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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 22 de outubro de 2016

CONTINUANDO A FALAR DE SANTA ELISABETE

O chamado a viver o amor e a unidade em Cristo

Image result for santa elisabete da trindadeAlém das citações do primeiro capítulo da carta aos Efésios, nas anotações do UR (Último Retiro) Elisabete nos oferece ainda sete citações do segundo capítulo. Neste capítulo, o autor da Carta fala da Igreja, que reúne em seu seio a totalidade dos homens e mulheres, reconciliando as duas partes inimigas, os judeus e os pagãos, ambas submetidas ao pecado e libertadas por Deus em Jesus Cristo. Este capítulo é uma espécie de resumo ou síntese da teologia paulina desenvolvida na Carta aos Romanos.
No 4° dia (§ 10) do seu Último Retiro, Elisabete da Trindade escreve sobre o que deve fazer o discípulo para conformar sua vida com a de Jesus Cristo, para "ser a atitude de um louvor de glória, que quer continuar, através de todas as coisas, o seu hino de ação de graças". Ela entende que a ação necessária e fundamental é permanecer inabalável na fé, como Moisés, inabalável na fé no "grande amor" com que Deus nos amou (Ef 2,4). A frase completa de Paulo é a seguinte: "Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos a vida juntamente com Cristo, quando estávamos mortos por causa de nossas faltas. Vocês foram salvos por graça" (Ef 2,4-5).
Para Elisabete, permanecer inabalável na fé e no amor significa não se importar com os sentimentos superficiais de agrado ou desagrado, iluminação ou escuridão. A ênfase de Paulo está na gratuidade do amor de Deus mediante o qual a humanidade pecadora é salva, mas Isabel interpreta este evangelho de Paulo como um convite a não se abalar e manter a atitude de fé em Deus, o qual nos amou de forma insuperável em Jesus Cristo.

Image result for santa elisabete da trindadeElisabete se refere de novo a este texto Paulino nos parágrafos 31 (12° dia) e 34 (13° dia) do UR. A primeira citação está inserida num contexto de interesse cristológico. A ideia central é que o Verbo se fez carne, desceu ao nível da humanidade para que esta fosse elevada ao nível da divindade, e se tornasse santa. Isso é obra de Cristo, que é nossa paz, que reconciliou e pacificou na cruz todas as criaturas, que triunfou sobre os poderes inimigos para nos tornar santos e imaculados diante dele. Para Elisabete, esta é por excelência a obra de Cristo nas pessoas de boa vontade, a ação que o seu "grande amor" impele a fazer em cada ser humano, e na própria Isabel. Em suas próprias palavras, Jesus Cristo "quer ser a minha paz para que nada possa distrair-me ou fazer-me sair da fortaleza inexpugnável do santo recolhimento" (§ 31).
No § 34, a expressão "grande amor" é citada por Elisabete no desdobramento da questão de edificar-se em Cristo. Trata-se da pessoa "elevar-se acima de si mesma, dos sentimentos, da natureza, acima das consolações ou das dores, acima do que não é unicamente ele. É aí que, em plena posse de si, se domina, se transcende e ultrapassa também todas as coisas". Para isso é necessário que a pessoa se fortaleça na fé, se mantenha vigilante, "totalmente recolhida na sua palavra criadora”, nesta fé no "grande amor".
Enfatizando o "grande amor de Deus", a seu modo, Elisabete supera a imagem de um Deus como juiz onipotente e indiferente frente às dores e dificuldades dos seres humanos. E percebe que o "jeito de Deus" convida e convoca o discípulo a ultrapassar o fechamento em si mesmo, abrindo-se no amor.


Itacir Brassiani msf

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