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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 9 de fevereiro de 2019

5º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Precisamos avançar para águas mais profundas e pescar diferente!
Resultado de imagem para 5 domingo do tempo comum ano cNos primeiros domingos do tempo comum somos brindados com belíssimos encontros com a Palavra de Deus. Depois do episódio da sinagoga de Nazaré, quando Jesus foi expulso da cidade depois de apresentar-se como o profeta que prioriza a vida dos marginalizados, temos hoje o belo relato da pesca que termina em vocação. Jesus já havia estado em Cafarnaum e curado um homem possuído por um espírito impuro, a sogra de Pedro curvada sob a febre, e muita gente que estava doente (cf. Lc 4,31-41). Jesus então se retira para rezar (cf. Lc 4,42-44) e, posteriormente, chama, reúne e inicia a formação dos primeiros colaboradores.
Simão, Tiago e João voltam de uma noite de trabalho. Os barcos estão vazios de peixe e cheios de frustração e cansaço. Jesus vê os barcos parados à margem do lago e, mesmo percebendo que os pescadores não estão interessados na sua palavra, pede licença e sobe num dos barcos. É de dentro da própria vida, da lida cotidiana frequentemente dura e às vezes vazia, que Jesus se aproxima do povo e assegura que as promessas de Deus estão se cumprindo, que com ele uma boa notícia finalmente é anunciada aos pobres e oprimidos. Jesus entra na nossa vida e, desde o interior dela, nos ama, nos acolhe e nos chama.
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Os pescadores e candidatos a discípulos não parecem muito interessados com o que está acontecendo naquele momento às margens do lago de Genesaré. O cansaço e a sensação de frustração os invade por inteiro. Não vislumbram um horizonte que não seja voltar ao mesmo e rotineiro trabalho na noite seguinte. Para eles, a vida dos trabalhadores não pode fazer concessão a sonhos e utopias. Seu destino está desde sempre escrito a ferro e fogo nas instituições. Poderiam repetir o ditado: ‘A vida é um combate que aos fracos abate’. Inicialmente, o jovem pregador não suscita neles nenhuma expectativa.
Não é muito diferente a vida de muitos cristãos de hoje. Infelizmente, são muitos os que se contentam com as rotinas de uma cultura religiosa recebida como herança e conservada por inércia. Outros vivem a fé como um fardo pesado e cansativo, ou como um hábito que envergonha. Permanecem cristãos por conveniência ou por medo de mudar, mas exalam vazio e a frustração por todos os poros. E o que dizer dos bispos, padres, religiosos e catequistas que reclamam do afastamento dos fiéis mas se conformam às ‘antigas lições’ com cheiro de caserna e aderem a posturas violentas, armadas e discriminadoras?
Resultado de imagem para 5 domingo do tempo comum ano cSem desconhecer a frustração dos pescadores e o vazio do barco, Jesus pede que Pedro avance para águas mais profundas e recomece a pesca. A superficialidade sempre nos parece tentadoramente segura, mesmo que saibamos que é também é menos fecunda. Lugares profundos costumam ser arriscados e exigem prudência e habilidade. Mas a excessiva prudência impede o avanço e a superficialidade conduz à esterilidade. A abertura e a obediência à Palavra de Jesus abre portas à fecundidade. Como Pedro, precisamos superar a ideia de que somos pescadores experientes e tornarmo-nos discípulos e aprendizes.
Em atenção à Palavra de Jesus, Pedro lança as redes novamente, e o resultado é surpreendente. Ele então reconhece sua indignidade, mas Jesus não dá ouvidos às suas palavras. “Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens!” E aqui ‘pescar’ significa literalmente: vivificar, reunir para conservar a vida. E este chamado que Jesus dirige Pedro, e implica aprender uma nova missão, não é isolado: Tiago e João, companheiros e sócios no ofício da pesca, são agora também companheiros e participantes desta nova identidade e missão. “Eles levaram os barcos para a margem, deixaram tudo e seguiram Jesus.”
Há uma constante no verdadeiro encontro com Deus: somos colocados cara a cara com a nossa realidade mais profunda e autêntica: a vulnerabilidade e a finitude, que, quando negadas ou esquecidas, nos induz ao erro desde o primeiro passo, e a humanidade acaba pagando um alto preço. Mas, ao mesmo tempo, no encontro com Deus descobrimo-nos preciosos aos olhos de Deus. Ele dá impérios pela nossa liberdade (cf. Is 43,3-4), tatua nosso nome na palma da sua mão (cf. Is 49,16) e, tocando nossos lábios, perdoa nosso pecado, confirma nossa dignidade e nos engaja, lado a lado, ombro a ombro, na sua própria missão...
Resultado de imagem para 5 domingo do tempo comum ano cJesus de Nazaré, peregrino nos santuários das dores e buscas humanas! Entra nesta barca que é a tua Igreja e transforma seus tímidos viajantes em ardorosas testemunhas. Abre nossos ouvidos à tua Palavra, preenche nossos vazios com tua presença, cura nossas frustrações e desamarra as mãos que o medo e a acomodação imobilizaram. Engaja-nos na tua missão de reunir teus irmãos e irmãs, de promover e conservar a vida e de anunciar teu Evangelho. E isso sem esquecer que somos sempre discípulos e servidores. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

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