O mistério sempre novo
Nasce o Cristo, Deus que se faz homem,
assumindo um corpo dotado de uma alma racional, ele por quem tudo que existe
saiu do nada. No Oriente brilha uma estrela visível em pleno dia e conduz os
magos ao lugar onde está deitado o Verbo feito homem, para demonstrar
misticamente que o Verbo, contido na lei e nos profetas, supera o conhecimento
sensível e conduz as nações à plena luz do conhecimento.
Com efeito, a palavra da lei e dos profetas,
entendida à luz da fé, é semelhante a uma estrela que conduz ao conhecimento do
Verbo encarnado todos os que foram chamados pelo poder da graça, segundo o
desígnio de Deus.
Deus se fez homem perfeito, sem que nada lhe
faltasse do que é próprio da natureza humana, à exceção do pecado (o qual,
aliás, não era inerente à natureza humana). Ele queria assim apresentar sua
carne como alimento para provocar o dragão insaciável que queria devorá-la.
Mas ao arrebatar esta carne que seria um
veneno para ele, o dragão foi destruído pelo poder da Divindade nela oculta.
Para a natureza humana, porém, esta carne seria o remédio que lhe restituiria a
graça original, pelo mesmo poder da Divindade.
Assim como o inimigo, tendo inoculado o seu
veneno na árvore da ciência, havia corrompido a natureza do homem que provara
do seu fruto, também ele, ao pretender devorar a carne do Senhor, foi enganado
e destruído pela força da Divindade que nele habitava.
Das Sentenças de São Máximo, o confessor, abade
liturgia das horas
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