Parte da homilia do Papa Francisco na abertura da Porta Santa e
Dia da Imaculada Conceição de Maria

Antes de mais nada, a Virgem Maria é convidada a alegrar-Se com aquilo que o
Senhor realizou n’Ela. A graça de Deus envolveu-A, tornando-A digna de ser mãe
de Cristo. Quando Gabriel entra na sua casa, até o mistério mais profundo, que
ultrapassa toda e qualquer capacidade da razão, se torna para Ela motivo de
alegria, de fé e de abandono à palavra que Lhe é revelada. A plenitude da graça
é capaz de transformar o coração, permitindo-lhe realizar um ato tão grande que
muda a história da humanidade.
Também este Ano Santo Extraordinário é dom de graça. Entrar por aquela Porta
significa descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que a todos acolhe e
vai pessoalmente ao encontro de cada um. É Ele que busca, que vem ao nosso
encontro. Neste Ano, deveremos crescer na convicção da misericórdia. Que grande
injustiça fazemos a Deus e à sua graça, quando se afirma, em primeiro lugar,
que os pecados são punidos pelo seu julgamento, sem antepor, diversamente, que
são perdoados pela sua misericórdia (cf. Santo Agostinho, De praedestinatione
sanctorum 12, 24)! E assim é verdadeiramente. Devemos antepor a misericórdia ao
julgamento e, em todo o caso, o julgamento de Deus será sempre feito à luz da
sua misericórdia. Por isso, oxalá o cruzamento da Porta Santa nos faça sentir
participantes deste mistério de amor, de ternura. Ponhamos de lado qualquer
forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a
alegria do encontro com a graça que tudo transforma.
Hoje, e em todas as dioceses do mundo, ao cruzar a Porta Santa, queremos
também recordar outra porta que, há cinquenta anos, os Padres do Concílio
Vaticano II escancararam ao mundo. Esta efeméride não pode lembrar apenas a
riqueza dos documentos emanados, que permitem verificar até aos nossos dias o
grande progresso que se realizou na fé. Mas o Concílio foi também, e
primariamente, um encontro; um verdadeiro encontro entre a Igreja e os homens
do nosso tempo. Um encontro marcado pela força do Espírito que impelia a sua
Igreja a sair dos baixios que por muitos anos a mantiveram fechada em si mesma,
para retomar com entusiasmo o caminho missionário. Era a retomada de um
percurso para ir ao encontro de cada homem no lugar onde vive: na sua cidade,
na sua casa, no local de trabalho… em qualquer lugar onde houver uma pessoa, a
Igreja é chamada a ir lá ter com ela, para lhe levar a alegria do Evangelho.
Trata-se, pois, de um impulso missionário que, depois destas décadas, retomamos
com a mesma força e o mesmo entusiasmo. O Jubileu exorta-nos a esta abertura e
obriga-nos a não transcurar o espírito que surgiu do Vaticano II, o do
Samaritano, como recordou o Beato Paulo VI na conclusão do Concílio. Atravessar
hoje a Porta Santa compromete-nos a adotar a misericórdia do bom samaritano.
Nossa comunidade também realizou este gesto simbólico abrindo uma porta Santa para lembrarmos deste momento importante da Igreja e vivenciar com mais intensidade este Jubileu da Misericórdia.
Ir. Paula fez uma pequena exortação e depois cantamos o refrão do hino do Jubileu e abrindo todas passamos a porta intencionado uma entrada no ano santo com alegria e gratidão.
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