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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 15 de fevereiro de 2020

6º DOMINGO DO TEMPO COMUM


A Justiça do Reino de Deus é mais que cumprimento de leis!
Resultado de imagem para 5º DOMINGO DO TEMPO COMUM AA pedagogia libertadora de Jesus desvela o sentido profundo e as implicâncias concretas das Escrituras na nossa vida cotidiana. Ele nos propõe uma justiça mais ampla, profunda e humana que aquela ensinada e praticada pelos escribas e fariseus. “Não penseis que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento.” Já diante de João Batista, Jesus já antecipara sua visão da lei e dos costumes: “Devemos cumprir toda a justiça!” (3,16). Paulo chama isso de “misteriosa sabedoria de Deus, sabedoria escondida”, sabedoria que nenhum dos poderosos deste mundo conheceu.
No evangelho deste domingo, Jesus propõe duas ênfases na leitura e na interpretação das Escrituras Sagradas. A primeira é a vinculação das Escrituras ao sonho de Deus, ao seu projeto de vida abundante para todos, com clara prioridade aos que são tratados como ‘últimos’ na escala social. Quando este vínculo é rompido ou enfraquecido, as Escrituras podem produzir o contrário daquilo que Deus quer transmitir, e acaba justificando   dos poderosos, ocultando as relações de opressão, aumentando o peso do fardo que penaliza os mais fracos da sociedade, afirmando orgulhosa dos crentes diante do próprio Deus.
Resultado de imagem para 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM AA segunda ênfase proposta por Jesus é a estreita ligação entre escutar, ensinar e praticar as Escrituras. Para Jesus, estava claro que os escribas e fariseus tinham se apropriado da compreensão das Escrituras, mas não estavam dispostos a fazer a passagem da compreensão intelectual à ação responsável. E esta continua sendo a grande tentação que ronda os teólogos e dirigentes religiosos. A advertência de Jesus Cristo é clara e inequívoca: “Se vossa justiça não for maior que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus.”  E, dito isso, Jesus passa a alguns exemplos concretos.
Um primeiro exemplo da radicalização da Lei e da concretização das bem-aventuranças há pouco proclamadas solenemente está no campo das tensões nas relações interpessoais. Esta questão era já contemplada pelo mandamento “Não matarás!” Mas, para Jesus, o conteúdo desta lei não se resume em evitar o homicídio. O projeto de Deus é muito mais amplo, e passa pela pacificação das relações e pela superação das posturas raivosas e da linguagem eivada de desprezo, preconceito e violência, como aquela tão comumente usada hoje nas redes sócias em relação a quem quer que pense diferente.
Uma segunda área de demonstração é a liturgia. Jesus critica o culto que ignora as rupturas nas relações humanas e não leva à reconciliação. Para ele, a vida concreta é mais importante que os ritos religiosos, e a percepção das tensões e rupturas relacionais tem primazia sobre a ortodoxia. “Deixa a tua oferenda diante do altar e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão.” E que ninguém se engane, sentindo-se justificado por não ter matado ninguém ou postergando para um futuro indefinido a reconciliação. É preciso fazer isso antes de chegar ao tribunal do incerto fim da vida. O tempo é agora!
Resultado de imagem para 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM AJesus prossegue com duas novas exemplificações da ética do Reino de Deus, agora no âmbito das relações homem-mulher. O primeiro exemplo focaliza a questão do adultério, e afirma que a lei tem a função de educar para uma relação que não seja possessiva. “Quem olhar para uma mulher com o desejo de possuí-la, já cometeu adultério...” Jesus sabe que o dinamismo que sustenta comportamentos sexuais descontrolados é sutil: passa do olhar viciado e interesseiro, que não reconhece a dignidade da pessoa, à palavra que humilha e despreza e à mão que se apossa e manipula. Jesus insiste que é preciso cortar o mal pela raiz.
Ainda nesse âmbito da relação de gênero, Jesus reprova a dominação masculina sobre a mulher, mesmo quando sancionada pela cultura e pela lei. Dizer que a lei permite ou que é costume não desculpa nem justifica ninguém. Este é o horizonte da proposta de Jesus no caso do divórcio. A permissão legal do divórcio legitimava o descompromisso do marido com a ex-companheira e garantia ele o direito de maltratá-la e execrá-la publicamente, mas a ética do Reino de Deus restringe o poder ilimitado e violento dos homens.
Jesus Cristo, mestre na formação de uma nova mentalidade e na construção de um mundo mais humano: ensina-nos a colocar as leis e tradições no seu devido lugar, anão transformá-las em instrumentos de dominação. Que teu ensino e teu exemplo desenvolvam em nós relações pacificadas, igualitárias e solidárias. E que teu Espírito suscite em nossas comunidades cristãs a criatividade livre e a verdade fiel, sendas que levam à uma justiça radical, ampla, duradoura e humanizadora. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

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