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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sábado, 29 de dezembro de 2012

Intenções do Apostolado da Oração


                Com esta postagem iniciamos uma série de comentários às intenções para o apostolado da oração, da autoria de Fr. Ciro Garcia, ocd. que tem a gentileza da partilhar conosco um pouco de suas sábias reflexões.
                Fr. Ciro é natural de Espanha, atualmente residindo em Roma, Doutor em Teologia, tem vários livros publicados, iluminando e esclarecendo a todos nós com seus trabalhos sobre os santos e espiritualidade da Ordem.
    Desejamos que os queridos leitores façam muito proveito deste e dos outros textos de Fr. Ciro que iremos publicando
         
  
       *Geral: Os Migrantes. "Para que os migrantes sejam acolhidos em todo o mundo, com generosidade e amor autêntico, especialmente pelas comunidades cristãs."
      *Missionária: Cristo, luz para a humanidade. "Para que Cristo se revele a toda a humanidade com a luz que vem de Belém e se reflete no rosto da Igreja".



   Em 13 de janeiro de 2013 celebra-se a 99ª Jornada Mundial do Migrante e do Refugiado. A primeira intenção geral do mês de  dezembro está relacionada com esta celebração e com a mensagem do Papa para esta ocasião. A segunda particular se emoldura na grande celebração cristã do Natal e da manifestação de Cristo em sua da epifanía como luz para a humanidade.

   Ambos eventos têm merecido uma menção especial no recente Sínodo sobre a nova evangelização. A migração é considerada como um dos novos cenários em que se desenvolve a missão da Igreja. Esta rompe as fronteiras geográficas dos povos. Já não é um movimento norte-sul ou leste-oeste, porque é necessário desvincular-se dos confins geográficos. Hoje a missão encontra-se em todos os cinco continentes. É necessário aprender a conhecer os setores e ambientes que são estranhos à fé, por que não a têm encontrado nunca ou por que se afastaram dela. Desvincular-se dos confins geográficos significa ter as energias para propor a questão de Deus e da mensagem de Cristo em todos os contextos sociais.

   Uma das propostas do Sínodo (n.21) está dedicada precisamente aos migrantes. Propõe um planejamento pastoral para integrá-los na sociedade e na comunidade cristã, promovendo sua dignidade humana e ajudando-os a enfrentar com fé e esperança, a sua nova situação cultural e religiosa, assim como a resolver seus problemas sociais, políticos e econômicos. Porém diz algo mais: os migrantes são também protagonistas do anúncio do Evangelho no mundo moderno; contribuem para o desenvolvimento econômico de seus respectivos países e enriquecem-nos a todos com seus valores culturais e religiosos.
  No entanto, devemos reconhecer que, por trás dessas propostas louváveis há ​​muitos dramas humanos da pobreza e separação. O diz o Papa em sua mensagem de 29 de outubro de 2012: o vasto movimento de migração surge "sob o perfil dominante da pobreza e dos sofrimentos, que com freqüência produz dramas e tragédias." Daí a preocupação da Igreja Católica e dos católicos por criar instituições de auxílio e acolhida, “para resolver as numerosas emergências, com generosa dedicação de grupos e indivíduos, associações de voluntariado e movimentos, organizações paroquiais e diocesanas, em colaboração com todos os pessoas de boa vontade. "

   Neste sentido, recolho aqui o importante texto da mensagem de Bento XVI, remetendo-me a sua encíclica Caritas in Veritate: "Nela tenho querido salientar que ‘toda a Igreja, em todo o seu ser e agir, quando anuncia, celebra e atua na caridade, tende a promover o desenvolvimento integral do homem’ (n.11), referindo-me também aos milhões de homens e mulheres que, por diversas razões, vivem a experiência de migração. Com efeito, os fluxos migratórios são "um fenômeno que impressiona por suas grandes dimensões, pelos problemas sociais, econômicos, políticos, culturais e religiosos que suscita, e pelos desafios dramáticos que coloca às comunidades nacionais e à comunidade internacional" (n 62) ".

   A mensagem do Papa leva em conta todos estes problemas  dos grandes fluxos migratórios, mas sem esquecer a dimensão religiosa, essencial para a vida de cada pessoa, e remetendo-se assim,  à celebração do Ano da Fé e à tarefa evangelizadora da Igreja " No que respeita aos fiéis cristãos provenientes de diversas partes do mundo, o cuidado da dimensão religiosa inclui também e se expressa, entre outras coisas, pela criação de novas estruturas pastorais, até a plena participação na vida da comunidade eclesial local. A promoção humana está ligada à comunhão espiritual, que abre o caminho "para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do mundo" (Porta Fidei, 6). A Igreja sempre oferece um dom precioso quando leva ao encontro com Cristo que abre para uma esperança estável e confiável. "

    Precisamente o encontro com Cristo, luz para a humanidade, é a intenção missionária particular deste mês. E é a referência essencial para a nova evangelização. O Sínodo tem enfatizado a importância e a necessidade da experiência religiosa, do encontro com Cristo, para proclamar o evangelho nos novos contextos ou cenários do mundo moderno. Mas as perguntas surgem espontaneamente: em que sentido, hoje, Cristo ainda é luz dos povos? Como anunciar o seu Evangelho como boa notícia em uma cultura secularizada e materialista? Como a Igreja está chamada hoje a desempenhar esta missão evangelizadora? A estes interrogantes procura responder precisamente o sínodo da nova evangelização para a transmissão da fé. Remeto-me à sua mensagem final e as 57 proposições, que marcam o caminho para a missão evangelizadora confiada por Cristo aos seus discípulos e à Igreja. 

   Já o Concílio Vaticano II sentiu-se impulsionado pelo desejo de anunciar à humanidade contemporânea o Cristo, luz do mundo. Assim, no coração da Igreja irrompeu com força, suscitado pelo Espírito Santo, o desejo de um novo anúncio e uma nova epifania de Cristo no mundo, que a época moderna havia transformado profundamente e que pela primeira vez na história encontrava-se perante o desafio de uma civilização global, onde o centro já não podia ser Europa e nem sequer o que chamamos de Ocidente e Norte do mundo. Era necessário estabelecer uma nova ordem mundial política e econômica, mas ao mesmo tempo, e acima de tudo, espiritual e cultural, isto é, um humanismo renovado.

   Daí a necessidade do encontro com Cristo, para que a sua luz que emana de Belém, ilumine a história e se manifeste no rosto da Igreja, permanecendo unida a Ele, fiel ao seu evangelho e atenta aos interrogantes do mundo contemporâneo. Para isso, somos convidados os católicos à oração e generosa colaboração.


Fr. Ciro Garcia, ocd




               
                  

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