Agosto é o Mês Vocacional,
dedicado à reflexão sobre as vocações em geral. Neste mês, costuma-se celebrar
as diferentes vocações por semana:
Primeiro domingo: vocação
sacerdotal;
Segundo domingo: vocação
familiar, dos pais;
Terceiro domingo: vocação à
vida consagrada dos religiosos e das religiosas;
Quarto domingo: vocação do
laicato na Igreja, ministérios leigos e catequistas.
Partilhamos com vocês uma
linda reflexão de Dom Jaime Arcebispo de Porto Alegre sobre as vocações. E
procuremos nós ficar atentos a voz de Deus que continua nos chamando
independente do caminho que estamos já seguindo ou a vocação que estamos
assumindo, pois o mês vocacional não é só chamado, mas resposta.
“Escreveu o Papa Francisco:
“A vocação é fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor de uns aos
outros, que se faz serviço recíproco, no contexto de uma vida eclesial
autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si”.
Todos nós desejamos uma vida
bem vivida. Almejamos uma vida com sentido. Nossas buscas, projetos e sonhos se
sustentam a partir de um horizonte de vida sólido. A pergunta, talvez, sempre
necessária, é: o que significa uma vida, uma existência com sentido? A partir
de onde se encontra sentido para a própria vida? Aqui certamente se expressa o
nobre, digno e necessário serviço junto, especialmente, a nossos adolescentes
de orientar, dialogar e auxiliar; afinal, perceber qual o caminho de vida que
vem ao encontro das tendências, dotes e mesmo necessidades pessoais, nem sempre
é tarefa fácil.
Uma história, pertencente à
tradição hebraica, pode auxiliar na compreensão dos desafios característicos
quanto à necessidade de realizar uma opção de vida. Diz a história: “Um certo
rabi procurou seu mestre, suplicando-lhe: ‘Indicai-me um caminho universal para
o serviço a Deus’. O mestre respondeu: ‘Não se trata de dizer ao homem qual
caminho deve percorrer, porque existe uma estrada por meio da qual se segue a
Deus por meio do estudo, outra, por meio da oração, e outra, por meio do jejum,
e ainda outra comendo! É tarefa de cada homem conhecer bem a direção de qual
estrada o atrai, o próprio coração e depois escolher aquela estrada com todas
as forças’”.
A pessoa humana é única.
Possui uma tarefa intransferível. Cada ser humano é convocado a testemunhar sua
irrepetibilidade. Para isso, se faz necessário o conhecimento de si mesmo, das
próprias qualidades e tendências essenciais. Considerando esse conjunto de
elementos, é possível sondar um caminho de vida.
A escolha de um caminho de
vida requer muito mais que a opção por uma determinada profissão. Profissão tem
a ver com preparação técnica, competência, eficiência produtiva, ganha-pão,
função social, status, reconhecimento externo. Tudo isso pressupõe decisão
pessoal, realização, chamado interior, paixão, amor e gosto pelo que se faz, ou
seja, pressupõe vocação. Assim, retomando a história da tradição hebraica,
pode-se perceber que o “serviço de Deus” requer muito mais que somente
profissionalismo. Exige escuta do próprio coração, para conhecer bem a direção
de qual estrada ele o atrai.
A vocação se orienta
eminentemente para um futuro. Ela se realiza, sim, no presente, mas orientada
para um futuro. Por isso, pode-se afirmar que vocação é uma tarefa em constante
realização. Da profissão, nos aposentamos. Já aquilo que denominamos vocação perpassa
todas as fases da existência.
A escuta do próprio coração
requer sintonia, escuta, disposição para acolher aquilo que a vida solicita.
Escuta e compreende tal solicitação quem cultiva a afeição, a cordialidade, o
amor, o respeito pela própria condição. Para nós, cristãos e cristãs, a
condição é de filhos e filhas, seguidores e seguidoras do Senhor, caminho,
verdade e vida.
Jesus – caminho, verdade e
vida – percorria as cidades e aldeias... Contemplando a multidão, encheu-se de
compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como um rebanho de ovelhas
sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os
trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie
trabalhadores para a sua messe” (Mt 9,35-38)
Oxalá possamos cooperar para
que homens e mulheres, especialmente os adolescentes e jovens, saibam e possam
corresponder à vocação recebida, e serem no mundo cooperadores do Senhor na
construção do Seu Reino!
Dom Jaime Spengler Arcebispo
de Porto Alegre
Um comentário:
Todos os dias é tempo de oração.
Estes temas para o mês de Agosto serão sem dúvida uma forma de caminharmos todos no sentido da vida plena em Deus e da nossa vocação nesta Igreja a que pertencemos.
Cada um de nós tem uma missão e deve cumpri-la com alegria,amor e muita perfeição.
Não se pode repartir em dias alternados o facto de ser pai com amor ou alguém que olha os filhos como estorvo.
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