Comentando a Regra do Carmo

Publicamos a última edição dos comentários da Regra da Ordem da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, feitos por Ir. Rejane. Esperamos que tenham sido de proveito para os nossos caros leitores, particularmente para aqueles que cultivam o gosto pela Ordem do Carmelo.

“Tu, porém, Frei B(rocardo), e qualquer outro que depois de ti for eleito Prior, tem sempre na lembrança e põe por obra o que o Senhor diz no Evangelho: ‘Todo aquele que quiser ser o maior entre vós será vosso ministro, e o que entre vós quiser ser o primeiro será vosso servo’” (Mc 10,43-44; cf. Mt 20,28-27) (Regra 19).



Como já temos visto, no Carmelo um dos carmelitas é escolhido como Prior. Escolhido pelos irmãos e não imposto de fora. O Carmelo optou pela palavra Prior ou Priora e não por outro título, porque Prior quer dizer: o primeiro que serve. Todos são irmãos. Ser Prior ou Priora não é um lugar para abusar do poder e oprimir. Aliás, na Igreja poder é serviço. A Regra exorta a que se veja a autoridade sempre como um serviço a fim de não cair ludibriada pela ânsia de poder e acabar estragando tudo, prejudicando a comunidade afim de que não caminhe e cresça no ideal proposto pela Regra.


Ainda hoje nos Carmelos femininos é escolhida a cada três anos alguma irmã para ser Priora. Ela é chamada a com humildade servir as irmãs.


“Vós também, demais Irmãos, honrai com humildade o vosso Prior, considerando nele Jesus Cristo, que o pôs sobre vossas cabeças e diz aos Prelados da Igreja: ‘Quem vos ouve ouve-me a mim; e quem vos despreza a mim me despreza’ (Lc 10,16), para que não sejais julgados pelo desprezo, mas para que mereçais, pela obediência, o prêmio da vida eterna” (Regra 20).


Os demais Irmãos e Irmãs são chamados a colaborar com humildade na busca da vontade de Deus afim de conseguirmos viver o ideal proposto pela Regra. Todas somos chamadas a pelo diálogo e a obediência a respeitar e honrar a Priora, pois quem a ouve, ouve o próprio Deus.


“Tudo isto vos escrevemos brevemente, determinando a forma e a regra do vosso Instituto, conforme a qual deveis viver. Mas, se alguém fizer mais alguma coisa do que isto, o Senhor, quando nos vier a julgar, dar-lhe-á a paga. Use-se, porém, de discrição, que é a reguladora das virtudes” (Regra 21).


Assim concluímos nossa caminhada pela Regra Carmelitana. Ela é fechada com chave de ouro: deixa liberdade para quem quiser fazer algo a mais se for inspirada pelo Senhor, pode fazê-lo, porém use-se da discrição que é a reguladora de todas as virtudes, de todo bem que fazemos.

Ir. Rejane Maria