English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified
By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 26 de outubro de 2019

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Os direitos humanos são apenas para os humanos direitos?
Resultado de imagem para 30 DOMINGO DO TEMPO COMUMNo centro do evangelho de hoje está a questão da correta atitude de quem reza. Jesus nos pede que estejamos atentos ao modo como rezamos, e o faz confrontando a postura de dois personagens bem conhecidos: o fariseu, cioso de sua superioridade e perfeição, ostensiva e exteriormente piedoso; o publicano, cobrador de impostos, impuro e execrável aos olhos dos judeus nacionalistas, excluído da vida social e religiosa que gira em torno do templo. São caricaturas que podem nos ajudar a avaliar nossa postura.
Desejoso de ser visto e reconhecido, o fariseu reza de pé, e olha os demais de cima para baixo. Sua oração é uma espécie de autoelogio, e vem marcada pelo desprezo e pela condenação dos demais, por ele considerados inferiores e pecadores. É como se Deus fosse obrigado a agradecer o fariseu por ele ser bom e correto. O publicano não entra no templo e, sem coragem até de levantar os olhos, bate no peito reconhecendo sua condição ambivalente e pedindo que Deus se compadeça dele. E estas atitudes estão longe de ser um problema somente do judaísmo, nem apenas dos primeiros cristãos!
A ostentação e a pretensão de superioridade, sempre acompanhadas de uma agressiva discriminação, contaminaram também os cristãos e, infelizmente, resistem, como erva daninha difícil de erradicar, até nossos dias. E, o que é pior, quase sempre vêm revestidas com a atraente roupagem da piedade. Mas, desde o mito bíblico de Abel e Caim, sabemos que Deus que não trata todas as pessoas do mesmo modo. “Ele não é parcial em prejuízo do pobres, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas”, lembra o livro do Eclesiástico.
Resultado de imagem para 30 DOMINGO DO TEMPO COMUMPor outro lado, precisamos lembrar que, por mais que nos custe admitir, a humanidade e o país estão divididos. Não é necessário viajar o mundo para perceber que, em termos gerais, os países do Norte vivem na abundância de bens e oportunidades, enquanto que os países do Sul são condenados a digerir a miséria à qual a secular expropriação os condenou. E existem também divisões entre os que se dizem “homens de bem” e os “outros”.Ultimamente, há quem repita, em alto e bom tom, que só pode reivindicar os direitos humanos quem for humano direito, ou até, segundo os mais exaltados, humano de direita.
Será que esta divisão nefasta e nada evangélica está presente também no interior das nossas igrejas? Infelizmente, parece que sim! Basta dar uma olhada atenta à primazia conferida às Igrejas europeias no confronto com as Igrejas do Terceiro Mundo. Temos também os conflitos que rondaram todo o magnífico e corajoso Sínodo para a Amazônia, sem esquecer aquela profunda e dolorida divisão entre as próprias comunidades cristãs: ortodoxos e romanos, católicos e protestantes, igrejas clássicas e igrejas pentecostais, e assim por diante. Fariseus versus publicanos!
Resultado de imagem para 30 DOMINGO DO TEMPO COMUMA humanidade tem como vocação ser uma só família, e essa é também a vontade de Deus. A interdependência dos povos e nações é já um fato objetivo, mas precisa se tornar um valor subjetivo, garantido ética e institucionalmente. O desafio é transformar essa solidariedade objetiva e estrutural num valor buscado e assegurado para todos. A dignidade da pessoa humana independe da sua origem étnica, da pertença religiosa, da nacionalidade, da convicção política, da identidade sexual, da instrução. Estas diferenças não dividem, nem hierarquizam; apenas distinguem, complementam e enriquecem.
Ao ouvir a prece da pessoa humilde e discriminada, Deus resgata sua dignidade e a verdadeira igualdade entre todos os seres humanos. A este propósito, é impressionante o testemunho de Paulo. Ele combate com tenacidade a pretensão de superioridade dos judeus e dos novos cristãos de origem judaica frente aos cristãos vindos do paganismo. Quando diz, em forma de testamento, que combateu o bom combate, completou a corrida e guardou a fé, está se referindo à sua convicção de que Cristo é nossa paz, pois de dois povos fez um só povo, derrubando o muro da inimizade que os separava (cf. Ef 2,14).
Resultado de imagem para 30 DOMINGO DO TEMPO COMUM
Deus Pai e Mãe, tu fazes a prece do humilde atravessar as nuvens e escutas atenta e cordialmente o clamor dos oprimidos. Então, despoja-nos de todo orgulho arrogante e de toda competição infantil. Ajuda-nos a anunciar teu Evangelho integralmente e a fazer resplandecer, pelo anúncio e pelo testemunho, a boa notícia e a boa convivência que ele nos pede. Ajuda-nos a vislumbrar em Jesus teu rosto compassivo e misericordioso, e anunciá-lo a todos. E isso até que a humanidade seja de fato uma só família, na qual todos os membros são queridos e respeitados, para além de toda e qualquer diferença. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

sábado, 12 de outubro de 2019

28º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Regenerados pela compaixão divina, somos enviados em missão!
Resultado de imagem para 28 domingo tempo comum ano cA travessia que Jesus e seus discípulos estão realizando não é apenas geográfica. É uma caminhada consciente, e tem um rumo preciso: Jesus se dirige a Jerusalém, onde enfrentará os poderes religiosos e políticos e revelará a compaixão de Deus pelos excluídos. E faz essa passagem com um objetivo muito claro: desloca-se da periferia social ao centro político, transforma os últimos em primeiros, aprecia quem é desprezado, revela a presença de Deus na contramão da história e da religião. E, de tabela, potencializa a força emancipadora mais ou menos adormecida em cada ser humano.
Na Samaria, um grupo de leprosos deixa o fechado círculo de um pequeno povoado e se aproxima de Jesus. Parece que a ideologia estreita e fechada da cidade fazia mal a eles, pois costuma considerar culpáveis e proscritos os pobres, os doentes, os rebeldes, os diferentes. Mas, em vez de cumprir as prescrições e anunciar claramente a própria impureza, permanecendo assim longe das pessoas consideradas puras, estes leprosos reconhecem Jesus como mestre e gritam: “Tem compaixão de nós!” Há algo muito especial que faz com que este grupo de marginalizados saia da cidade em busca de uma mudança...
Este pedido brota da dor por serem excluídos. Por trás da súplica, está a situação dramática que vivem todos aqueles que são infectados pela lepra e pela ideologia estreita e escravizadora do judaísmo daquele tempo. Mas o grito quase desesperado, implorando compaixão, também é revelador de uma embrionária consciência de que Deus não vira o rosto nem fecha o coração diante do drama que vivem os doentes, discriminados e excluídos. Mesmo sem conseguir reconhecer claramente a identidade de Jesus, eles apelam a algo que é essencial em Deus: sua compaixão em favor dos marginalizados.
Resultado de imagem para 28 domingo tempo comum ano cA resposta de Jesus ao pedido desesperado dos leprosos é, inicialmente, o cumprimento de uma norma legal: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”. Como poderiam eles ir ao templo, se era exatamente a lei por ele regulada que os mantinha distantes e separados? Eles ainda não estavam curados, e entrar no templo seria um sacrilégio imperdoável! Entretanto, é no caminho, e não no templo, que eles são curados. É da ruptura com a cosmovisão estreita e dominadora do templo, da adesão crescente a Jesus e à sua Palavra que vem a força que restaura a dignidade e liberta das exclusões.
Entre os dez leprosos havia um samaritano. Os demais provavelmente eram galileus. Percebendo-se curados, os nove galileus continuam firmes a marcha em direção ao templo, e são por ele novamente assimilados. Apenas o samaritano volta para agradecer a Jesus e glorificar a Deus, evitando assim as malhas e amarras do templo. É possível que os nove leprosos que continuam indo ao templo representem os discípulos que resistem à novidade exigente e libertadora de Jesus, os cristãos que continuam acreditando nos privilégios das minorias e na supremacia das leis e instituições.
Por sua vez, o leproso samaritano representa todos os excluídos e marginalizados que acolhem o Evangelho e se tornam discípulos de Jesus. “Tua fé te salvou.” A reconquista da plena cidadania e do respeito é fruto maduro e saboroso de uma fé dinâmica e consequente, que provoca rupturas e sustenta buscas. A declaração solene de Jesus ao samaritano purificado é semelhante a outras que fez à mulher vista como pecadora que beijara seus pés (cf. Lc 7,50), à mulher que sofria de hemorragia e era tratada como impura (cf. Lc 8,48), ao cego e mendigo de Jericó (cf. Lc 18,42).
Resultado de imagem para 28 domingo tempo comum ano cEm todas estas cenas vemos o mesmo drama humano e a mesma delicadeza de um Deus que nada reivindica para si mesmo: “Tua fé te salvou!” A experiência de ser acolhido por Jesus Cristo leva à decisão de segui-lo e culmina na aceitação de uma missão. O samaritano curado não é remetido ao templo e suas leis incapazes de libertar, mas recebe uma nova missão. Não é dito o que ele deve fazer, nem onde deve ir. Jesus simplesmente diz “Levanta-te e vai...” Pois a missão é isso: descobrir-se radicalmente enviado por Outro a outros; sentir-se convocado a descobrir sempre de novo onde e a quem servir.
Jesus de Nazaré, missionário do Pai: nós te louvamos pela nuvem de testemunhas que nos antecederam ou que hoje caminham ao nosso lado. Com Paulo aprendemos que, se já morremos contigo, contigo também viveremos e faremos viver. Ensina-nos a levantar e partir em missão, movidos pela compaixão que vem de ti, mas cujo dinamismo não se esgota em nós. E ajuda-nos a romper com tudo o que escraviza e diminui a vida, tomando crítica distância das instituições e estruturas que ameaçam e intimidam. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani

MÃE APARECIDA INTERCEDA PELO BRASIL


Oração a Nossa Senhora Aparecida pelo Brasil

Mãe Aparecida, nós vos pedimos pelo Brasil!
Resultado de imagem para MAE APARECIDA 
Para construirmos a justiça e a paz em nosso país, necessitamos muito do vosso amor misericordioso, que nunca se cansa de interceder.

Mãe Aparecida, nós vos pedimos pelo Brasil!

Estamos indignados diante de tanta corrupção e violência que espalham morte e insegurança. Pedimos perdão e conversão. Nós cremos no vosso amor materno que nos ajuda a vencer as causas dos graves problemas do país: injustiça e desigualdade, ambição de poder e ganância, exploração e desprezo pela vida humana.

Mãe Aparecida, nós vos pedimos pelo Brasil!

Ajudai-nos a construir um país justo e fraterno. Que todos estejamos atentos às necessidades das pessoas mais fragilizadas e indefesas! Que o diálogo e o respeito vençam o ódio e os conflitos! Que as barreiras sejam superadas por meio do encontro e da reconciliação! Que a política esteja, de fato, a serviço da pessoa e da sociedade e não dos interesses pessoais, partidários e de grupos.

Mãe Aparecida, nós vos pedimos pelo Brasil!

Vosso Filho, Jesus, nos ensinou: “Pedi e recebereis”. Por isso, nós vos pedimos confiantes: intercedei junto ao Pai a fim de que nós, brasileiros e brasileiras, sejamos agentes da paz, iluminados pela Palavra e alimentados pela Eucaristia.

Mãe Aparecida, nós vos pedimos pelo Brasil!

Vosso filho Jesus está no meio de nós, trazendo-nos esperança e força para caminhar. A comunhão eucarística seja fonte de comunhão fraterna e de paz, em nossas comunidades, nas famílias e nas ruas.

Mãe Aparecida, nós vos pedimos pelo Brasil!

Queremos seguir o vosso exemplo, Mãe, permanecendo unidos a Jesus Cristo, que com o Pai vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

Amém!

sábado, 5 de outubro de 2019

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM


A fé viva tem força, e transforma pessoas e estruturas.
Resultado de imagem para 26 domingo do tempo comum ano cDepois da parábola do rico e de Lazaro, os apóstolos pedem que Jesus os faça crescer na fé. Por trás desse pedido e da resposta de Jesus estão alguns problemas bem concretos: o abismo que separa os ricos e indiferentes dos pobres e carentes; o escândalo que isso provoca nas comunidades cristãs; a orientação exigente e concreta da Palavra de Deus; a recusa, por parte de Jesus, em mudar o mundo mediante milagres; o imperativo do perdão incondicionado aos irmãos e irmãs (cf. Lc 16,19-17,4). É diante disso que os apóstolos reagem assustados e preocupados, e suplicam a Jesus: “Aumenta a nossa fé!”
Qual é o problema dos apóstolos, daqueles escolhidos por Jesus e de todos os que vieram depois? Sentimo-nos incapazes de romper com alguns valores profundamente arraigados e tidos como essenciais pela cultura religiosa: a necessidade de punir as pessoas consideradas pecadoras ou impuras; a sedução por uma religião que prioriza ações espetaculares; a valorização absoluta da riqueza e do próprio bem-estar, como se fosse sinal inequívoco da benção de Deus, mesmo quando conseguida às custas da indiferença; e assim por diante.
Resultado de imagem para 26 domingo do tempo comum ano cOs apóstolos percebem vivamente que necessitam da luz e da força da fé para superar esta floresta de amoreiras que impedem a vida e a compaixão. Eles sabem que a fé não é estéril, mas parecem ignorar que seus frutos não são necessariamente espetaculares. Trata-se da irresistível atração pelas coisas grandiosas e que ainda hoje leva tantos irmãos e irmãs a lerem a metáfora usada por Jesus de forma literal. É triste assistir à multiplicação de pretensos milagres em templos, estádios e praças, com transmissão ao vivo...
O que chama a atenção na resposta de Jesus não é o apelo a uma fé prodigiosa e espetacular, mas a necessidade de uma fé mínima. “Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda...” O próprio Jesus sempre evitou recorrer a ações miraculosas para ser fazer ouvido e aceito. Ele tinha consciência de que a fé não procede do milagre, mas o precede. É a fé que nos leva a ver maravilhas, e não as ações maravilhosas que despertam a fé. As ações de Jesus que chamamos de milagres são respostas compassivas do socorro de Deus em favor de quem não tem com quem contar.
Resultado de imagem para 26 domingo do tempo comum ano cO fruto da fé se mostra substancialmente na descoberta da própria dignidade socialmente negada e no olhar que reconhece os seres humanos e todas criaturas como parceiras e irmãs. O Vaticano II diz que a fé tem força crítica e dinamismo libertador, pois “ilumina com sua luz tudo que existe e manifesta o propósito divino a respeito da plena vocação humana, orientando assim o espírito para as verdadeiras soluções” (GS 11). Mesmo parecendo pequena, desprezível e frágil como semente de mostarda, ela tem força para jogar no fundo do mar as estruturas poderosas e opressoras simbolizadas pela amoreira.
Resultado de imagem para 26 domingo do tempo comum ano cMas para que isso aconteça, é preciso ser capaz de romper com a lógica do poder. Nesta perspectiva, Paulo lembra a Timóteo a fé sincera que recebeu da sua avó Loide e da sua mãe Eunice, e pede-lhe que conserve esse dom sempre vivo e ativo. A fé gosta de vir acompanhada pela fortaleza, pelo amor e pela sobriedade. Como Paulo e Timóteo, os verdadeiros missionários não conhecem a vergonha, nem diante de Jesus Cristo, nem diante da perseguição ou do escárnio que sofrem aqueles que levam adiante seu projeto. Como o caso daqueles que, desavergonhadamente, se opõem ao Sínodo da Amazônia.A ação missionária da Igreja é sempre frutuosa, mas ao modo do grão de mostarda. O trabalho generoso dos missionários, quando brota do ventre da compaixão e da misericórdia, jamais será estéril. Aqueles que agem como filhos de Deus, livres e libertadores, generosos e solidários, duplamente apaixonados por Deus e pela humanidade, nunca serão pessoas inúteis. Talvez seja exatamente isso o que os missionários têm a oferecer ao mundo em nome dos cristãos: uma fé capaz de romper com todos os dinamismos de isolamento e de dominação; um amor capaz de reestabelecer a dignidade de quem a tem negada; uma ação que articula a fé com a defesa da integridade da criação, que considera que tudo está interligado.

É a ti que nos dirigimos, Deus Pai e Mãe, neste primeiro domingo do Mês Missionário Extraordinário. Dá-nos uma fé capaz de construir pontes com os demais homens e mulheres e de impedir a tentação do isolamento. Faz com que o encontro com o teu Filho e nosso Irmão nos torne autênticos discípulos, destemidos apóstolos e eloquentes testemunhas no serviço solidário e gratuito aos mais pobres. Vem em nosso auxilio para que nossa fé, mesmo sendo pequena como semente de mostarda, seja ativa, remova as amoreiras da injustiça social e da depredação das natureza, e dinamize a presença dos cristãos no mundo. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf