Síntese da mensagem: “Sempre que o Espírito Santo intervém,
deixa-nos atônitos”, disse o cardeal Van Thuan quando pregou o retiro
espiritual no ano 2000 para o Papa e para a cúria romana. E só quem tem fé
descobre as secretas e clamorosas maravilhas do Espírito Santo.
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, as maravilhas que faz o Espírito
Santo no cosmos e na natureza. Não é incrível a ação do Espírito que faz
15.000 milhões de anos apertou o botão e desencadeou o Bing Bang e, do estouro
de um átomo milhares de vezes menor do que ponta de um alfinete, brotaram a
matéria e a energia, o tempo e o espaço, as galáxias, as estrelas, os sois e os
planetas, o céu e a terra com o mar, os dias e as noites, o homem e a mulher.
Pois aquele Espírito era o Espírito Santo, o Espírito de Deus. Dizem os livros
sagrados do Novo Testamento que o Espírito é o Espírito da verdade, do amor e
da santidade, da unidade com a igualdade e a fraternidade universais, da
esperança, da alegria e da paz. Ou seja, que tudo isso que buscamos e não
encontramos, que os políticos prometem e não dão, que desejamos e com que nos
frustramos, é, e nós sem dar-nos conta!, o Espírito Santo de Deus e do
homem.
A Igreja não é
uma sociedade como qualquer outra; não nasce porque os apóstolo tenham sido
afins; nem porque tenham convivido juntos por três anos; nem sequer pelo seu
desejo de continuar a obra de Jesus. O que faz e constitui como Igreja todos o
que “estavam juntos no mesmo lugar” (Atos 2,1), é que “todos ficaram cheios do
Espírito Santo” (Atos 2,4). Tudo o que a Igreja anuncia, testemunha e celebra é
sempre graças ao Espírito Santo. São dois mil anos de trabalho apostólico, com
tropeços e vitórias; acertos e erros, toda uma história de luta por fazer
presente o Reino de Deus entre os homens, que não terminará até o fim do mundo,
pois Jesus antes de partir nos prometeu: “… eu estarei com vocês, todos os dias
até o fim do mundo” (Mt 28.20).
Confirma-nos isto o famoso filme
baseado no drama do escritor francês Georges Bernanos “Diálogo de
carmelitas”; freiras condenadas ao patíbulo e levadas à guilhotina no tempo da
revolução francesa; subiam uma a uma cantando o hino do “Veni Creator
Spiritus”, hino do século VIII dedicado ao Espírito Santo. Qual foi a
surpresa nessa obra? Uma freira, da nobreza francesa, que por medo à morte foi
embora do convento, que por medo à execução do martírio se escapou do convento…
e agora foi a última em subir o cadafalso e terminar o hino, cheia de valentia
do Espírito Santo.
Para refletir: “Sem o Espírito Santo, Deus está longe,
Cristo permanece no passado, o Evangelho é letra morta, a Igreja uma simples
organização, a autoridade uma dominação, a missão uma propaganda, o culto uma
evocação e o agir cristão uma moral de escravos. Mas Nele: o cosmos se subleva
e geme nas dores do Reino. Cristo ressuscitado está presente, o Evangelho é
potência de vida, a Igreja é comunhão trinitária, a autoridade é serviço
libertador, a missão é Pentecostes, a liturgia é memória e antecipação, o agir
humano se deifica” (Inácio de Laodicea).
Para rezar: rezemos com Santo Agostinho:
Espírito Santo, inspirai-nos, para pensarmos santamente.
Espírito Santo, incitai-nos, para agirmos santamente.
Espírito Santo, atrai-nos, para amarmos as coisas santas.
Espírito Santo, fortalecei-nos, para defender as coisas
santas.
Espírito Santo, ajudai-nos, para não perder nunca as coisas
santas.
Comentário sobre a liturgia do Pe. Antonio Rivero, L.C.,
Doutor em Teologia Espiritual, diretor espiritual e professor de Humanidades
Clássicas no Centro de Noviciado e de Humanidades da Legião de Cristo em
Monterrey (México
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