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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 26 de março de 2011

Comentando a Regra do Carmo

“Deveis também empregar-vos em algum trabalho, para que o demônio vos ache sempre ocupados e não tome ocasião de vossa ociosidade para entrar em vossas almas. Para isso, tendes a instrução e o exemplo do apóstolo São Paulo, por cuja boca falava Jesus Cristo (cf. 2Cor 13,3), o qual Deus constituiu pregador e doutor das gentes em fé e verdade (cf. 1Tm 2,7), e seguindo os passos não podeis errar.


‘Em trabalho e fadiga’, diz ele, ‘estivemos entre vós, trabalhando de dia e de noite para não sermos de algum peso ou incômodo. Não porque o não pudéssemos fazer, mas para vos dar exemplo do que deveis imitar. Isto mesmo vos intimávamos quando, estando convosco, vos dizíamos que quem não quer trabalhar não coma. E porque temos ouvido entre vós que alguns andam ociosos, sem trabalhar coisa alguma, a esses admoestamos e rogamos em Nosso Senhor Jesus Cristo que, trabalhando em silêncio, comam o seu pão’ (cf. 2Ts 3,7-12). Este caminho é bom e santo, caminhai por ele (cf. Is 30,21)”. (Regra 17).

Os motivos pelos quais a Regra pede que trabalhemos são muitos e bem claros: evitar que estejamos ociosos estando sempre ocupados, e assim o diabo não encontre entrada em nossa vida; citando Paulo como modelo, pede que não sejamos pesados para ninguém, deixando nas costas dos outros o nosso sustento; trabalhar para poder comer; evitar que sejamos vadios.

O trabalho era um elemento comum da vida monástica. “Ora et labora”, o grande refrão da vida beneditina, orar e trabalhar. Também os eremitas praticavam o trabalho manual; e este trabalho tinha um duplo objetivo: poder comer, sustentar-se, que é condição humana comum a todos os homens e mulheres; dentro desta condição viver o ideal da busca de Deus, da luta contra o mal, da fraternidade.

A Regra retoma o pensamento do número anterior, propondo o trabalho como luta contra o demônio, de enfrentá-lo e vencê-lo. Devemos lutar para que o demônio não encontre acesso dentro de nós, pois esta luta deve começar dentro de nós para se esparramar fora de nós, na comunidade e na sociedade. Dentro de nós está em gérmen a vitória que Deus nos consegue na luta contra o mal.

Como é que a carmelita vive hoje este número? O espírito continua o mesmo. Submetemo-nos a lei comum do trabalho. Trabalhamos para nos sustentar e ser solidárias com nossos irmãos, sofremos com o desemprego ainda presente em nossa sociedade e rezamos por uma nova ordem social onde não haja excluídos do direito ao trabalho digno e remunerado, e assim privados do “pão nosso de cada dia”. Mas em quê trabalham as carmelitas? Temos todos os dias os trabalhos da casa inerentes a vida humana, como cozinhar, limpar, lavar, somos nós que fazemos tudo sem ter empregadas. Além disso, temos toda a vida de carmelita para viver, vida de oração e fraternidade. Dedicamo-nos a costura, pintura, bordado, confecção de hóstias, escapulários, terços, cultivamos a terra: jardins, horta, pomar e roça, sem descuidar de nossa formação pessoal e comunitária feita de leitura e partilha fraterna.

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