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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sexta-feira, 30 de julho de 2010

Comentário das leituras bíblicas deste final de semana.


Com alegria apresentamos as reflexões do Pe. Itacir. Que a palavra de Deus ilumine as nossas ações, assim ela será proclamada com nossas vidas!

“No meu barco não há ouro nem prata...”



(Ecl 1,2.2,21-23; Sl 89/90; Cl 3,1-5.9-11; Lc 12,13-21)

Com a celebração deste domingo, as comunidades católicas da Igreja do Brasil abrem o mês vocacional. E a primeira semana nos convida a recordar, aproveitando a memória de São João Maria Vianey (dia 03), a vocação presbiteral. Mas por que não lembrar aqui também a vida-semente de Dom Enrique Angelelli, bispo e profeta argentino, morto no dia 04 de agosto de 1976? Ele dizia que no coração do bispo (e do padre) as alegrias e dores do povo devem encontrar guarida. E escreveu poeticamente um quase-testamento: “Minha vida foi como um riacho... Anunciar o Aleluia aos pobres e aliviar-se no interior. Cantos partilhados com o povo e silênciosos encontros contigo, Senhor...” Uma vida assim esbanjada é loucura ou sabedoria? Precisamos aprender sempre de novo o que significa ser rico aos olhos de Deus.

“Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.”

Qual é a intenção deste anônimo personagem que chama Jesus de ‘mestre’? Depois da discussão sobre a autoridade de Jesus para expulsar demônios, da sua advertência sobre a busca obsessiva de sinais grandiosos e da crítica dura aos fariseus e doutores da lei, “alguém do meio da multidão” pede a Jesus, sem esconder um tom de quem está dando ordens: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.” Este sujeito sem nome faria parte do grupo dos fariseus ou doutores da lei?

De fato, no evangelho de Lucas são sempre as pessoas estranhas a Jesus ou seus adversários declarados que costumam chamá-lo ironicamente ‘mestre’: o fariseu que criticou Jesus por deixar-se beijar pela mulher pecadora (7,40); os familiares de Jairo, cuja filha estava doente (8,49); o pai de um rapaz endomoniado (9,38); o doutor da lei criticado por Jesus (11,45); um homem da elite judaica (18,18); os fariseus (19,39); os espias que queriam denunciá-lo (20,21); os saduceus (29,28); os escribas (20,39).

“Guardai-vos de todo tipo de ganância.”

Parece que, chamando Jesus de mestre, este sujeito não está expressando sua concordância e sua adesão a ele. E Jesus precebe claramente a ironia da saudação e as contradições do demandante, tanto que responde dando a entender que se não é aceito como mestre, também não pode ser buscado como juiz. No fundo, Jesus percebe que esta pessoa, longe de ser alguém necessitado ou um candidato a discípulo, está sendo devorada pela ganância.

E é essa constatação que abre a Jesus a oportunidade para falar da relação com os bens. “Atenção! Guardai-vos contra todo tipo de ganância, pois mesmo que se tenha muitas coisas, a vida não consiste na abundância de bens.” A palavra grega ‘pleonexia’, que a bíblia traduz por ganância, significa literalmente querer sempre mais. Por trás da demanda não está uma necessidade, nem um princípio de justiça, mas a fome insaciável de bens. O desejo é encher o próprio barco de ouro e prata...

Para ilustrar e sublinhar a seriedade da sua afirmação, Jesus propõe uma parábola. O protagonista da história é uma pessoa profundamente ensimesmada. Ele pensa, fala e decide sempre sozinho. Não se interessa por mais ninguém. A linguagem é clara: meus celeiros, meu trigo, meus bens. E diz a si mesmo: “Meu caro, tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe e goza da vida.” Como não lembrar aqui a parábola do rico que festejava indiferente à miséria de Lázaro (Lc 16,19-31)?

“Tolo! Para quem ficará o que acumulaste?”

Nossa cultura considera sábia, prudente inteligente a pessoa que poupa e acumula. Há até quem faça campanha para não dar esmolas, como se o problema do país fossem os pedintes e não os exploradores. Pensar nos outros, lutar com eles, defender seus direitos, parece coisa de doido, de quem não tem o que fazer ou de quem está mal intencionado. É verdade que alguns milionários hoje até ousam fazer caridade e têm suas fundações, mas o modelo seguido é mesmo o homem da parábola.

Jesus diz aos olhos de Deus as que pessoas que agem assim são absolutamente tolas, desprovidas de qualquer resquício de razão, vazias de qualquer valor humano, modelos que devem ser descartados como dignos de riso. São pessoas que, com suas decisões, cavam abismos que os separam dos simples humanos. E acabam cavando também a própria ruína, pois são humanamente tão pobres que só tém dinheiro... Perderam ou venderam barato tudo o mais.

“Buscai as coisas do alto...”

Mas se o acúmulo indiscriminado de bens é doidice e pobreza humana, o que significa ‘ser rico diante de Deus’? Está claro que para Jesus o problema não está nos bens em si mesmos. Ele não é um asceta que acha que as coisas materiais são intrinsecamente más. Ele mesmo gostava de gastar uns trocados com boas festas para se confraternizar com os marginalizados. O mal dos bens está no obstáculo que eles podem representar para a liberdade radical e para o engajamento no movimento do Reino de Deus.

Se não colocamos o ensinamento de Jesus no devido lugar, podemos resvalar para a ironia e para o cinismo daqueles que pregam moral de calça curta, que ensinam aos pobres a não se preocuparem com comida e roupas. Os pobres não podem ficar olhando os corvos e os lírios, pois não lhes resta senão trabalhar, mesmo percebendo que são outros os que ficam com os bens que produzem. A questão fundamental está em reconhecer o que realmente vale e tem prioridade sobre tudo: o Reino de Deus.

O Reino de Deus é a pérola preciosa e o tesouro valioso que vale tudo o que temos e o que sonhamos, pois não é o armazém que falta aos que aumentaram a produção, nem a aplicação vantajosa oferecida àqueles que têm mais do que necessitam: é o terreno no qual brota o trigo abundante que vai para a mesa dos pobres e não para os armazéns privados; é a carta constitucional que garante todos os direitos humanos a todas as pessoas; é o ventre no qual é gerada uma nova humanidade.

“Vos revestistes do homem novo.”

Podemos simplesmente apresentar os padres como modelo imitável daqueles que, vencendo a irrascível ganância, fizeram a escolha certa e tecera bolsas que não se estragam, ou, para usar a expressão de Paulo, se tornaram homens novos? A memória dos episódios evangélicos dos dois últimos domingos pede precaução e nos ensina a não responder apressadamente que sim. Marta representa os ministros que se sentem chefes, se preocupam com muitas coisas e querem mandar inclusive em Jesus.

O que é certo é que o ministério presbiteral parte da descoberta de um chamado, e isso supõe uma abertura que não encontramos no protagonista da parábola: este só escuta a voz dos próprios interesses e ambições, dialoga apenas consigo mesmo; é literalmente um homem fechado a qualquer chamado que venha de fora e, especialmente, daqueles que estão nas bases da história e fora do clube dos bem-sucedidos. O padre é chamado a ser um ministro, servo dos outros, e não senhor de si mesmo.

Tanto São João Maria Vianey como Enrique Angeleli mostram com a vida o que significa escolher a melhor parte, ser rico aos olhos de Deus, fazer bolsas que não se estragam, buscar apenas e sempre o Reino de Deus e sua justiça. Lutando permanentemente contra a ambição que pode corroer por dentro, eles colaboram para que os bens circulassem e servissem ao bem de todos, abriram o coração para acolher as alegrias e tristezas de todos os humanos seres e assim revelaram onde estava seu coração.

“Ensina-nos a contar os nossos dias...”

Assim, a vocação presbiteral, quando vivida com empenho e pessoal e com autenticidade, presta um grande serviço a todo o povo de Deus: revela que todas as formas de vida cristã – a vida clerical, a vida consagrada e a vida laical – têm uma irrenunciável dimensão de serviço aos irmãos e irmãs. Mas esta vocação específica só conseguirá cumprir bem sua missão se souber confrontar-se permanentemente com a pessoa de Jesus e seu Evangelho, se se deixar revestir do novo homem revelado em Jesus.

Esta é também a sabedoria que todos desejamos e necessitamos: a capacidade de avaliar corretamente o valor de todas as coisas, tanto os bens econômicos como os cargos e as funções, assim como o tempo histórico que vivemos. O salmista lembra que aos olhos de Deus mil anos podem representar menos que o dia de ontem, e que o aparente vigor da nossa vida é enganoso e nós podemos murchar e desaparecer na tarde que se aproxima. Precisamos aprender a contar bem os nossos dias!

E contar bem os nossos dias significa também colocar os bens econômicos no seu devido lugar. Um projeto de vida fundamentado no acúmulo sem limites não tem fundamento. A ganância desmedida pode nos levar a devorar a natureza, a sacrificar amigos/as e familiares, a desorientar ou esterilizar a fé e, enfim, a perder a dimensão de gratuidade e solidariedade. É uma bolsa roída pelas traças...

Pe. Itacir Brassiani msf

Dia dos Padres

Iniciamos o mês vocacional! O primeiro final de semana somos convidados a voltar o nosso olhar sobre a vocação sacerdotal. Por isso queremos parabenizar todos os padres, que dia a dia levam o Reino de Deus com suas vidas. A eles dedicamos a seguinte mensagem:

Jesus Bom Pastor o ensine a
viver a sua vocação!
 Padre:



Um dia você sentiu a necessidade de corresponder ao amor de Deus de uma maneira mais radical, ouvindo o apelo dEle.


Iniciou-se assim um processo de amadurecimento, ampliando as suas fronteiras, até ultrapassando os limites das estreitezas do próprio eu, das suas aspirações e desejos para dar-lhes uma nova direção.


O sim que você deu a Deus, mesmo desconhecendo todas as consequências que ele trazia, levou-o a realizar proezas com a graça do Pai, proporcionou-lhe alegrias escondidas nas cruzes, desafios, renuncias, surpresas... Você aprendeu, e continua aprendendo a amar de uma maneira diferente, e esse novo amor fê-lo conhecer o rosto da liberdade que nem todos conseguem conhecer.


Você aprendeu que tanto mais padre será quanto mais humano, e por tanto, mais semelhante Àquele que se inclinou para lavar os pés de seus amigos, numa noite de dor misturada com emoções, alegrias, incertezas, saudade, medo, mas sobre tudo muita vontade de doar-se.


Você é pai, é amigo, confidente, guia, profeta; você é como a lua que alumia com luz emprestada e assim anuncia que há uma força maior sobre ela.


Você é como Abraão: partiu, esperando na fé chegar à terra da partilha, da igualdade, da fraternidade, da justiça e da paz, que mana leite e mel. Saboreia essa terra estando a caminho, na oração - intimo trato de amizade com Deus -, a saboreia também no convívio com os irmãos.


Você é antes de tudo, homem, com coração humano, povoado de sonhos, desejos e também defeitos que aos poucos vão sendo redimidos.


Hoje é o dia escolhido pela Igreja do Brasil para homenageá-lo, para agradecer tudo o que você representa na vida do povo.


Nos queremos dizer-lhe que o necessitamos muito, pois é muito importante na vida de todos nós que temos sede de sua presença pelo que é e representa. Embora vivamos em tempos difíceis sabemos que, cedo ou tarde, a vontade de Deus será feita, o seu Reino chegará.

Obrigada pelo seu SIM renovado dia a dia, por trazer Deus para perto de nós, por ensinar-nos que para ser feliz é preciso sair de si.

Rezamos por você. Deus o abençoe!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Comentário das leituras bíblicas deste final de semana.

É com  muita alegría que partilhamos com vocês as reflexões das leituras bíblicas da liturgia deste final de semana, feitas pelo Pe. Itacir Brassiani da Congregação dos Missionários da Sagrada Família.
Pe. Itacir é o atual Vigário Geral de sua congregação. A ele o nosso muito obrigado pela partilha. Rezamos  ao Espírito Santo, a fim de que continue iluminando seus passos.
Deus o abençõe Pe. Itacir! 

A oração alarga o horizonte e consolida a caminhada.


(Gn 18,20-32; Sl 137/138; Cl 2,12-14; Lc 11,1-13)

A oração faz parte da vida de Jesus Cristo e da vida dos cristãos. Há quem reza muito e quem reza pouco; quem prefere rezar sozinho e quem prioriza a oração comunitária; quem reza para sustentar a luta e quem reza em vez de lutar; quem se dedica ao louvor e quem se concentra nas lamentações; há também grupos que se encarregam de rezar por procuração e pessoas que atribuem a outros a tarefa de rezar em seu lugar. E não faltam santos e santas que advertem sobre a insuficiência da nossa oração. Até Maria, em diversas aparições, parece obsessionada com isso. Mas o mais importante não é a quantidade de tempo dedicado e nem as fórmulas usadas psrs rezar, mas a atitude profunda e global diante de Deus e da urgência de realizar seu Reino no mundo.

“Jesus estava orando num certo lugar...”

A catequese de Jesus sobre a oração se insere no contexto da sua caminhada a Jerusalém, onde se daria o confronto decisivo entre seu projeto de vida e os poderes coercitivos da oficialidade. Depois de nos contar o ensino de Jesus sobre a necessidade de fazer-se próximo de quem está em situação de vulnerabilidade e de narrar a lição ensinada na casa de Marta e de Maria, Lucas começa dizendo muito genericamente que “um dia, Jesus estava orando num certo lugar”.

A oração de Jesus está claramente a serviço da fidelidade à decisão de construir o Reino de Deus mediante o serviço profético em favor dos últimos e o enfrentamento das forças que se lhe opõem. Nos momentos de oração Jesus vislumbra e recoloca diante de si o horizonte maior do Reino de Deus e confirma seus passos nesta direção. Jesus não parece preocupado em pedir que os discípulos rezem, mas ele mesmo se retira em oração para confirmar sua identidade e renovar sua responsabilidade.

Observando Jesus em oração, são os discípulos que pedem que lhes ensine a rezar. Eles conheciam os ritos e fórmulas de oração ensinados por João Batista e por outros líderes, como os que pertenciam ao grupo dos essênios. Parece que os discípulos desejam que Jesus lhes ensine ritos e práticas definidas e rígidas de oração, como aquelas que haviam aprendido no judaísmo. Anelam por práticas espirituais que dispensem das exigências da conversão ao Reino, do despojamento e do dom de si.

“Pedi e vos será dado...”

A oração praticada e ensinada por Jesus Cristo supõe a consciência de que somos seres carentes, necessitados e limitados diante da grandeza da missão. Em outras palavras, a base humana da oração é a abertura ao futuro, aos outros e a Deus. Quem dispõe de todos os poderes não precisa pedir nada nem agradecer a ninguém. E quem está absolutamente satisfeito com o presente, não espera nada para a futuro, a não ser um prolongamento do presente.

Mas longe de induzir à passividade e desenvolver uma visão mágica da vida, a oração cristã ajuda a fecundar e potencializar os recursos de que dispomos para construir a vida e transformar a história. O pedido de quem reza supõe, expressa e cultiva a consciência de algo importante que falta às história, à Igreja ou às pessoas singulares. No pedido orante está imbutido o senso de urgência e de responsabilidade pessoal e comunitária diante dos dramas e necessidades do mundo.

“Pai, santificado seja o teu nome.”

Para Jesus, Deus é Alguém bom, presente e próximo, e a oração se sustenta numa relação de absoluta confiança, amizade e intimidade com ele, como aquela do/a filho/a que confia no pai e na mãe e os sente próximos. É uma confiança que permite até a insistência e a pechincha em favor dos/as amigos/as, como demonstram o pedido de Abraão em favor do povo de Sodoma e a parábola do vizinho que bate à porta do amigo para pedir-lhe ajuda. “Vais realmente exterminar o justo com o ímpio?”

Segundo a prática e o ensino de Jesus, a oração parte da contemplação da ação libertadora de Deus que está em curso na história. É isso que significa dizer “santificado seja o teu Nome”. Na tradição bíblica, Deus é santificado quando liberta os oprimidos, perdoa os pecadores, sacia os famintos, devolve a terra aos exilados, garante um abrigo aos deserdados. Ou, como cantamos hoje: “Teu Nome é santificado naqueles que morrem defendendo a vida. Teu nome é glorificado quando a justiça é nossa medida.”

Mas o rio da santidade de Deus que fertiliza a terra e possibilita uma vida abundante aos seus filhos e filhas tem um leito ainda muito estreito que precisa ser alargado. E aqui a oração entra como uma pedagogia que suscita e ressuscita em nós o ardente anseio do Reino de Deus. “Venha o teu Reino!” Esta súplica profunda e envolvente ajuda a evitar duas atitudes pouco cristãs: a conformidade resignada com o mundo do jeito que ele está; a preocupação escapista com uma indefinida vida depois da morte.

“Dá-nos a cada dia o pão cotidiano...”

A oração cristã é uma ação comunitária e está voltada ao presente histórico. E isso está patente na segunda parte da oração que Jesus nos ensinou: os pedidos estão na segunda pessoa do plural, são a voz de uma comunidade. Mesmo quando oração é feita individualmente, supõe uma comunhão real, profunda e visceral não apenas com os cristãos da comunidade ou da mesma Igreja, mas com a humanidade e a criação inteira.

É em nome da humanidade à qual nos sentimos intrinsecamente unidos que pedimos: “Dá-nos, a cada dia, o pão cotidiano, e perdoa-nos os nossos pecados...” O primeiro pedido adquire tons dramáticos e proféticos num contexto histórico no qual mais de um bilhão de pessoas – quase 20% da população mundial – não dispõem da alimentação necessária em termos de quantidade e qualidade. E não se trata de postular o pão para um futuro distante, mas para cada dia, para hoje.

Um segundo pedido ensinado por Jesus na sua síntese da postura de uma pessoa orante é o perdão dos pecados. Não obstante os moralismos que se sucedem e pesam sobre a cabeça e a alma de tanta gente discriminada, com o conceito ‘pecado’ é designada a situação humana de quem não alcançou a plena realização, de quem ficou aquém ou perdeu o rumo. Paulo diz que Deus anulou o documento das nossas dívidas, pregando-o na cruz. Mas a oração ajuda a assimilar existencialmente o perdão já concedido.

“E não nos deixe cair em tentação.”

A oração ensinada por Jesus Cristo previne contra as muitas tentações que nos rondam. No caso dos Doze, temos ainda presente as principais tentações: uma ideologia religiosa violenta e nacionalista; uma evangelização integrista, pronta a proibi-la a quem não partence ao própio grupo e a punir os que a ela se opõem (cf. Lc 9,49-56); uma religião que se refugia em Deus e relativiza o amor concreto (cf. Lc 10,25-37); uma preocupação exagerada com regras e ritos e pouco atenta ao discipulado (cf. Lc 10,38-42).

São reais as tentações que hoje rondam a vida das comunidades cristãs, e uma delas é tratar as diversas Igrejas ou confissões cristãs como inferiores, heréticas ou inimigas, como se não tivessem a mesma origem, a mesma base e o mesmo objetivo. Somos responsáveis diante de Deus pelo obstáculo que nossas divisões provocam aos homens e mulheres de boa vontade que buscam a Deus de coração sincero mas tropeçam no nosso contra-testemunho.

Uma segunda tentação na qual caímos com muita frequência, inclusive quando rezamos, é o desprezo ou a fuga da história de dor e esperança do tempo que nos toca viver. Caímos na tentação de multiplicar regras e cânones litúrgicos, hierarquizar protagonistas e agentes, priorizar as necessidades espirituais e individuais, focalizar tudo na vida depois da morte. Quando o Reino de Deus não nos interessa mais, como podemos santificar seu Nome? Ou nossa oração tem raízes na história, ou não é cristã.

“O pai do céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem.”

É preciso pedir o que realmente necessitamos para continuar no caminho de Jesus Cristo, e não aquilo que nos agrada ou facilita as coisas. É verdade que tanto a cena da qual Abraão é protagonista como a parábola proposta por Jesus sublinham a importância de pedir com confiança e até insistir nos pedidos. “Pedi e vos será dado; procurai e encontrareis; batei e a porta vos será aberta.” A bondade de Deus é claramente maior daquela do amigo que levanta no meio da noite para atender o vizinho.

Mas qual é o pedido que Deus não deixa sem resposta? Certamente não é o alimento (peixe e ovo), nem simplesmente a saúde, o sucesso ou uma boa morte. O que os/as discípulos/as de Jesus necessitamos realmente e ele nos dá é seu Espírito, sem o qual não há discipulado, profecia, ação transformadora, solidariedade, liberdade e vida verdadeiras. “O Pai do céu dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem.”

Pe. Itacir Brassiani msf



sábado, 17 de julho de 2010

Festa de Nossa Senhora do Carmo.

Ontem às 18 hs. em nossa capela realizou-se a Missa da Solenidade da Virgem do Carmo. A pesar do frio, o povo afluiu Com muita devoção para agradecer à Mãe todo o seu amor.
O presidente foi nosso bispo emérito, D. Estanislau Kreutz. Na homilia narrou brevemente como se deu o surgimento de nossa ordem, e explicou que o Monte Carmelo pode ser considerado o lugar da transfiguração de Maria.
A animação da liturgia foi realizada pela equipe do grupo Emaús da paróquia Sagrada Família de nossa cidade. No final da celebração foi realizada a imposição do escapulário aos fiéis.
A seguir, alguns momentos fotografados por nossa amiga Naimara.








A jovem Luana, que proclamou a Primeira Leitura, introduziu solenemente a Palavra.











A equipe do Grupo Emaús animou a Liturgia com muita graça e entusiasmo.


No ofertório foram colocados na frente do Altar os nomes de todas as pessoas presentes na celebração.




Imposição dos Escapulários.



sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tríduo de Nossa Senhora do Carmo.

Hoje, 16 de Julho, os e as carmelitas celebramos com muita alegria a festa de Nossa Senhora do Carmo, nossa padroeira e titular. Aqui em nossa comunidade costumamos preparar-nos para o dia da festa com um Tríduo. 
O primeiro dia do Tríduo (13 de Julho) a Missa foi presidida pelo Pe. Rogério, tendo com tema: Maria, discípula-missionária.





O segundo dia, foi a vez do Pe. Konzen, o tema: A Virgem do Carmo, presença constante na vida dos filhos. Tivemos a encenação da entrega do Escapulário.




O terceiro dia o presidente foi Pe. Rosalvo Fray, nosso pároco e o tema: Maria e as famílias

A animação nesse dia foi realizada pelo coral "Teresa Verzeri"






A Missa hoje será às 18 hs., convidamos a todos a rezarem pelos carmelitas do mundo inteiro. Rezamos também por vocês queridos amigos.
Que a Virgem do Carmo nos abençõe e guie os nossos passos.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Um grupo de senhoras, amigas nossas, que aniversariaram no mês de Junho, ano a ano se reune para festejarem juntas a sua vida. Este ano decidiram doar os presentes para as irmãs carmelitas. A entrega foi feita depois de Missa. Aproveitamos para fotografar o momento.



A elas o nosso Deus lhes pague. Rezamos em suas intenções, queridas amigas!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Futebol nos desafios da Vida Comunitária

Nestes dias paira no ar uma atmosfera de euforia... É motivo de conversas, de críticas, elogios a situação que estamos vivendo. Queiramos ao não, o futebol nos entra pelos olhos, pelos ouvidos, pelo coração. Nem nos dias pátrios as lojas ostentam tantos símbolos que representam o próprio país. Africa parece ter ampliado seus limites; a globalização no la traz junto com suas barulhentas (simpáticas) buguzelas.
E lá estão eles! Os jogadores de nossas seleções entram no campo, e o coração pula no peito, se agita e movimenta mais do que a bola que eles estão chutando.
A copa é uma paixão que nos pega de surpresa, não temos como fugir dela; cedo ou tarde todos (até os que pouco ou nada entendem de futebol, como eu) acabam ligando-se nessa paixão. Paixão que une. Paixão que divide.
Países humildes e esquecidos. preconceituados como em vias de desenvolvimento, tem a chance de se impor, de fazer notar a sua presença, de ressaltar as suas capacidades.
Os meios de comunicação fabricam "heróis", apontam com suas cameras e microfones o alvo escolhido, alguma pessoa como todas, demasiado jovem tal vez para arcar com semelhante peso nos ombros. A divinizam, investem muito dinheiro nela. Rezo por essas criaturas, para que a fama não as corrompa nem as obrigue a corresponder a tudo o que dizem delas  e para que as palmas não sejam o sentido de suas vidas. pois dificilmente alguém dura muito tempo no pódio da fama forjada por quem só quer vender aparência e não valores.
Estas coisas e muitas outras vieram à minha cabeça "vivendo" em tempos de copa. Nosso estilo de vida não nos deixa tempo nem vontade de ligar-nos a tudo o que acontece lá em África do Sul. Porém, é impossível não inteirar-se de algumas notícias. Nós também olhamos entusiasmadas os jogos do Brasil (e Argentina, no meu caso). Nossos corações batem forte quando a bola chega perto de uma das traves, também sentimos frustração com a derrota do Brasil.
Essa é a melhor prova de que estamos inseridas na realidade do povo. Contudo, não podemos esquecer um detalhe: quem ama a Deus e aspira por santidade, tenta extrair uma lição de tudo o que o redéiam uma lição a ser levada para dentro da própria vida. As seleções, os cartões amarelos e vermelhos, as derrotas, as vitórias, tem muito para ensinar-nos.
Foi olhando o jogo de Argentina e México que percebí as semelhanças que podem existir entre um time de futebol e uma comunidade.
Os jogadores, todo eles, sonham com a vitória, com levar para casa o título de campeão do mundo. Para alcançá-lo eles devem esforçar-se muito, passar por inúmeros treinos, cansaço físico, frustrações, renúncias, dores, riscos...
Se me perguntam (a mim que quase nada entendo de futebol!!!) que é o que percebo como fundamental  num time, minha resposta é: UNIDADE. Nenhum time dividido internamente tem chance de vencer.
Embora as simpatias recaiam sobre algumas estrelas, essas mesmas "estrelas" sabem muito bem que não estão sós no jogo, que não basta serem os heróis das telas, e sim passar a bola, crias oportunidades para que o gol seja feito, mesmo que por outro colega. 
Perceberam como é gostoso olhar os jogos em que os jogadores são respeitosos e tem controle sobre si mesmos? A educação prima em todo lugar!!! 
E o mais bonito quando lá dentro do campo todos são iguais, quando ninguém quer levar vantagem sobre os companheiros, aí a vitória é bem merecida. Essa vitória será vivenciada por todos, mas a experiência dela será pessoal, de cada jogador.
Perceberam como uma comunidade e um time de futebol podem ser muito parecidos? Deixo a criatividade de vocês acharem mais semelhanças, pois há muitas mais...

Ir. Milagros de Jesus Sacramentado