A liturgia do advento desenvolveu na Igreja uma autêntica
espiritualidade litúrgica, centrada na vinda do Senhor e na sua espera. Vinda
do Senhor na carne; vinda, advento, do Senhor no final dos tempos, constante
presença do Senhor em sua Igreja e no coração dos fiéis que o acolhem com amor.
As palavras chaves do advento são espera, esperança, atenção
e vigilância, acolhida e partilha. Velar esperando o Cristo é um sentimento que
se assemelha à espera de um amigo.
Cardeal Newmann chegou afirmar: “E necessário estudar bem o
sentido da palavra velar... Não só precisamos crer, temos que vigiar; não só
temos que amar, mas temos que velar e vigiar; não só é necessário obedecer, mas
é preciso estar alerta. Por que precisamos velar e vigiar? Para acolher este
grande acontecimento: a chegada de Cristo... Vela e vigia com Cristo quem não
perde de vista o passado mas contudo continua olhando o futuro e completa o que
o Salvador lhe mereceu e não esquece o que Ele sofreu”.
A espera é uma das características do cristão. O advento
sempre renova a espera. A Igreja é a comunidade da esperança. O advento a
coloca a caminho intensifica a espera e dinamiza a esperança.
A atitude da espera caracteriza a Igreja e o cristão porque
o Deus da revelação é o Deus da promessa que em Cristo manifestou toda a sua
fidelidade ao homem (cf. 2Cor 1,20). Durante o advento a Igreja não repete a
parte dos judeus que esperavam o Messias prometido, mas vive a espera de Israel
em níveis de realidade e manifestação definitiva desta realidade, que é Cristo.
Agora vemos como que num espelho, mas virá o dia em que veremos face a face’( 1
Cor 3,12). A Igreja vive esta espera na vigilância e na alegria. Por isso,
reza: Maranatha: Vem, Senhor Jesus”(Ap 22,17-20).
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