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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


terça-feira, 12 de março de 2013

O Valor do Jejum


     
    Jesus no deserto supera a tentação, fortalecido pela Palavra de Deus que é mais importante do que a comida e a bebida. Jesus jejuou no deserto. Jejum e deserto estão intimamente relacionados entre si. Ambos nos confrontam com nossa nudez. O jejum nos torna ainda mais vulneráveis. Não temos mais nada com que nos entupir o vazio que está emergindo, com que pudéssemos reprimir os desejos e as necessidades que estão se manifestando. Desse modo pode aflorar tudo o que está dentro de mim, meus desejos e anseios não satisfeitos, minha avidez, aqueles pensamentos que giram unicamente em torno de mim, meu sucesso, minhas posses, minha saúde, meus sentimentos,... O jejum descobre quem sou eu. Mostra-me meus perigos e indica-me onde tenho que começar a lutar.
Um teste que mostrará se estou jejuando é não falar mal da outra pessoa. Se falo mal da outra, é porque não entendi o sentido do jejum.
O jejum consiste em lutar contra os hábitos maus das paixões, e deve fazer-nos crescer no amor fraterno.
O verdadeiro objetivo do jejum, da ascese é tornar-nos transparentes para Deus, de buscarmos um coração puro e uma vida em vigilância, viver com autenticidade diante de Deus. O jejum intensifica a oração, pois rezamos a Deus com o corpo e a alma; confessamos com nosso jejum que sozinhos não podemos absolutamente nada, que dependemos inteiramente da ajuda de Deus. Portanto, o objetivo do jejum da Quaresma e da purificação é a pureza e a clareza interior da pessoa. O jejum é considerado caminho para a contemplação. A oração torna-se mais pura e clara. Já não é perturbada pela sujeira interior.
O jejum é um recurso pedagógico que nos conduz a experiência da nossa vulnerabilidade e das carências humanas das quais normalmente fugimos. Jejum, é de certa maneira, um tornar-se vazio.  Jejuar não é ter fome. É um ato voluntário de purificação que tem por finalidade despertar a vigilância.
Gandhi jejuava cada vez que sentia que suas palavras não surtiam efeito, que suas negociações e apaziguamentos não tinham êxito. Para ele, o jejum era uma ação política. Contudo, ao mesmo tempo, era oração, uma confissão de que, naquele caso, somente Deus podia transformar o coração dos seres humanos. E dizia: “Meu jejum é um assunto entre Deus e eu”.
Há uma relação muito estreita entre jejum e Eucaristia, pois a pessoa que jejua renuncia à comida e a bebida, a suas necessidades orais. Na Eucaristia, porém, celebramos a comida e a bebida, o ato mais intimo da relação com Deus. Ao comer o corpo de Cristo e ao beber seu sangue, o ser humano se torna um com Deus, Ele se torna nossa própria vida. A Eucaristia, mostra que, no fundo, o jejum tem uma função positiva. O verdadeiro sentido da comida e da bebida é unir-se a Deus. Na Eucaristia, o ser humano faz a experiência de que o próprio Deus satisfaz suas saudades, seus anseios, e assim o liberta do medo de precisar agüentar para sempre o nada que há em sua existência.
O jejum prepara os sentidos para as coisas que estão além deste mundo e para a contemplação de Deus. Um provérbio diz: Come com medida para amar sem medida. Jejua para ver”.
A Quaresma significa um jejum verdadeiro, um jejum de corpo e alma. Pertence a esse jejum certamente, a conversão espiritual; justamente porém, não uma simples conversão na cabeça e na vontade, mas também no corpo. Ele ajuda a abrir-nos totalmente para o mistério de nossa salvação na cruz e ressurreição de Cristo; pois o jejum está a serviço da renovação da vida.
 O ser humano não está simplesmente à mercê de suas emoções e paixões. O alvo é o ser humano inteiramente livre, que em sua liberdade se tornou simultaneamente um com Deus. O alvo supremo da liberdade é o amor, a entrega a Deus e a entrega em favor dos irmãos.
            Ascese significa exercício, treino, para conseguir determinadas atitudes interiores e recuperar o domínio de si. E aí a atitude da liberdade é inteiramente decisiva. Para os Padres da Igreja, o objetivo da ascese é a liberdade, é a contemplação de Deus. Ascese serve ao místico para tornar-se aberto para Deus e, na contemplação de Deus, tornar-se um com ele. A ascese também hoje pode ser um caminho para a liberdade.
            A renuncia é um teste para mostrar que ainda somos nós mesmos que determinamos e dispomos sobre nós, em vez de nos deixarmos determinar, que vivemos ainda nós mesmos, em vez de sermos vividos. Portanto, a renuncia  é um exercício na liberdade.
             A renuncia que ensaiamos na quaresma, não é apenas um caminho para a liberdade, mas é também manifestação de nossa liberdade. A Deus nada precisamos provar com nossa renuncia. Jejuar como renúncia é, antes, expressão de que pertencemos a Deus, e não ao mundo; que pertencemos a nós mesmos, e não as nossas paixões e vícios, a nossas necessidades e desejos. Podemos afirmar quantas vezes quisermos que pertencemos a Deus. Se isso não se expressa de algum modo, tudo não passa de palavras bonitas. A renúncia é expressão de que realmente somos livres. E de tempos em tempos, precisamos uma manifestação dessas para nossa liberdade.

Um comentário:

Unknown disse...

Não vou comentar o valor do Jejum.
Todos os sacrifícios serão agradáveis a Deus se forem feitos por amor.

Ensinaram-me que fazer jejum era não comer. Podia embebedar-me, mas comer só aquele bocadinho e só três vezes ao dia.

Falemos de Oração- encontro com Deus.
Façamos todos o verdadeiro jejum dos nossos defeitos e das nossas fraquezas. Reconheçamo-nos pecadores e apróximemo-nos de Jesus Eucaristia.

Ele espera-nos e espera o nosso abraço porque simplesmente nos AMA.

Orai por toda a minha casa e família.