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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sexta-feira, 27 de março de 2015

DOMINGO DE RAMOS

O MESSIAS HUMILDE E SERVIDOR É O CAMINHO DA IGREJA.

Depois de cinco semanas de preparação, abrem-se as portas de uma semana que vale uma vida. Com ramos, flores e cânticos, caminhamos pelas ruas e reunimo-nos nos templos, não para gritar impropérios contra a presidenta ou para pedir a volta da ditadura militar, mas para aclamar nosso líder manso e humilde. “Bendito aquele que vem em nome do Senhor!” Sabemos que só alguém infinitamente grande é capaz de fazer-se tão pequeno e tão próximo. Ele nos oferece generosamente sua vida desdobrada em serviço, bebe o cálice num só golpe e realiza plenamente a vontade do Pai. Para entender a entrada de Jesus em Jerusalém precisamos dispensar as imagens e fantasias de poder. Não há nada de triunfal. Jesus vem da Galiléia e entra na capital do seu país montado num jumento. Nada de cortejos de honra, de generais e de cavalos vistosos. Jesus chega a Jerusalém como sempre foi: um servidor, um simples homem, esvaziado de interesses escusos e obediente às necessidades dos outros. O povo da periferia da capital o aclama como filho e herdeiro de Davi, mas isso contrasta com a fria acolhida por parte do povo da capital e com o medo dos próprios discípulos... A escolha do jumento é uma provocação aos líderes militares, conhecidos no passado ou esperados para o futuro. O povo que acompanha Jesus na sua entrada em Jerusalém aclama o despontar do reino messiânico inspirado em Davi e a chegada do líder enviado por Deus. Jesus, porém, não realiza as ações poderosas que eles esperavam: chega ao templo, olha tudo e se retira em Betânia sem fazer nada. Ele é o ouvinte da Palavra do qual fala o profeta Isaías, e dessa escuta obediente brota uma palavra que desperta os adormecidos e encoraja os acorrentados pela doença e pelo medo. O entusiasmo suscitado naquele pequeno grupo de gente que vinha do
interior não se sustentará por muito tempo. Os gritos de ‘hosana’ – Deus salva agora! – logo serão substituídos pelo insolente pedido ‘crucifica-o’, fruto da frustração das esperanças populares e da manipulação interesseira das autoridades. Os próprios discípulos, que haviam acompanhado Jesus e frequentado suas lições, sentem-se irremediavelmente desorientados e defraudados em suas expectativas. Mas nem a divisão que se cria entre os discípulos, nem a real possibilidade da traição, não fazem Jesus mudar de plano... É verdade que Jesus sente-se abatido e chega a perguntar-se sobre o rumo que deve seguir. No momento crucial, depois da festa de acolhida e da ceia de despedida, Jesus enfrenta um discernimento difícil. Pede aos discípulos que fiquem com ele e vigiem. “Tudo é possível para ti. Afasta de mim este cálice... ” Essa experiência permanece como um alerta para os discípulos e discípulas que esperam facilidades. “Vigiem e rezem para não caírem em tentação.” Para Jesus, oração é o momento de confronto profundo com a vontade do Pai, com a missão escrita em caracteres confusos e exigentes. Os discípulos não entendem nada e temem, e Pilatos escolhe o caminho mais fácil: lavar as mãos, fazer a vontade da maioria e assim receber o apoio popular que faltava ao seu poder despótico. É o fácil caminho da indiferença diante da dor dos outros, da rápida incriminação dos lutadores, da alegre bajulação dos poderosos, da arrogante pretensão de ser o único artífice do próprio bem-estar. Aquele que o povo simples havia saudado na entrada da cidade como quem vinha e agia em nome de Deus, permanece fiel e acaba preso, abandonado pelos próprios discípulos, condenado e pregado na cruz. A cruz era considerada um lugar absolutamente vazio da presença de Deus, a negação mais absoluta de qualquer forma de liderança, sinônimo de horror, de fracasso, de culpa, de impotência, de abandono. Tanto para os fiéis judeus como para os soldados romanos, mas até para os discípulos, a crucifixão representava a completa negação do ser humano, a mais radical falta de sentido. Por isso, a provocação dos soldados faz sentido: “O Messias, o rei de Israel... Desça agora da cruz para que vejamos e acreditemos”. Ele não desce, porque não veio para ser servido e bajulado, mas para servir... Deus Pai-Mãe, compassivo e misericordioso. Nós te louvamos e agradecemos
pelo dom da vida, pelo amor com que cuidas de toda a criação. Em sua misericórdia, teu filho se fez servidor dos empobrecidos e sofredores, e despertou neles a esperança de vida plena e exuberante. Envia-nos teu Espírito. Que ele guie a tua Igreja e a converta, a fim de que ela seja sempre mais anunciadora e ouvinte da tua Palavra, servidora e missionária. E não se furte de dar sua contribuição para que sejamos um país civilizado e justo, uma nação na qual todos os cidadãos sejam reconhecidos em sua dignidade. Assim seja! Amém!

 Itacir Brassiani msf

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