Missão Continental
Para que a Missão Continental tenha como fruto o envio de
missionários
da América Latina
para outras Igrejas.
Fr. Ciro García, ocd
A Missão Continental foi um dos assuntos mais destacados da
5ª Assembleia da Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe
(CELAM), que teve lugar na cidade de Aparecida em maio de 2007. Os bispos
fizeram um balanço da vida de fé no continente e discerniram como vontade de
Deus para eles e suas dioceses a realização de uma grande Missão Continental
Estas foram suas palavras: “Se abre passo um novo período da
história com desafios e exigências, caracterizado pelo desconcerto generalizado que se propaga por novas turbulências
sociais e políticas, pela difusão de uma cultura alheia e hostil à tradição cristã,
pela emergência de variadas ofertas religiosas… A Igreja está chamada a
repensar e relançar sua missão em novas circunstancias. Não pode fechar-se. Se
trata de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho, desde um
encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo que suscite discípulos
missionários
Isto depende de homens e mulheres novos que encarnem dita
tradição e novidade. Não resistiria uma fé católica reduzida a bagagem, a
elenco de normas e proibições, a práticas de devoção fragmentadas, e adesões
parciais das verdades da fé, a uma participação ocasional nos sacramentos, à
repetição de princípios doutrinais, a moralismos que não convertam a vida… Nos
encontramos perante o desafio de revitalizar nosso modo de ser católico… para
que a fé cristã enraíze mais profundamente no coração das pessoas e dos povos…
isto requer uma evangelização muito mais missionária”. (cf. Aparecida, 1-13).
O Congresso Missionário Latino-americano, realizado em Quito
(Equador) em 2008, foi o lançamento oficial da Missão Continental. Se reafirmou
a questão apresentada em Aparecida: “No processo de formação de discípulos
missionários, destacamos os aspectos fundamentais que se compenetram e alimentam
entre si: a) o encontro com Jesus Cristo… b) a conversão… c) o discipulado…d) a
comunidade… e) a missão…” (Aparecida, 278).
Tem passado seis anos de este grande acontecimento da Igreja
da América Latina. E novamente sua mensagem tem ressoado com força na
incipiente visita do Papa Francisco ao Brasil com motivo da XXVIII Jornada
Mundial da juventude. Não se há de esquecer que o responsável principal da
redação do documento de Aparecida foi precisamente o então cardeal Bergoglio e
agora Papa Francisco. De ali que suas ideias sobre a missão continental aflorem
constantemente em seus discursos.
Recolhemos algumas. Em sua visita precisamente ao Santuário
de Nossa Senhora Aparecida convidava todos a viver com alegria para contagiar a
fé em Cristo: “O cristão no pode ser pessimista… Se estamos verdadeiramente
apaixonados por Cristo e sentimos quanto nos ama, nosso coração se “inflamará”
de tanta alegria que contagiará a quantos vivem em nosso entorno”.
Em sua homilia aos bispos, sacerdotes e religiosos lembrava
a necessidade de viver unidos a Cristo para que nossa missão seja fecunda: “ É precisamente
a “vida em Cristo” que garante nossa eficácia apostólica e a fecundidade de
nosso serviço… Não é a criatividade, por mais pastoral que seja, não são os
encontros ou planejamentos os que asseguram os fruto, embora ajudem e muito,
senão o que assegura os frutos é ser fiéis a Jesus, que nos diz com insistência:
“Permaneçam em mim, como eu permaneço em vocês” (Jo. 15, 4). E sabemos muito
bem o que isso significa: contemplá-lo, adorá-lo e abraçá-lo em nosso encontro
quotidiano com Ele na Eucaristia, em nossa vida de oração, em nossos momentos
de adoração e também reconhecê-lo presente e abraçá-lo nas pessoas mais
necessitadas”.
Finalmente, na vigília de oração com os jovens, os convidava
a ser discípulos missionários escutando a Palavra de Cristo: “Deixem que Cristo
e sua Palavra entrem em suas vidas, deixem entrar a semente da Palavra de Deus,
deixem que germine, deixem que cresça. Deus faz tudo, mas vocês deixem-no
fazer, deixem que Ele trabalhe nesse crescimento. Convidava-os também a serem
pedras vivas para construir a Igreja e criar um mundo novo: “Construam um mundo
melhor. Um mundo de irmãos, um mundo de justiça, de amor, de paz, de
fraternidade, de solidariedade”.
À luz destes textos, aparecem os aspectos característicos da
Missão Continental, que compreende não somente o continente da América Latina
senão a Igreja Universal. Por isso a intenção missionária papal deste mês
convida os cristãos a orar e a comprometer-se com esta missão.
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