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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 30 de julho de 2016

18º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Image result for buscai as coisas do altoIdeia principal: “Guardai-vos de toda cobiça”. Diante dos bens materiais, nem desprezo, nem apego, mas o “tanto quanto” de santo Inácio de Loiola.

Síntese da mensagem: “A avareza rompe o saco”. Esta frase proverbial parte da imagem de um ladrão que ia pondo num saco quanto roubava e quando, para que coubesse mais, apertou o que tinha dentro do saco, rompeu-se. A cobiça rompe o saco é uma forma mais antiga do que a avareza rompe o saco, como mostra a sua presença em obras como La Lozana Andaluza 252, El Guzmán de Alfarache, essa novela picaresca de Mateo Alemán, El Quijote I 20, II 13 y 26. Uma forma sinônima aparece no El Criticón de Baltasar Gracián: por não perder um bocado, perdem-se centos. O coração do cobiçoso não repousa nem sequer de noite (Evangelho). Busquemos as coisas do alto (2 leitura), poia as daqui debaixo não saciam e são perecedouras (1 leitura).

Pontos da ideia principal:
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Em primeiro lugar, diante dos bens materiais não cabe o desprezo. Jesus não está nos convidando a desprezar os bens da terra (evangelho). São bons e lícitos, e se conseguidos honestamente nos ajudam a levar uma vida digna e sem apuros, em ordem a ter uma casa confortável e um trabalho remunerado, alimentar e sustentar a família, oferecer uma boa educação aos filhos e ajudar os necessitados. A riqueza em si não é boa nem má: o que pode ser mau é o uso que fazemos dela e a atitude interior diante dela. Se Jesus chamou tonto ou insensato o rico do evangelho, não é porque fosse rico, ou porque tivesse trabalhado pelo seu bem-estar e o da sua família, mas porque tinha programado a sua vida prescindindo de Deus e esquecendo também a ajuda aos outros. A cobiça leva os homens a expressar um profundo amor pelas posses, o que os constitui em idólatras.

Image result for buscai as coisas do altoEm segundo lugar, diante dos bens materiais seria muito mal para nós nos apegar ou idolatrá-los. Basta abrir a Sagrada Escritura: Judas foi cobiçoso e entregou o seu Mestre; Davi cobiçou Betsabè e cometeu assassinato; Jacó cobiçou os direitos do seu irmão e o incitou a desprezá-los; os filhos de Jacó cobiçaram o amor do pai e por inveja quiseram matar o seu irmão José; Ananias e Safira mentiram e morreram. A cobiça é um pecado tão antigo como sutil. No mundo em que vivemos, materialista por excelência, não é nada esquisito que nos vejamos tentados pela cobiça. A Palavra de Deus nos fala da origem da cobiça, dos seus efeitos e de como enfrentá-la. Este refrão que ligado à fabula de Esopo que fala do cachorro e o reflexo no rio. Um cachorro que ia com um pedaço de carne no seu focinho e ao passar por uma ponte viu a sua imagem refletida na água… pensou que era outro cachorro que tinha um pedaço maior e quis tomar dele… O resultado: ficou sem nada. Qohelet (1 leitura) nos convida a relativizar os diversos afãs que costumamos ter com o seu tom pessimista: “vaidade, tudo é vaidade”, que também podemos traduzir assim: “vazio, tudo é vazio”. A riqueza não nos dá tudo na vida, nem é o principal: a morte relativiza tudo. É sábio reconhecer os limites do que é humano e ver as coisas no justo valor que têm, transitório e relativo. Tanta preocupação e tanta angustia, inclusive do trabalho, não pode nos levar a nada sólido. A nossa vida é como a erva que esta fresca de manhã e de tarde já está seca (Salmo). Jesus no evangelho nos convida ao desapego do dinheiro porque não é um valor absoluto nem humanamente nem cristãmente. Por cima do dinheiro está a amizade, a vida de família, a cultura, a arte, a comunicação interpessoal, o são desfrute da vida, a ajuda solidaria para com os outros. Tem que ter tempo para sorrir, jogar, “perder tempo” com os familiares e amigos.    

Image result for buscai as coisas do altoFinalmente, diante dos bens materiais a dica de santo Inácio de Loiola: “tanto quanto”. A regra do “tanto quanto” é importante para todos os mortais. Não se trata de uma doutrina filosófica, nem de um planejamento econômico, nem de um projeto político, mas poderia servir para tudo. O grande santo Inácio de Loiola, nos seus Exercícios Espirituais, apresenta isto com as seguintes palavras: “O homem é criado para louvar, fazer reverência e servir a Deus nosso Senhor e, mediante isto, salvar a sua alma; e as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o homem e para ajudá-lo na prossecução do fim para o qual foi criado. De onde se segue, que o homem tanto há de usar delas, quanto o ajudem para o seu fim, e tanto deve privar-se delas, quanto o impeçam para isto. Com isto é preciso fazer-nos indiferentes a todas as coisas criadas, em tudo que é concedido à liberdade do nosso livre arbítrio, e não está proibido; de tal forma, que não queiramos, da nossa parte mais saúde do que doença, riqueza do que pobreza, honra do que desonra, vida longa que curta, e, por conseguinte no resto; somente desejando e elegendo o que mais nos conduz para o fim que somos criados” (Exercícios, n° 23). Esta regra, de alguma forma é usada por todas as pessoas, mas não no sentido no que exige Santo Inácio, porque todos buscam as criaturas, tanto quanto possam enriquecer, deleitar, distrair, divertir. É uma ótica totalmente diversa, já que a maioria emprega a filosofia do tanto quanto, só em conquistas terrenas, humanas, materiais, esquecendo de aplicar esta fórmula nas nossas relações com Deus, no negócio mais importante: a salvação da alma. Só quanto temos Cristo como Senhor das nossas vidas, podemos estar seguros de que morreremos mais e mais ao pecado e viveremos mais e mais para Ele, interessando-nos pela salvação da alma. 
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Para refletir: Onde coloco a minha felicidade: nas coisas materiais e perecedouras ou nas coisas eternas e incorruptíveis? Poderia afirmar de verdade que uso e desejo tudo é de proveito para a minha salvação eterna? Peco de cobiça, aceitando subornos, aproveitando-me do débil para o meu benefício, defendendo o injusto, ardendo de inveja, vivendo sempre descontente com o que tenho?



Para rezar: Deus Todo-poderoso que impulsionastes santo Antônio Abade a abandonar as coisas deste mundo para seguir em pobreza e solidão o Evangelho do vosso Filho, pedimos-vos que, a exemplo dele saibamos nos desprender interiormente e exteriormente de tudo o que nos impede de vos amar e de vos servir com todo o coração, com toda a alma e com todas as forças. Por Jesus Cristo, vosso Filho, nosso Senhor. Amém.

Comentário sobre a liturgia do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor em Teologia Espiritual, diretor espiritual e professor de Humanidades Clássicas no Centro de Noviciado e de Humanidades da Legião de Cristo em Monterrey (México

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sábado, 23 de julho de 2016

NOVA VOCAÇÃO

Meu coração é para ti Senhor.
Por que Tu me destes a vida,
 porque Tu me deste o existir,
 porque Tu me deste o carinho,
 me deste o amor.
No dia 20 quarta feira,  dia do Amigo a jovem Maria de Fátima decidiu encontrar-se com o Divino Amigo iniciando a experiência no Carmelo. A ela as bênçãos do céu e a oração da comunidade.
Esteve presente o Pároco da Catedral Pe. Rosalvo Fray para dar a bênção e a amiga da comunidade Aníria Barlett . Após a bênção e abraço das irmãs. Nossa oração por sua perseverança.















17º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Image result for jesus orandoA catequese de Jesus sobre a oração proposta pela liturgia de hoje está inserida no contexto da caminhada de Jesus para Jerusalém, onde se daria o confronto decisivo entre seu projeto de vida e os poderes oficiais do judaísmo e do império romano. Depois de relatar o ensino de Jesus sobre a necessidade de fazer-se próximo de quem está em situação de vulnerabilidade e nos apresentar sua lição na casa de Marta e de Maria, Lucas começa dizendo muito genericamente que “um dia, Jesus estava orando num certo lugar”. Mas não dá maiores detalhes sobre o conteúdo e a forma dessa oração.
Pelo contexto, podemos perceber que a oração de Jesus está claramente a serviço da fidelidade à decisão de construir o Reino de Deus mediante o serviço profético em favor dos últimos e do enfrentamento das forças que se lhe opõem. 

Pelo que deixam entender os evangelhos, nos momentos de oração Jesus vislumbra e recoloca diante de si o horizonte maior do Reino de Deus, e, assim, confirma seus passos nesta direção. Mas Jesus não parece preocupado em pedir que os discípulos rezem: ele simplesmente se retira em oração para confirmar sua identidade e renovar sua responsabilidade.
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Observando que Jesus reza, os discípulos pedem que ele lhes ensine a rezar. Eles conheciam os ritos e fórmulas de oração ensinados por João Batista e por outros líderes religiosos, e parece que desejam que Jesus lhes ensine ritos e práticas definidas e rígidas de oração. Estariam eles ansiando por práticas espirituais que os dispensem das exigências da conversão ao Reino, do despojamento e do dom de si mesmos? Mas, longe de induzir à passividade e a uma visão mágica da vida, a oração cristã ajuda a potencializar os recursos de que dispomos para construir a vida e transformar a história.
A oração, especialmente a súplica, supõe, expressa e cultiva a consciência de que nos falta algo importante. Quem dispõe de todos os poderes não precisa pedir nada nem agradecer a ninguém. E quem está absolutamente satisfeito com o presente não espera nada para a futuro, a não ser um prolongamento repetitivo do presente.  No pedido está embutido também o senso de urgência e de responsabilidade pessoal e comunitária diante dos dramas e necessidades do mundo. A oração que Jesus Cristo ensina supõe esta consciência diante da grandeza e da urgência da missão.
Image result for jesus orandoPara Jesus, Deus é Alguém bom, presente e próximo como um pai, e a oração se sustenta numa relação de absoluta confiança, amizade e intimidade com Ele. Esta confiança permite até a insistência em favor dos amigos, como demonstram o pedido de Abraão em favor do povo de Sodoma e a parábola do vizinho que bate à porta do amigo para pedir-lhe ajuda. Santificar o nome o nome de Deus, que é primeiro desejo expresso na oração ensinada por Jesus, significa esperar, reconhecer e promover ação libertadora de Deus na história. Na tradição bíblica, Deus é santificado quando liberta os oprimidos, perdoa os pecadores, sacia os famintos, repatria os exilados, garante um abrigo aos deserdados.
Mas o rio da santidade de Deus, que fertiliza a terra e possibilita uma vida abundante aos seus filhos e filhas, tem um leito ainda muito estreito que precisa ser alargado. E aqui a oração funciona como uma espécie de pedagogia que suscita e ressuscita em nós o ardente anseio do Reino de Deus. “Venha o teu Reino!” Esta súplica profunda e envolvente ajuda a evitar duas atitudes pouco cristãs: a conformidade resignada com o mundo do jeito que está; a preocupação escapista com uma indefinida vida depois da morte. E estimula o ardente desejo do pão farto e gostoso em todas as mesas, todos os dias.
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A oração cristã é uma ação essencialmente comunitária, e está voltada ao presente histórico. E isso está patente na segunda parte da oração que Jesus nos ensinou: os pedidos estão na segunda pessoa do plural e são expressão da voz de uma comunidade. Mesmo quando oração é feita individualmente, sempre supõe uma comunhão real, profunda e visceral não apenas com os cristãos da comunidade ou mesmo da Igreja, mas com a humanidade e a criação inteira. É disso que fala o pedido do ‘pão nosso de cada dia’ e do perdão das nossas ofensas na medida do perdão que concedemos a quem nos ofendeu.
Jesus de Nazaré, filho amado do Pai, irmão e amigo da humanidade e mestre na arte de rezar: ajuda-nos a pedir o que realmente necessitamos para continuar no teu caminho. Tanto nosso pai Abraão como tu mesmo sublinhas a importância de pedir com confiança, e até insistir nos pedidos. Mas qual é o pedido que o teu e nosso Pai não deixa sem resposta? Certamente não é o alimento, nem simplesmente a saúde, o sucesso ou uma boa morte. O que necessitamos realmente é do teu Espírito, sem o qual não há discipulado, profecia, liberdade e vida verdadeiras. Envia-nos teu Espírito, Senhor, e isso nos basta! Amém! Assim seja!
Itacir Brassiani msf

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