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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 25 de agosto de 2018

MENSAGEM AOS CATEQUISTAS


Dia Nacional dos Catequistas – 2018
Queridos e queridas Catequistas!
Resultado de imagem para dia do catequista 2018Já nos avizinhamos do Dia do Catequista. Será neste dia 26 de agosto. Foi grande a sabedoria que inspirou a inserção deste dia nos quadros do mês vocacional. As palavras ‘voz’ e ‘vocação’ vem da mesma raiz latina. E é assim que a Igreja os reconhece, queridos e queridas Catequistas. São evangelizadores que respondem a um apelo que lhes ressoa desde dentro, desde o coração.
Enquanto escrevo estas linhas recordo-me do diálogo de Jesus com seus discípulos apresentado por Mateus, o evangelista com grande sensibilidade catequética. “Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse aos discípulos: a colheita é grande...” (Mt 9,36). Em seguida eles foram enviados quais missionários das boas notícias da parte de Deus.
Resultado de imagem para dia do catequista 2018Sei que se recorda, amigo e amiga Catequista, daquela pessoa que, pela primeira vez, lhe dirigiu o convite para colaborar com o Senhor na Catequese. Até os detalhes lhe afloram à memória. Era a comunidade que precisava. Alguém lhe falou desde fora, mas provocou aquela voz que vem de dentro. Era como se o Senhor Jesus já estivesse a compadecer-se dos catequizandos e, então, estaria a confiá-los a Você. Pois bem, hoje deixe-se ‘olhar” por ele. Tente imaginar o próprio Senhor, com os olhos cheios de compaixão, a voltar sua face para eles, os catequizandos, e depois para Você. O que ele lhe diria? Escute-o. Deixe-o falar.
Ele nunca se deixa vencer em generosidade. Estará sempre ao seu lado, com a força do seu Espírito, para renovar as compaixões, para revitalizar as motivações, para vencer as desilusões. São alegrias e dramas que ele conhece bem. Os grandes discípulos e discípulas também já experimentaram. Eles se sentiram pequenos, pequenas. Venceram porque a força que os sustentava vinha do amigo e Senhor. Como o apóstolo e catequista por excelência, Paulo, muitos repetiram em seu íntimo: “Eu sei em quem acreditei...” (2Tm 1,12). Lembre, pois, de seu chamado, de suas vitórias, e siga no serviço da Catequese.
Resultado de imagem para dia do catequista 2018Em suas orações não esqueça da nossa 4ª Semana Nacional de Catequese, prevista para novembro (14-18/11). Estou convencido que serão dias de grande impulso para o futuro da nossa Catequese. Recomendo-lhe também que busque compreender bem e estimular a Iniciação à Vida Cristã. Ela leva consigo uma poderosa força renovadora para a evangelização no Brasil.
Despeço-me com palavras de imensa gratidão a todos os Catequistas deste nosso Brasil. Que o Senhor lhes abençoe por serem uma fonte de bênçãos à nossa Igreja. E que a poderosa intercessão da grande Catequista, aquela de Nazaré, esteja sempre a acompanhar os seus passos.

Dom José Antonio Peruzzo
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB


21º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Qual é a palavra que alimenta nossa fome de vida e dignidade?
Resultado de imagem para 21 domingo do tempo comum ano bO Evangelho de Jesus é, desde sempre e literalmente, boa notícia. Por isso, onde é anunciado e ouvido, produz alegria, como bem insiste o papa Francisco. Mas também provoca crise, e não apenas hoje. Não é possível crer em Jesus e seguir seu caminho sem romper com uma cultura centrada na competição, na esperteza, na indiferença e na dominação. Se não acontecer esta ruptura, a fé professada com os lábios acaba sendo negada pelas atitudes e valores, como vemos em alguns candidatos à presidência do Brasil. Jesus esclarece: “As palavras que vos falei são espírito e vida. Mas entre vós há alguns que não creem...”
O evangelho proposto para este domingo é parte do sexto capítulo de João. Tudo começou com a partilha dos pães e dos peixes entregues a Jesus por um jovem e partilhados com uma multidão. Entusiasmada com a abundância de alimento, a multidão quis transformar Jesus em rei, mas ele fugiu de fininho. Diante desta recusa de Jesus, os discípulos ficaram desorientados e pensaram em fugir. Mas Jesus foi ao encontro deles, no meio do mar agitado. E, depois disso, Jesus desenvolve uma longa catequese sobre o pão verdadeiro, o pão que nos alimenta verdadeiramente e merece ser buscado.
Resultado de imagem para 21 domingo do tempo comum ano b
Esta longa reflexão sobre o pão que dá vida não tem nada de inocente, espiritualista ou inofensivo, e os discípulos o entenderam perfeitamente. Por isso, no fim da reflexão, disseram a Jesus que seu modo de falar era duro demais e que era difícil continuar ouvindo seu ensino. A razão da crise dos discípulos é seguir alguém que não aceita ser rei; que pede para renunciar à ambição individual de estar à sua direita ou à sua esquerda; que propõe a entrega de si mesmo como caminho de realização; que insiste que vulnerabilidade é força; que indica a atitude de servo como a mais nobre e digna do ser humano...
Sedentos de triunfo e de sucesso, muitos discípulos, frustrados e rebelados, abandonam o seguimento de Jesus. Sem se importar com isso, Jesus provoca ainda mais os discípulos já escandalizados, enfatizando que é próprio do ser humano descer, que quem é rebaixado é visto por Deus como o mais nobre e perfeito. A partir disso, muitos discípulos voltam atrás, e não andam mais com Jesus. Eles buscam um Enviado diferente, um Messias feito à medida dos interesses individuais e da própria classe. Sem receio de ficar só, Jesus enfrenta também os que permanecem: “Vocês também querem ir embora?”
Resultado de imagem para 21 domingo do tempo comum ano bA resposta a esta pergunta, que também é dirigida a nós, não pode ser da boca pra fora, da cabeça para cima; deve ser consciente, engajada e consequente. Pedro, em nome de um bom grupo de discípulos e de forma um pouco resignada, responde com uma pergunta: “A quem iremos, Senhor?” A resposta não vem da boca de Jesus, mas deve vir de um discernimento que nós mesmos devemos fazer. De minha parte, como Pedro, fico com Jesus Cristo e sua humanidade, com o Evangelho e sua liberdade, com o serviço aos irmãos e à sua dignidade. Não me reconheceria nem conseguiria viver fora desse horizonte...
Jesus é a Palavra de Deus feita carne solidária, e suas palavras são portadoras de dignidade e vida. Pedro entendeu bem: “Tu tens palavras de vida eterna.”  Ele sabia muito bem que, diante de Jesus, todos se descobrem pessoas dignas e capazes, conduzidas a uma liberdade sempre mais plena e exigente, portadores de uma vida cada vez mais plenificada, peregrinos de um caminho que liberta porque jamais termina. Mas não é possível ser cristão e, ao mesmo tempo, permanecer dentro das premissas da cultura individualista. Não podemos cair na tentação, sempre presente e forte, de adocicar e amenizar a mensagem de Jesus Cristo, submetendo-a ao nosso desejo de prosperidade e grandeza.
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Crer em Jesus significa experimentar uma liberdade radical, capaz de promover a liberdade de quem convive conosco. Só quem foi libertado de tudo está em condições de servir. “Sejam submissos uns aos outros no amor de Cristo”, pede Paulo aos esposos e a todos os cristãos. Submissão (missão subalterna) significa estar à disposição do outro, e isso nos leva a assumir o fardo do outro, a ser substituto, a suportá-lo nas penas e sofrimentos, nos sonhos e buscas. Paulo aplica isso à relação entre marido e mulher, mas a reciprocidade no amor e no serviço se aplica a todas as relações. Eis a novidade cristã!
Resultado de imagem para 21 domingo do tempo comum ano bJesus amado, Profeta temido por tua intrepidez, Pão que alimenta nossa fome mais profunda, Palavra que nos mantém no belo e difícil caminho da vida! Ensina-nos a encontrar a simplicidade profunda do teu Evangelho e a vivê-lo com inocente e desarmada alegria. Ajuda-nos a viver a submissão e o serviço recíprocos e a fazer disso uma pequena mas persistente diferença. Ilumina e fortalece nossos catequistas: que eles experimentem paradoxal glória de descer ao encontro dos mais pobres, para ser tua Boa Notícia para eles, e conduzir ao teu encontro as pessoas a eles confiadas. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

sábado, 18 de agosto de 2018

DIA DA VOCAÇÃO RELIGIOSA



A TODOS OS CONSAGRADOS A VIDA RELIGIOSA

No campo do mundo tu és um semeador.
Não podes fugir à responsabilidade de semear.
Não diga que o solo é áspero, que chove amiúde, que o sol queima ou que a semente não serve.
Não é a tua missão julgar a terra e o tempo.
Tua missão é semear.
A semente é abundante.
Um pensamento, um sorriso, uma promessa de alento, um aperto de mão, um conselho, um pouco de água, são sementes que germinam facilmente.
Não semeies descuidadamente como quem cumpre uma missão desagradável.
Semeia com interesse, com amor, com atenção, como quem encontra nisso o motivo central de sua felicidade.
E ao semear não penses. Quanto demorará a colheita?
Recorda que não semeias para enriquecer, aguardando o ganho multiplicado.
Semeias porque não podes ficar inativo, porque não podes viver sem dar, porque não podes servir a Deus sem servir aos homens.
És dono de ti mesmo, da vida, do universo. Tua semente, pois, não cairá no vasto.
Sem esperar recompensa, receberás recompensa.
Sem esperar riquezas, enriquecerás.
Sem pensar na colheita, teus bens se multiplicarão.
E tudo porque semeias num Reino onde dar é receber, onde perder a vida é encontrá-la, onde gastar-se servindo, é aumentar.

Semeia sempre, em todo terreno, em todo o tempo a boa semente, com interesse, como se estivesses semeando o próprio coração.

Se pois, um semeador..

Parabéns a todos os consagrados e consagradas a vida religiosa.
Que sintam sempre a proteção e o amor de Deus em suas vidas e sejam para igreja uma luz para as pessoas e testemunhas da salvação para quantos o procuram.

SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA


Maria é símbolo da humanidade libertada e solidária.
Resultado de imagem para assunção de nossa senhoraA Assunção de Nossa Senhora é uma festa mariana que, para as comunidades católicas do Brasil, está ligada à semana dedicada à vocação à vida religiosa. Mas aquilo que cremos sobre Maria não tem a ver exclusivamente com os religiosos e religiosas: de alguma forma, se refere a todos os homens e mulheres, à comunidade eclesial, ao povo de Deus. A glorificação de Nossa Senhora, que é a plena realização de sua vida e sua vocação em Deus, é interpelação e promessa extensivas a toda a Igreja e a todos os homens e mulheres. E isso é preanunciado na imagem que João vê aparecendo no céu.
Lucas apresenta Maria como uma mulher que sabe ouvir a Palavra libertadora de Deus e que está pronta a dar o melhor de si para que esta Palavra se realize na história. É alguém que ousou acreditar na força da Palavra e na fidelidade daquele que a pronuncia. Deus pôde realizar grandes coisas nela e através dela porque encontrou em Maria a base humana indispensável. Por isso, não fazemos bem quando a idealizamos e desumanizamos, tirando-a da história. Para fazer-se humano o Filho de Deus precisou de uma pessoa fundamentalmente humana, não de uma criatura angélica e desencarnada do mundo!
Resultado de imagem para assunção de nossa senhoraDepois da experiência de ser amada e chamada a gerar e dar à luz aquele que é a Luz do mundo, Maria vai apressadamente à casa de Isabel. Busca na família de Isabel e Zacarias um sinal que confirme a parceria de Deus com os humildes e oprimidos e a veracidade de suas promessas. A discípula se faz serva, a serva se mostra peregrina e a peregrina busca hospitalidade e testemunho na casa de Isabel. Abraçadas no amor de um Deus que não esquece sua misericórdia, na periferia de Jerusalém, duas mulheres louvam a Deus e profetizam publicamente. Maria contempla a história do seu povo e proclama a intervenção libertadora de Deus. A discípula, serva e peregrina se descobre profetiza destemida.
É importante não esquecer que Maria, esta mulher que foi elevada e assunta ao céu, não é apenas uma humilde trabalhadora do lar, uma pessoa discreta que acredita em Deus, uma doce e recatada esposa de um carpinteiro. Deus assume em corpo e alma e eleva à glória do céu alguém que rompe com os costumes que menosprezam a mulher e a mantêm calada, que diz uma palavra profética na arena pública, que proclama uma revolucionária intervenção de Deus num mundo patriarcal e opressor. Ela já havia usurpado o título masculino de “Servo de Deus” e agora ocupa seu lugar no rol dos profetas...
Por isso, Maria simboliza uma Igreja com traços femininos. Nela e com ela, a Igreja é chamada a construir-se como corpo que acolhe, aquece, alimenta, ensina, respeita e favorece o crescimento e o amadurecimento dos filhos e filhas. Uma Igreja institucionalmente rígida, fechada, autoritária, legalista e doutrinária tem pouca relação com a figura feminina de Maria. Com Maria e suas companheiras mulheres é possível construir uma Igreja que vive intensamente a alegria do Evangelho, que deixa de ser alfândega e tribunal para ser lar e enfermaria, que sai para acolher e cuidar, como quer o Papa.
Resultado de imagem para assunção de nossa senhoraInspirada em Maria, a Igreja precisa criar espaços e condições favoráveis para o desenvolvimento de homens e mulheres maduros, livres, despojados, solidários e comprometidos com a salvação do mundo. Um corpo ou uma instituição que se impõe pelo medo e pela lei está condenado à esterilidade e nunca terá a graça de sentir os filhos e filhas saltarem de alegria no seu ventre. Será um corpo incapaz de conhecer a felicidade, e permanecerá um túmulo de homens e mulheres que não chegam a nascer verdadeiramente. Deus nos livre de uma Igreja com nome feminino mas com estruturas masculinas!
Na origem da vocação à vida consagrada está a experiência de um Deus que olha nos olhos e, sorrindo, nos chama pelo nome. Ou uma experiência como aquela de Maria e de Isabel: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo!” E então, a partir disso, os pés percorrem caminhos e o corpo estremece de alegria por receber inesperadamente a visita de Deus na própria casa. A vocação à vida religiosa não é primariamente um caminho de purificação moral ou de desprezo do mundo, mas a experiência de plenitude de uma graça que não cobra méritos: dar de graça aquilo que de graça se recebeu.
Resultado de imagem para assunção de nossa senhoraMaria, profetiza corajosa, mãe amorosa e discípula fiel do teu Filho: intercede junto a ele para que as pessoas que se consagram a Deus sejam ouvintes da Palavra, cresçam no serviço aos pobres e amadureçam na profecia. Que sejam fiéis ao chamado de proclamar com a vida e com palavras que nada pode ser colocado acima do amor pessoal a Jesus Cristo e aos pobres nos quais ele vive. Assim, ajudarão Jesus a vencer o mal que fere seus irmãos, e que não se reduz à luta contra a corrupção. E que se façam ativa e corajosamente presentes nos desertos, nas periferias e nas fronteiras. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

sábado, 11 de agosto de 2018

DIA DOS PAIS

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Ser pai é diferente de parecer pai, e isso eu aprendi com o melhor. Você, papai, me ensinou que ser pai é tanto saber impor e disciplinar quanto saber brincar e dar liberdade ao seu filho. 


Ser pai é ser voz grossa de autoridade e ser carinho e beijo de amor. É ser firme e ao mesmo tempo coração mole. 

É ser ruga constante de preocupação e sorriso de ternura. É ser sabedoria que ensina, mas também estar disposto a aprender com seu filho.

Ser pai é ser o que você é e sempre foi, meu pai, diariamente dando o exemplo de vida de um grande homem, generoso, honesto, persistente e lutador. 

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19º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Ainda temos um longo caminho a percorrer...
Resultado de imagem para 19º DOMINGO COMUMA humanidade de Jesus foi e continua sendo uma pedra de contradição e de escândalo, inclusive para muitos piedosos cristãos. Aceitá-la e sublinhá-la significa reconhecer o arcano desejo de Deus de se auto comunicar às suas criaturas, especialmente ao ser humano. Significa também ressaltar o dinamismo da compaixão que leva Deus a entrar definitivamente na condição humana e a se identificar com as dores e sonhos da humanidade. É isso que dá sentido pleno e profundo à ação de Jesus, quando alimentou a multidão cansada e faminta. E é isso que está no núcleo da catequese de Jesus sobre o pão da vida.
A longa discussão que Jesus mantém com seus discípulos e com as autoridades do judaísmo, depois de socorrer a fome do povo, está longe de ser uma simples catequese espiritual sobre sua presença real nas espécies eucarísticas. Na verdade, o que está em questão é o modo de conhecer e de agradar a Deus, de responder a seu filho Jesus Cristo: Cumprindo leis de forma mecânica? Obedecendo uma carroçada de normas e princípios morais? Celebrando ritos que passam à margem das estradas da vida? Fixando a atenção numa hipotética vida após a morte e desprezando os desafios da história?
Resultado de imagem para 19º DOMINGO COMUM
Jesus se oferece como alimento que desce continuamente do céu e assume a carnalidade das dores e dos sonhos humanos. Ele não diz que é o pão que desceu do céu (no passado), mas o pão que desce permanentemente do céu (tempo presente). “Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6,33). Tanto o verbo “descer” como o verbo “dar” estão no tempo presente e referidos à missão libertadora de Jesus. No horizonte do evangelho segundo João, “descer” é uma metáfora que aponta para a diminuição social, um aspecto central na vida de Jesus e de quem o segue.
O alimento que faz a diferença e que supera tanto o maná como a simples distribuição assistencialista de comida é a encarnação do Filho de Deus, sua humanidade compassiva. O que ele discute no evangelho de hoje não é sua origem divina ou humana, mas a nossa resistência em aceitar sua encarnação redentora. Assim, a fé em Jesus e a adesão ao dinamismo eucarístico não são uma espécie de subida a Deus, mas uma descida solidária ao encontro do humano. A comunhão com as dores e alegrias, tristezas e angústias dos homens e mulheres do nosso tempo é o único caminho que pode nos levar a Deus.
Jesus recorre aos profetas para enfatizar que é isso que precisamos aprender, que esta é a lição fundamental de Deus. Dizendo que todos serão discípulos de Deus, Jesus evita os estreitamentos ideológicos, étnicos ou eclesiásticos, e afirma a universalidade do caminho da vida. Quem cuida da vida dos outros está no caminho da vida eterna, e quem não aceita e não se engaja nessa missão não é discípulo de Deus, fecha-se à sua voz. Mais uma vez, a questão não é simplesmente crer ou não na presença real de Cristo no pão, mas escutar a Palavra que ele nos diz mediante sua contínua descida.
Jesus também não quer simplesmente opor a força de vida da sua descida, da humana compaixão, à insuficiência do maná. Ele lembra que o povo hebreu comeu do maná mas experimentou o malogro na realização do sonho de uma terra livre e sem males. E isso não ocorreu por causa da qualidade do maná, mas da atitude do povo, da sua incapacidade de ouvir e obedecer a Deus. Aqui está a novidade de Jesus Cristo: somente quem ouve sua Palavra e crê nele, quem se faz seu discípulo e se alimenta da sua humanidade, chega à meta da travessia e alcança a terra desejada e prometida.
Resultado de imagem para 19º DOMINGO COMUMPortanto, não podemos reduzir o discurso de Jesus sobre o pão vivo e verdadeiro à questão da sua presença real nas espécies do pão e do vinho, pois isso significaria empobrecer gravemente seu Evangelho. O que está em jogo não é o sacramento da eucaristia mas a irrecusável humanidade de Deus. Jesus nos convida a entrar na escola do discipulado e oferece sua Palavra como alimento para o longo caminho que nos espera. Paulo diz que chegaremos à meta deste caminho quando formos bons e compassivos uns com os outros, quando conseguirmos viver o amor e o dom recíprocos, a exemplo de Jesus, “que nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós”.
Jesus amado, te agradecemos porque nos revelas que Deus é um pai com coração de mãe e te ofereces a nós como pão que desce e alimenta nossos sonhos e nos sustenta na luta para realizá-los. Aprendemos contigo e com pessoas grandes e generosas que é sendo bondosos, solidários e compassivos uns com os outros que seremos filhos e imitadores de Deus pai. Alimenta com teu humano corpo e tua Palavra todos os pais, e também nossos anelos de bem viver. Ajuda-nos a fazer de nossas famílias escolas de comunhão, compaixão e participação, espaços de renascimento e crescimento como homens e mulheres novos. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf