Somente no silêncio a pessoa penetra nas profundezas de Deus. Somente no silêncio ela capta grandes relações, sente a dor, a busca, os anseios e a alegria do outro. Se nos afastamos, é para enxergarmos mais longe. Para abranger na totalidade do amor de Deus, o mistério do mundo tão carente de amor e de paz. O mistério dos homens e mulheres, nossos irmãos e irmãs. Especialmente dos excluídos. Nas dificuldades da vida nunca deixe de olhar mais além! No horizonte sempre brilha uma nova luz!
VOCAÇÃO
Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?
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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
MARIA E OS TRAÇOS FEMININOS DA REGRA
Pode-se arriscar o desenvolvimento deste tema em uma Regra que foi escrita por um homem, a homens, aprovada por homens, vivida por muito tempo apenas por homens?
Sim! Por que no coração da Regra esconde-se uma mulher: Maria. Sim; esconde-se, por que a Regra nem sequer cita seu nome.
É preciso propor aquilo que já está tão evidente, encarnado transformado em vida? Não! Os carmelitas haviam escolhido Maria corno Padroeira e lhe dedicaram uma igreja ao seu nome e que definirá sua identidade no povo de Deus: “Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo”. Portanto, a Regra do Carmo é Regra de uma Ordem Mariana.
A saudação de Alberto não nos remete à Anunciação do Anjo a Maria? “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!” (Lc 1,28), “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra!” (Lc 1,35).
A saudação de Alberto tem traços muitos ternos e humanos: “queridos filhos (...) saúde no Senhor e bênção do Espírito Santo”. Nela pode-se sentir viva e palpitante a presença de uma mulher: Maria. Aquela que reunira os discípulos de Jesus a espera do Espírito Santo (cf. At 1,12-14), é a mesma que reúne os carmelitas para “viver em obséquio de Jesus Cristo”.
Por que a Ordem não acrescentou “que vivem sob a proteção de Maria”, como acrescentou “junto à fonte (de Elias)?” Por que este silêncio total sobre ela? Nem sequer seu nome?
Existem razões históricas, com certeza inconscientes que não deixaram a Regra falar sobre a Grande Mulher Maria. Mas, por outro lado, a Regra, embora escrita por um homem, está escrita de uma forma tão carinhosa e humana, que atrás de suas palavras podemos ver, ouvir e sentir a voz de Maria falando ao nosso coração. Por isso, tudo o que a Regra fala, remete-nos a vida de Maria. Não é ela a primeira discípula que viveu “em obséquio de Jesus Cristo?” Quem o serviu mais fielmente do que ela, com um coração puro e reta consciência? Não foi Maria que iniciou na História um caminho novo para Deus, assim como os carmelitas queriam uma nova forma de vida na Igreja?
Maria é a Priora que a nós todas preside, mas é também a discípula fiel e obediente à Palavra: “Faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38).
Depois vemos várias vezes na Regra uma grande humanidade: “onde isto comodamente se possa observar” (R 6), qual uma mãe que tudo propõe ao filho sem nada lhe impor.
Deparando o olhar sobre o “meditar dia e noite na lei do Senhor”, podemos ver Maria que aprende com seu filho Jesus, meditando e guardando tudo em seu coração (cf. Lc 2,51). Assim Maria velava dia e noite em oração para internalizar e viver o Projeto de Deus.
Desta maneira podemos percorrer paulatinamente toda Regra e nela vamos encontrar a vida de Maria. Deparemo-nos brevemente sobre o silêncio. Maria habitava no silêncio. Nele permanecia. Silêncio que é Deus e que dá sentido a tudo em nossa vida. Com toda certeza podemos continuar dizendo jubilosamente que “o Carmelo é todo de Maria!”.
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