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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 30 de junho de 2018

SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO


Nada e ninguém consegue algemar o Evangelho de Jesus Cristo!
Resultado de imagem para SAO PEDRO E SAO PAULOConcluímos ontem um mês cheio de memórias de santos populares, mas ainda resta a solenidade de São Pedro e São Paulo. Escutemos e acolhamos com reverência o testemunho destes irmãos maiores, colunas que sustentam as comunidades cristãs. Mas, para chegar à vida real destes personagens é preciso escutar as Escrituras. Se é verdade que Pedro é o primeiro líder dos cristãos e Paulo é o apóstolo dos povos, também é certo que ambos, cada um a seu modo e a seu tempo, foram discípulos de Jesus e passaram por sucessivas crises e dificuldades, provaram a prisão e foram martirizados.
Esqueçamos por um instante a cena contada por Mateus e centremos nossa atenção no acontecimento narrado nos Atos dos Apóstolos. Pedro, o primeiro Papa foi presidiário! “Para que servem as chaves prometidas por Jesus Cristo se não ajudam a soltar as algemas que o prendem ou abrir a porta da prisão, mantida sob rigorosa vigilância?” Pedro estava imerso na penumbra desta e outras perguntas quando uma luz iluminou sua cela, uma mão tocou seu ombro e uma voz ordenou que se levantasse. As algemas caíram, os guardas não viram nada, e a porta que separava a cela da cidade se abriu sozinha...
Por sua vez, Paulo, depois de ter sido um fariseu zeloso e violento e de ter acumulado muitos méritos e honras por causa disso, fez a experiência de ser conquistado por Jesus Cristo e, diante do bem supremo desta acolhida gratuita e imerecida, considerou tudo o mais como lixo e déficit na contabilidade da vida (cf. Fil 3,1-14) e se lançou incansavelmente no anúncio desta boa notícia, especialmente às pessoas e comunidades de origem pagã. O zelo e o ardor que Paulo demonstrara pelo judaísmo se transformou em zelo pela fé em Jesus Cristo. Com isso, perdeu de vez a tranquilidade...
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Sua complexa trajetória de vida atraiu contra Paulo a desconfiança dos próprios cristãos e o ódio dos seus irmãos judeus. Depois de sucessivos enfrentamentos e perseguições, ele também acabou na prisão. Sendo cidadão romano, exigiu o direito de ser julgado decentemente pelo imperador, e foi conduzido a Roma. Entretanto, ninguém conseguiu colocar sob algemas aquilo que o fazia livre: a Boa Notícia de Jesus Cristo. “Por ele, eu tenho sofrido até ser acorrentado como um malfeitor. Mas a Palavra de Deus não está acorrentada”, escreveu ele ao seu fiel amigo e companheiro Timóteo (2Tm 2,9).
Pedro e Paulo são filhos, irmãos e pais da fé numa Igreja que confirmou com a vida aquilo que anunciou com as palavras. De um lado, Pedro, Paulo e os demais cristãos detidos mantêm contato com as suas comunidades de base, inclusive através de cartas às suas principais lideranças; de outro, as comunidades não ficam indiferentes, apesar da crise de fé provocada por uma perseguição feita em nome de Deus e da religião, assim como pelos riscos políticos e sociais que estas relações implicam. O vínculo entre a comunidade dos discípulos e seus líderes presos se mostra de um modo singelo e comovente no relato dos Atos dos Apóstolos que a liturgia nos propõe hoje (cf. 12,1-11).
Resultado de imagem para SAO PEDRO E SAO PAULOAs escrituras dizem que “enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja orava continuamente por ele.” É neste contexto que Pedro experimenta a presença fiel de Deus também na prisão. Logo que é libertado do cárcere, vai à casa da mãe de João Marcos, onde a comunidade está reunida em oração. 
Quando Rosa, a mãe de Marcos, abre a porta e vê que é Pedro, é tomada de tamanha alegria que o deixa plantado do lado de fora e vai às pressas anunciar a boa notícia à comunidade reunida, a qual pensa que Rosa está doida. Aberta a porta, Pedro entra, e conta entusiasmado o que havia acontecido.
O que sustenta as Igrejas e comunidades cristãs é o encontro com Deus em Jesus Cristo. O que o evangelho de hoje nos propõe é substancialmente isso. Num lugar marcado pelo domínio estrangeiro, Jesus interroga seus discípulos sobre o que pensam dele. E Pedro é o primeiro dentre todos os discípulos a reconhecê-lo e proclamá-lo Messias. Só quem está aberto e sintonizado com a lógica de Deus pode reconhecer sua presença nas ações e palavras deste filho da humanidade, no irmão de todos os seres humanos. Esta é a base sólida sobre a qual Jesus Cristo constrói a comunidade cristã.
Resultado de imagem para SAO PEDRO E SAO PAULOQueridos Pedro e Paulo, apóstolos e irmãos na fé! Com vocês aprendemos que crer, confiar, partilhar e anunciar são os verbos essenciais da gramática e na ação cristã. O verdadeiro discípulo é aquele que conjuga estes verbos em todos os tempos, modos e pessoas. Ajudem-nos a viver de tal modo que, chegando ao entardecer da existência, também nós possamos dizer: “Chegou o tempo da minha partida. Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.” Suportando os sofrimentos e incertezas presentes, jamais nos envergonhemos ou desanimemos, pois sabemos em quem acreditamos! Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

sábado, 23 de junho de 2018

SOLENIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA

João, um profeta que veio para endireitar estradas.
Resultado de imagem para são joão batistaA festa de São João está profundamente arraigada na cultura do povo brasileiro. Em algumas regiões, tornou-se atração turística e é explorada como ocasião para ganhar dinheiro ou consolidar votos. Mas esta é uma festa que só aparentemente se distanciou do seu nascedouro bíblico e profético. Pois a alegria simples e inocente que a caracteriza brota da certeza de que Deus não esquece a aliança que fez conosco, visita e liberta seu povo, e envia profetas e profetizas que preparam caminhos novos. Por isso, celebremos este dia com a alegria que brota da liberdade que virá e com a coragem de João.
A festa de hoje não exige megaprodução. Bastam uma pequena fogueira e alguns fogos de artifício, algumas roupas simples e baratas, uma banda improvisada e capaz de tocar a alma popular, alimentos que custam pouco e têm sabor de intimidade, bandeirinhas coloridas nos varais e balões levados ao sabor do vento... Os degraus do poder são substituídos pela roda que a todos iguala nas mãos dadas. A seriedade dos comandantes e a resignação dos que devem obedecer o ritmo de produção ditado pela sede de lucro dão lugar a uma alegria que não há como esconder, uma alegria que lança raízes no passado bíblico que nos pertence e se embebeda das luzes de um mundo que está por vir.
De repente, os operários viram artistas, os camponeses se revelam bailarinos, os coadjuvantes são protagonistas. A alegria, assim como a irreverência, têm raízes bíblicas e força revolucionária. Não se trata da alegria forçada pelas drogas, nem da felicidade histérica de quem se deleita nos bens subtraídos aos homens e mulheres que os produzem, e também não é a alegria produzida artificialmente por líderes religiosos sequiosos de domínio e de riqueza, ou por estrelas políticas e midiáticas que seduzem incautos mas duram pouco mais que uma noite.
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Trata-se da alegria que brota da descoberta de que Deus olha para as mãos calejadas, para os rostos sofridos, para os corpos vergados e os corações partidos e os vê e proclama cheios de graça, plenos de charme. “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo! Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,28.42). Como Maria na casa de Isabel, alegramo-nos porque Deus olha para a humilhação dos seus filhos e filhas; porque sua misericórdia se estende de geração em geração; porque ele mostra a força do seu braço, derrubando os poderosos dos tronos e elevando os humildes...
Assim, a alegria inocente e despojada das festas juninas tem raízes na história da salvação, que atravessa e supera a história da opressão e que está ainda hoje em curso. O nascimento de João representa a delicadeza de um Deus que levanta o manto da vergonha e da dor que, numa sociedade machista, pesa sobre uma mulher idosa e sem filhos (cf. Lc 1,25). Quando o menino nasce, a vizinhança toda se alegra com mais esta demonstração da misericórdia de Deus. E a razão dessa alegria está no próprio nome dado àquele prodígio nascente: “João é o seu nome!”, dirá Zacarias, acatando a decisão de Isabel.
João significa literalmente ‘Deus age com misericórdia’. Dando este nome ao filho, Zacarias e Isabel rompem com a tradição e renunciam ao hábito de fazer do filho um espelho dos desejos do pai. João será profeta, e não sacerdote, como o pai. Nas palavras de Zacarias, ele será ‘profeta do Altíssimo’, irá à frente do Senhor, ‘preparando os seus caminhos, dando a conhecer ao seu povo a salvação, com o perdão dos pecados, graças ao coração misericordioso do nosso Deus’ (cf. Lc 1,76-78). Segundo os evangelhos, João despertará a ira de Herodes por denunciar seu casamento com a cunhada (cf. Mc 6,17-18).
Resultado de imagem para são joão batistaMas João é muito mais que um pregador preocupado unicamente com a moralidade matrimonial...  Ele é um autêntico profeta, na linha dos grandes profetas de Israel. Ele exige mudanças radicais, tanto o âmbito pessoal como na esfera social. Eis sua voz: “Preparai os caminhos do Senhor; endireitai as veredas para ele. Produzi frutos que mostrem vossa conversão. Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo...” Trata-se de uma vocação exigente, e parece que o próprio Zacarias inicialmente não a entende ou não a aceita a vocação profética do filho.
Deus dos humildes, pai e mãe dos profetas e profetizas, razão da nossa alegria: te agradecemos pelos homens e mulheres que continuas enviando para transformar desertos em jardins e acender teu fogo no mundo. Eles se chamam João, Adelaide, Pedro, Oscar, Ezequiel, Sepé, Dorothy. Mas seus irmãos e irmãs menos famosos se chamam José, Tião, Rosa, Maria, Tonico, Zeca, Antônio, Severino, Josefa..., gente que faz parte da imensa caravana de homens e mulheres que vivem uma alegria autêntica e simples, inocente e solidária, despojada e profética, um precioso tesouro do povo brasileiro. Bendito sejas para sempre!
Itacir Brassiani

BEATIFICAÇÃO DE CHIQUITUNGA NO PARAGUAI



Resultado de imagem para maria felicia de jesus sacramentadoMaria Felícia nasceu aos 12 de Janeiro de 1925 em Villarrica del Espíritu Santo, Paraguai. Seus pais foram Ramón Guggiari e Maria Arminda Guggiari Echeverría. O lar foi abençoado com sete filhos, dos quais Maria Felícia era a primogênita.
Foi batizada no dia 28 de Março de 1928 em sua cidade natal. Seus padrinhos foram Luis Rufinelly e Maria Arminda Guggiari.
Era fisicamente pequena, motivo pelo qual o seu pai apelidou-a de “Chiquitunga” (Pequerrucha). Foi dotada de esplêndidas qualidades humanas e espirituais como a alegria, a sociabilidade, a sociabilidade, prestatividade, modéstia e simplicidade.
Aos cinco anos ingressou no pré-escolar do colégio “Maria Auxiliadora”. Desta época conta-nos sua mãe a seguinte anedota: “Um dia de muito frio, Chiquitunga retornou da escola tiritando porque tinha dado de presente o seu agasalho (um sobretudo) a uma menina pobre. Sua mana denunciou-a aos pais, porém ela respondeu: Estás vendo, paizinho, que não sinto frio! Repetia esfregando as mãozinhas  pelo braço nu e tiritante”.
Concluída a quinta série, suspendeu por dois anos os estudos para ajudar a sua mãe nas atividades domésticas.
Aos doze anos, recebe pela primeira vez a Jesus Eucaristia na Catedral de Villarrica, a 8 de Dezembro de 1937. Deste dia recordará anos mais tarde: “Nunca se apagará de minha mente a lembrança do dia mais feliz de minha vida, o dia da primeira união com meu Deus e o ponto de onde surge minha resolução de ser cada dia e melhor”.
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VIDA ESPIRITUAL: O ideal que a animava não era uma ideia, nem um programa, senão uma Pessoa: Jesus Cristo. Seu amor por Ele, cultivado na intimidade da oração e na participação diária na Eucaristia, constituía o centro de sua vida espiritual: “Hoje, no entanto, renovo perante Ti, Jesus Hóstia, este desejo sincero e íntimo de imolar a minha vida em prol do teu amor”.
A Virgem Maria ocupava um lugar muito importante em sua vida. Chamava-a de “Minha Mãezinha”, a “Cheia de graça”. “Somente quero pertencer-te, Mãezinha, para que Tu, tomando-me pelas mãos, como a uma pequenina, me leves aonde Ele, o único, o exclusivo amor de meu coração”.
VIDA APOSTÓLICA: Aos 16 anos se incorpora na Ação Católica e é nomeada responsável pelo setor de meninas, chamado “Pequenas”. Neste movimento encontrou um ideal e um objetivo que orientou toda a sua vida.
A 26 de Outubro de 1942, depois de quase dois anos de pertença à Ação Católica, fez a sua consagração ao apostolado.
Lembra ela mesma dez anos mais tarde: “Não quero passar agora adiante sem relembrar que hoje completo 10 anos, se mal não recordo, de minha ‘Consagração ao Apostolado’, a graça que, depois do Batismo e da Eucaristia, é a maior e mais sublime com que Deus me presenteara”.
Além do apostolado organizado na Ação Católica, tinha o coração aberto a todos os necessitados material ou espiritualmente: idosos, doentes, afastados, encarcerados, leprosos: “Eu me vi mais de uma vez andar tranquila, percorrendo lares, prodigando nem que seja um sorriso como fruto espontâneo da graça palpitante em nossas almas, ardendo nossos peitos de Amor, Amor Divino. Ser apóstolos, Senhor, que lindo sonho!
EM ASSUNÇÃO: Quando, em fevereiro de 1950, se translada com sua família para Assunção, fez sem tardar três coisas: continuar estudando para obter o Professorado, procurar emprego com o qual ajudar a família e incorporar-se na Ação Católica de Assunção.
Resultado de imagem para maria felicia de jesus sacramentadoENCONTRO COM SAUÁ: Ma. Felícia, a apóstola por excelência, se encontra com um jovem dirigente da Ação Católica, com quem partilha o mesmo ideal: Ángel Sauá. O natural teria sido que dita relação acabasse em matrimônio, porém não foi assim. Num ato de heroísmo sem par, separam-se, empreendendo ele o caminho de sacerdócio e ela o da vida religiosa. Em seu diário escrevia: “Muitas vezes tinha concebido isto que agora, Senhor, é maravilhosa realidade: Que lindo seria ter um amor, renunciar a esse amor e juntos imolá-lo ao Senhor em prol do ideal”.
A VOCAÇÃO: Chiquitunga, em seu desejo de viver o lema de sua vida: “tudo te ofereço, Senhor”, se pergunta onde seria o lugar dessa entrega total: “... Neste momento, em que como nunca, com um ardor inigualável, quisera dar-me, dar-me Jesus, Mestre amado, sem medida, Esposo de minha alma, tu que conheces minhas ânsias de apostolado, de zelo pela salvação das almas, ajuda-me: que saiba onde queres a consagração integral de todo o meu ser...!... Por um lado, está a ânsia de entregar-me em corpo e alma ao Divino Esposo num convento onde sem cessar possa louvá-lo, reverenciá-lo e servi-lo... e, por outro lado, a necessidade do apostolado leigo: estar em todos os ambientes e em todo momento”.
O ENCONTRO COM A MADRE TERESA MARGARIDA: O Senhor ia guiando-a em seu caminho de busca, levando-a a encontrar-se com a Priora das Carmelitas Descalças de Assunção, que estava hospitalizada no Hospital Español; Chiquitunga em seu diário nos diz: “Francamente eu não ia ir, mas Deus ajeitou tudo e, graças a isso, hoje conto com uma mãe”. A Madre teve a oportunidade de conhecê-la e acompanhá-la no momento de dúvidas pelo qual  ela estava passando.
No mês de janeiro de 1954, saía de uns exercícios espirituais resolvida a entregar-se inteiramente a Deus em corpo e alma como Carmelita Descalça, porém ainda teve de esperar um ano cheio de sofrimentos e obstáculos.
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NO CARMELO: Na manhã do dia dois de fevereiro, festa da apresentação do Senhor, repleta de fervor começou sua nova vida de Carmelita: “Fazem exatamente 18 dias de constantes e ininterruptas horas de gozo neste santo Carmelo, no qual Deus nosso Senhor, com infinita misericórdia, me chamou, e tremo em verdade ao dizer esta palavra conhecendo o ruim e pecadora que sou”.
A Madre Teresa Margarida resumiu em poucas palavras a atitudes da Venerável ma. Felícia desde o princípio: “Grande espírito de sacrifício, caridade e generosidade, tudo envolvido em grande mansidão e comunicativa alegria, sempre vivaz e brincalhona”.
Antes da tomada de hábito, uma nova prova invade o seu espírito: Seria vontade de Deus que se encerrasse de por vida no Carmelo tendo tanto para evangelizar no mundo? Uma vez conhecida a vontade de Deus, superou esta crise e começou o ano de noviciado com alegria. Fez a Profissão simples no dia 15 de Agosto de 1956.
A DOENÇA: Em janeiro de 1959 foi acometida por uma tremenda doença: “hepatite infecciosa”. Logo após examiná-la o médico declarou a urgente necessidade de hospitalização. Da clínica escrevia: “Já estou esperando por Jesus. Quisera encher-me somente do seu amor e não viver senão para Ele. Só desejo cumprir a sua vontade, não quero outra coisa...”
Começada a Quaresma, “o mal” cedeu aparentemente e pôde reintegrar-se ao Mosteiro. No dia 30 de Março, Segunda feira Santa, após uma nova revisão, diagnosticaram-lhe “Púrpura” e foi novamente hospitalizada.
Resultado de imagem para maria felicia de jesus sacramentadoSUA MORTE: “...Que morro porque não morro...”. Viveu seus últimos dias em total abandono à vontade de Deus. Antes de entregar seu espírito ao Senhor pede para que lhe leiam a poesia de S. Teresa “Morro porque não morro”. Com o rosto muito alegre escutava e repetia o refrão “...Que morro porque não morro”.
Dirige-se ao seu pai e lhe diz: “Paizinho querido, sou a pessoa mais feliz do mundo. Se soubesses o que é a Religião Católica! E acrescenta, sem apagar-se o sorriso de seus lábios: “Jesus, te amo! Que doce encontro, Virgem Maria!”.
Dirigiu umas palavras de consolo a seus familiares e entregou sua alma ao Criador. Era o dia 28 de Abril de 1959.
As exéquias foram uma manifestação espontânea e, em boa parte, inesperada de sua fama de santidade em meio ao povo de Deus. O comentário que se ouvia entre as pessoas era: “Morreu uma santa”.

sábado, 16 de junho de 2018

11º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Sejamos realistas! Busquemos a impossível Justiça do reino!
Resultado de imagem para 11 DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO BNa liturgia, o Tempo Comum não tem nada de comum, e isso não apenas por causa das festas juninas, ou, no ano em curso, por conta da copa do mundo de futebol. Este é o tempo da encarnação do Evangelho no cotidiano da vida pessoal, eclesial e social; de acolher o mistério do Reino de Deus que vai lentamente adquirindo contornos e produzindo frutos; de cultivar pacientemente a esperança que, como o artista do circo, caminha sobre a corda bamba. Somos chamados a caminhar na esperança, e façamo-lo acolhendo e espalhando muitas sementes, mesmo que às vezes nos pareçam frágeis e insignificantes.
Essa esperança é muito importante, pois hoje o realismo cínico nos é apresentado como uma virtude, e se torna uma tentação, inclusive para as pessoas que dizem acreditar num crucificado que ressuscitou. Querem nos convencer que o mundo sempre foi assim, e que não seremos nós os protagonistas de uma hipotética mudança. Um outro mundo não seria possível, e ponto final! A sabedoria então seria cada um cuidar da sua própria vida, não deixando escapar nenhuma oportunidade de derrotar os outros na competição pela sobrevivência, procurando sempre tirar o máximo de vantagem em menor tempo? Não é isso que está demonstrando parte daqueles que nos governam ou postulam uma candidatura política?
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No entanto, como cristãos, fazemos parte de uma caravana que percorre os caminhos da história guiada por outras convicções: as sementes crescem por si mesmas, e as que parecem pequenas e insignificantes, como a de mostarda e de eucalipto, se tornam árvores frondosas. Sem esquecer que é próprio da mostarda ser picante... Partindo da própria experiência e escrevendo sobre a esperança da ressurreição, São Paulo diz que vivemos como se estivéssemos fora de casa, como peregrinos que buscam outra morada, uma outra cidade. Mas insiste que nesta permanente saída estamos cheios de confiança.
A fé cristã toma distância tanto do delírio dos que ardem de paixão por um mundo fictício e ilusório depois da morte como do conformismo medroso daqueles que aparam as arestas do Evangelho e o acomodam a um mundo sem coração e sem justiça. Nossa confiança se inspira na sabedoria dos semeadores que sabem que a semente não é a colheita, mas este saber não os impede de lançá-las generosamente na terra. Eles o fazem conscientes de que é falta de realismo contar apenas com as próprias forças, confiar apenas nas nossas estratégias, esquecer a gratuidade e fechar-se às surpresas.
O que acontece é que o medo do futuro e o controle do presente costumam asfixiar e matar as sementes. “A terra produz o fruto por si mesma”, nos ensina Jesus, num dos contos populares que recolheu na zona rural da Palestina e que a Igreja nos sugere hoje. “A semente vai brotando e crescendo, mas o homem não sabe como isso acontece.” É possível que um processo de mudança se mostre verdadeiramente profundo quando nos leva à consciência dos próprios condicionamentos e limites, abrindo-nos a contribuições outras, iluminando-nos e fecundando-nos pela experiência da gratuidade.
Resultado de imagem para 11 DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO BPrecisamos ser libertados da ilusão da grandeza e colocar no centro da nossa fé a memória da coragem dos escravos frente ao faraó, a memória da vida de Jesus de Nazaré, o mistério escondido na semente de mostarda. O Reino de Deus não brilhará apenas quando chegar o hipotético dia em que não haverá mais compradores de justiça, a liberdade não será uma ilusão, a verdade será a fonte das notícias e poderemos crer nas pessoas outra vez. O reino de Deus não é um particípio passado mas um gerúndio e um futuro: ele “vai sendo” nas milhares de ações de compaixão e de afirmação da dignidade do outro.
Alcançamos a desejada e difícil maturidade quando conseguimos conjugar adequadamente paciência e urgência históricas. Os processos humanos e sociais também têm e seu ritmo de maturação. Conhecê-los sem controlá-los, e remover as forças que podem representar obstáculos ao seu desenvolvimento, é a arte das artes.  Mas eu acho que hoje o risco que nos ronda hoje mais fortemente é deixar passar o tempo propício da maturação e da colheita, fechar os olhos e os ouvidos a Deus, que pede que sejamos, urgentemente, pessoas mais solidárias, Igrejas mais comunitárias e sociedade mais igualitária.
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Jesus de Nazaré, semeador da Palavra que liberta e nos faz libertadores! Ajuda-nos a compreender que a fé é dinamismo que nos abre à escuta de Deus, cria espaços de silêncio nos quais sua Palavra é acolhida e semeada. Frente às dores e esperanças que habitam o mundo, dá-nos o senso profundo da paciência e da urgência que tu mesmo exercitaste. Faz com que essa escuta fundamente a convivência igualitária, nos faça sair das nossas próprias certezas e nos comprometa numa dinâmica de comunhão e de solidariedade no interior da qual nasce, cresce e frutifica o sonho do bem-comum da humanidade. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf
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