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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O CONHECIMENTO DE DEUS NA NORMA DE VIDA DO CARMELO


Partindo de que ‘a idéia cristã de Deus é, em si, uma idéia prática” (J.B. Matz), vamos desenvolver o conhecimento de Deus que uma carmelita tem através da prática do dia a dia da vida carmelitana. Deus tem tudo a ver com a Vida, por isso a Teologia atinge a vida.

Pensar Deus é ser atingida imediatamente por ele nos próprios interesses que devem ser revisados à luz desse conhecimento de Deus que surge da reflexão e da verdade que Deus atinge em profundidade.

Conhecer a Deus em paralelo com o conhecimento da realidade carmelitana. E este não pode ser um conhecimento neutro e desinteressado. O que gera uma carmelita que conhece é seu enfrentamento com a realidade na prática da vida em toda sua complexidade.

Conhecer a Deus é, “reconhecê-lo como parte essencial básica’ da vida do Carmelo.

Vamos ver que Deus revela a norma de vida do Carmelo.

O que precisamos dizer em primeiro lugar, é que para a pessoa que se entrega a Deus no Carmelo, Deus não pode ser uma idéia cognitiva, pois a Regra nos diz que Deus é pessoa em Jesus Cristo, revelação de Deus. Vivemos em de Jesus Cristo” (R2).

O Carmelo nasce como uma experiência vital de um grupo de leigos que na época a Terceira cruzada (1189-1192), por volta do ano 1191 se estabeleceram no Monte Carmelo. Eram leigos, europeus, romeiros, ascetas penitentes, eremitas, mendicantes, pobres, chamados então de menores, frades e evangelizadores. Surge dentro de uma sociedade e Igreja em crise e em transformação.

O Carmelo surge como voz profética. Não vem em primeiro lugar o esquema, a organização, a idéia. Tudo isso nasce da experiência. Quando se dirigem a Alberto, Patriarca de Jerusalém não vão pedir uma Regra, mas sim, expor a maneira como vivem, para que Alberto em nome da igreja dê sua palavra. E ele responde em uma carta. Mais tarde a “Norma de Vida” passa a ser aprovada como regra pelo Papa Inocêncio IV em 1247. Já são uma comunidade organizada em obediência! São pessoas que querem buscar e viver a vontade de Deus.

Nesta experiência comunitária e de obediência que nos fala o N.° 1 da Regra, está sem dúvida a centralidade da nossa fé, a revelação do Deus Trindade, Pai e Filho e Espírito Santo, que reúne seus filhos e filhas em comunidade para escutarem a sua Palavra (obediência) e a pôr em prática. Portanto, a idéia de Deus e a prática do Carmelo é a própria revelação de Deus ao longo da história.

Vivendo no Monte Carmelo, junto à fonte de Elias, a Regra revela o Deus vivo e verdadeiro, o Deus que suscita seus Profetas na história. O Carmelo é profecia. Isto podemos ver no N.° 2 da Regra. Os Carmelitas não querem se inserir nos modelos de Vida Religiosa já existente. Estes já não respondem mais à necessidade da época. Monges e clero vivem afastados do povo e estão do lado dos senhores feudais. A Regra resgata a centralidade de toda Vida Religiosa: “viver em obséquio de Jesus Cristo” (cf. 2Cor 10,5), vivendo fielmente com puro coração e reta consciência (cf. 1Tm 1,5), mas tem algo novo a propor: ser profeta no meio de uma Igreja e da Vida Religiosa que se afastou do Evangelho.

Para concluir, a Regra do Carmelo é essencialmente bíblica, a fonte da revelação de Deus e a base para toda a Teologia (cf. DV 24). A Regra, como a Bíblia, é uma carta, de Alberto aos irmãos que vivem no Monte Carmelo. Cita e evoca a Bíblia com muita liberdade. São quase cem vezes, na menor que a Igreja aprovou e que cabe numa página.

A comunidade é central e chama a viver a fraternidade.

É a comunidade que escolhe entre os irmãos um prior e não um abade (pai). Prior, que é o “primeiro escolhido para servir”. É uma comunidade de servos. Aquilo que Jesus veio fazer: vim para servir e não ser servido” (cf. Mt 20,28).

Tudo é decidido em comunidade de acordo com o Prior: o lugar da casa, o quarto dos irmãos, a mesa comum, onde se lerá a Bíblia durante a refeição, o quarto do Prior, que esteja à entrada do convento para que ele seja o primeiro a receber os que chegam. O discernimento é comunitário liderado pelo Prior.

A Regra revela-nos o Deus Bíblico que tem suas delícias estar com seu filhos (cf. Pr 8, 31), por isso convida a “meditar dia e noite na lei do Senhor” e velar em oração (cf. R8). É o Deus do diálogo, o Deus Amigo, o Deus Pai e Mãe que ouve e fala com seus filhos e filhas. Um Deus que ensina a justiça e o direito, a partilha e a liberdade diante das coisas (R 10-11). Um Deus que pede que o irmão seja responsável pelo irmão (R 13) e que cada qual se respeite (R 14- 15) e conheça sua condição humana e se inspire na Palavra de Deus, para que tudo possa ser feito em nome do Senhor (R 16 e 17). Um Deus que pede respeito ao irmão no grau máximo da caridade e se chama silêncio (R 18).

Regra não é impositiva, é o grau máximo de humanidade que nela se revela, pois sua flexibilidade é incrível (cf. R 6.8.10.11.12.14.15). Ela não se fecha sobre o que propõe. Abre caminho para quem quer mais. Pede, porém, discrição que a tudo modera (Cf. R 21).

Podemos dizer que o conhecimento que a Carmelita tem de Deus está retratado no seu modo de viver que é altamente evangélico. E o Evangelho é a revelação máxima de Deus para nós através de seu Filho Jesus.

Um comentário:

Irene Spina disse...

Querido irmão franciscano, convido-o à conhecer o meu blog. Palavras de Deus são sempre bem vindas!!!
www.franciscanosmococa.blogspot.com