Agosto é o Mês Vocacional,
dedicado à reflexão sobre as vocações em geral. Neste mês, costuma-se celebrar
as diferentes vocações por semana:
Primeiro domingo: vocação
sacerdotal;
Segundo domingo: vocação
familiar, dos pais;
Terceiro domingo: vocação à
vida consagrada dos religiosos e das religiosas;
Quarto domingo: vocação do
laicato na Igreja, ministérios leigos e catequistas.
Partilhamos com vocês uma
linda reflexão de Dom Jaime Arcebispo de Porto Alegre sobre as vocações. E
procuremos nós ficar atentos a voz de Deus que continua nos chamando
independente do caminho que estamos já seguindo ou a vocação que estamos
assumindo, pois o mês vocacional não é só chamado, mas resposta.

Todos nós desejamos uma vida
bem vivida. Almejamos uma vida com sentido. Nossas buscas, projetos e sonhos se
sustentam a partir de um horizonte de vida sólido. A pergunta, talvez, sempre
necessária, é: o que significa uma vida, uma existência com sentido? A partir
de onde se encontra sentido para a própria vida? Aqui certamente se expressa o
nobre, digno e necessário serviço junto, especialmente, a nossos adolescentes
de orientar, dialogar e auxiliar; afinal, perceber qual o caminho de vida que
vem ao encontro das tendências, dotes e mesmo necessidades pessoais, nem sempre
é tarefa fácil.
Uma história, pertencente à
tradição hebraica, pode auxiliar na compreensão dos desafios característicos
quanto à necessidade de realizar uma opção de vida. Diz a história: “Um certo
rabi procurou seu mestre, suplicando-lhe: ‘Indicai-me um caminho universal para
o serviço a Deus’. O mestre respondeu: ‘Não se trata de dizer ao homem qual
caminho deve percorrer, porque existe uma estrada por meio da qual se segue a
Deus por meio do estudo, outra, por meio da oração, e outra, por meio do jejum,
e ainda outra comendo! É tarefa de cada homem conhecer bem a direção de qual
estrada o atrai, o próprio coração e depois escolher aquela estrada com todas
as forças’”.
A pessoa humana é única.
Possui uma tarefa intransferível. Cada ser humano é convocado a testemunhar sua
irrepetibilidade. Para isso, se faz necessário o conhecimento de si mesmo, das
próprias qualidades e tendências essenciais. Considerando esse conjunto de
elementos, é possível sondar um caminho de vida.
A escolha de um caminho de
vida requer muito mais que a opção por uma determinada profissão. Profissão tem
a ver com preparação técnica, competência, eficiência produtiva, ganha-pão,
função social, status, reconhecimento externo. Tudo isso pressupõe decisão
pessoal, realização, chamado interior, paixão, amor e gosto pelo que se faz, ou
seja, pressupõe vocação. Assim, retomando a história da tradição hebraica,
pode-se perceber que o “serviço de Deus” requer muito mais que somente
profissionalismo. Exige escuta do próprio coração, para conhecer bem a direção
de qual estrada ele o atrai.
A vocação se orienta
eminentemente para um futuro. Ela se realiza, sim, no presente, mas orientada
para um futuro. Por isso, pode-se afirmar que vocação é uma tarefa em constante
realização. Da profissão, nos aposentamos. Já aquilo que denominamos vocação perpassa
todas as fases da existência.
A escuta do próprio coração
requer sintonia, escuta, disposição para acolher aquilo que a vida solicita.
Escuta e compreende tal solicitação quem cultiva a afeição, a cordialidade, o
amor, o respeito pela própria condição. Para nós, cristãos e cristãs, a
condição é de filhos e filhas, seguidores e seguidoras do Senhor, caminho,
verdade e vida.
Jesus – caminho, verdade e
vida – percorria as cidades e aldeias... Contemplando a multidão, encheu-se de
compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como um rebanho de ovelhas
sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os
trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie
trabalhadores para a sua messe” (Mt 9,35-38)
Oxalá possamos cooperar para
que homens e mulheres, especialmente os adolescentes e jovens, saibam e possam
corresponder à vocação recebida, e serem no mundo cooperadores do Senhor na
construção do Seu Reino!
Dom Jaime Spengler Arcebispo
de Porto Alegre
Um comentário:
Todos os dias é tempo de oração.
Estes temas para o mês de Agosto serão sem dúvida uma forma de caminharmos todos no sentido da vida plena em Deus e da nossa vocação nesta Igreja a que pertencemos.
Cada um de nós tem uma missão e deve cumpri-la com alegria,amor e muita perfeição.
Não se pode repartir em dias alternados o facto de ser pai com amor ou alguém que olha os filhos como estorvo.
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