O cenário social e
religioso das intenções missionárias
Fr Ciro García, ocd
Explanaremos brevemente cada uma destas intenções, que põe a vivo a fé e
o serviço missionário dos cristãos:
1.
Para
que os refugiados obrigados a abandonar suas casas por causa da violência,
sejam acolhidos com generosidade e sejam respeitados em seus direitos
Hoje existem no mundo mais de cinquenta milhões de refugiados; um número
que excede o da segunda guerra mundial. Bento XVI, em sua mensagem para a
Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado (12 de outubro de 2012) assinala que
os fluxos migratórios são "um fenômeno que impressiona devido às suas
grandes dimensões, pelos problemas sociais, econômicos, políticos, culturais e
religiosos que suscita, pelos desafios dramáticos que levanta às nações e a
comunidade internacional."
O Papa Francisco em sua visita a Lampedusa (08 de julho de 2013)
denunciou a insolidariedade mundial frente a situações dramáticas de sofrimento
e morte de muitos imigrantes. "Neste mundo da globalização caímos na
globalização da indiferença. Acostumamos-nos ao sofrimento do outro, não tem
haver conosco, não nos importa, não nos diz respeito! »
Sua visita quis despertar as consciências, chamar a atenção dos
responsáveis políticos e animar as associações religiosas e humanitárias em sua
generosa dedicação para resolver as inúmeras situações de emergência levantadas
pelo fenômeno migratório em nosso novo contexto social e cultural.
2. Para que os cristãos na Oceania anunciem com alegria a fé a todos os
povos do continente
Na Oceania já não são fáceis nem a manutenção dos valores tradicionais
da família nem a formação continuada na fé, como reconhecia a exortação
apostólica A Igreja na Oceania de 2001: "As sociedades tradicionais
têm que lutar para manter a sua identidade, enquanto se põem em contato com as
sociedades ocidentais secularizadas e urbanizadas, e com a crescente influência
cultural dos imigrantes asiáticos".
Para resolver esta situação é necessário o fortalecimento da fé e um
sentido de abertura que permita assumir os dons que trazem os imigrantes e novos
membros da comunidade, sem perder sua própria identidade e rico patrimônio
cultural das ilhas do Pacífico.
3. Para os deficientes mentais
recebam o amor e a ajuda de que necessitam para levar uma vida digna
Em muitos países não existe uma política de saúde mental definida. Além
disso, a persistência do conflito armado, a sucessão de grandes catástrofes
naturais propagação do terrorismo, além de causar um
número impressionante de mortos, originam muitos traumas psíquicos, as vezes
difícil de recuperar. Além disso, em países com alto desenvolvimento econômico
a crise de valores morais influi negativamente na origem de novas formas de mal-estar
mental. Dá-se também o fato de que o contexto social nem sempre aceita os
doentes mentais com suas limitações, por isso há dificuldades para encontrar os
recursos humanos e financeiros necessários.
No entanto são muitos os que de diferentes maneiras e em diferentes
níveis, promovem o espírito de solidariedade e se esforçam generosamente no
cuidado destes irmãos e irmãs nossos, inspirando-se em ideais e princípios
humanos e evangélicos. É um grande incentivo para a nossa sociedade e para as
nossas comunidades cristãs. Todo cristão, segundo sua tarefa e sua
responsabilidade, é chamado a dar o seu contributo para atender nossos doentes
mentais.
4. Para que os cristãos,
inspirados na Palavra de Deus, comprometam-se com o serviço dos pobres e dos
que sofrem
Durante a sua visita (15 de junho de 2014) para a Comunidade de Santo
Egídio, no famoso bairro romano de Trastevere, que cuida dos doentes e dos
idosos, o Papa Francisco pronunciou umas palavras que refletem o sentido desta
segunda intenção missionária especial do
mês de setembro. É o serviço aos pobres e aos que sofrem. Por aqui começa a
renovação do cristianismo e da sociedade: "A partir do serviço aos pobres
e os idosos começa a mudar a sociedade. Jesus diz de si mesmo: "A pedra
que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular" (Mt 21,42).
Também os pobres são em certo sentido "a pedra angular" para a
construção da sociedade. "
O papa vê nos idosos, nas crianças e nos jovens sem trabalho as pessoas
mais vulneráveis do sistema econômico atual da nossa sociedade. No entanto, o
tratamento aos idosos como as crianças é um indicador da qualidade de uma
sociedade: "Um povo que não atende a seus anciãos, que não cuida de seus
jovens, é um povo sem futuro, um povo sem futuro. Porque os jovens - crianças e
jovens - e os anciãos levam adiante a história. Os jovens com sua força
biológica; idosos, com sua rica experiência histórica. Mas quando uma sociedade
perde a sua memória, o seu futuro é extinto. "
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