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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 5 de outubro de 2019

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM


A fé viva tem força, e transforma pessoas e estruturas.
Resultado de imagem para 26 domingo do tempo comum ano cDepois da parábola do rico e de Lazaro, os apóstolos pedem que Jesus os faça crescer na fé. Por trás desse pedido e da resposta de Jesus estão alguns problemas bem concretos: o abismo que separa os ricos e indiferentes dos pobres e carentes; o escândalo que isso provoca nas comunidades cristãs; a orientação exigente e concreta da Palavra de Deus; a recusa, por parte de Jesus, em mudar o mundo mediante milagres; o imperativo do perdão incondicionado aos irmãos e irmãs (cf. Lc 16,19-17,4). É diante disso que os apóstolos reagem assustados e preocupados, e suplicam a Jesus: “Aumenta a nossa fé!”
Qual é o problema dos apóstolos, daqueles escolhidos por Jesus e de todos os que vieram depois? Sentimo-nos incapazes de romper com alguns valores profundamente arraigados e tidos como essenciais pela cultura religiosa: a necessidade de punir as pessoas consideradas pecadoras ou impuras; a sedução por uma religião que prioriza ações espetaculares; a valorização absoluta da riqueza e do próprio bem-estar, como se fosse sinal inequívoco da benção de Deus, mesmo quando conseguida às custas da indiferença; e assim por diante.
Resultado de imagem para 26 domingo do tempo comum ano cOs apóstolos percebem vivamente que necessitam da luz e da força da fé para superar esta floresta de amoreiras que impedem a vida e a compaixão. Eles sabem que a fé não é estéril, mas parecem ignorar que seus frutos não são necessariamente espetaculares. Trata-se da irresistível atração pelas coisas grandiosas e que ainda hoje leva tantos irmãos e irmãs a lerem a metáfora usada por Jesus de forma literal. É triste assistir à multiplicação de pretensos milagres em templos, estádios e praças, com transmissão ao vivo...
O que chama a atenção na resposta de Jesus não é o apelo a uma fé prodigiosa e espetacular, mas a necessidade de uma fé mínima. “Se tivésseis fé, mesmo pequena como um grão de mostarda...” O próprio Jesus sempre evitou recorrer a ações miraculosas para ser fazer ouvido e aceito. Ele tinha consciência de que a fé não procede do milagre, mas o precede. É a fé que nos leva a ver maravilhas, e não as ações maravilhosas que despertam a fé. As ações de Jesus que chamamos de milagres são respostas compassivas do socorro de Deus em favor de quem não tem com quem contar.
Resultado de imagem para 26 domingo do tempo comum ano cO fruto da fé se mostra substancialmente na descoberta da própria dignidade socialmente negada e no olhar que reconhece os seres humanos e todas criaturas como parceiras e irmãs. O Vaticano II diz que a fé tem força crítica e dinamismo libertador, pois “ilumina com sua luz tudo que existe e manifesta o propósito divino a respeito da plena vocação humana, orientando assim o espírito para as verdadeiras soluções” (GS 11). Mesmo parecendo pequena, desprezível e frágil como semente de mostarda, ela tem força para jogar no fundo do mar as estruturas poderosas e opressoras simbolizadas pela amoreira.
Resultado de imagem para 26 domingo do tempo comum ano cMas para que isso aconteça, é preciso ser capaz de romper com a lógica do poder. Nesta perspectiva, Paulo lembra a Timóteo a fé sincera que recebeu da sua avó Loide e da sua mãe Eunice, e pede-lhe que conserve esse dom sempre vivo e ativo. A fé gosta de vir acompanhada pela fortaleza, pelo amor e pela sobriedade. Como Paulo e Timóteo, os verdadeiros missionários não conhecem a vergonha, nem diante de Jesus Cristo, nem diante da perseguição ou do escárnio que sofrem aqueles que levam adiante seu projeto. Como o caso daqueles que, desavergonhadamente, se opõem ao Sínodo da Amazônia.A ação missionária da Igreja é sempre frutuosa, mas ao modo do grão de mostarda. O trabalho generoso dos missionários, quando brota do ventre da compaixão e da misericórdia, jamais será estéril. Aqueles que agem como filhos de Deus, livres e libertadores, generosos e solidários, duplamente apaixonados por Deus e pela humanidade, nunca serão pessoas inúteis. Talvez seja exatamente isso o que os missionários têm a oferecer ao mundo em nome dos cristãos: uma fé capaz de romper com todos os dinamismos de isolamento e de dominação; um amor capaz de reestabelecer a dignidade de quem a tem negada; uma ação que articula a fé com a defesa da integridade da criação, que considera que tudo está interligado.

É a ti que nos dirigimos, Deus Pai e Mãe, neste primeiro domingo do Mês Missionário Extraordinário. Dá-nos uma fé capaz de construir pontes com os demais homens e mulheres e de impedir a tentação do isolamento. Faz com que o encontro com o teu Filho e nosso Irmão nos torne autênticos discípulos, destemidos apóstolos e eloquentes testemunhas no serviço solidário e gratuito aos mais pobres. Vem em nosso auxilio para que nossa fé, mesmo sendo pequena como semente de mostarda, seja ativa, remova as amoreiras da injustiça social e da depredação das natureza, e dinamize a presença dos cristãos no mundo. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

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