Temos medo do novo, como se conservar o passado garantisse
automaticamente a fidelidade ao Evangelho. É verdade que o Concílio Vaticano II
afirmou deforma rotunda que na Igreja deve haver uma constante reforma, pois como
instituição humana, necessita-a permanentemente. No entanto, não é menos
verdade que o que move a Igreja nestes momentos não é tanto um espírito de
renovação, mas um instinto de conservação.
Temos medo da investigação teológica criativa. Medo de rever
ritos e linguagens litúrgicas que não favorecem hoje a celebração viva da fé.
Medo de falar dos direitos humanos dentro da Igreja. Medo de reconhecer
praticamente à mulher um lugar mais de acordo com o espírito de Jesus.
Temos medo de colocar a misericórdia acima de tudo, esquecendo
que a Igreja não recebeu o ministério do julgamento e da condenação, mas o
ministério da reconciliação. Há medo de acolher os pecadores como Jesus fez.
Dificilmente se dirá hoje da Igreja que é amiga dos pecadores, como se dizia do
Seu Mestre.
José Antônio Pagola
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