Catarina, desde muito pequenina ouvia o chamado de Deus. Ela
que passou sua infância em silêncio, penitência e oração. Não se preocupava com
as coisas com que normalmente dispendiam seus familiares. Ainda com sete anos,
ansiando entregar-se exclusivamente a Deus, sem nenhuma ligação com o mundo
aborrecedor dos homens, Catarina suplicou à Virgem Maria que a conservasse
casta, a fim de tornar-se esposa de Jesus. “Amo-O com toda minha alma – dizia a
Nossa Senhora – e prometo a Ele e a Ti jamais aceitar outro esposo”.
Para fugir de seus pais, que queriam vê-la casada, Catarina
cortou sua longa cabeleira, sem lhes dizer uma palavra. Pois esta estava
decidida a ser esposa unicamente de Cristo.
Enquanto pensava na vida religiosa das grandes Ordens, São
Domingos apareceu-lhe em sonho e prometeu-lhe, que, mais tarde ela iria ser
recebida na sua grande família espiritual.
Aos 16 anos, depois de muitas instâncias, Catarina foi
admitida, então, na Ordem Terceira de São Domingos. E não demorou muito para
que sua vida de virtudes atraísse as pessoas à sua volta. Em torno dela, disse
o Papa Bento XVI, “foi-se constituindo uma verdadeira família espiritual”. Ela,
que amava a todos, com um coração verdadeiramente maternal.
E foi nesta entranha maternal que Catarina, naquele tempo,
em que a terrível peste corporal assolava por toda a parte e uma outra peste
espiritual, não menos deplorável, provocavam uma enorme decadência no seio da
Igreja, ajudou em muito, socorrendo o povo italiano, que sofria com essa peste
mortífera e com igual amor socorreu a Igreja que, com dois Papas, sofria cisão,
até que Catarina, santamente, movimentou os céus e a terra, conseguindo banir
toda confusão.
Uma Santa que sequer sabia ler e escrever… Mas o Senhor a
dotava de graças extraordinárias que ia permitindo-lhe cumprir perfeitamente a
sua missão na Igreja e no mundo.
Assim lhe dissera Jesus: “Minha filha bem-amada, dei-te uma
vida nova. A minha graça transbordando, para o teu corpo, comunicar-lhe-á um
modo de existência extraordinário e obrarás prodígios maravilhosos… A tua
linguagem será outra, o teu espírito esclarecido. Viajarás; viverás entre a
multidão; alguns enviar-vos-ei a ti, outros enviar-te-ei a eles. Levarás o meu
nome aos nobres e aos clérigos e aos Pontífices. Governarás o povo cristão a
fim de que a tua fraqueza confunda os orgulhosos. Por ti salvarei muitas almas.
Não temas nada, eu estou contigo”.
E de fato, ela não temeu! Santa Catarina ditava as suas
numerosas e variadas cartas, simultaneamente a dois ou três secretários. Ditava
sem interrupção e sobre assuntos diferentes e a pessoas também diferentes: ao
Papa, a Cardeais, a eclesiásticos e a leigos de ambos os sexos.
Porém, a obra mais extraordinária, foi o intitulado “O
Diálogo”, inteiramente ditado em êxtase e contém o que o eterno Pai se dignou
comunicar-lhe nesses momentos de êxtase.
Por fim, esta grande Santa da Igreja, dotada de dons místicos
e que chegou a receber os estigmas dolorosos da Paixão, morreu em Roma, em
1380, a 29 de Abril.
Em 1979 o papa Paulo VI, proclamou-a Doutora da Igreja, que
iluminou e ilumina com sua vida santa e sua doutrina toda a Igreja.
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