OBSERVAÇÕES SOBRE OS MOTIVOS DA LUTA
2. A Regra não espiritualiza as coisas, mas procura situá-las no concreto da história. Ela procura ver o que Jó 7,2, Tim 3 e 1 Pedro entendiam por tentação, perseguição e assalto do demônio que devora.
3. Não se trata de uma luta meramente individual em vista da santificação pessoal. A santificação pessoal, a luta interior pessoal, é parte de uma luta mais ampla das forças malignas contra a vida humana, tentação contra o Evangelho, perseguição contra a união dos pequenos (assalto do diabo que devora e divide).
4. Reler tudo isto que acabamos de ver à luz do que estamos vivendo na América Latina (A REGRA DO CARMO).
AS ARMAS DA LUTA
As armas sugeridas pela Regra são várias. Primeiro vem a recomendação geral de se revestir com a armadura de Deus. É uma recomendação de Paulo (Ef 6,11) que coloca a luta em termos bem amplos, e é composta das seguintes armas:
1. Cinto de castidade nos rins (Ef 6,14). Este cinto sugere a purificação, a proteção e o domínio dos sentimentos mais profundos, mais íntimos (rins). Isto significa que não devemos nos tornar joguetes de tendências e sentimentos contraditórios. O cinto sugere o domínio do sentimento e do corpo.
2. Colete do pensamento santo para o peito (Pr 2,11). O peito indica o centro dos anseios, do pensamento. “A consideração santa te guardará”. É o domínio da mente, do pensamento, da idéia. Saber discernir o que nos é proposto e não seguir qualquer idéia.
3. Couraça da justiça para o corpo (Dt 6,5; Mt 22,37). A Regra usa a palavra justiça como sinônimo de amor a Deus e ao próximo. É a justiça do Reino de que fala Jesus. Este amor a Deus dever total: de todo coração, de toda alma de todas as forças, etc.
4. O escudo da fé contra os incendidos golpes do inimigo (Ef 6,6). Sem fé é impossível agradar a Deus.
5. O capacete da salvação na cabeça (Ef 6,15). É o capacete da libertação, na cabeça para que só de Deus se espere a salvação, pois só Ele é capaz de libertar do pecado. É permitir que Cristo nos liberte de nós mesmos e do pecado.
6. Espada da palavra na boca e no coração. Aqui começa a arma de ataque. O resto foi arma de defesa. A “espada do Espírito” é a Palavra de Deus que deve habitar, morar na boca e no coração. É o convite à oração, contemplação e ruminação da Palavra.
7. A ação deve ser conforme a Palavra de Deus: “tudo quanto fizerdes, fazei-o em nome do Senhor”.
Estas são as armas da luta. Trata-se de uma verdadeira ascese a ser realizada em todos os setores da vida (cf. A REGRA DO CARMO p. 85). (A Vitória Prometida, próxima semana)
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