“A amizade é o amor que nunca morre.” Rubem Alves
Aristóteles dizia que se nossas relações fossem baseadas na
amizade não precisaríamos da palavra justiça. Quando escreveu sobre a amizade,
ele estava descrevendo o desejo do bem maior para aquele que consideramos
amigo. Epicuro, por sua vez, afirmava que o ser humano precisa de três coisas
para ser feliz: amizade, liberdade e reflexão. Para os pensadores, a amizade
sempre ocupou o primeiro lugar nas relações humanas. Quando revemos essas
reflexões em torno do conceito de amizade, reavaliamos de imediato as práticas
que gravitam em torno desse conceito nos nossos próprios dias.
O tempo fazia amigos, pois uma relação sólida se construía
com o tempo de intensidade. O tempo cronológico não constrói uma relação.
Muitas pessoas se gabam de conhecer outras por determinado tempo, como se o
tempo cronológico por si só estabelecesse vínculos de intimidade. O tempo de
entrega é sempre desproporcional à quantidade de horas juntos. É possível
viver, durante algumas horas, toda uma intimidade de décadas. O tempo da
intensidade é o tempo da entrega para que aconteça a intimidade.
Atualmente, vivemos a escassez das relações de amizade.
Temos muitos “amigos”, mas bem poucos que transitam dentro da nossa alma e
conhecem os segredos do nosso coração. Temos muitas postagem de turmas, mas
poucas pessoas que sabem a cor dos nossos olhos. Criamos grupos para tudo,
menos grupos que conheçam as tristezas do nosso coração, aquelas que não
aparecem nas palavras, ou mesmo grupos que torçam pela nossa felicidade. Não
temos grupos que tenham como título “Conte aqui sua alegria, conquista e
felicidade, pois desejamos estar junto com você na alegria”. Na hierarquia das
relações, competimos uns com os outros para saber quem estará na frente ou quem
sairá primeiro. Nas conexões que geram vida, cooperamos uns com os outros para
que todos cheguem juntos ao mesmo destino: o bem-estar de todos! O tempo é
oportuno para fazer amigos e aprender a amar.
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