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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

V Centenáriode de Nascimento de Santa Teresa de Jesus


 Estamos nos aproximando da abertura do V Centenário de Nascimento de Santa Teresa de Jesus nossa fundadora. Teresa que nos ensina o caminho da oração e do amor a humanidade de Cristo, Teresa que mostra que o caminho para entrar na Vida é seguir a Cristo Ele que é o Rei do Castelo do qual a porta para entrar é a oração. Partilhamos uma reflexão de Ir. Celeste sobre a oração e missão em Santa Teresa para nos ir adentrando na mensagem e na vida desta grande Doutora da Igreja que vamos celebrar neste próximo dia 15 de Outubro.
 
Oração e missão
                Oração para Santa Teresa, é dar gosto ao Outro, “é tratar de amizade, estando muitas vezes tratando a sós, com que sabemos que nos ama” (V 8,5). Teresa têm experiência do que é a amizade humana, e faz desta experiência, alavanca para Deus.

                Daqui, Teresa, consegue tirar forças para desempenhar a missão que o próprio Jesus lhe vai confiar. É da oração, do encontro com Deus, que nós também vamos ter força para desempenhar nossa missão. O mais importante na oração, diz ela, “não é pensar muito, mas amar muito; e por isto nos diz que oração e vida, caminham de mãos dadas, ou nas palavras de Teresa: “prazeres e oração são incompatíveis” (C  4,2)

Teresa nos convoca a uma coerência e autenticidade de vida, a uma busca constante e contínua para que nossa vida, oração, trabalho, vivências, sejam de fato, um ajudar comprometidamente as pessoas, sendo solidárias com os seus sofrimentos, assumindo em nós com radicalidade as exigências do seguimento.                           

Como boa Mestra de oração, em seus escritos, nos dá um vasto ensinamento sobre como rezar, sobre oração, quando a oração é seca, árida, difícil, mas também quando é gozo imenso, ternura, penetração profunda no mistério de Deus, consumação, êxtase.                

Ao seguir narrando sua vida, no capitulo 8, fala-nos do dilema que viveu neste período de quase 20 anos (18 anos), sentia que, por um lado Deus lhe chamava e por outro, os passatempos do mundo. “Trata-se de uma das vidas mais penosas que, a meu ver, se pode imaginar: eu não me rejubilava em Deus nem me alegrava no mundo” (V 8,2). Mas, reforça o seu desejo de que: “... quem começou a ter oração não deve deixá-la, por mais pecados que cometa. Com ela, terá como se recuperar e, sem ela, terá muito mais dificuldade. Por isso, peço aos que ainda não começaram que, por amor a Deus, não se privem de tanto bem.” (V 8,5).         

Ela não teme dizer que, quanto mais a oração, o encontro com Deus for eficaz, mais a vivência fraterna avança, torna-se fecunda. “Assim, Irmãs, tanto quanto puderdes, sem ofensa a Deus, procurai ser afáveis e agir de tal maneira com as pessoas com quem tratardes que elas apreciem a vossa conversa, desejem vosso modo de viver e tratar e não se atemorizem nem se amedrontem de praticar a virtude”. E continua: “Quanto mais santas, tanto mais afáveis nas conversas com as Irmãs. E, mesmo que vos sintais contristadas quando os assuntos de suas conversas não forem o que mais desejaríeis, nunca vos esquiveis, se quereis ser úteis e amadas”  (C 41,7).

Teresa vai nos dizer que também no tempo de sofrimento, de doença, de crise, é tempo para a oração. Talvez aqui, transpareça um pouco mais a cruz no processo oracional, porque no tempo da doença/enfermidade, nem sempre o corpo, a cabeça, está disposta para o exercício da oração, do amar, mesmo que esta não exija força corporal, mas só o amor e o costume. Neste momento, o encontro com Deus exige um controle/domínio de si mesmo em corpo e espírito. Ela nos diz: “Quando queremos, o Senhor dá sempre oportunidade. Na doença e em situações difíceis, a alma que ama tem como verdadeira oração fazer a dádiva dos seus sofrimentos, lembrar-se daquele por quem os padece, conformar-se com suas dores” (V 7,12).

Também no momento da dor, da doença, precisamos ficar diante de Deus com o nosso verdadeiro eu. E se não é possível rezar como gostaríamos, ela nos ensina, algo muito importante: "Não vos peço agora que penseis Nele nem que tireis muitos conceitos nem que façais grandes e delicadas considerações com vosso entendimento; peço apenas que olheis para Ele” (C 26,1.3).
 
Aqui está o coração da oração, olhar para Ele, deixar que Ele nos olhe, ficar com Ele. Que humanismo possui Teresa!  A vida de oração, que leva à união com Deus, exige pureza de coração e compromisso de tender à perfeição; e o amor recíproco, manifestado nas obras, confere autenticidade à vida de oração.

Mas, toda verdadeira oração tem que gerar vida para os outros, aqui entra a dimensão missionária da oração, que abriu o coração de S.Teresa para as fronteiras da Missão. Quando Francisco Maldonado, um missionário veio visitá-la no Mosteiro e conta o que passavam os missionários, Ela se coloca em seguida diante do Senhor em oração e súplica ao Senhor lhe de um meio de ajudar estes missionários que tanto sofrem ao anunciar o Evangelho. Aos poucos vai surgindo dentro de si, os apelos de Deus para iniciar um caminho novo, dando à sua vida de oração, silêncio, trabalho, as vivências de cada dia um sentido novo, seja na dor ou na alegria, uma dimensão de serviço ao Evangelho, de doação em prol da Igreja; e coloca a ascese, a abnegação, a oração das Irmãs à serviço do Reino.

                Teresa abriu as portas para uma espiritualidade nova, amorosa, interiorizada, alegre, que se alcança através da meditação, da renúncia a tudo o que nos aliena, para a confiança de que Deus nos ama apaixonada e incondicionalmente. Ela nos ajudou a perceber que, não são nossos méritos que nos tornam mais próximos de Deus, e sim nossa capacidade de nos fazer mais próximos de nossos semelhantes e nos abrir ao amor gratuito de Deus.

                         


 

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