English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified
By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 22 de junho de 2019

12º DOMINGO COMUM


O caminho de Jesus Cristo pede despojamento e profecia!
Resultado de imagem para 12o domingo do tempo comum ano cO retiro e a oração de Jesus que meditamos hoje denotam uma situação de encruzilhada existencial, um momento forte na caminhada dele e dos discípulos. O que está em jogo é a missão e a identidade de Jesus e daqueles que o seguem. Jesus havia saciado a fome das multidões, curara doentes, e havia enviado os discípulos para preparar e alargar sua ação. A pergunta estava no ar e na cabeça de todos: “Quem é este que dá ordem aos ventos e à água, e lhe obedecem?” (Lc 8,25). E até Herodes, desejoso de conhecer Jesus, se interrogava: “Quem será este homem, sobre quem ouço falar estas coisas?” (Lc 9,9)
Ao que parece, o conteúdo da pregação de Jesus e o testemunho contundente das suas ações não eram suficientes para que os discípulos intuíssem claramente sua identidade e sua missão. Mais: a tendência predominante era entendê-lo no horizonte da ideologia nacionalista, movida pela ardente expectativa da vinda de um messias identificado com a tradição monárquica, cuja tarefa seria libertar Jerusalém do domínio do imperador romano e seu exército. Para tomar distância deste perfil de líder popular nacionalista e para consolidar sua vocação diante do Pai Jesus se retira em oração.
Depois de aprofundar a consciência sobre a missão que o Pai lhe confia, Jesus retoma a conversa com os discípulos e propõe um balanço das opiniões sobre ele. “Quem dizem as multidões que eu sou?” Na verdade, o povo se perguntava, e alguns arriscavam afirmações aproximativas: ele poderia ser João Batista ressuscitado; ou Elias que retornava para purificar a fé; ou então um outro profeta importante. Em todos os casos, Jesus aparece claramente identificado com a tradição profética. Ele mesmo acenara para isso na sinagoga de Nazaré quando, quando dissera que “nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra...”
Resultado de imagem para 12o domingo do tempo comum ano c
Um pouco antes do episódio de hoje, diante da cura do filho da viúva de Naim o povo dizia: “Um grande profeta surgiu entre nós...” E o fariseu que o recebera em sua casa para uma refeição questionava: “Se este homem fosse profeta, saberia quem é esta mulher que está tocando nele...” Entretanto, não podemos deter-nos nas respostas que estão na boca do povo ou que aprendemos de cor e boiam na superficialidade das fórmulas pouco consequentes. Afinal, que ressonâncias concretas têm em nossa vida e em nossos projetos fórmulas abstratas e distantes como Messias, Filho de Deus, Redentor, Salvador, Senhor?
A pergunta que Jesus dirige aos discípulos pede também a nós uma tomada de posição. “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro responde que ele é “Cristo de Deus”, recorrendo um conceito que denota um messianismo de natureza teocrática e nacionalista, que alimenta a expectativa de uma intervenção poderosa da parte de Deus para liberar o território palestino do domínio romano e reinstalar a monarquia judaica. Jesus reage a esta resposta de Pedro, determinando que os discípulos não anunciem uma coisa dessas ao povo. Os discípulos estão imersos numa ideologia que fanatiza e desvia do verdadeiro caminho de Jesus.
Nas imagens e conceitos que usamos para falar de Jesus está embutido aquilo que esperamos dele e pensamos sobre a pessoa humana. Os próprios chefes do judaísmo dão a entender que há uma ideia de poder e de sucesso conexa com o conceito “Cristo de Deus” (cf. Lc 23,35). Não é por nada que, mesmo depois de acompanhar Jesus no seu caminho até Jerusalém e de participar da sua ceia sacramental, os discípulos ainda discutem qual deles devia ser considerado o maior (cf. Lc 22,14-30). Por isso, Jesus prefere falar do caminho concreto e histórico do Filho do Homem: sofrimento e rejeição por parte da liderança religiosa.
Resultado de imagem para 12o domingo do tempo comum ano cPrecisamos mudar nossos hábitos, trocar os velhos trajes que trazem as marcas de reinos, impérios e ideologias de péssima memória. Paulo lembra que o nosso batismo significa exatamente isso: revestir-se de Cristo.  E isso implica na eliminação dos muros que separam e hierarquizam crentes e não crentes, ricos e pobres, cultos e incultos, homens e mulheres, cidadãos de bem e suspeitos, etc.  “Todos vós sois um só, em Cristo Jesus. Fiéis a esta verdade, sigamos o profeta de Nazaré, o rosto da misericórdia de Deus Pai, desafiando ideologias retrógadas, segregacionistas e destruidoras.
Jesus de Nazaré, carpinteiro como teu pai e ouvinte assíduo da Palavra: sendo filho da humanidade e nosso irmão maior, tu és o Ungido de Deus, do Pai dos pobres. Olhando para teu corpo trespassado, te reconhecemos como um dos nossos e, por isso, como o início do Ano Novo e Caminho que nos leva à plena liberdade. Exultamos de alegria à sombra das asas da tua cruz e tomamos a nossa, nos turbulentos e tempos que vive a nação brasileira. Com vozes de alegria, nossa boca te canta louvores. Assim seja! Amém!

Nenhum comentário: