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By Ferramentas Blog

VOCAÇÃO

Já pensou alguma vez que você é chamado a se comprometer com o Reino de Deus aqui na terra? Já pensou em comprometer-se com o próximo de algum jeito particular? Já pensou que esse jeito pode ser o
do Carmelo?


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Para melhor entender a Palavra

Reflexão Dominical

“E sorrindo pronunciaste meu nome...”


(Eclo 3,19-21.30-31; Sl 67/68; Hb 12,18-24; Lc 14,1.7-14)

O hábito entrou na sociedade e na Igreja, e hoje repetimos a expressão quase inconscientemente: basta que uma pessoa exerça alguma função de autoridade e nós a tratamos como Excelência. E se a função for eclesiástica e alta, acrescentamos Revendíssima. A estas pessoas são reservados or primeiros lugares e todas as honras, não importando aquilo que realmente fazem ou são. E o pior acontece quando tais honoráveis excelências cobram respeito ao seu status e quando isso é ensinado como se fosse Evangelho de Jesus Cristo. Definitivamente, esta não é uma atitude inspirada no Evangelho. A catequese de Jesus passa longe disso. Continua válido, depois de 2200 anos, o ensinamento de Jesus Ben Sirac: “Para as chagas dos soberbos não há cura, pois a planta do pecado se enraíza neles e nem é percebida.”

“Jesus foi convidado a comer na casa de um dos chefes dos fariseus.”

Jesus não perde oportunidade na sua tarefa de catequista. Ele propõe uma inversão radical da escala dos valores da sociedade e da religião do seu tempo, e não se cala nem mesmo na casa de uma autoridade moral, em pleno jantar festivo para o qual havia sido convidado. Jesus desenvolve a lição de catequese cristã que acabamos de ouvir, logo depois de afirmar que as necessidades de uma pessoa estão acima das leis, num solene dia de sábado, na casa de um dos chefes dos fariseus.

Sua catequese é concreta e ligada aos fatos. Ele aproveita a presença de um homem doente para discutir o limite das leis e instituições. E quando vê que os convidados para uma refeição se apressam em ocupar os primeiros lugares, propõe uma reflexão sobre o orgulho e a humildade. Sua catequese não é sobre as regras de boas maneiras a serem observadas numa refeição solene, mas sobre um princípio nucleador da vida cristã. Como modelo de catequista, ele não fica na periferia das coisas.

“Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares.”

Como catequistas, devemos estar atentos e lúcidos diante dos privilégios que a sociedade concede e a própria tradição justifica e ensina. Já em 1965 Dom Helder Camara dizia que o maior perigo que nos ameaça é querer sempre vencer e jamais fracassar, sentir-se sempre querido e nunca sobrar. Com profunda delicadeza e sinceridade, ele mostrou a Dom Eugênio que, “mais grave ainda do que ser apanhado pela engrenagem do dinheiro, é ser apanhado pela engrenagem do prestígio”.

É ainda nosso pequeno Helder e grande profeta que lamenta que homens santos e corajosos como João XXIII e Paulo VI não tenham conseguido se livrar “do peso morto terrível e da pedra de escândalo das tradições do Vaticano”. E deabafa: “Não acreditem que Paulo VI não se sinta profundamente mal ao sentar-se no trono e ver um Monsenhor, ajoelhado, colocando-lhe um travesseiro debaixo dos pés enquanto dois outros acomodam-lhe a capa, como se ajeitassem uma velha rainha.”

É verdade que na Igreja nem sempre são as próprias pessoas constituídas em autoridade que buscam os privilégios, embora isso também ocorra. Mas precisamos superar uma certa tradição, que continua se reproduzindo com a ajuda da nossa passividade: sem perder o respeito devido às pessoas, é hora de erradicar o sagrado e pouco evangélico hábito de vincular as autoridades às engrenagens do dinheiro e do prestígio, de considerá-las acriticamente reverendas excelências.

“Quando ofereceres um almoço ou um jantar...”

Jesus avança na sua catequese e passa da crítica do orgulho e dos privilégios à questão dos beneficiários da nossa atividade . Ele parte de um costume doméstico que vigora também entre nós: quando organizamos uma festa, no topo da lista dos convidados estão os familiares, os parentes, os amigos e os vizinhos. Isso faz parte das boas maneiras e continua válido no nível interpessoal, mas este círculo é muito estreito quando se trata do horizonte da nossa missão enquanto comunidade eclesial.

Da mesma forma que o cristão rejeita resolutamente a busca de honras e vaidades e busca decididamente o lugar reservado aos servidores, assim também, como pessoa e como Igreja, precisamos superar a lógica da troca compensatória: servir, apoiar e defender aqueles que têm mais possibilidades de compensar em moeda e em honras o nosso serviço. A Igreja não pode ter outra prioridade senão amar e servir Jesus Cristo crucificado nos excluídos que se contam aos milhões e estão por todo lado.

No primeiro momento Jesus fala aos hóspedes que estavam com ele à mesa, ensinando que “todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. Depois se dirige ao próprio anfitrião que o acolhe, questionando sua expectativa de retribuição. Orgulho e a busca de retribuição não são posturas enraizadas no Evangelho. Não é o nome deste tipo de pessoas que Jesus diz sorrindo, e não é a elas que ele costuma confiar sua missão.

“Estes não têm como te retribuir!”

Precisamos nos convencer de que é profundamente desgastante e infantilizador viver de privilégios e depender de compensações. O caminho que dá acesso às honras e privilégios geralmente passa pela subserviência humilhante e é acompanhado por um medo aterrador e por um apego doentio aos bens e a toda sorte de títulos. Não é por nada que Francisco de Assis se encontra ao mesmo tempo a minoridade e com a pobreza. Abraçando uma ele acaba desposando também a outra.

Aproveitando a memória de sua morte de Dom Helder (27.08.1999), voltemos à sua sabedoria. “Não te diz a experiência que quando vem a morte em geral sucede o inverso do que se esperava: os que proclamam ausência de medo tremem, se inquietam, se assustam, ao passo que a recebem tranquilos os humildes que tremiam?...” Quem perdeu ou distribuiu tudo com generosidade, experimenta o que é ser livre e não teme perder nada. E se não espera nenhuma retribuição, alcançou a maturidade.

Jesus propõe a substituição dos grupos de pessoas que costumam aparecer no topo das nossas listas de festas: os pobres, aleijados, coxos e cegos devem ser os primeiros. É claro que Jesus não quer estragar nossa festa, mas questionar a estreiteza das fronteiras que traçamos entre os que são dos nossos e os outros e problematizar a busca de compensações que costuma reger nossas pequenas e grandes ações. A verdadeira felicidade consiste em dar generosamente, sem cobrar dividendos na terra ou no céu.

“Pelos humildes ele será exaltado.”

A motivação mais profunda desta inversão radical que Jesus nos propõe não tem a ver com ódio às pessoas bem-sucedidas ou às autoridades, nem com o apreço pelo que é feio e baixo. A motivação lança suas raízes no próprio Deus, cujo coração se move de compaixão pelos pobres e oprimidos. O salmo 67/68 celebra: “Pai dos órfãos e defensor das viúvas, assim é Deus na sua santa morada. Aos desprezados Deus dá uma casa para morar, faz sair com alegria os prisioneiros...”

A este propósito, a escritura ensina: “Sê misericordioso com os órfãos como um pai, e como um esposo para suas mães; e serás como um filho obediente do Altíssimo...” (Eclo 4,10-11). Por isso “quem oferece um sacrifício com os bens dos pobres é como quem imola um filho na presença do pai. A vida dos pobres é o pão que necessitam; quem dele os priva é um assassino. Quem subtrai o pão do suor é como quem mata o seu próximo; derrama sangue quem defrauda o assalariado” (Eclo 34,24-27).

Tanto Maria como Jesus nos ensinam que Deus humilha aqueles/as que se extaltam e exalta os/as humilhados/as. Mas não é só isso. São os humildes que realmente honram a Deus e penetram seus mistérios em profundidade. E nós honramos realmente a Deus quando nos tornamos semelhantes a ele no seu amor preferencial e solidário pelos últimos. E assassinamos os pobres quando, como pessoas, como Igreja ou como nação, ignoramos ou pisoteamos seus direitos.

“Amigo, vem para um lugar melhor!”

A recompensa para quem segue a via proposta e trilhada por Jesus é dada na ressurreição dos justos. Em outras palavras: a felicidade que ninguém pode roubar é esta que conquistamos – ou recebemos de graça! – entrando pela estreita porta da humildade e da generosidade. É a alegria profunda que experimentamos quando ouvimos da boca dos porta-vozes da vida o convite: “Amigo/a, vem para um lugar melhor!” Nestes momentos descobrimos que Deus pronuncia nosso nome sorrindo.

É bom acolher esta palavra forte e iluminadora de Deus no domingo dedicado às catequistas. Sorrindo, Jesus as chama pelo nome para esta missão. Oxalá possam ensinar com a vida e com a palavra a lição que Jesus nos dá neste domingo. E, depois de ocupar por anos e anos um lugar considerado por muitos como secundário, possam escutar o mestre dizendo: “Amiga, vem para um lugar melhor!”

Pe. Itacir Brassiani msf

Curso em Porto Alegre

Dos dias 16 a 20 de Agosto aconteceu na casa de retiro São Jõao da Cruz, em Porto Alegre, a semana teresiana, que reuniu frades, monjas e leigos pertencentes à nossa Ordem para estudar o Livro da Vida de Santa Teresa, com o fim de nos prepararmos melhor para celebrar o 5º Centenário do nascimento de nossa mãe fundadora. O curso foi pregado pelo frei Ciro García, vindo da Espanha.
A seguir  fotos, das irmãs de nossa comunidade que participaram do curso, clicadas junto ao Fr. Ciro






sábado, 21 de agosto de 2010

Para melhor entender a Palavra

Reflexão Dominical 


“Lá na praia eu deixei o meu barco...”


(Is 61,18-21; Sl 116/117; Hb 12,5-7.11-13; Lc 13,22-30)

Escutando algumas pregações ou lendo certos escritos teológicos e espirituais, às vezes tenho a impressão de que se pensa que os leigos e leigas são pessoas sem vocação alguma, uma maioria que é paradoxalmente um resto que não foi chamado a nada e, por isso, deve apenas escutar e obedecer. Os leigos e leigas viveriam nos mares do mundo, e não lhes caberia buscar outros mares. Deveriam esperar uma salvação que só lhes pode vir da oração das pessoas consagradas e dos sacramentos administrados pelos ministros ordenados. Nada contariam na missão de salvar. Jamais alcançariam a maturidade espiritual. Seriam os últimos da pirâmide eclesial, uma base sem importância e sobre a qual recai todo o peso institucional. Daí que, quando queremos dizer que não entendemos de algo, dizemos que ‘somos leigos’ no assunto. Pobre Igreja a que pensa assim e age conforme pensa... Meditemos um pouco sobre isso à luz da Palavra e da prática de Jesus Cristo.

“Senhor, abre-nos a porta!”

Todos os seres humanos aspiram a salvação, mesmo que dela falem usando nomes diversos. O ponto de partida é a experiência de uma inadequação entre o que somos e o que deveríamos ser, entre as contingências do presente e a plenitude desejada e sonhada para o futuro. Aquilo que a bíblia e a teologia chamam ‘salvação’ ou ‘Reino de Deus’ recebe hoje o nome de liberdade, segurança, realização, plenitude, maturidade, emancipação, paz, bem viver, etc.

Mas, além desta diversidade de nomes, há também duas concepções fundamentalmente distintas sobre a forma de chegar a esta situação descrita como salvação: o caminho da confiança absoluta nas forças e recursos próprios, da submissão servil aos próprios interesses e ambições, do fechamento em si mesmo ou nos grupos limitados; o caminho da abertura aos outros, da escuta de outras vozes e do reconhecimento da dignidade dos outros, da acolhida do dom que nos vêm de fora.

“É verdade que são poucos os que se salvam?”

É durante o caminho para Jerusalém, a cidade que persegue e mata os profetas, que um anônimo provoca Jesus sobre a questão do número das pessoas que se salvam. Parece que ele não está interessado no caminho que leva à salvação, mas no número dos que são beneficiados por ela. Estaria preocupado em reservar isso a uma minoria (da qual obviamente ele faria parte)? Estaria interessado em confirmar uma perspectiva elitista e discriminatória do judaísmo?

Jesus desloca a questão sobre o número dos que se salvam para as mediações da salvação. Sem desconhecer que a liberdade que cria comunhão e a maturidade que nos faz dom é uma graça que não vem apenas de nós mesmos, Jesus sublinha que ela não dispensa o esforço pessoal contínuo. O caminho da salvação passa pela exigente conversão de uma postura estreita e exclusiva para uma visão aberta e inclusiva, do iate seguro dos nossos interesses para o barco amplo do bem comum.

Além de enfatizar a necessidade de empenho pessoal no processo de amadurecimento e libertação, Jesus sublinha que este engajamento é tarefa para o tempo presente, e não pode ser adiado indefinidamente. Comparando o processo de salvação com uma porta estreita, Jesus diz que vem o tempo em que o dono da casa a fechará e não será mais possível entar. Portanto, é preciso desfrutar responsavelmente das possibilidades de crescimento que cada momento nos oferece.

“Comemos e bebemos na tua presença...”

Para muitos, a religião é o caminho mais seguro – e talvez único – para a salvação. Para eles, as pessoas maduras, realizadas, plenamente humanas ou santas seriam aquelas que rezam bastante, que observam as prescrições religiosas, que regem a vida por uma moralidade estrita (especialmente na área sexual e familiar), que vivem no tempo suspirando pela eternidade. Frequentemente são pessoas que, tendo na terra tudo o que desejam, querem garantir antecipadamente uma propriedade no céu.

Na verdade, a religião não é isso. Esta é uma caricatura ou uma versão empobrecida e ideologizada da religião que, em termos antropológicos e culturais, é uma tentativa de responder às perguntas fundamentais do ser humano e oferecer-lhe indicações de como alcançar o bem-viver. A religião não se divorcia da ética, inclusive da ética social, nem do mundo, inclusive das coisas materiais. A religião propõe uma forma específica de viver no mundo e se relacionar com as pessoas e coisas.

Para aqueles/as que reduzem a religião a um conjunto de prescrições miúdas a serviço do isolamento e da indiferença, Jesus adverte: “Não sei de onde sois...” E não adianta apresentar a lista dos bons comportamentos, da frequência aos sacramentos e prédicas. Infelizmente, estas pessoas demonstram uma imaturidade e uma mediocridade humana e espiritual decepcionantes e, muitas vezes, irrecuperáveis. As práticas religiosas infantis e interesseiras acabam impedindo a salvação.

“Tornai retas as trilhas para os vossos pés...”

Mas há também o caminho da ética, a via da prática da justiça, que pode vir conjugada ou não com a religião. Uma religião sem ética compromete a maturidade humana, enquanto que a prática da justiça, mesmo sem uma perspectiva religiosa, é sinal e caminho de plenitude humana. Apresentando os profetas e patriarcas como plenos cidadãos do Reino de Deus, Jesus reforça o princípio de que a prática da justiça é dimensão instrínseca da religião e expressão de uma humanidade madura.

Justiça é um conceito que descreve a correta relação com Deus, com as pessoas e com as coisas, e está intimamente relacionado com a compaixão, a misericórdia e a piedade. No âmbito da relação com as pessoas, a justiça prioriza a relação com os pobres e oprimidos, de forma que, do ponto de vista bíblico, ser justo significa defender publicamente a dignidade dos pobres, proclamar seu direito a viver dignamente, mesmo quando a lei positiva não reconhece esse direito.

E aqui podemos lembrar, entre muitíssimos outros, o testemunho de Santa Rosa de Lima, a primeira santa das Américas, cuja memória celebramos no dia 23 de agosto. Segundo o Catecismo da Igreja Católica (n° 2449), ela acolhia e atendia em sua casa os pobres e enfermos de Lima, o que provocou a advertência de sua mãe. E Rosa respondeu: “Quando servimos os pobres e os enfermos, servimos a Jesus. Não podemos nos cansar de ajudar o nosso próximo, pois nele servimos o próprio Jesus.”

“Virão muitos do oriente e do ocidente, do norte e do sul...”

A Igreja é a congregação de todos os homens e mulheres apaixonados pelo sonho de uma humanidade redenta e liberta. Os membros do povo de Deus – esta imensa caravana de homens e mulheres salvos e humanamente maduros – não trazem necessariamente este título estampado no rosto ou nos documentos. No caminho da salvação não funcionam, as recomendações, os privilégios acumulados os ‘estados de vida’. A salvação de Deus não conhece fronteiras políticas, religiosas ou culturais.

Respondendo à pergunta sobre o número dos que se salvam, Jesus diz que “virão muitos do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa do Reino de Deus”. E mais: alguns daqueles que as religiões e instituições descartam ou colocam em último lugar, aos olhos de Deus são os mais importantes e ocupam os primeiros lugares. Todos os homens e mulheres são chamados à salvação e, de um modo que só o Espírito de Deus sabe, participam do mistério pascal de Jesus Cristo.

“Há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos.”

Será que os leigos e leigas, frequentemente considerados uma maioria desprezível e sem função relevante na Igreja, não são os mais importantes do ponto de vista do Reino de Deus? Será que, imersos/as no mundo sem renunciar ao fermento do Evangelho, eles/as não revelam uma liberdade mais consequente e uma maturidade humana mais que surpreendente? Eles/as recordam, mais com a vida que com discursos, que a encarnação no mundo é uma dimensão irrenunciável da vida cristã. Entre eles/as encontramos muitos/as encantadoramente humanos/as e evangelicamente livres.

Eu ousaria dizer que a vocação e a missão dos leigos e leigas ocupa hoje um lugar prioritário no corpo eclesial. Sem privilégios ou exclusivismos, são eles/as que plantam o gérme do Reino de Deus na história, abrem a complexa realidade social à solidariedade e à justiça, testemunham e anunciam com a vida um outro mundo possível. Eles/as só são últimos/as na visão evangelicamente anacrônica e imatura de uma hierarquia insegura, fechada e autoritária. São muitos os leigos e leigas que deixaram na praia o barco da comodidade e dos privilégios e se lançaram heroicamente noutros mares.

Pe. Itacir Brassiani msf

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Para melhor entender a Palavra

 Refllexões da Palavra de Deus correspondente à Liturgia deste final de semana

“Senhor, tu olhaste em meus olhos...”



(Ap 11,19.12,1-6; Sal 44/45; 1Cor 15,20-27; Lc 1,39-56)

A Assunção de Nossa Senhora é uma festa litúrgica mariana que, para as comunidades do Brasil, está ligada à semana dedicada à vocação à vida religiosa. Mas aquilo que cremos sobre Maria não se limita aos religiosos e religiosas: de alguma forma se refere a todos os homens e mulheres, à comunidade eclesial, ao povo de Deus. A glorificação de Nossa Senhora, sua realização plena em Deus, é uma vocação e uma promessa extensivas a toda a humanidade. Como Maria, todos nascemos para a glória e para o brilho e descobrimos que, olhando-nos nos olhos, Deus nos chama sorrindo pelo nome. Nela a pessoa humana em sua integridade – em corpo e alma! – é assumida e realizada em Deus. E esta é também uma proclamação clara e inequívoca da dignidade do corpo.

“Feliz aquela que acreditou!”

No Magnificat Maria aparece como uma pessoa humilde e humilhada. E Lucas a apresenta como uma mulher que sabe ouvir a Palavra viva de Deus e que está pronta a dar o melhor de si para que essa Palavra se realize na história. Isabel acrescenta que Maria é alguém que ousou acreditar na força da Palavra e na fidelidade daquele que a pronuncia. Obviamente, não se trata de uma palavra escrita na Bíblia, mas de uma mensagem eloquente escrita nos acontecimentos.

A humildade, a escuta e a fé estão intrinsecamente relacionadas e são as marcas fundamentais da personalidade de Maria. Se Deus pôde realizar grandes coisas nela e através dela é porque encontrou a base humana indispensável já preparada. Não fazemos bem quando idealizamos Maria a ponto de desumanizá-la completamente. Para fazer-se humano o Filho de Deus precisou de uma pessoa fundamentalmente humana, e não de criaturas angélicas!

Humildade, atitude de escuta e fé na ação misericordiosa e libertadora de Deus são os elementos que possibilitam uma vida feliz. É importante lembrar que o segredo da felicidade que todos buscamos não está na posse ou no consumo de bens, nem na fama ou no sucesso que alcançamos ou ainda no poder de atração que exercemos sobre os outros, mas na abertura humilde e profunda aos outros, ao futuro e a Deus. “Feliz aquela que acreditou...”

“Derrubou os poderosos dos seus tronos e exaltou os humildes”

O Evangelho diz que, depois da experiência de ser amada e de receber a tarefa de dar à luz aquele que é a Luz do mundo, Maria vai apressadamente à casa de Isabel. Busca um sinal que confirmasse a parceria de Deus com os humildes e sua aliança com os pobres. Ela havia dado sua palavra Àquele que é capaz de fazer grandes coisas em favor do povo humilhado, mas nem tudo estava claro. A discípula se faz serva, a serva se mostra peregrina e a peregrina experimenta a hospitalidade na casa de Isabel.

Na casa de Isabel, enquanto Zacarias permanece mudo e à margem de tudo, duas mulheres louvam a Deus e profetizam. A discípula, serva e peregrina se transforma em profetiza destemida. Contemplando sua própria história e a epopéia do seu povo, Maria percebe e proclama a intervenção libertadora de Deus: ele dispersa os soberbos, derruba os poderosos, eleva os humildes e oprimidos, socorre seu povo e estende sua misericórdia a todas as gerações.

É importante não esquecer que Maria, esta mulher assunta ao céu, não é apenas uma humilde trabalhadora do lar, uma pessoa discreta que acredita em Deus, uma doce e recatada esposa de um carpinteiro. Deus assume em corpo e alma e eleva à glória do céu uma mulher que rompe com os costumes que menosprezam a mulher e a mantém calada, que diz uma palavra profética na arena pública, que proclama uma revolucionária intervenção de Deus sobre a história.

“E bendito é o fruto do teu ventre!”

No encontro entre Maria e Isabel o corpo festeja e é festejado. É bendito o corpo feminino de Maria, assim como bendito é o corpo que ela carrega no ventre. Bendito é o corpo de Isabel, capaz de perceber a incontida alegria daquele que preparará a estrada para a chegada do Messias, e bendito é o corpo dos mártires de todos os tempos. Bendito é também o corpo dos humilhados e dispensados, destinados por Deus desde sempre ao brilho.

A festa da Assunção de Maria sublinha de forma contundente a dignidade do corpo, de todos os corpos. Mas é uma proclamação da dignidade especialmente dos corpos humilhados por uma cultura que os transforma em meios de produção, em objetos vendidos e comprados, em produtos expostos nas vitrines e passarelas, sem brilho e sem beleza. É também o reconhecimento da beleza e da nobreza dos corpos doentes e envelhecidos pelo tempo, assim como do corpo eclesial dos muitos e diferentes membros.

“Um grande sinal apareceu no céu...”

Mas é importante lembrar que Maria, sendo discípula e membro da Igreja, é também sinal e símbolo do povo de Deus, da imensa caravana dos homens e mulheres de boa vontade, sonhadores de um outro mundo. Sua assunção é um sinal e uma parábola da ressurreição que todos esperamos. O livro do Apocalipse sublinha este aspecto de sinal ou símbolo. Como ela, a humanidade está em trabalho de parto e, mesmo ameaçada por todos os lados, vai dando à luz um Homem Novo e construindo um Mundo Novo.

Mas não esqueçamos um outro aspecto também relevante: Maria simboliza uma Igreja com traços femininos. A Igreja é chamada a construir-se como corpo que acolhe, aquece, alimenta, ensina, respeita e favorece o crescimento e o amadurecimento dos filhos e filhas. Uma Igreja institucionalmente rígida, fechada, autoritária, legalista e doutrinária não tem pouca relação com a figura feminina de Maria. Seria uma Igreja fechada, que não crê, uma Igreja infeliz. Uma Igreja com nome feminino e corpo masculino...

“O menino pulou de alegria no meu ventre...”

A festa da Assunção de Maria recorda e proclama que a Igreja, esse povo de Deus sem fronteiras definidas, formado por todos os homens e mulheres de boa vontade, é assumido por Deus como seu corpo e meio de ação na história. A Igreja precisa se compreender como povo de Deus em marcha, que não pode construir aparatos pesados porque não tem aqui sua morada definitiva. E precisa superar todas os sinais de exclusivismo, esta tentação de traçar fronteiras entre cristãos e não-cristãos.

É verdade que não há oposição irreconciliável entre o Espírito e as estruturas. Deus assume as estruturas e leis limitadas da história e das instituições para pôr em movimento sua obra libertadora. Mas cabe à Igreja avaliar constantemente seus instrumentos e estruturas, subordinando-os à ação e aos interesses de Deus e não aos seus próprios interesses e medos. Fora disso seu corpo se enrijece, envelhece, perde vitalidade. E se torna incapaz de promover salvação e liberdade.

Inspirada em Maria, a Igreja precisa criar espaços e condições favoráveis ao desenvolvimento de homens e mulheres maduros, livres, despojados, solidários e comprometidos com a salvação do mundo. Um corpo que se impõe pelo medo e pela lei está condenado à esterilidade e nunca terá a graça de sentir os filhos e filhas saltarem de alegria no seu ventre. É um corpo que não conhece a felicidade, um túmulo de homens e mulheres que não chegam a nascer verdadeiramente.

“A mulher fugiu para o deserto...”

Com a celebração deste terceiro domingo do mês vocacional iniciamos a semana que propõe a reflexão sobre o chamado à vida religiosa e somos convidados a refletir sobre o lugar e o significado da vida consagrada na Igreja e na sociedade. Como a de Maria, esta vocação não é externa e nem superior à Igreja: ela nasce no seu coração e está a serviço da sua missão. Como carisma específico do corpo eclesial, a vida religiosa está a seu serviço. Nasce de um chamado gratuito para servir gratuitamente.

Na sua origem está a experiência mariana de um Deus que olha nos olhos e sorrindo nos chama pelo nome. Ou uma experiência como aquela de Isabel: o corpo estremece de alegria por receber inesperadamente Deus na própria casa. Não se trata primariamente de um caminho de purificação moral ou de desprezo do mundo, mas de plenitude de uma graça que não cobra méritos. Dá de graça aquilo que de graça recebeu.

Partindo daqui, a vida consagrada faz-se ouvinte da Palavra, cresce como servidora e amadurece como profecia. Como Maria, as pessoas consagradas são chamadas a proclamar com a vida e com a palavra que nada pode ser colocado acima do amor pessoal a Jesus Cristo e aos pobres nos quais ele vive. Inspirada pela mulher do Apocalipse, a vida religiosa é chamada a atuar nos desertos (onde tudo parece sem sentido), nas periferias (onde não há poder) e nas fronteiras (onde tudo precisa ser reinventado).

Pe. Itacir Brassiani msf

sábado, 7 de agosto de 2010

Conhecendo-nos


Eis algumas fotos de nossos claustros, coro, corredores e capela , para que possam conhecer a nossa casa e a todas as irmãs.
Tentamos encontrar Deus em cada rincão, para que Ele preencha nossos dias...










Comentário das leituras bíblicas deste final de semana.

“Tu minhas mãos solicitas...”


(Sb 18,6-9; Sl 32/33; Hb 11,1-2.8-19; Lc 12,32-48)

A proposta do mês vocacional nos convida a refletir, na segunda semana que ora iniciamos, sobre a vocação dos pais e da família. Mas é interessante lembrar também algumas figuras cuja memória é celebrada nestes dias: o religioso mendicante e fundador São Domingos (+06/08/1221); a filósofa judia e mártir carmelita Edith Stein (+09/08/1942); Frei Tito, religioso cearense, preso e torturado pela ditadura militar brasileira (+10/08/1974); Santa Clara (+11/081253), amiga de São Francisco e fundadora das clarissas; a agricultora e sindicalista nordestina Margarida Alves (+12/08/1983); a testemunha do amor de Deus entre os sofredores de rua, Pe. Alfredinho Kunz (+12/08/2000). Todos/as nos deixaram, cada um/a seu modo, o testemunho de uma vida vigilante, ativa e serviçal na espera do Reino de Deus.

“Não tenhas medo, pequeno rebanho.”

Podemos dizer que o cristianismo é hoje um pequeno rebanho? Os fiéis espalhados no mundo e vinculados às diferentes confissões cristãs são mais de um bilhão, e isso faz do cristianimo a maior religião da atualidade. Do ponto de vista estatístico, não somos um pequeno rebanho, mas uma grande multidão. Mesmo sendo verdade que estamos diminuindo na Europa, o crescimento nos continentes africano e asiático continua mantendo nosso sentimento de superioridade.

Mas esta hegemonia numérica pode não significar muito do ponto de vista da fidelidade ao evangelho. O próprio Jesus não se deixava impressionar com as pequenas multidões que o seguiam, despertadas pelos sinais que realizava. Os discípulos e discípulas que entenderam o que significava crer em Jesus e seguir seus passos eram poucos, e mesmo esta minoria acabou abandonando-o quando foi acusado, preso, torturado e crucificado. Tudo recomeçou a partir de um pequeno rebanho fiel e corajoso.

“Onde estiver o vosso tesouro, aí está também o vosso coração.”

Quem crê em Jesus Cristo e segue seus passos tem um tesouro pelo qual está disposto a relativizar tudo o mais: o Reino de Deus. Estamos ainda lembrados que, no evangelho do domingo passado, Jesus nos advertia contra a tentação da ganância: o entesouramento de riquezas calcado na indiferença para com a sorte dos oprimidos que nos interpelam com sua simples presença é uma burrice fenomenal e um erro fatal que compromete o sentido do presente e também o nosso futuro.

No trecho do Evangelho deste domingo Jesus continua convidando a procurar bolsas anti-furto, pois onde guardamos nosso tesouro também depositamos o sentido da vida. Para aqueles/as que expressaram no batismo o compromisso de pautar a vida pelos passos e práticas de Jesus, não há riqueza mais preciosa que o Reino de Deus, o tesouro que deu sentido à vida de Jesus. Contribuir para que todos tenham vida em abundância é um valor primário, impagável e inegociável.

“Sejam como pessoas que está esperando seu senhor voltar...”

Mesmo que o Reino de Deus seja um sonho que se realiza muito lentamente e só será pleno no futuro, a atitude cristã é a espera ativa. É isso que Jesus nos ensina no evangelho de hoje, lançando mão de três pequenas parábolas: os empregados que esperam a volta do patrão; o dono da casa que toma precauções contra os ladrões; os administradores que um proprietário encarrega para tomar conta da casa durante sua ausência. Deus solicita as mãos dos que nele crêem.

Diante da solidez das estruturas injustas e da força dos hábitos arraigados somos rondados pela tentação da passividade ou da fuga espiritualista. Como não sabemos se o Senhor da história chegará antes da meia-noite ou se o Reino de Deus só se fará ver na madrugada distante e incerta, entregamo-nos ao sono da passividade, da indiferença ou da deserção. ‘Já que o Reino é de Deus, que ele mesmo abra a porta quando resolver voltar... Já fazemos muito se nos entregamos à oração...’

Nossa condição na história é de espera de alguém que está para voltar. Temos que estar acordados para abrir a porta quando ele chega e bate. Infelizmente, absorvemos a perigosa ideologia que prega que nada temos a esperar, e que na história valem as leis do mercado: quem pode mais, chora menos. Cremos sim que Deus existe, mas ele está tranquilo no céu e não voltará. Nós é que devemos ir a ele, atravessando a história na ponta dos pés, sem olhar para os lados e para os rostos que nos interpelam.

“Felizes os que o Senhor encontrar acordados!”

Precisamos esperar o Reino de Deus colocando-nos a serviço do povo de Deus. “Ficai de prontidão, em traje de serviço, e com as lâmpadas acesas.” Os que apostamos no caminho alternativo proposto por Jesus somos sim um pequeno rebanho, mas existimos para ajudar no parto da nova humanidade. Não podemos dormir sobre os efêmeros louros de um passado numericamente glorioso. A Igreja é um depósito de sementes que devem ser jogadas na terra.

É triste quando uma Igreja esquece sua razão de ser e se preocupa unicamente com seus direitos, poderes e tradições. Onde fica a missão de cuidar da casa de Deus e abrir a ele as portas? Se o próprio Deus faz seu povo sentar-se à mesa e veste trajes de servo, não faz sentido esta anacrônica e mortal luta por privilégios diante dos Estados. Adiar indefinidamente as urgentes reformas da Igreja é uma atitude imprudente e perigosa, pois o Senhor pode vir como ladrão e tudo o que parece sólido será ruínas.

Missão do povo de Deus é empenhar-se para que a humanidade receba seu trigo na hora certa, seja atendida em seus direitos fundamentais. Festejar com os grandes do mundo, embriagar-se com as falsas liturgias do poder, bater com a vara da excomunhão os próprios irmãos – inclusive porque propõem uma teologia diferente ou reconhecem os carismas ministeriais também nas mulheres – é coisa que nos iguala às figuras mais execráveis da história. E nos faz merecer chicotadas sem número.

“Pela fé ele viveu como errante na terra prometida...”

A condição dos cristãos na história é aquela dos administradores aos quais se confia o cuidado da casa, se pede vigilância e serviço aos irmãos e irmãs. Temos o direito de festejar e celebrar os inúmeros pequenos avanços do Reino de Deus, mas sem deixar-se embriagar perigosamente pelas ideologias do poder e do sucesso. Nossa condição é a mesma de Abraão: vivemos na história como errantes que ainda buscam uma pátria definitiva, mas que, todos os dias, abrem as mãos no serviço aos irmãos e irmãs.

Quem vive no mundo como errante, não constrói moradas definitivas, mas apenas tendas leves que podem ser armadas e desarmadas conforme a necessidade. O que fazer com o peso e a imponência das basílicas que enchem a cidade de Roma, com a inócua guarda-suíça, com os imutáveis códigos canônicos e litúrgicos que só interessam aos especialistas? Onde entram Jesus Cristo crucificado e sua Boa Notícia aos pobres em tudo isso? As mãos que se entregam ao incensamento se fecham aos necessitados...

Quem vive no mundo como errante parte sem saber onde vai chegar e corre o risco de não desfrutar daquilo que o move e mantém na estrada. Mas, sentindo-se peregrino e hóspede, dá o melhor de si para não poluir nem destruir os lugares por onde passa. E faz o possível para que os que vêm atrás possam usufruir de um caminho mais sinalizado e de um ambiente mais agradável. Deus solicita nossas mãos generosas e criativas. Os vales por onde passamos deveriam se encher de flores e espigas.

“Deus não se envergonha deles...”

Deus não se envergonha destes homens e mulheres que, por não abrirem mão do tesouro do Reino de Deus, foram ou são considerados doidos, insignificantes ou perigosos. São pais de família que, além de serem uma peresença terna e firme ao lado e à frente dos filhos e filhas, não lhes sonegam a mais bela lição: neste mundo somos peregrinos e hóspedes, mas cabe-nos fazer o possível para que ele seja melhorado e os bens circulem e cheguem a todos os seres humanos. Eis a herança mais preciosa.

Clara de Assis encantou-se pela loucura de Francisco e deu à luz uma comunidade de irmãs pobres, livres e orantes que produz frutos ainda hoje. Edith Stein fez da filosofia um caminho de humanização e de indentificação com os destino das vítimas. Domingos de Gusmão fez-se pobre para libertar o Evangelho das contradições de uma Igreja rica. Frei Tito enamorou-se da liberdade do seu povo e por ela sofreu a tortura que o matou por dentro. Margarida Alves achou melhor morrer na luta que morrer de fome. E Alfredinho resgatou a irmandade e a dignidade dos sofredores.

São pessoas que fizeram bolsas que não se estragam e adquiriram tesouros que ninguém pode roubar. O medo não as impediu de lutar. Elas só puderem saudar de longe a utopia que orientou sua vida, mas nós sabemos que Deus não se envergonha delas quando o invocam como seu Deus.

Pe. Itacir Brassiani msf

Feliz Dia Pais

A vocês, que nos deram a vida

e nos ensinaram a vivê-la com dignidade,
não bastaria um obrigado.
A vocês, que iluminaram os caminhos
obscuros com afeto e dedicação
para que os trilhássemos sem medo e
cheios de esperanças,
não bastaria um muito obrigado.
A vocês, que se doaram inteiros e renunciaram
aos seus sonhos, para que, muitas vezes,
pudéssemos realizar os nossos.
Pela longa espera e compreensão
durante nossas longas viagens,
não bastaria um muitíssimo obrigado.
A vocês, pais por natureza,
por opção e amor, não bastaria dizer,
que não temos palavras para agradecer tudo isso.
Mas é o que nos acontece agora,
quando procuramos arduamente
uma forma verbal de exprimir uma emoção ímpar.
Uma emoção que jamais seria traduzida por palavras.
Rezamos por vocês!
FELIZ DIA PAIS!