenção a quatro deles: Palavra, Vida, Graça e Glória. Enquanto Palavra, Jesus é a exteriorização da interioridade de Deus, e esse mistério não é uma lei, uma advertência ou uma doutrina, mas uma boa notícia que produz felicidade porque gera e sustenta processos de liberdade. A Palavra de Deus assume a carne humana e a vida histórica e corporal de Jesus como tenda na qual os homens e mulheres podem encontrar, tocar e acolher o próprio mistério de Deus.
O mesmo Jesus, filho de Maria e de José, que nasceu em Belém e viveu como carpinteiro em Nazaré, que reuniu discípulos e foi por eles abandonado em Jerusalém, é portador da Vida plena e eterna,  do bem viver que os povos buscam sem descanso. Nele, o bem viver ou a Vida, é revelada e doada como comunhão profunda com o mistério de Deus, comunhão solidária com todas os pobres e as vítimas e comunhão graciosa com todas as criaturas. Em Jesus de Nazaré a Vida mostra sua cara e sua força: na sua vida não há lugar para o egocentrismo que amordaça, domina e mata.
Na pessoa e no caminho histórico de Jesus de Nazaré, vislumbramos também a Graça de Deus, graça manifestada e encarnada. Nele fica claro que Deus não é um cobrador de dívidas ou um juiz frio e calculista, mas um irmão e um hóspede que encarna a gratuidade e pelo dom. A lei e a cobrança implacáveis vêm das velhas instituições, mas a Graça e a Verdade nós as recebemos por Jesus Cristo. Ele é a gratuidade de Deus em pessoa! Por isso Paulo pode escreves aos Hebreus: “Ele é o esplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser.”
Em hebraico, a palavra glória (kabôd) expressa a importância e o valor interior de uma pessoa, que se revela nas ações e requer o respeito dos outros. Por isso, manifestar a glória de Deus significa testemunhar sua ação salvífica e libertadora, reconhecer sua santidade nos acontecimentos históricos.  A metáfora da luz e da glória é frequentemente usada para materializar a glória de Deus, como aparece no relato do nascimento de Jesus (cf. Lc 2,9).  E João afirma: “Nós vimos a sua (da Palavra feita carne) glória, glória como do Filho único da parte do Pai”.
A tradição cristã afirma com ousadia que a glória de Deus se manifesta de modo incomparável e insuperável na crucifixão de Jesus, na sua fidelidade radical e amorosa à humanidade oprimida. Sendo a cruz o desfecho de uma inteira vida de amor, podemos dizer que na humanidade de Jesus vemos a glória de Deus. E os discípulos de Jesus são glorificados na medida em que participaram do dinamismo do seu amor ou paixão pelo mundo. Eis nosso brilho, nosso peso, nosso valor. Mas tudo isso não pode ser sermão monótono, doutrina abstrata ou ideologia escravizadora...
Diante da tua pequenez gloriosa, Deus Menino, ajoelhamo-nos eternamente agradecidos. É desta tua glória que todos necessitamos. É este brilho que todos buscamos de forma inconsciente e quase desesperada. É desta Vida que se expande e multiplica que temos fome. Queremos que esta graça nos plenifique e nos torne benfeitores da humanidade. Tu nos ensinas que é armando a tenda dos nossos sonhos e palavras em meio à humanidade peregrina que alcançamos a liberdade e a plena realização. Obrigado por esta lição pronunciada na nossa carne. Queremos ser filhos desta luz. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf     
 
 

 

NA PASSAGEM DE ANO

Ao findar um ano fazemos balanços e projetamos sonhos para nossas vidas. A passagem de um ano para outro nos faz ver o quanto andamos ou o quanto ficamos estacionados. O resultado do final de um ano é feito de todos os pequenos progressos ou retrocessos que vivemos entre um nascer de sol e outro. Portanto, celebremos cada sol que nasce. E se ele não nascer, não percamos a esperança. Ela é que mantém de pé o peregrino em qualquer situação que se encontre.
Agradeçamos ao Doador de tudo, nosso Bom Deus, por tudo. Em tudo existe algo bom, belo, positivo. "É só recuar um pouco", como diz o Pequeno Príncipe, silenciar, entrar em comunhão com Aquele que é TUDO DE BOM, e a realidade se transfigura. Nem sempre isto é fácil e nem sempre o conseguimos logo, mas a bondade está escondida em todos os acontecimentos, por mais obscuros que sejam e nos projetam para o altruísmo, a magnanimidade, a santidade de Deus que devemos ser, viver e transparecer.

FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

PRIMEIRA MISSA DE PADRE ADRIANO

No sábado, dia 28, Pe. Adriano André Maslowski, filho de nossa Diocese, natural de Guarani das Missões celebrou sua primeira missa em nossa comunidade. Veio com sua mãe e seus irmãos gêmeos. Na homilia falou-nos sobre a festa da Sagrada Família no Tempo do Natal, por ser o momento em que mais as famílias se encontram. Destacou entre outras coisas o CUIDADO que deve haver na FAMÍLIA. Nossa comunidade acompanhou Pe. Adriano com nossa oração desde o tempo de formação. Desejamos ao Pe. Adriano felicidades. Que possa sentir-se bem e feliz na vocação a que Deus o chama. Conte sempre com nossa oração e amizade.