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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 14 de setembro de 2019

24º DOMINGO DO TEMPO COMUM


É digna de fé a Boa Notícia da misericórdia de Deus!
A Palavra e a ação de Jesus trazem à tona uma divisão social tão real quanto inaceitável: de um lado estão os sujeitos chamados ‘publicanos e pecadores’, e, do outro, as pessoas consideradas ‘justas’, aquelas que se dispensam de qualquer esforço de conversão. Na ideologia religiosa de Israel, os primeiros são da parte do mal, os ímpios ou impuros; os segundos são os piedosos e puros, ‘gente de bem’. Fiel à sua experiência de Deus, no horizonte da tradição profética, Jesus se aproxima do grupo dos pecadores e impuros, assume sua defesa e afirma que, na lógica do Reino de Deus, os últimos são os primeiros.
Resultado de imagem para 24o domingo do tempo comum ano cÉ isso que Jesus ilustra com as três parábolas do evangelho de hoje. As pessoas rotuladas como pecadoras são como a ovelha perdida, procurada com incomparável empenho pelo pastor; como uma pequena moeda extraviada e procurada incansavelmente pela dona de casa; como um filho amado que caiu no fundo do poço da degradação e da exclusão. O que importa não é o motivo ou a causa do extravio, mas a alegria do pastor, da dona de casa e do pai por encontrar o que havia perdido: “Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida... Encontrei a moeda que tinha perdido... Meu filho estava morto e voltou a viver!”
Ao propor a existência de dois filhos, Jesus estabelece uma clara correspondência com os dois grupos que se dividem em relação a ele e seu Evangelho: os pecadores e excluídos, que se aproximam para escutá-lo; os fariseus e doutores da lei, que murmuram contra ele. É verdade que a parábola começa aparentemente dando razão aos fariseus e escribas. O filho mais novo pede sua parte da herança, vai embora, gasta tudo sem o menor controle e acaba empregado na criação de porcos em terra estrangeira. Mas, com isso, jesus quer ressaltar mais sua situação de miséria, exploração e marginalização que sua culpa!
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A situação do filho mais jovem é tão desesperadora que ele se convence de que perdeu todos os direitos e se resigna a ser tratado como empregado na casa do próprio pai! Esta é a experiência subjetiva dos doentes, estrangeiros, pecadores, mulheres e tantas outras pessoas no tempo de Jesus. E o profeta de Nazaré sublinha que, aos olhos de Deus, não há gente de primeira classe e gente desclassificada, filhos cheios de direitos e filhos deserdados. Para Deus, a humanidade é indivisível! Avistando de longe o filho miserável, e antes de qualquer palavra de arrependimento por parte dele, o pai vai ao seu encontro absolutamente comovido.
Eis a boa notícia! Deus se recusa a aceitar a divisão do mundo entre uns poucos que se presumem irrepreensíveis e merecedores de todos os bens, e uma multidão que deve repetir o refrão das culpas que lhe atribuem e mendigar até a simples sobrevivência. Deus rompe com as regras de uma justiça estreita e escancara as portas da sua casa aos necessitados e pecadores. As ações aparentemente exageradas do pai sublinham exatamente isso: Deus não se contenta e possibilitar apenas que o filho sobreviva; o pai não lhe dá uma roupa qualquer, mas a melhor túnica, e não lhe mata um simples novilho, mas o mais gordo!
Resultado de imagem para 24o domingo do tempo comum ano cUma ação de resgate da cidadania e inclusão social como essa merece ser solenemente festejada, sem dar atenção aos que murmuram e se recusam a participar. Na postura e nas palavras do filho mais velho ressoam os protestos e a presunção dos fariseus e escribas de todos os tempos. Para eles, os pobres sofrem por própria culpa, e os ricos vivem bem porque merecem. Como não perceber aqui o eco do desconforto e da raiva das velhas e novas elites brasileiras que desejam pôr fim ao bem-estar mínimo e aos míseros direitos que as classes populares conquistaram nas últimas décadas?
Jesus Cristo é a Palavra de Deus feita carne, o ‘sim’ irrevocável de Deus à humanidade. Nele todas as promessas de Deus se unificam e recebem concretude. Nele, a Palavra vivificante de Deus se resume no anúncio do início de um tempo, regido pela gratuidade e pela compaixão. É essa a experiência que vira a vida de Paulo de cabeça para baixo e que ele descreve na sua carta o amigo Timóteo.  Em suas incontáveis contradições e misérias, experimentou a incondicional misericórdia de Deus. Por isso, recorda: “Segura e digna de ser acolhida por todos é esta Palavra: Jesus Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores.” 
Resultado de imagem para 24o domingo do tempo comum ano cSenhor das misericórdias, não permite que nos fechemos em nós mesmos e em nosso pequeno grupo. Tu vieste ao mundo para salvar os pecadores, e nós somos os primeiros deles. Tu vieste para libertar os oprimidos, e são tantos os que ainda não têm sua dignidade reconhecida. Vem ao nosso encontro, regenera-nos no teu abraço, toma-nos pela mão e faz com que entremos na tua casa e participemos da festa de acolhida daqueles que estavam perdidos e foram encontrados. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

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