Preferiu ser barbaramente assassinada a perder sua pureza,
cultivada como uma flor intacta e defendida com grande valor.
Na manhã de um sábado em 1 de novembro de 2008, nosso
querido papa, hoje papa emérito Bento XVI, dizia-nos que quando visitamos um
viveiro botânico, permanecemos admirados diante da variedade de plantas e
flores, e chega ser natural e espontâneo pensarmos na fantasia do Criador que
tornou a terra um maravilhoso jardim.
Um análogo sentimento nos surpreende quando consideramos o
espetáculo da santidade. Ele continuava dizendo: “o mundo parece-nos um
“jardim”, onde o Espírito de Deus suscitou com admirável fantasia uma multidão
de santos e santas, de todas as idades e condições sociais, de todas as línguas,
povos e culturas. Cada um é diferente do outro, com a singularidade da própria
personalidade humana e do seu carisma espiritual. Mas todos têm impressa a
“marca” de Jesus”.
Neste belo jardim, hoje falaremos de uma bela flor:
Seu nome de batismo era Maria Resa Goretti, nasceu em 16 de
Outubro de 1890, em Corinaldo, Província de Ancona, Itália, filha de Luigi
Goretti e Assunta Carlini.
Era a terceira de seis filhos. E devido à pobreza da
família, muito provavelmente Maria Goretti era analfabeta. Ainda criança sua
família foram forçados a deixar sua fazenda e trabalhar para outros fazendeiro.
Enquanto seus irmãos, pais e irmãs mais velhas trabalhavam nos campos, Maria
cozinhava, limpava a casa e cuidava de sua irmã menor.
Certamente era uma vida difícil, mas a família estava sempre
próxima, compartilhando um profundo amor por Deus e sua fé.
A pequenina Maria Goretti, era muito apegada ao seu querido
paizinho. Este a ensinava a rezar e a desejar ardentemente pelo dia da sua
primeira Eucaristia. O pai de Maria, Sr. Luigi contraiu a terrível malária, que
na época matou a muitos nos campos de Corinaldo. Este veio também a morrer
contraído pela malária quando Maria tinha apenas nove anos.
Mas um fato inesperado e brutal acontece:
Em 6 de julho de 1902, um jovem de 20 anos, chamado
Alessandro Serenelli, tentou abusar de Maria Goretti. Frente à forte
resistência da menina, Alessandro a esfaqueou por 14 vezes. Maria foi operada,
sem anestesia, mas os ferimentos estavam além da capacidade dos médicos. No dia
seguinte, ela perdoou seu agressor e afirmou que gostaria de encontrá-lo no
Céu.
Morreu vinte horas após o ataque, com apenas 12 anos,
enquanto olhava uma bela pintura da Virgem Maria.
Segundo testemunho do próprio agressor, Maria preferiu ser
barbaramente assassinada a perder sua pureza, cultivada como uma flor intacta e
defendida com grande valor.
O agressor foi preso em Noto, onde permaneceu por 15 anos.
Lá, ele se converteu.
Alessandro Serenelli cumpriu sua pena e, ao sair da prisão,
retirou-se a um convento dos frades menores para terminar lá sua vida.
Maria Goretti foi proclamada beata como mártir da fé no dia
27 de abril de 1947, por Pio XII, o mesmo Papa que, em 24 de junho de 1950 a
proclamou santa, na Praça de São Pedro, em presença, entre milhares de fiéis,
da idosa mãe, Assunta, e do assassino da santa.
Entre a multidão, na sua maioria jovens, vindos de vários
países do mundo, o papa perguntou a eles: “Jovens, prazer ao olhos de Jesus,
vocês estão determinados a resistir a todos os ataques à castidade com a ajuda
da graça de Deus?”
A resposta foi um grande “sim”.
Encerro esta história de nos tirar o fôlego com a resposta
de uma amiga ao pergunta-la o que nela mais despertara sua atenção no
testemunho de Maria Goretti. Ela me respondeu: “A capacidade de perdoar aquele
que tentou lhe tirar o que tinha de mais precioso, aquilo que era seu “vaso de
alabastro” ao Senhor dos senhores. Por mais que a castidade e a pureza fossem o
maior anseio do coração dela, acredito que o perdão dado àquele jovem refletiu
muito mais a oferta de amor deste santa.”
Portanto, eis a pergunta para nós hoje?
Estamos disposto a perdoarmos como Santa Maria Goretti com a
ajuda da graça de Deus?
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