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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sexta-feira, 1 de abril de 2011

Comentando a Regra do Carmo

Recomenda o Apóstolo o silêncio quando nele mesmo manda trabalhar (cf. 2Ts 3,12), assim como o Profeta testifica que o culto da justiça é o silêncio (cf. Is 32,17), e noutro lugar: “No silêncio e na esperança estará a vossa fortaleza” (cf. Is 30,15).


Por isso determinamos que, depois das Completas, guardeis silêncio até o fim de Prima do seguinte dia. No mais tempo, ainda que não seja tão rigorosa a sua observância, contudo se evite com diligência todo o excesso no falar, pois está escrito e ensina a experiência: “No muito falar não faltará pecado” (Pr 10,19). E: “Quem é inconsiderado em suas palavras experimentará danos” (Pr 13,2). E também: Aquele que fala muito ofende a sua alma (cf. Eclo 20,8). E o Senhor diz no Evangelho: “De toda palavra ociosa que os homens disserem darão conta no dia do juízo” (Mt 12,36).

Faça, pois, cada um de vós uma balança para suas palavras, e freios retos para a sua boca, afim de não pecar e cair pela sua língua, de sorte que seja incurável e mortal a sua queda (cf. Eclo 28,29-30); guarde com o Profeta os seus caminhos para que não peque com a sua língua (cf. Sl 38,2), e procure com diligência e cautela guardar o silêncio, no qual está todo o culto da justiça (cf. Is 32,17).

O silêncio foi e é o grande clima do Carmelo porque todo voltado à oração, à contemplação e à fraternidade, silêncio tão ausente no mundo pós-moderno. A Regra é clara e não precisa de muitas explicações. Talvez o que possa impressionar ao homem e a mulher pós-modernos, é que o silêncio é tão exigido ainda hoje. Muitas coisas mudaram, mas a exigência do silêncio continua a mesma e é ainda atual para que a carmelita possa viver sua vida consagrada a Deus em favor dos irmãos e irmãs. Como vimos no número anterior, a Regra pede que trabalhemos; e, neste número pede que nosso trabalho seja feito no silêncio. Nossas Constituições permitem que se fale só o necessário para realizar bem o trabalho, se trabalha não sozinha. Mas também aqui vale a flexibilidade da Regra dizendo que “para a necessidade não há lei”. Isto ameniza nosso silêncio e o torna humano e ao mesmo tempo divino: “Deus habita no silêncio e na solidão, em seu mistério está sozinho, por isso decidiu criar o Universo para sua glória e seu louvor, e no centro do Universo está o homem e a mulher criados a sua imagem e semelhança para poderem receber d’Ele seus dons e dádivas. Tudo isto requer da pessoa humana um ambiente de silêncio para se chegar ao mistério de Deus”. A carmelita é um sinal, um protótipo do que deveria ser a vida de todos. Enquanto a humanidade não chegar a viver sua verdadeira vocação, a carmelita e todos os contemplativos continuam sendo uma profecia no meio da Igreja e do mundo.

Como a Regra pede que o silêncio maior seja vivido e cuidado no período entre Completas (a última oração da Liturgia das Horas) até Prima do dia seguinte (Prima foi suprimida com o Concílio Vaticano II). Hoje o silêncio é guardado desde Completas até fim de Laudes (louvor e oração da manhã na Liturgia das Horas). Mesmo assim durante as outras horas deve-se guardar silêncio. Mas por quê? O silêncio é ambiente que a carmelita tem para nele viver sua vocação totalmente voltada à contemplação e à oração, como o peixe tem a água para poder viver. Vivido assim, o silêncio não tem nada de rigoroso, exagerado e desumano. O silêncio é o clima que a carmelita tem salvaguardo pela clausura (a clausura garante o espaço físico para a vivência de nossa vocação).

Poderíamos falar muito sobre o silêncio, pois o silêncio não é só ausência de palavras e ruídos, deve ser guardado principalmente no interior onde nos comunicamos com Deus e nos tornamos aptos para o relacionamento com os demais; fiquemos com este pensamento: “Vivemos o silêncio para melhor podermos entrar em comunhão com Deus, conosco, com nossos irmãos e irmãs e com o Universo”.

Ir. Rejane Maria

Um comentário:

Artigos disse...

Parabéns pelo seu blog, continue evangelizando com ardor e que Nossa Senhora nos abençõe!