Só o nome “Carmelo” é capaz de despertar desejos de oração,
de busca de Deus, de contemplação do Amor. Uma palavra, no seu significado
etimológico quer dizer: vinha exuberante, fértil, que quer indicar uma
espiritualidade sóbria, exigente.
Dijon tinha um Carmelo, Elisabete das janelas de sua casa
podia contemplar a construção simples das Carmelitas e acompanhar a vida da
Comunidade. Todas as vezes que bate o sino do Carmelo o coração da jovem
Elisabete exulta de alegria, na espera de poder ultrapassar o limiar daquela
porta que tanto ama.
“Como é belo estar sobre a montanha do Carmelo. Deixei tudo
para subi-la, mas meu Jesus veio ao meu encontro, tomou-me em seus braços para
elevar-me como uma criancinha e para substituir tudo o que deixei por ele”.
Elisabete no Carmelo terá uma única preocupação: penetrar na
medida mais íntima possível, o mistério da presença de Deus em sua alma. É uma apaixonada de Deus que o procura , e uma vez
encontrado no silêncio e na solidão, permanece calma e silenciosa diante dele.
“Mamãe, é tão belo o meu noivo! Eu O amo apaixonadamente e,
amando-O, eu me transformo nele” (C. 130). Elisabete Catez, uma moça francesa cheia de vida: olhar
penetrante perdido no sonho de um futuro prometedor, que aos 21 anos decide ser
monja carmelita descalça, vive com intensidade sua vida e torna-se santa. Uma
história que vale a pena conhecer e tentar imitar num mundo que, às vezes,
parece carecer de ideais.
Um jovem sem ideais é destinado a morrer. A passar sua vida
sem se comprometer com nada e com ninguém. Quando pensamos nos santos, pensamos em alguém que assume
atitude de contraste, refugia-se no deserto, onde, na companhia de anjos e
demônios, procura matar-se lentamente com penitências.
Uma santidade que dá medo, arrepios. Ser santo não é outra
coisa que o assumir com consciência e responsabilidade a própria tarefa na
história, ocupar o próprio lugar e manifestar com a vida o Evangelho, que no
dia do batismo foi-nos oferecido como programa de vida.
A perfeição pode desabrochar nos momentos, mas ela é semeada
no mundo. Jesus quer que alguém esteja no mundo sem ser do mundo. Manifeste
claramente a transparência do seu amor ao longo de uma caminhada feita de
“Quotidianidade”.
Elisabete, a carmelita teóloga, que com suas intuições
escandalizou e continua a escandalizar, quem quer reduzir o mistério de Deus a
esquemas mentais, nasceu em 1880 e morreu em 1906: 26 anos, a maior parte
vividos no mundo alegre da juventude, na pequena cidade de Dijon. É filha de
militar, mais preocupado com o exército, do que com a vida familiar. A mãe, uma
mulher sensível e religiosa, mas de orientação jansenista, isto é, educada a um
rigor moral severo e, às vezes, carregado de incompreensão pelas atitudes da
pequena Elisabete.
A menina cresce num clima de confiança familiar e de
ternura. Ela será tão sensível que ensinará a sua boneca “Janete” a rezar pela
saúde da avó. A morte do Pai faz da família Catez uma “só alma e um só
coração”. Mãe Catez e as duas filhas: Elisabete e Margarida. Uma unidade não
fechada em si mesma, mas aberta à vida, às viagens e passeios.
Elisabete repropõe uma santidade nova. Um saber viver a vida
em todas as suas manifestações, sem se deixar preocupar pelos acontecimentos,
sem assumir atitudes extremistas, mas anunciando a beleza da existência com o
cumprimento do próprio dever com fidelidade.
Ao longo de sua vida Elisabete vai desenvolvendo uma idéia
central de sua espiritualidade: a presença do Deus Trindade no coração. Será
esta presença misteriosa, mas verdadeira, que preenche os seus vazios e lhe
permite sentir uma casa habitada. (Fr. Patricio Sciadini OCD)
Elisabete com sua irmã Margarida
Com sua irmã Margarida
Elisabete vestida com as vestes de Postulante da época que ingressou no Carmelo
Elisabete no dia em que recebeu o Hábito de Carmelita
Elisabete já Professa revestida da Capa Branca e o véu preto de consagração solene.
ENCONTREI SOBRE A TERRA MEU CÉU,
POIS O CÉU É DEUS E DEUS ESTÁ EM MINHA ALMA.
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