Com esta postagem iniciamos uma série de comentários às intenções para o apostolado da oração, da autoria de Fr. Ciro Garcia, ocd. que tem a gentileza da partilhar conosco um pouco de suas sábias reflexões.
Fr. Ciro é natural de Espanha, atualmente residindo em Roma, Doutor em Teologia, tem vários livros publicados, iluminando e esclarecendo a todos nós com seus trabalhos sobre os santos e espiritualidade da Ordem.
Desejamos que os queridos leitores façam muito proveito deste e dos outros textos de Fr. Ciro que iremos publicando
*Geral: Os Migrantes. "Para que os migrantes
sejam acolhidos em todo o mundo, com generosidade e amor autêntico,
especialmente pelas comunidades cristãs."
*Missionária: Cristo, luz para
a humanidade.
"Para que Cristo se revele a toda a humanidade com a luz que vem de Belém
e se reflete no rosto da Igreja".
Em 13
de janeiro de 2013 celebra-se a 99ª Jornada
Mundial do Migrante e do Refugiado. A primeira intenção geral do mês de dezembro está relacionada com esta celebração
e com a mensagem do Papa para esta ocasião. A segunda particular se emoldura na
grande celebração cristã do Natal e da manifestação de Cristo em sua da epifanía
como luz para a humanidade.
Ambos
eventos têm merecido uma menção especial no recente Sínodo sobre a nova
evangelização. A migração é considerada como um dos novos cenários em que se
desenvolve a missão da Igreja. Esta rompe as fronteiras geográficas dos povos. Já
não é um movimento norte-sul ou leste-oeste, porque é necessário desvincular-se
dos confins geográficos. Hoje a missão encontra-se em todos os cinco
continentes. É necessário aprender a conhecer os setores e ambientes que são
estranhos à fé, por que não a têm encontrado nunca ou por que se afastaram dela.
Desvincular-se dos confins geográficos significa ter as energias para propor a
questão de Deus e da mensagem de Cristo em todos os contextos sociais.
Uma
das propostas do Sínodo (n.21) está dedicada precisamente aos migrantes. Propõe um planejamento
pastoral para integrá-los na sociedade e na comunidade cristã, promovendo sua
dignidade humana e ajudando-os a enfrentar com fé e esperança, a sua nova
situação cultural e religiosa, assim como a resolver seus problemas sociais,
políticos e econômicos. Porém diz algo mais: os migrantes são também
protagonistas do anúncio do Evangelho no mundo moderno; contribuem para o
desenvolvimento econômico de seus respectivos países e enriquecem-nos a todos
com seus valores culturais e religiosos.
No entanto, devemos reconhecer que, por trás dessas propostas louváveis há muitos dramas humanos da pobreza e separação. O diz o Papa em sua mensagem de 29 de outubro de 2012: o vasto movimento de migração surge "sob o perfil dominante da pobreza e dos sofrimentos, que com freqüência produz dramas e tragédias." Daí a preocupação da Igreja Católica e dos católicos por criar instituições de auxílio e acolhida, “para resolver as numerosas emergências, com generosa dedicação de grupos e indivíduos, associações de voluntariado e movimentos, organizações paroquiais e diocesanas, em colaboração com todos os pessoas de boa vontade. "
No entanto, devemos reconhecer que, por trás dessas propostas louváveis há muitos dramas humanos da pobreza e separação. O diz o Papa em sua mensagem de 29 de outubro de 2012: o vasto movimento de migração surge "sob o perfil dominante da pobreza e dos sofrimentos, que com freqüência produz dramas e tragédias." Daí a preocupação da Igreja Católica e dos católicos por criar instituições de auxílio e acolhida, “para resolver as numerosas emergências, com generosa dedicação de grupos e indivíduos, associações de voluntariado e movimentos, organizações paroquiais e diocesanas, em colaboração com todos os pessoas de boa vontade. "
Neste
sentido, recolho aqui o importante texto da mensagem de Bento XVI, remetendo-me
a sua encíclica Caritas in Veritate:
"Nela tenho querido salientar que ‘toda a Igreja, em todo o seu ser e
agir, quando anuncia, celebra e atua na caridade, tende a promover o
desenvolvimento integral do homem’ (n.11), referindo-me também aos milhões de
homens e mulheres que, por diversas razões, vivem a experiência de migração.
Com efeito, os fluxos migratórios são "um fenômeno que impressiona por
suas grandes dimensões, pelos problemas sociais, econômicos, políticos,
culturais e religiosos que suscita, e pelos desafios dramáticos que coloca às
comunidades nacionais e à comunidade internacional" (n 62) ".
A
mensagem do Papa leva em conta todos estes problemas dos grandes fluxos migratórios, mas sem
esquecer a dimensão religiosa, essencial para a vida de cada pessoa, e
remetendo-se assim, à celebração do Ano
da Fé e à tarefa evangelizadora da Igreja " No que respeita aos fiéis
cristãos provenientes de diversas partes do mundo, o cuidado da dimensão
religiosa inclui também e se expressa, entre outras coisas, pela criação de novas
estruturas pastorais, até a plena participação na vida da comunidade eclesial
local. A promoção humana está ligada à comunhão espiritual, que abre o caminho
"para uma autêntica e renovada conversão ao Senhor, único Salvador do
mundo" (Porta Fidei, 6). A Igreja sempre oferece um dom precioso quando
leva ao encontro com Cristo que abre para uma esperança estável e confiável.
"
Precisamente
o encontro com Cristo, luz para a humanidade, é a intenção missionária
particular deste mês. E é a referência essencial para a nova evangelização. O
Sínodo tem enfatizado a importância e a necessidade da experiência religiosa, do
encontro com Cristo, para proclamar o evangelho nos novos contextos ou cenários
do mundo moderno. Mas as perguntas surgem espontaneamente: em que sentido,
hoje, Cristo ainda é luz dos povos? Como anunciar o seu Evangelho como boa
notícia em uma cultura secularizada e materialista? Como a Igreja está chamada
hoje a desempenhar esta missão evangelizadora? A estes interrogantes procura
responder precisamente o sínodo da nova evangelização para a transmissão da fé.
Remeto-me à sua mensagem final e as 57 proposições, que marcam o caminho para a
missão evangelizadora confiada por Cristo aos seus discípulos e à Igreja.
Já o
Concílio Vaticano II sentiu-se impulsionado pelo desejo de anunciar à
humanidade contemporânea o Cristo, luz do mundo. Assim, no coração da Igreja
irrompeu com força, suscitado pelo Espírito Santo, o desejo de um novo anúncio
e uma nova epifania de Cristo no mundo, que a época moderna havia transformado
profundamente e que pela primeira vez na história encontrava-se perante o
desafio de uma civilização global, onde o centro já não podia ser Europa e nem
sequer o que chamamos de Ocidente e Norte do mundo. Era necessário estabelecer
uma nova ordem mundial política e econômica, mas ao mesmo tempo, e acima de
tudo, espiritual e cultural, isto é, um humanismo renovado.
Daí a necessidade do encontro com Cristo, para que a sua luz que emana de Belém,
ilumine a história e se manifeste no rosto da Igreja, permanecendo unida a Ele,
fiel ao seu evangelho e atenta aos interrogantes do mundo contemporâneo. Para
isso, somos convidados os católicos à oração e generosa colaboração.
Fr. Ciro Garcia, ocd
Nenhum comentário:
Postar um comentário