English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified
By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Preparandonos para o V Centenário do Nascimento de S. Teresa


Caminho de Perfeição, Caminho de Busca
 
Frei Ciro Garcia, carmelita, falando do Caminho de Perfeição, livro escrito por Santa Teresa, diz que ele traça o itinerário da busca de Deus e assinala algumas características: “A busca não é só um fato religioso, senão que responde à inquietude mais profunda do ser humano essencialmente buscador.Caminho de Perfeição traça o itinerário desta busca. Assinalo algumas características seguindo o desenrolar do Caminho e de meu próprio caminho de busca:

a)  É uma busca que brota do mais profundo do coração humano e da história; assim a delineia Teresa nos capítulos iniciais.

b) Não é uma busca solitária senão em comunhão, formando uma comunidade arraigada em ‘grandes virtudes’, com seu característico estilo de vida e sua prórpia linguagem de grupo.

c)  Não é tão pouco um fechamentopsicológico no oásis da contemplação, senão uma luta permanente na vida; é a conquista do eu pessoal, porém aberto ao absoluto e ao infinito, em uma relação dialógica com o Outro, Deus, percebido no centro da vida.

d) Tem caminhos de interioridade e de recolhimento, porém se dá também no caminho de serviço evangélico; a contemplação não é o único caminho para chegar à união; a essência da união radica no amor e no serviço evangélico, que se desdobra em duplo caminho: o da ação serviçal e o da contemplação gozosa, figurado no Evangelho pelas duas irmãs de Betânia, Marta e Maria.

e)  Requer uma “determinada determinação”, porém tudo se resolve na dinâmica da entrega e do amor: “dar-nos de todo ao Criador e por nossa vontade na sua”; é dar-se de todo ao que dele tudo se nos dá.

f)   É centrar-se em Cristo, centrar o olhar nele, aconchegar-se a ele, a sua presença, a sua companhia, porém ao mesmo tempo é “entrar dentro de si”, no templo do próprio espírito.

g) É a revelação de grandes verdades, que ficam como esculpidas na alma, de maneira que já não perderá mais a “memória de Deus”; se lhe revelam grandes segredos do mundo, que parece os vê no mesmo Deus.

h) Se consuma na união com Deus, meta do contemplativo e de todo buscador, porém não é idílio ou remanso amoroso, senão também luta e trabalho, em união ou conformidade de vontades; ela não deseja outra união para si e para suas filhas que esta conformidade de vontades; é dar nossa vontade de todo , para que Ele faça a sua em tudo.

i)    É, em definitiva, uma experiência de salvação, a experiência de salvação orada no Pai Nosso, que experimenta a comunhão com o Pai por seu Filho Jesus Cristo e o dom do Espírito, e ao mesmo tempo o perdão dos pecados; rsponde aos anelos profundos do homem: é o Deus misericordioso que perdoa os pecados, o Senhor que nos liberta de todos os males e preserva das provas, que não somos capazes de combater.

j)     Esta busca de salvação é o desejo mais ardente do ser humano, como libertação do mal e dos pesos inibidores da vida, que experimentamos como culpa, medo/angústia e preocupação; rsponde a perspectiva psicológica e curadora da salvação que se dsprendem do encontro com Deus.

k) Porém e experiência plena de salvação não é a simples libertação do mal senão a comunhão com o bem absoluto e com o amor encarnado, que é Deus Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo e Pai nosso, tão vivamente evocado por Teresa em seu comentário aos primeiros pedidos.

l)    Por isso a oração teresiana e, em particular, a oração cristã por excelência, o Pai Nosso, expressa um caminho de busca evangélica, que responde aos anelos mais profundos do coração humano de salvação e de comunhão, pois Deus revestiu ao homem de transcendência, lhe fez cada Dele e portador de sua imagem.

 

A busca de Teresa de Jesus se inicia com a busca da veracidade e da autenticidade de sua vida. Encontra sua resposat na contemplação de um “Cristo mui chagado”, que lhe revela todo seu amor e ascende nela o desejo ardente de corresponder a seu amor na oração como “trato de amizade com Deus” (V 8,5). Este é o programa de vida que traça para suas filhas e para todos seus leitores. Ela é a mestra de oração por antonomasia, a oração de encontro com Deus. É a oração que parte da vida e volta à vida. Porém tem seu enraizamento na Palavra de Deus. Seu centro de gravidade é a pessoa de Cristo em seus mistérios, particularmente o de sua humanidade (V 22; M 6,7). E alcança seu ponto culminante no mistério trinitário (Caminho de Perfeição, Castelo Interior).

(Frei Ciro Garcia, OCD)

Nenhum comentário: