Vivemos à procura do melhor método para educar. Métodos que
são oferecidos por muitas ciências, principalmente pela Pedagogia e pela
Psicologia. Necessitamos buscar, pois educar é, sem dúvida, a mais árdua e bela
tarefa humana. As ciências têm muito a nos oferecer. No entanto, diante do
Presépio nossa busca chega ao fim, pois nele contemplamos o mais eficaz e
infalível método para aqueles que pretendem educar e serem educados para a
verdade e para a plenitude.
“Tudo seria bem melhor
Se o Natal não fosse um dia
E se as mães fossem Maria
E se os pais fossem José
E se os filhos parecessem
Com Jesus de Nazaré.”
Na canção de Padre Zezinho estão retratadas as consequências
de uma educação que escolheu como método a Pedagogia do Presépio. É a essência
de tudo o que precisamos para construir a sociedade do amor e fazer reinar a
paz, o respeito e a justiça. Se todos os dias fossem como o Natal, viveríamos
plenamente os sentidos da vida. Todos os dias, ao amanhecer, deveríamos dizer:
é Natal!
“O presépio é expressão da nossa expectativa, que Deus se
aproxima de nós, que Jesus se aproxima de nós, mas é também expressão da ação
de graças Àquele que decidiu compartilhar a nossa condição humana, na pobreza e
na simplicidade. Alegro-me porque permanece viva e, aliás, se redescobre a
tradição de preparar o presépio nas casas, nos postos de trabalho, nos lugares
de encontro. Este testemunho genuíno de fé cristã possa oferecer também hoje a
todos os homens de boa vontade um sugestivo ícone do amor infinito do Pai por
todos nós. Os corações das crianças e dos adultos possam ainda surpreender-se
diante dele.
Até a cena da Gruta de Belém José e Maria fizeram uma longa
e árdua caminhada: sofrimento, dor, portas fechadas, perseguição, mas a certeza
de que foram escolhidos para que, através deles, Deus se fizesse um de nós.
Eles caminharam para “Aquele Lugar” para que o Salvador nascesse.”
“Deixemo-nos tocar pela ternura que salva. Aproximemo-nos de
Deus que Se faz próximo, detenhamo-nos a olhar o presépio, imaginemos o
nascimento de Jesus: a luz e a paz, a pobreza extrema e a rejeição. Entremos no
verdadeiro Natal com os pastores, levemos a Jesus aquilo que somos, as nossas
marginalizações, as nossas feridas não curadas, os nossos pecados. Assim, em
Jesus, saborearemos o verdadeiro espírito do Natal: a beleza de ser amado por
Deus. Com Maria e José, paremos diante da manjedoura, diante de Jesus que nasce
como pão para a minha vida. Contemplando o seu amor humilde e infinito,
digamos-Lhe pura e simplesmente obrigado: Obrigado, porque fizestes tudo isto
por mim.”
Se cada dia fosse como o Natal, filhas e filhos, honrariam
os pais e teriam uma relação intima com Deus, assim como Jesus o fez. “Honra
pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te
vai dar” (Ex 20, 12). O Catecismo da Igreja Católica ensina:
“A observância do quarto mandamento comporta a respectiva recompensa:
«Honra pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu
Deus te vai dar» (Ex 20, 12) (3). O respeito por este mandamento proporciona,
com os frutos espirituais, os frutos temporais da paz e da prosperidade. Pelo
contrário, a sua inobservância acarreta grandes danos às comunidades e às
pessoas humanas”. (CatIC §2200)
Se cada dia fosse como o Natal, os pais seriam como Maria e
como José e cuidariam com ternura, exemplo e autoridade dos filhos que a eles
foram confiados. “Os pais devem considerar seus filhos como filhos de Deus e
respeitá-los como pessoas humanas. Educar os filhos no cumprimento da Lei de
Deus, mostrando-se eles mesmos obedientes à vontade do Pai dos Céus”. (CatIC
§2222)
Se cada dia fosse como o Natal, nossas casas seriam como os
presépios e irradiariam a fé, a esperança, a alegria e a união.
Todos nós, que direta ou indiretamente temos a
responsabilidade de educar, não nos esqueçamos jamais da Pedagogia do Presépio.
Diante dele enchemo-nos de paz, de esperança, de júbilo. Diante dele
tornamo-nos sensíveis e até frágeis, pois ele nos impulsiona à reflexão sobre
nossas vidas e, consequentemente, sobre o que já vivemos.
Diante do Presépio lembramo-nos de todos os que já passaram
por nós. Lembramo-nos daqueles que deram sentido a nossa existência, mas também
daqueles que nos fizeram mal. Diante do Presépio desarmamo-nos de nossa soberba
e enchemo-nos do desejo de solidariedade e de justiça. Diante do Presépio,
juramos fidelidade ao projeto de Deus e renovamos nossa fé.
Diante do Presépio entramos na cena e interagimos com os
animais, com José, com Maria e até pegamos o Menino Jesus no colo. Diante do
Presépio conseguimos sentir que nenhum bem material é mais confortável do que
aquela manjedoura. Diante do presépio temos a certeza de que a Família é o
porto seguro, que Deus nos amou ao extremo, que Jesus é o nosso Salvador e
único Senhor e que a vida só faz sentido se amarmos uns aos outros. Essa é a
Pedagogia que nos permite educar sem medo e sem erros.
Por Joana Darc Venancio, via A12 Aleteia
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