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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


domingo, 4 de novembro de 2018

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS


Amor, solidariedade e serviço aos irmãos: isso é santidade!
Resultado de imagem para TODOS OS SANTOSNa solenidade litúrgica de todos os santos e santas, não podemos esquecer que a verdadeira santidade é aquela que se manifesta na vida das pessoas que vão além do estreito limite dos seus próprios interesses e se aproximam solidariamente dos ‘últimos’ da escala social; que vão aos rincões mais distantes para levar a bandeira da paz; que são movidas por uma insaciável sede de justiça; que choram as dores dos povos de todas as cores e provam o fel da violência e da perseguição; que transformam a terra pela mansidão... Muito diferente daqueles que rangem os dentes com sede de vingança ou retesam as mãos como se portassem armas a serem disparadas em nome da paz “dos homens de bem”.
A festa de todos os santos faz memória dos santos esquecidos, daqueles que não têm um dia especial, nem um nome conhecido, que gastaram a vida no anonimato e cujos milagres não cabem nas estreitas regras canônicas; de gente como Sepé Tiaraju, Padre Cícero, Frei Tito, e Ir. Dorothy; e mesmo de gente que não rezou pelo nosso catecismo, como Lutero, Luther King, Gandhi, Mandela, Betinho e tantos outros. Nesta festa celebramos a memória daqueles que nos antecederam na fé e cujo testemunho mantém a Igreja no caminho certo, apesar das suas resistências e ambivalências.
Mas a celebração de todos os santos e santas não olha somente para o passado. É oportunidade e provocação para que reflitamos sobre a vocação fundamental de todos os cristãos. É verdade que a santidade é um caminho estreito e uma vocação exigente, mas isso não significa que seja reservada a alguns grupos especiais de cristãos. Há mais de 50 anos o Concílio Vaticano II proclama de forma clara e inequívoca, contra a ideia então predominante nas Igrejas, que a santidade não é privilégio dos sacerdotes e religiosos. Muito antes, a história já havia comprovado o que foi proclamado solenemente.
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Na passagem do milênio, o hoje santo João Paulo II nos provocava a não contentarmo-nos com pequenas medidas, voos rasantes e ideais nanicos, e pedia que aspirássemos nada menos e nada mais que à santidade. Esta vocação que é de todos precisa se transformar em desejo pessoal e em decisões e ações concretas. Como diz São João, nós somos chamados filhos de Deus e já o somos desde agora, mas o desafio é crescer na identificação com Jesus Cristo, gravar no corpo e na mente as marcas de Jesus Cristo. “Seremos semelhantes a ele...” E isso deve ser mais que um simples sentimento.
Jesus Cristo é o verdadeiro e perfeito santo de Deus e, ao mesmo tempo, o caminho para a santidade. Não há santidade à margem do seguimento de Jesus Cristo, mesmo que tal seguimento seja implícito. Trata-se então de refazer o caminho prático trilhado por Jesus: “amar como Jesus amou; sonhar como Jesus sonhou; pensar como Jesus pensou; viver como Jesus viveu; sentir como Jesus sentia...” Este é o caminho para que, no meio ou no fim do dia, e no meio ou no fim da vida, sejamos felizes. Este caminho é o caminho percorrido pelo próprio Jesus Cristo, expresso programaticamente nas bem-aventuranças.
A bela mensagem das bem-aventuranças apresenta os sinais que indicam claramente o caminho da santidade. Jesus não fala de oito grupos específicos de pessoas, mas de oito características daqueles que percorrem este caminho. Esta via sagrada começa com a pobreza e termina com a perseguição, que não representa um obstáculo, pois o Reino de Deus é antes de tudo dos pobres e dos perseguidos. A consolação é para os aflitos, a terra é para os mansos, a saciedade é para os famintos, a misericórdia é para os compassivos, a visão de Deus é para os puros e a filiação divina é para os promotores da paz.
Resultado de imagem para TODOS OS SANTOSPassa longe do Evangelho uma santidade que se resume em práticas de piedade ou moralismo vazio. Está distante da essência humana uma felicidade baseada no sucesso pessoal, indiferente à sorte dos semelhantes. As pessoas que se vestem de branco e trazem palmas nas mãos são aquelas que vieram da grande tribulação, que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro, que encarnaram o Evangelho no mundo e na própria vida. Felicidade não significa ausência de dificuldades, mas realização plena e profunda do ser humano. Mais que perfeição, santidade é perseverança no amor e no serviço.
Deus pai e mãe, fonte de toda santidade, dá-nos a graça de permanecer sempre de pé diante do teu Filho, rodeados pela nuvem de testemunhas anônimas oriundas de todas as nações, tribos, raças, línguas e gêneros. Ajuda-nos a superar a tentação de separar, catalogar e hierarquizar católicos e evangélicos, cristãos e não-cristãos. Fica conosco e caminha à nossa frente, para que estejamos sempre prontos a amar e servir. E que a inexplicável alegria em meio às intermináveis lutas seja nossa arma e nosso triunfo. E então estaremos vivendo em comunhão com aqueles que louvam no céu e na terra. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf

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