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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


quinta-feira, 29 de maio de 2014

Maria no Carmelo

Maio mês de Maria. O Carmelo é todo de Maria, já dede o nome está a grande ligação para com a Mãe. Somos as Monjas Descalças da Ordem da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo

Em nossas constituições assim está expresso: “As origens da Ordem, o título da “Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo” e as antigas tradições espirituais demonstram a índole mariana e bíblica da vocação carmelitana.

Ao escolher a Virgem Maria como Mãe e Padroeira, a Ordem busca amparo sob sua proteção; e vê, no mistério de sua vida e de sua união com Cristo, um modelo e ideal de consagração. (const. Nº 2)

No número 9 de nossas constituições ainda fala de modo muito claro a nossa pertença a Virgem Maria: “Avocação das Carmelitas Descalças é um dom do Espírito, que as convida a uma ‘misteriosa união com Deus’ vivendo em amizade com Cristo e em intimidade com a Bem Aventurada Virgem Maria; a oração e a imolação fundem-se vivamente com um grande amor a Igreja”.

E ainda no Nº 55 diz: “A contemplação da Virgem Maria realização perfeita do ideal do Carmelo, torna-se luz para seguir os seus passos. Com efeito, ela sobressai entre os humildes e os podres do  Senhor, e é exemplo eminente da vida contemplativa na Igreja. Cada Irmã acolha Maria como Mãe e Mestra espiritual, para ser configurada a Cristo e chegar, assim ao vértices da santidade”. 
Santa Teresa
Nossos santos carmelitas tinham uma grande devoção a esta Mãe Santíssima. Santa Teresa nos relata esta belíssima passagem do seu livro da Vida:
“Recordo-me que, quando morreu minha mãe, fiquei da idade de doze anos, pouco menos. Quando comecei a perceber o que tinha perdido, fui-me, aflita, a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei- Lhe, com muitas lágrimas, que fosse minha Mãe. Embora o fizesse com simplicidade, parece-me que me tem valido; porque conhecidamente tenho encontrado esta Virgem soberana, sempre que, me tenho encomendado a Ela, e, enfim, tornou-me a Si.”(Livro da Vida, cap. 1,7)
 “Procurava solidão para rezar as minhas devoções que eram muitas, em especial o Rosário, do qual a minha mãe era muito devota e assim nos fazia sê- lo.” .”(Livro da Vida, cap. 1,6)
Em uma de suas poesias São João da Cruz descreve a grandeza da Mãe do céu, colocando ali o seu coração e a devoção a sua Mãe Maria. Assim ele escreve:
 

 
São João da Cruz

“Quando foi chegado o tempo em que de nascer havia,

Assim como desposado, do seu tálamo saia

Abraçando a sua esposa, que em seus braços a trazia;

Ao qual a bendita Mãe em seu presépio poria

Entre pobres animais que então por ali havia.

Os homens davam cantares, os anjos a melodia,

Festejando o desposório que entre aqueles dois havia.

Deus, porém, no presépio ali chorava e gemia;

eram joias que a esposa ao desposório trazia;

E a mãe se assombrava da troca que ali se via:

O pranto do homem em Deus, e no homem a alegria;

coisas que num e no outro tão diferente ser soía.

(Poesia 9 -Romance 9)
No Livro da Subida descrevendo a união profunda da alma com Deus coloca Maria como o exemplo desta grande graça.
“...Só Deus é quem move as potências dessas almas, para aquelas obras conforme a sua santa vontade e divinos decretos, sem que possam agir de outro modo; a assim as obras e súplicas dessas almas são sempre eficazes. Tais foram as da gloriosíssima Virgem Nossa Senhora, elevada desde o princípio a este sublime estado; jamais teve impressa na alma forma de alguma criatura, nem se moveu por ela; mas sempre agiu sob a moção do Espírito Santo”.(III S 2,10)
Santa Teresa dos Andes procurava em Maria o modelo para a sua vocação. Em uma carta ela assim relata:
Santa Teresa dos Andes
“O que me faz amar mais minha vocação é ver que a vida de uma carmelita é semelhante a da Santíssima Virgem. Ela só orou, padeceu e amou. E tudo em silêncio. Além disso nossa Ordem é da santíssima Virgem. Tenho dado mais de uma vez graças a minha Mãe Santíssima de haver-me trazido a sua Ordem...(C138).

Ela não só o tem como modelo, mas mais ainda como fonte e inspiração para a sua vida em busca da santidade e a ela recorre em suas necessidades:

“Mãe minha, se tu minha mãe recorda que me deu a ti. Guarda-me pura, virgem, em teu coração Imaculado. Que ele seja o meu refúgio, minha esperança, meu consolo, minha solidão. Me ponho em teus braços maternais para que tu me coloques nos de Jesus. Me abandono neles que se faça a sua santa vontade”.

A carmelita que se destaca no amor e na descrição de Maria de uma forma muito contemplativa é a Beata Elisabete da Trindade. As palavras do Evangelho são inspiração para falar de Maria. Ela assim relaciona as palavras de Jesus na vida de Maria:
Beata Elisabete da Trindade

“Se conhecesses o dom de Deus!” Houve uma criatura que conheceu este dom de DEUS, uma criatura que não desperdiçou nenhuma parcela deste dom, uma criatura tão pura, tão luminosa que parecia ser a própria Luz. Uma criatura cuja vida foi tão simples, tão absorta em Deus, que quase nada se pode dizer a respeito dela.

“Virgo Fidelis” Virgem fiel, é aquela “que guardava todas as coisas em seu coração”. Conservava-se tão pequena e recolhida diante de Deus, no segredo do Templo, que atraiu sobre si as complacências da Santíssima Trindade: “Porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações todas me chamarão bem-aventurada! O Pai, ao contemplar esta criatura tão bela e tão indiferente à própria beleza, quis que ela fosse, no tempo, a Mãe daquele de quem ele é o Pai na eternidade. Veio, então, sobre ela o Espírito de Amor, que preside a todas as operações divinas, e a Virgem disse o seu Fiat: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra”, e o maior dos mistérios se realizou. Pela descida do Verbo nela, Maria tornou-se, para sempre, a presa de Deus.
Parece-me que a atitude da Virgem, durante os meses que se passaram entre a Anunciação  e o Natal, é o modelo das almas interiores, desses seres por Deus escolhidos para viver “no interior”, no fundo do abismo sem fundo. Com que paz e recolhimento Maria se submetia e se entregava a todas as ocupações! Como as ações mais banais eram divinizadas nela! Porque, em tudo, a Virgem permanecia a adoradora do dom de Deus em todos os seus atos. Esta atitude não a impedia de doar-se exteriormente, quando a caridade o exigia. O Evangelho narra que “Maria percorreu apressadamente as montanhas da Judéia, pala dirigir-se à casa da sua prima Isabel. Jamais a visão inefável que ela contemplava no seu interior diminuiu a sua caridade exterior, porque, conforme afirma um autor piedoso, “se a contemplação conduz ao louvor e à eternidade de seu Senhor, ela tem em si a unidade e não a perderá jamais”. Se lhe chega uma ordem do céu, volta-se para os homens, compadece-se de todas as suas necessidades, inclina-se sobre todas as suas misérias. Convém que ela chore e fecunde! A contemplação ilumina como o fogo; como ele, queima, absorve e consome, elevando para o céu tudo quanto destruiu. E uma vez cumprida a sua missão na terra, levanta-se e empreende novamente o caminho para a altura, ardendo em seu próprio fogo. ( Como encontrar o céu na terra 38, 39, 40).
 
Elisabete da Trindade relata que desde a infância nutria a devoção a Maria.
“Em toda as festas de Maria, renovo minha consagração a esta boa Mãe. Por isso hoje me confiei a ela, e novamente lancei-me  nos seus braços. Com a mais inteira confiança, recomendei-lhe o meu futuro, a minha vocação. (Diário 2 fevereiro de 1899)”

Concluindo esta primeira visão de alguns santos do Carmelo que tinham Maria como Mãe, vamos rezar como São Bernardo  quando diz: “Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à Vossa proteção, implorado a Vossa assistência e reclamado o Vosso socorro fosse por vós desamparado. Assim eu, animado com igual confiança, a Vós ó Virgem entre todas singular, como a Mãe eu recorro, de Vós me valho, e gemendo sob o peso de meus pecados me prostro a Vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo de Deus humanado, mas dignai-vos de ouvi-las propícia e de me alcançar o que Vos peço, o que vos rogo. Amém.”

 

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