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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


domingo, 22 de julho de 2012

PREPARANDO-NOS PARA O V CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE SANTA TERESA

Por que todos estes dados? Por que, como nos diz o estudioso da Santa, Tomás Álvares, que em Teresa, como nas grandes personagens bíblicas e da Igreja nos interessam duas coisas: sua humanidade e sua experiência de Deus, pois ela é uma mulher humaníssima, orante e mística, que recebe gratuitamente de Deus a revelação do Seu Mistério. Em Teresa já não podemos separar sua vida humana do mistério de Deus. Tudo está entrelaçado.


Teresa escreveu muito entre livros e cartas. No livro escrito por obediência, onde narra sua vida, “LIVRO DA VIDA”, nele nos fala sobre seu modo de oração: “Quisera eu que, assim como me mandaram e deram ampla licença para escrever O MODO DE ORAÇÃO e as graças que o Senhor me tem concedido, também ma dessem para que, com muita frequência e clareza, dissesse os meus grandes pecados e vida ruim; isto seria para mim grande consolo” (Prólogo).

Teresa escreve sua vida fazendo dela uma releitura a partir de sua experiência de Deus. Ela começa dizendo a sua verdade vista no caminho de oração percorrido por ela: “Não fosse eu tão ruim” (V 1,1). Ela tem um grande conhecimento de si mesma e vai dizer aos orantes que jamais o abandonem por mais adiantados que estejam no caminho da oração.

Sua vida espiritual está alicerçada na base humana, a família. Esta base humana possui dois pilares: a cultura religiosa e a prática religiosa. Falando de seus pais nos diz que eles eram “virtuosos e tementes a Deus”. Diz ela: “Meu pai gostava de ler bons livros e os tinha em vernáculo para que seus filhos os lessem. E isso, ao lado do cuidado de minha mãe em fazer-nos rezar e ter devoção por Nossa Senhora e por alguns santos, começou a despertar-me com a idade de, ao que me parece, seis ou sete anos. Ajudava-me não ver em meus pais inclinação senão para a virtude. Tinham muitas. Meu pai era muito caridoso com os pobres e piedoso com os enfermos e até com os criados; tanto que jamais se pôde conseguir que tivesse escravos, por que tinha deles grande dó. Estando certa vez uma escrava de um seu irmão em sua casa, ele a tratava como a seus filhos. Dizia que o fato de não ser ela livre em nada prejudicava sua piedade. Era muito sincero. Ninguém jamais o viu praguejar ou murmurar. Era de extrema honestidade. Minha mãe também tinha muitas virtudes e passou a vida com grandes enfermidades. Grandíssima honestidade. Embora muito bela, nunca deu ensejo a que se pensasse ser ela vaidosa, porque, apesar de morrer aos trinta e três anos, seu traje já era o de uma pessoa de muita idade. Muito pacífica e de grande entendimento. Morreu muito cristãmente. Éramos três irmãs e nove irmãos. Pela bondade de Deus, todos se pareciam com os pais na virtude, menos eu, embora fosse a mais querida de meu pai. E, antes de começar a ofender a Deus, parece que eu tinha alguma razão para isso; porque me lastimo quando me recordo das boas inclinações que o Senhor me dava e de quão mal delas tirei proveito. Pois os meus irmãos em nada me prejudicavam no servir a Deus. Um deles, quase da minha idade, juntava-se a mim na leitura da vida dos santos (ele era aquele a quem eu mais queria, embora tivesse grande amor por todos, e eles por mim)” (V 1,1-4).

Teresa tinha grande clareza dos valores cristãos, e via-os em seus pais. Estes valores ressaltados por ela são a catequese que deve ser permanente, a oração, as virtudes, entre elas o temor de Deus, a caridade, a piedade, a sinceridade, a conformidade com a vontade de Deus não praguejando e murmurando, a honestidade, a pacificidade e bom entendimento. A santa despertou muito cedo, pelos seis ou sete anos, para o valor da oração que foi apresentado de modo especial por sua mãe, mas que era praticado por toda a família. Teresa começa a compreender a ligação profunda entre oração e vida, e é o que vai repetir toda vida. Não dá para rezar uma coisa e viver de modo que não tem nada a ver com o Evangelho de Jesus. Não dá para dizer a Deus o quanto o amamos e queremos fazer sua vontade se depois fazemos tudo ao contrário não nos entendendo com as pessoas que convivem conosco e reclamando de tudo.

No Livro da Vida no capítulo primeiro, parágrafo quatro a santa como num lampejo nos fala de sua oração e contemplação como menina. Diz que impressionava a ela e a seu irmão Rodrigo “que a pena e a glória eram para sempre”. E agradava-lhes repetir: “para sempre, sempre, sempre”. Em Teresa está o chamado para a contemplação e oração que se revelam muito cedo em sua vida. Ela, à luz do Espírito Santo é sua própria mestra e aprendiz de si mesma. Procurava a solidão para rezar suas devoções que eram muitas. Sua especial devoção era o Rosário, que aprendera de sua mãe.

Guiada pelo Mestre Interior, o Espírito Santo, Teresa busca a solidão desde a idade mais tenra, pois silêncio e solidão são dois pré-requisitos para se encontrar com Deus, orar e contemplar. A grande mestra dos orantes tem por mestre ao Espírito Santo. É Ele que a guia para esta fascinante estrada: “O CAMINHO DA ORAÇÃO”. Destinada por Deus a receber do Espírito Santo um carisma, (dom de Deus) muito especial dentro da Igreja, Ele já a preparou desde cedo lhe dando inclinação para as coisas de Deus, não obstante se acreditava ruim e pecadora. Quanto mais santo, mais próximo de Deus alguém está, mais enxerga sua própria miséria.

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