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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Maria no Carmelo

Maio mês de Maria. O Carmelo é todo de Maria, já dede o nome está a grande ligação para com a Mãe. Somos as Monjas Descalças da Ordem da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo

Em nossas constituições assim está expresso: “As origens da Ordem, o título da “Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo” e as antigas tradições espirituais demonstram a índole mariana e bíblica da vocação carmelitana.

Ao escolher a Virgem Maria como Mãe e Padroeira, a Ordem busca amparo sob sua proteção; e vê, no mistério de sua vida e de sua união com Cristo, um modelo e ideal de consagração. (const. Nº 2)

No número 9 de nossas constituições ainda fala de modo muito claro a nossa pertença a Virgem Maria: “Avocação das Carmelitas Descalças é um dom do Espírito, que as convida a uma ‘misteriosa união com Deus’ vivendo em amizade com Cristo e em intimidade com a Bem Aventurada Virgem Maria; a oração e a imolação fundem-se vivamente com um grande amor a Igreja”.

E ainda no Nº 55 diz: “A contemplação da Virgem Maria realização perfeita do ideal do Carmelo, torna-se luz para seguir os seus passos. Com efeito, ela sobressai entre os humildes e os podres do  Senhor, e é exemplo eminente da vida contemplativa na Igreja. Cada Irmã acolha Maria como Mãe e Mestra espiritual, para ser configurada a Cristo e chegar, assim ao vértices da santidade”. 
Santa Teresa
Nossos santos carmelitas tinham uma grande devoção a esta Mãe Santíssima. Santa Teresa nos relata esta belíssima passagem do seu livro da Vida:
“Recordo-me que, quando morreu minha mãe, fiquei da idade de doze anos, pouco menos. Quando comecei a perceber o que tinha perdido, fui-me, aflita, a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei- Lhe, com muitas lágrimas, que fosse minha Mãe. Embora o fizesse com simplicidade, parece-me que me tem valido; porque conhecidamente tenho encontrado esta Virgem soberana, sempre que, me tenho encomendado a Ela, e, enfim, tornou-me a Si.”(Livro da Vida, cap. 1,7)
 “Procurava solidão para rezar as minhas devoções que eram muitas, em especial o Rosário, do qual a minha mãe era muito devota e assim nos fazia sê- lo.” .”(Livro da Vida, cap. 1,6)
Em uma de suas poesias São João da Cruz descreve a grandeza da Mãe do céu, colocando ali o seu coração e a devoção a sua Mãe Maria. Assim ele escreve:
 

 
São João da Cruz

“Quando foi chegado o tempo em que de nascer havia,

Assim como desposado, do seu tálamo saia

Abraçando a sua esposa, que em seus braços a trazia;

Ao qual a bendita Mãe em seu presépio poria

Entre pobres animais que então por ali havia.

Os homens davam cantares, os anjos a melodia,

Festejando o desposório que entre aqueles dois havia.

Deus, porém, no presépio ali chorava e gemia;

eram joias que a esposa ao desposório trazia;

E a mãe se assombrava da troca que ali se via:

O pranto do homem em Deus, e no homem a alegria;

coisas que num e no outro tão diferente ser soía.

(Poesia 9 -Romance 9)
No Livro da Subida descrevendo a união profunda da alma com Deus coloca Maria como o exemplo desta grande graça.
“...Só Deus é quem move as potências dessas almas, para aquelas obras conforme a sua santa vontade e divinos decretos, sem que possam agir de outro modo; a assim as obras e súplicas dessas almas são sempre eficazes. Tais foram as da gloriosíssima Virgem Nossa Senhora, elevada desde o princípio a este sublime estado; jamais teve impressa na alma forma de alguma criatura, nem se moveu por ela; mas sempre agiu sob a moção do Espírito Santo”.(III S 2,10)
Santa Teresa dos Andes procurava em Maria o modelo para a sua vocação. Em uma carta ela assim relata:
Santa Teresa dos Andes
“O que me faz amar mais minha vocação é ver que a vida de uma carmelita é semelhante a da Santíssima Virgem. Ela só orou, padeceu e amou. E tudo em silêncio. Além disso nossa Ordem é da santíssima Virgem. Tenho dado mais de uma vez graças a minha Mãe Santíssima de haver-me trazido a sua Ordem...(C138).

Ela não só o tem como modelo, mas mais ainda como fonte e inspiração para a sua vida em busca da santidade e a ela recorre em suas necessidades:

“Mãe minha, se tu minha mãe recorda que me deu a ti. Guarda-me pura, virgem, em teu coração Imaculado. Que ele seja o meu refúgio, minha esperança, meu consolo, minha solidão. Me ponho em teus braços maternais para que tu me coloques nos de Jesus. Me abandono neles que se faça a sua santa vontade”.

A carmelita que se destaca no amor e na descrição de Maria de uma forma muito contemplativa é a Beata Elisabete da Trindade. As palavras do Evangelho são inspiração para falar de Maria. Ela assim relaciona as palavras de Jesus na vida de Maria:
Beata Elisabete da Trindade

“Se conhecesses o dom de Deus!” Houve uma criatura que conheceu este dom de DEUS, uma criatura que não desperdiçou nenhuma parcela deste dom, uma criatura tão pura, tão luminosa que parecia ser a própria Luz. Uma criatura cuja vida foi tão simples, tão absorta em Deus, que quase nada se pode dizer a respeito dela.

“Virgo Fidelis” Virgem fiel, é aquela “que guardava todas as coisas em seu coração”. Conservava-se tão pequena e recolhida diante de Deus, no segredo do Templo, que atraiu sobre si as complacências da Santíssima Trindade: “Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações todas me chamarão bem-aventurada! O Pai, ao contemplar esta criatura tão bela e tão indiferente à própria beleza, quis que ela fosse, no tempo, a Mãe daquele de quem ele é o Pai na eternidade. Veio, então, sobre ela o Espírito de Amor, que preside a todas as operações divinas, e a Virgem disse o seu Fiat: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”, e o maior dos mistérios se realizou. Pela descida do Verbo nela, Maria tornou-se, para sempre, a presa de Deus.
Parece-me que a atitude da Virgem, durante os meses que se passaram entre a Anunciação  e o Natal, é o modelo das almas interiores, desses seres por Deus escolhidos para viver “no interior”, no fundo do abismo sem fundo. Com que paz e recolhimento Maria se submetia e se entregava a todas as ocupações! Como as ações mais banais eram divinizadas nela! Porque, em tudo, a Virgem permanecia a adoradora do dom de Deus em todos os seus atos. Esta atitude não a impedia de doar-se exteriormente, quando a caridade o exigia. O Evangelho narra que “Maria percorreu apressadamente as montanhas da Judéia, pala dirigir-se à casa da sua prima Isabel. Jamais a visão inefável que ela contemplava no seu interior diminuiu a sua caridade exterior, porque, conforme afirma um autor piedoso, “se a contemplação conduz ao louvor e à eternidade de seu Senhor, ela tem em si a unidade e não a perderá jamais”. Se lhe chega uma ordem do céu, volta-se para os homens, compadece-se de todas as suas necessidades, inclina-se sobre todas as suas misérias. Convém que ela chore e fecunde! A contemplação ilumina como o fogo; como ele, queima, absorve e consome, elevando para o céu tudo quanto destruiu. E uma vez cumprida a sua missão na terra, levanta-se e empreende novamente o caminho para a altura, ardendo em seu próprio fogo. ( Como encontrar o céu na terra 38, 39, 40).
 
Elisabete da Trindade relata que desde a infância nutria a devoção a Maria.
“Em toda as festas de Maria, renovo minha consagração a esta boa Mãe. Por isso hoje me confiei a ela, e novamente lancei-me  nos seus braços. Com a mais inteira confiança, recomendei-lhe o meu futuro, a minha vocação. (Diário 2 fevereiro de 1899)”

Concluindo esta primeira visão de alguns santos do Carmelo que tinham Maria como Mãe, vamos rezar como São Bernardo  quando diz: “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Vossa proteção, implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro fosse por vós desamparado. Assim eu, animado com igual confiança, a Vós ó Virgem entre todas singular, como a Mãe eu recorro, de Vós me valho, e gemendo sob o peso de meus pecados me prostro a Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo de Deus humanado, mas dignai-vos de ouvi-las propícia e de me alcançar o que Vos peço, o que vos rogo. Amém.”

 

sábado, 24 de maio de 2014

Visita Missionária

Esta semana foi para nós de uma rica experiência de convivência com a realidade de nossos irmãos e irmãs de Bolívia, mas concretamente Potosí.
Ir. Maria José que pertence a nossa comunidade foi em missão para Potosí- Bolívia para ser uma presença orante e fraterna naquela região de muito frio, pois são mais de 4 mil metros de altitude acima do nível do mar. Onde  a temperatura máxima é 15 graus, é sempre muito frio e a pressão atmosférica dificulta muito a respiração para nós que não estamos acostumados com estas altitudes.
Ir. Maria José ficou por quase  9 anos lá na comunidade do Carmelo de São José. E agora retorna para uma nova missão em Londrina paraná.
Para trazê-la vieram juntos a Madre Cristina, Ir. Angélica e dois padres: Giovanni e Martirian.
Partilhamos algumas fotos da visita de nossos amigos e irmãs.


A chegada

Ir. Maria José e Madre Cristina



A celebração com os padres Potosinos





Com a comunidade

Ir. Angélica

 
 
Madre Cristina
 
 

Maria José com sua irmã ministra Nadir

 
Recebendo "regalitos" da madre Cristina




Ir Maria José com padre Giovanni, Ir. Ivone e
 dona Léa Fortes e Maria Elisabeta amigas do Carmelo



 
A despedida dos visitantes na madrugada fria de Sexta Feira dia 23



As emoções não faltaram



 


 

Aniversário

Hoje nossa Irmã Rejane completa mais um ano de existência.
A vida é uma grande sinfonia. Deus é o grande músico. Somos este lindo instrumento em suas mãos para alegrar o mundo com nosso ser e viver.

PARABÉNS QUERIDA IRMÃ REJANE
QUE VOCÊ POSSA SER UM AFINADO INSTRUMENTO NAS MÃOS DO PAI.







sexta-feira, 16 de maio de 2014

Blog de Chiquitunga

Recentemente nossa comunidade assumiu a missão de tornar conhecida no Brasil a Vida da Venerável Maria Felícia de Jesus Sacramentado, carinhosamente apelidada "Chiquitunga". 
Convidamos todos os nossos leitores a visitar o blog de Chiquitunga, para conhece-la e torna-la conhecida. É impossível permanecer indiferente à sua vida e mensagem. Uma jovem que se entregou em corpo e alma ao apostolado na Ação Católica e coroou essa entrega ingressando no Carmelo de Assunção, no Paraguay, vindo a falecer 4 anos depois aos 34 de idade.
A vida da Venerável serve de exemplo a todos, crianças, jovens, adulto, religiosos, leigos, jovens apaixonados. Conheçam-na!

http://chiquitunganobrasil.blogspot.com.br/ 

sábado, 10 de maio de 2014

Mensagem para as Mães


Partilhamos com vocês nossa mensagem neste dia especial ás Mães.
 
ÀS QUERIDAS MÃES!
O segundo domingo de maio é dedicado a vocês, queridas mães. Neste dia dedicamo-nos a homenageá-las, agradecê-las, dizer-lhes do nosso amor, carinho e reconhecimento por sua dedicação, serviço, entrega e doação a sua família e à comunidade humana.
 
Querida Mãe! Um dia você sentiu em seu coração o chamado de Deus para cooperar com Ele na obra da criação. Sentiu que Ele a chamava para uma missão sublime e grandiosa, ser MÃE. E, ser Mãe, é ser vocacionada em primeiro lugar ao AMOR. Por amor você aceitou a vida que se formava dentro de si, por amor você a acolheu, cuidou, amou, educou, ensinou a dar os primeiros passos e desabrochar para a vida. Sem você mãe, faltaria à humanidade algo essencial. Nossa vida seria sem brilho, nossos dias sombrios e sem luz. Seríamos aprendizes solitários, sem referência alguma, não saberíamos para quem erguer os olhos, não teríamos em quem nos inspirar. Você se tornou a luz de nossa estrada, o calor e amor de nossas vidas. Consigo tudo tem novo sabor, as primeiras descobertas, os primeiros passos, as primeiras palavras, as primeiras letras, as primeiras tarefas. Consigo aprendemos que a vida tem sabor, cor e calor. Sua presença incansável nos alenta, encoraja e anima sempre.
 
 
Obrigada, Mãe, por cuidar da vida, por se entregar a cada dia mais e mais para que a vida cresça, desabroche e floresça, e, sobretudo para que ela não sofra. Seus cuidados maternos incansáveis nos recordam o AMOR eterno, vigilante e incansável de nosso Deus. Você, querida Mãe, lembra-nos Deus, que também é Mãe, que em Jesus se entregou e nos amou até o fim, e que no Espírito Santo permanece conosco e que embaixo de suas asas nos acalenta com ternura, calor e AMOR de Mãe. Assim como você Mãe e Mulher ficaram por muito tempo na história humana escondida no anonimato, assim também o Rosto Materno de Deus ficou encoberto por muito tempo aos seus filhos e filhas. Oxalá, a humanidade, cada um de nós, ao olhar para o rosto de sua Mãe, lembre-se e descubra nele o Rosto de Deus que é Pai e Mãe também!
Parabéns, Mães pelo seu dia! No altar de nossos corações elevamos hoje e sempre uma prece de gratidão, reconhecimento e louvor a Deus por você existir, por você ter dito sim a Deus, ao Amor e à Vida!
(Ir.  Rejane)
 
 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Dia Mundial de oração pelas Vocações

Próximo Domingo, 11 de maio celebramos o 51º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Dia do Bom Pastor e dia das mães, três motivações importantes para celebrarmos e rezarmos.
Partilhamos a mensagem do Papa Francisco para este dia de oração e façamos nossas preces ao Bom Pastor que envie operários para a sua messe.

Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações

“Vocações, testemunho da verdade”

 
Amados irmãos e irmãs!

1. Narra o Evangelho que «Jesus percorria as cidades e as aldeias (...). Contemplando a multidão, encheu-Se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe”» (Mt 9, 35-38). Estas palavras causam-nos surpresa, porque todos sabemos que, primeiro, é preciso lavrar, semear e cultivar, para depois, no tempo devido, se poder ceifar uma messe grande. Jesus, ao invés, afirma que «a messe é grande». Quem trabalhou para que houvesse tal resultado? A resposta é uma só: Deus. Evidentemente, o campo de que fala Jesus é a humanidade, somos nós. E a ação eficaz, que é causa de «muito fruto», deve-se à graça de Deus, à comunhão com Ele (cf. Jo 15, 5). Assim a oração, que Jesus pede à Igreja, relaciona-se com o pedido de aumentar o número daqueles que estão ao serviço do seu Reino. São Paulo, que foi um destes «colaboradores de Deus», trabalhou incansavelmente pela causa do Evangelho e da Igreja. Com a consciência de quem experimentou, pessoalmente, como a vontade salvífica de Deus é imperscrutável e como a iniciativa da graça está na origem de toda a vocação, o Apóstolo recorda aos cristãos de Corinto: «Vós sois o seu [de Deus] terreno de cultivo» (1 Cor 3, 9). Por isso, do íntimo do nosso coração, brota, primeiro, a admiração por uma messe grande que só Deus pode conceder; depois, a gratidão por um amor que sempre nos precede; e, por fim, a adoração pela obra realizada por Ele, que requer a nossa livre adesão para agir com Ele e por Ele.
2. Muitas vezes rezamos estas palavras do Salmista: «O Senhor é Deus; foi Ele quem nos criou e nós pertencemos-Lhe, somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho» (Sal 100/99, 3); ou então: «O Senhor escolheu para Si Jacob, e Israel, para seu domínio preferido» (Sal 135/134, 4). Nós somos «domínio» de Deus, não no sentido duma posse que torna escravos, mas dum vínculo forte que nos une a Deus e entre nós, segundo um pacto de aliança que permanece para sempre, «porque o seu amor é eterno!» (Sal 136/135, 1). Por exemplo, na narração da vocação do profeta Jeremias, Deus recorda que Ele vigia continuamente sobre a sua Palavra para que se cumpra em nós. A imagem adotada é a do ramo da amendoeira, que é a primeira de todas as árvores a florescer, anunciando o renascimento da vida na Primavera (cf. Jr 1, 11-12). Tudo provém d’Ele e é dádiva sua: o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro, mas – tranquiliza-nos o Apóstolo - «vós sois de Cristo e Cristo é de Deus» (1 Cor 3, 23). Aqui temos explicada a modalidade de pertença a Deus: através da relação única e pessoal com Jesus, que o Batismo nos conferiu desde o início do nosso renascimento para a vida nova. Por conseguinte, é Cristo que nos interpela continuamente com a sua Palavra, pedindo para termos confiança n’Ele, amando-O «com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças» (Mc 12, 33). Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho. Quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus. É «um êxodo que nos leva por um caminho de adoração ao Senhor e de serviço a Ele nos irmãos e nas irmãs» (Discurso à União Internacional das Superioras Gerais, 8 de maio de 2013). Por isso, todos somos chamados a adorar Cristo no íntimo dos nossos corações (cf. 1 Ped 3, 15), para nos deixarmos alcançar pelo impulso da graça contido na semente da Palavra, que deve crescer em nós e transformar-se em serviço concreto ao próximo. Não devemos ter medo: Deus acompanha, com paixão e perícia, a obra saída das suas mãos, em cada estação da vida. Ele nunca nos abandona! Tem a peito a realização do seu projeto sobre nós, mas pretende consegui-lo contando com a nossa adesão e a nossa colaboração.
3. Também hoje Jesus vive e caminha nas nossas realidades da vida ordinária, para Se aproximar de todos, a começar pelos últimos, e nos curar das nossas enfermidades e doenças. Dirijo-me agora àqueles que estão dispostos justamente a pôr-se à escuta da voz de Cristo, que ressoa na Igreja, para compreenderem qual possa ser a sua vocação. Convido-vos a ouvir e seguir Jesus, a deixar-vos transformar interiormente pelas suas palavras que «são espírito e são vida» (Jo 6, 63). Maria, Mãe de Jesus e nossa, repete também a nós: «Fazei o que Ele vos disser!» (Jo 2, 5). Far-vos-á bem participar, confiadamente, num caminho comunitário que saiba despertar em vós e ao vosso redor as melhores energias. A vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto duma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. Porventura não disse Jesus que «por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35)?
4. Amados irmãos e irmãs, viver esta «medida alta da vida cristã ordinária» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31) significa, por vezes, ir contra a corrente e implica encontrar também obstáculos, fora e dentro de nós. O próprio Jesus nos adverte: muitas vezes a boa semente da Palavra de Deus é roubada pelo Maligno, bloqueada pelas tribulações, sufocada por preocupações e seduções mundanas (cf. Mt 13, 19-22). Todas estas dificuldades poder-nos-iam desanimar, fazendo-nos optar por caminhos aparentemente mais cômodos. Mas a verdadeira alegria dos chamados consiste em crer e experimentar que o Senhor é fiel e, com Ele, podemos caminhar, ser discípulos e testemunhas do amor de Deus, abrir o coração a grandes ideais, a coisas grandes. «Nós, cristãos, não somos escolhidos pelo Senhor para coisas pequenas; ide sempre mais além, rumo às coisas grandes. Jogai a vida por grandes ideais!» (Homilia na Missa para os crismandos, 28 de Abril de 2013). A vós, Bispos, sacerdotes, religiosos, comunidades e famílias cristãs, peço que orienteis a pastoral vocacional nesta direção, acompanhando os jovens por percursos de santidade que, sendo pessoais, «exigem uma verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos; deverá integrar as riquezas da proposta lançada a todos com as formas tradicionais de ajuda pessoal e de grupo e as formas mais recentes oferecidas pelas associações e movimentos reconhecidos pela Igreja» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31)
Disponhamos, pois, o nosso coração para que seja «boa terra» a fim de ouvir, acolher e viver a Palavra e, assim, dar fruto. Quanto mais soubermos unir-nos a Jesus pela oração, a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os Sacramentos celebrados e vividos na Igreja, pela fraternidade vivida, tanto mais há de crescer em nós a alegria de colaborar com Deus no serviço do Reino de misericórdia e verdade, de justiça e paz. E a colheita será grande, proporcional à graça que tivermos sabido, com docilidade, acolher em nós. Com estes votos e pedindo-vos que rezeis por mim, de coração concedo a todos a minha Bênção Apostólica.
Vaticano, 15 de Janeiro de 2014
Francisco
 
 

 

quinta-feira, 1 de maio de 2014

São José e o dia do trabalho


Hoje celebramos São José e dia do trabalhador. São José é o modelo e o protetor de todos os trabalhadores, pois foi ele quem esteve a frente de sua família protegendo, alimentando, cuidando, uma família que era a família santa: Jesus e Maria e José.
Para ilustrar este dia partilhamos as palavras sábias dos Sermões de São Bernardino de Sena, presbítero do Séc. XV. Ele diz sobre José:
 
 
É esta a regra geral de todas as graças especiais concedidas a qualquer criatura racional: quando a providência divina escolhe alguém para uma graça particular ou estado superior, também dá à pessoa assim escolhida todos os carismas necessários para o exercício de sua missão.

Isto verificou-se de forma eminente em São José, pai adotivo do Senhor Jesus Cristo e verdadeiro esposo da rainha do mundo e senhora dos anjos. Com efeito, ele foi escolhido pelo Pai eterno para ser o guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: o Filho de Deus e a Virgem

Maria. E cumpriu com a máxima fidelidade sua missão. Eis por que o Senhor lhe disse: Servo bom e fiel! Vem participar da alegria do teu Senhor! (Mt 25,21).
Por isso, não é sem razão que o Senhor lhe declará: Vem participar da alegria do teu Senhor! Embora a alegria da felicidade eterna penetre no coração do homem, o Senhor preferiu dizer: Vem participar da alegria. Quis assim insinuar misteriosamente que a alegria não está só dentro dele, mas o envolve de todos os lados e o absorve e submerge como um abismo sem fim.

Lembrai-vos de nós, São José, e intercedei com vossas orações junto de vosso Filho adotivo; tomai-nos também propícia vossa Esposa, a santíssima Virgem, mãe daquele que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos sem fim. Amém".
Da Constituição pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo contemporâneo, do Concilio Vaticano II N•. 33-34, declara alto tão sublime sobre a dignidade do trabalho:
 
"Por seu trabalho e inteligência, o homem procurou sempre mais desenvolver a sua vida. Hoje em dia, porém, ajudado antes de tudo pela ciência e pela técnica, ele estendeu continuamente o seu domínio sobre quase toda a natureza; e, principalmente, graças aos meios de intercâmbio de toda espécie entre as nações, a família humana pouco a pouco se reconhece e se constitui como uma só comunidade no mundo inteiro. Por isso, muitos bens que o homem esperava antigamente obter sobretudo de forças superiores, hoje os consegue por seus próprios meios.
Diante deste esforço imenso, que já penetra a humanidade inteira, surgem muitas perguntas entre os homens. Qual é o sentido e o valor desta atividade? Como todas estas coisas devem ser usadas? Qual a finalidade desses esforços, sejam eles individuais ou coletivos?
A Igreja, guardiã do depósito da palavra de Deus, que é a fonte dos seus princípios de ordem religiosa e moral, embora ainda não tenha uma resposta imediata para todos os problemas, deseja no entanto unir a luz da revelação à competência de todos, para iluminar o caminho no qual a humanidade entrou recentemente.
Para os fiéis é pacífico que a atividade humana individual e coletiva, aquele imenso esforço com que os homens, no decorrer dos séculos, tentaram melhorar as suas condições de vida, considerado em si mesmo, corresponde ao plano de Deus.
Com efeito, o homem, criado à imagem de Deus, recebeu a missão de dominar a terra com tudo o que ela contém de governar o mundo na justiça e na santidade, isto é,conhecendo a Deus como Criador de todas as coisas, orientando para ele o seu ser e todo o universo; assim, com todas as coisas submetidas ao homem, o nome de Deus seja glorificado na terra inteira.
Isto diz respeito também aos trabalhos cotidianos. Pois os homens e as mulheres que, ao procurar o sustento para si e suas famílias, exercem suas atividades de maneira a bem servir à sociedade, têm razão para ver no seu trabalho um prolongamento da obra do Criador, um serviço a seus irmãos e uma contribuição pessoal para a realização do plano de Deus na história.
Portanto, bem longe de pensar que as obras produzidas pelo talento e esforço dos homens se opõem ao poder de Deus, ou considerar a criatura racional como rival do Criador, os cristãos, pelo contrário, estão convencidos deque as vitórias do gênero humano são um sinal da grandeza de Deus e fruto de seus inefáveis desígnios. Quanto mais, porém, cresce o poder dos homens, tanto mais aumenta a sua responsabilidade, seja pessoal seja comunitária.
Donde se vê que a mensagem cristã não afasta os homens da tarefa de construir o mundo nem os leva a negligenciar o bem de seus semelhantes; mas, antes, os impele a sentir esta obrigação como uni verdadeiro dever".